"A vida me ensinou que as portas não se fecham, elas simplesmente se abrem para outras." - Miguel Falabella. 

Estar em Madrid de novo, não era tão bom quanto fora da primeira vez, afinal ela não estava ali para a realização de um sonho... mais sim pra tentar resolver um “pesadelo” que ela mesma se provocou, quem mandou casar? Fat havia desembarcado no aeroporto da capital Madrid junto com Antônio, seu advogado... na saída avistaram um táxi e logo seguiram até o hotel que iriam se hospedar.

– Maria, você quer ir hoje até o apartamento do Arthur ou quer esperar até amanha? - O rapaz perguntou assim que chegaram ao hotel.

– Por mim, podemos ir hoje... o quanto antes melhor! Vamos só nos instalar, dai eu ligo pra ele e nós vamos.

– Você é quem sabe. - O advogado falou e seguiu para a recepção para fazer o check-in e buscar o cartão do apartamento.

Eles pegaram seus receptivos cartões e foram se instalar. Fatinha resolveu descansar um pouco, pra compensar as horas de viagem. Acabou dormindo por duas horas e quando acordou se assustou, achou que tivesse dormido de mais. Ainda na cama tateou o celular e discou o número do marido. No terceiro toque arthur atendeu.

– Você me ligando? O que foi que eu fiz? - o homem riu sarcástico do outro lado da linha, fazendo a loira bufar.

– Deixa de ser babaca, te liguei porque estou em Madrid e quero te encontrar!

– Sabia que ia sentir a minha falta amor.

– Nossa muita falta, você não sabe o quanto... - riu cínica. - quando a gente pode se ver Arthur?

– Amor, sempre tão carinhosa... Bem mais tarde eu saio do hospital se quiser pode passar lá em casa.

– Tá certo, às oito eu estarei lá. Tchau Arthur! - a loira desligou sem esperar o marido responder. Sentou-se na enorme cama e pediu o seu iPad, iria mandar um e-mail pra Bruno e para os seus pais, avisando que já havia chegado e bem.

De: Dos prazeres, Maria.

Para: Dos prazeres, Vilma.

Assunto: Chegamos!

Mãe,

já cheguei estou instalada no hotel, acabei de falar com o Arthur e marquei de encontrar com ele mais tarde, por que agora ele esta no hospital... reza por mim mãe, eu achei ele um pouco estranho, não sei... Bom, era só isso. Manda beijos pro papai. Beijo.

Enviou o e-mail pra mãe e abriu outra aba pra escrever para Bruno.

De: Dos prazeres, Maria.

Para: Menezes, Bruno.

Assunto: Foco, eu estou com medo.

Bru,

puta que pariu, eu acabei de falar com o Arthur e notei ele muito estranho, fazendo piada, e ele não é assim. Eu vim numa boa, pra resolver isso que ele mesmo já tinha concordado e agora age desse jeito? Bom, vou me encontrar com ele mais tarde... fica calmo o Antônio vai comigo. Ai era só isso, eu to bem, em três dias eu acho que já vou estar no Rio. Manda um beijo pra Ju , Beta e o resto da galera. Saudades! ♥.

Apertou a tecla de envio, esperou a confirmação, deixou o aparelho de lado e voltou a deitar. Ainda era de tarde e ela resolveu dormir pra descansar mais um pouco. Colocou o telefone para despertar e apagou.

(…)

Rio de Janeiro – Brasil.

Bruno ouvir o celular notificar uma entrada de e-mail e correu pra ver de quem era, Juliana foi atrás quando o mesmo gritou que era de Fatinha... Bruno estava no apartamento da irmã, coisa que nos últimos era bastante comum.

– Você pode ler logo, por favor, querido? - Juliana pediu ao irmão.

– Calma criatura... - Ele riu da impaciência da irmã. - Bru, puta que pariu... - Ele leu todo o conteúdo e no final se preocupou. - não estou gostando disso, Juliana. Ah, mais se esse cara aprontar ele vai se ver comigo, pode anotar.

