Linha Tênue escrita por Anne Laurentino


Capítulo 8
Capítulo 8




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“Um homem percorre o mundo inteiro em busca daquilo que precisa e volta a casa para encontrá-lo.” - George Moore.

Esse Rio de Janeiro é lindo ou não é? Que bom é estar de volta, de volta e de surpresa pois ninguém sabia que Fatinha, estava de volta ao país. Arthur havia ficado em Belo Horizonte, onde o avião havia parado para fazer escala. Ia ver a família e em quatro ou cinco dias estaria com ela no Rio. Era bem cedo uma manhã de domingo e Fatinha chegou ao seu prédio, subiu deixou as malas e resolveu descer. Queria ver o seu amigo, estava com muitas saudades...

Bruno dormia tranquilamente, era um dia de descanso. E estava afim de dormir até quando seu corpo precisasse de alimento pra sobreviver. Mas como nada são flores a campainha começou a tocar incessantemente ele bem que tentou ignorar, colocando o travesseiro sobre a cabeça, porem a bendita não parava de fazer barulho, ia ter que atender o abençoado que estava o acordando as sete da manhã de um domingo.

- Que inferno! Será que eu não posso dormir direito nem em um domingo? Merda! – levantou mesmo que a contragosto e foi atender a porta.

Estava vestindo somente uma cueca box preta e estava com o rosto amassadinho e inchado pelo sono.

 – Mais que diabos você quer a uma hora dessas da manh... – se calou no mesmo instante que viu quem era e arregalou os olhos.

- Bom dia amigo! – Fatinha gritou quando já estava empoleirada nos braços de Bruno. – sentiu a minha falta?

- Fatinha? – perguntou paralisado.

- Hei, será que estou tão feia assim pra me olhar com essa cara? – Fatinha perguntou enquanto saia do colo dele.

- Meu Deus... meu Deus! Loira! – Bruno exclamou exaltado puxando-a para um abraço.

- Que saudades de você! – Fatinha disse enquanto saiam do abraço.

- Eu também, muita minha pequena!

- Desculpe ter te acordado! – Fatinha falou e olhou para a roupa que o amigo vestia. Ou melhor, para a falta dela.

- Não que isso... nossa! Eu acordei agora, estou só de cueca e preciso escovar os dentes por uma roupa... fica ai que eu já volto! – Bruno se deu conta disso saiu correndo para o quarto.

- Pelo visto as coisas não mudaram muito por aqui né? – Fatinha gritou e foi sentar-se no sofá para espera-lo.

Olhou para o rack preto da sala do amigo e sorriu ao ver uma foto que eles tinham tirado em uma festa na casa de Nélio. Estavam lindos, sorridentes e felizes como sempre acontecia quando estavam juntos. Pegou a foto nas mãos e sorriu boba. Realmente ela tinha que voltar.

- Pequena, me perdoa por ter te recebido daquele jeito? Não fazia ideia de que você estaria aqui. – Bruno apareceu na sala já vestido com uma bermuda e uma regata. – Hei, se perdeu ai na nossa foto é? – ele sorriu ao perceber que ela ainda estava absorta olhando pra foto.

- Oi? Ah sim, estava vendo como ficamos lindos juntos, são dezessete anos né?! – colocou a foto no lugar e voltou para o sofá. Ele foi até ela e a abraçou forte.

- Mais porque você voltou? Não ia ficar mais em Madrid? – olhou-a.

- Sim, eu ia mais preferi voltar. Aconteceram umas coisas que me abalaram e eu quis voltar.

- Então quer dizer que voltou de vez?

- Sim, meu chefe me arrumou uma vaga na clínica do pai dele! Empregada eu já estou, graças a Deus!

- Sim, não gosto de ficar longe de você! Você faz tanta falta. – Bruno afirmou deitando a cabeça no ombro dela.

- Você também, amigo! Agora me conta como andaram as coisas aqui sem mim.

- Tudo na mesma, as meninas saindo todo final de semana. Gil e Vitor ciumentos até não poder mais. E por lá como foram as coisas? – perguntou afagando as madeixas loiras.

- Foi ótimo. Uma experiência e tanto. E até meu coração se arrumou. – Sorriu abertamente.

- Verdade? Ah aquele rapaz que você ficou né? – perguntou tentando fingir descaso do assunto.

- Ele é meu namorado! – respondeu simples e Bruno fechou a cara.

- Namorado? Como isso? Namoro a distância? – Bruno perguntou com desdém.

- Não! Ele veio comigo. – Bruno arregalou os olhos – estou muito apaixonada, amigo. Acho que ele é o cara que eu quero pra casar!

- O que?! – Ele perguntou estupefato.

- Meus pais já sabem disso, nem reagiram muito bem alegando que era muito precipitado, mas enfim, é isso que decidi. E quero compartilhar minha felicidade com você que é meu melhor amigo!

Nesse momento Bruno paralisou e começou um ataque de tosse. Chegou a ficar roxo sem ar.

- Bruno? Que foi? Levanta os braços. – indagou assustada.

- E-estou engasgado... V-vou ao banheiro! - Bruno sussurrou e correndo da sala.

- Bruno... – tentou ir atrás dele mais ele correu mais rápido.

Ótimo momento pra um ataque de tosse não é? Não! Como assim ela estava pensando em se casar? Deus, ela conhecia o cara a quanto tempo, cinco meses no máximo. Ela não podia casar com outro cara. Era traição, traição sim. Quem ajudaria a encontrar o marido ideal era ele, e ela não espero. Um namorico ridículo de meses já poderia ser considerado relacionamento ideal para seguir até o altar? Palhaçada. Ele teve vontade de socar a cara desse tal Arthur. Mas infelizmente o infeliz não estava ali. Então ele descontou a raiva dando um soco na porta do banheiro.

- Merda de vida. Merda! – exclamou sacudindo a mão.

Sacudiu a cabeça e lavou o rosto, tinha que pôr a melhor cara possível e fingir que estava feliz, afinal sua melhor amiga iria se casar.

- Estou feliz por ela, pela felicidade dela. Não estou? – sorriu para o reflexo no espelho. – grande piada. Quero matar esse cara!

Por que se apaixonar pela sua melhor amiga?

Justo por ela?

Agora de fato ele seria apenas o melhor amigo! 


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Notas finais do capítulo

Coitado do Brunito :( e ai gostaram? Comentem, por favor. Gosto de saber no que posso melhorar. Beijos :)



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