– Agora eu que peço calma, espera ela ir até ele! A gente não sabe como vai ser a real atitude dele. Calma irmão! - Ju o abraçou e a Beta chutou o abdômen do tio que riu.

– Ih caraca, acho que o Gil vai morrer se souber que a bonequinha dele chutou pra mim! - exclamou sorridente. - Beta, até você não tá gostando da dinda com o chato do Tutu né? - Bruno se abaixou na altura da barriga da irmã pra conversar com a sobrinha. Que chutou novamente. - Viu Ju, até ela não tá achando legal.

– Bruno, ela não tá entendendo nada, ela só chutou porque hoje acordou inquieta mesmo. - Juliana riu da cara do irmão que tinha acabado de se levantar.

– Ave Maria, hein? Oh pessoa que gosta de me colocar pra baixo.

– Fica assim não maninho, vai ficar tudo bem. - Ju voltou a abraça-lo e dessa vez Roberta não se manifestou.

Os irmãos ficaram conversando até a hora que Gil chegou como sempre trazendo sacolas com presentes pra filha. E esse ele não escondeu, como fez com os outros.

– Boa noite, família! - cumprimentou o cunhado e deu um beijo na namorada e na barriga dela – oi filha linda, sentiu saudades do papai?

– Sentiu tanto que hoje ficou o tempo inteiro chamando a minha atenção, perdeu cunhado! - Bruno provocou.

– Olha nisso eu tenho que concordar viu, amor? Ela chutou muito pra chamar a atenção do dindo. - Ju entrou na brincadeira e também resolveu provocar o namorado que só faltava espumar pela boca, Gil tinha um ciume daquela filha, que Deus do céu.

– Já podem parar com a palhaçada! Bando de chatos, e você Bruno aposto que ficou perturbando a menina pra ela mexer. - Gil saiu falando e foi até o quarto da filha deixar as sacolas e na volta aproveitou pra lavar as mãos, voltou a sala e abaixou-se na altura da barriga da namorada. - filha acho que você vai ficar sem dindo, porque esse seu esta muito metido pro meu gosto. - olhou de relance pra Bruno. Que só faria rir

–Tenta mudar o padrinho da minha filha pra você ver, Gilberto! - Ju vociferou para o namorado.

– Aqui é “Team Bruno”, querido cunhado. Tenta a sofre pra você vê! - Bruno replicou rindo. Ju o acompanhou na risada.

– Droga, sou voto vencido... - Entrou na brincadeira e logo já estava rindo também. - e ai noticias da loira? - perguntou sentando ao lado de Bruno e Ju.

– Ela mandou um e-mail dizendo que já estava lá e que ia encontrar com o Arthur ainda hoje. - Bruno explicou.

– Hm, então tá certo, mais em cunhado vai dormir aqui hoje?

– Não vou pra casa mesmo.

– Ah não maninho, dorme aqui hoje... - Ju fez uma carinha de criança carente. - em por favor, em? Por mim, pela sua afilhadinha.

– Fica cara, larga de ser chato! - Gil também pediu.

– tá bom, eu fico! Mais eu pago a pizza da noite, beleza?

– Beleza pura! Vamos pedir mais tarde, eu quero de espinafre. - Ju pediu já aguando a boca.

– Pô amor, pizza de espinafre? Imagina o horror que deve ser. - Gil indagou com cara de nojo.

– Tenho que concordar maninha, deve ser muito ruim. - imitou a cara de nojo do cunhado.

– Calem a boca, vocês! Eu estou gravida e as gravidas comem o que sentem vontade e eu quero pizza de espinafre! - Gritou a ultima palavra. - Mais que inferno!

– Tá bom! - os dois responderam em uníssono e assustados. Missão aprendida: nunca contrariar uma mulher gravida com os hormônios a flor da pele.

Eles ficaram ali decidindo os outros sabores da pizza, optaram por Mussarela, Portuguesa, Frango com Catupiri e a tal de Espinafre pra Juliana.

(…)