Linha Tênue escrita por Anne Laurentino
Notas iniciais do capítulo
Meninas, gostaria de agradecer a todas que estão acompanhando a fic, muito obrigada, vocês não sabem o bem que isso me faz. Saber que estão gostando... Se não for pedir muito gostaria de pedir que comentem, pois é dessa maneira com os comentários de vocês que eu fico sabendo o que eu posso melhorar e são eles também que me dão animo para escrever. É isso, ai vai mais um capítulo, espero que gostem. Beijos...
“O amor pode morrer na verdade, a amizade na mentira.” – Abel Bonnard.
Lia voltou para o quarto e a amiga se levantou esticando os braços. Pedindo um abraço, e ela prontamente se aproximou da cama e abraçou a amiga. E Fatinha voltou a chorar, com a cabeça apoiada no ombro da amiga. Suspirou e por fim encarrou Lia.
- Eu preciso conversar! – Fatinha exclamou e coçou os olhos inchados.
- Estou aqui, pode começar Maria. – sorriu e fez um carinho nos cabelos da amiga.
- Eu e o Bruno... Nós já... já tivemos algo. – riu irônica e Lia arregalou os olhos e negou com a cabeça como se quisesse dizer “ah eu sabia”. – sim você estava certa, quando insistia nisso.
- Amiga, eu tinha certeza! Mas, por que nunca disse nada? – Lia perguntou.
- Porque decidimos não contar a ninguém e mantivemos o segredo, mas Lia, eu nunca ia imaginar que ele sentia tudo isso por mim, nós sempre nos tratamos com respeito apesar de tudo! – Fatinha exclamou exaltada e voltou a chorar.
- Fati, me perdoa pelo que eu vou dizer agora, mas estava na cara e pra quem quisesse vez que o Bruno era e sempre foi apaixonado por você, e é obvio que ele te tratava com respeito. O amor dele, sempre valeu pelos dois. – Lia sorriu terna.
- Lia, presta atenção no que eu vou te contar. Vou sufocar se não contar e como já diz o ditado popular, a bebida entra e a verdade sai. – sorriu entre as lagrimas.
- Fala... – Lia pediu.
- O Bruno foi o meu primeiro cara! – Lia arregalou ainda mais os olhos. Ia interromper mais Fatinha não deixou. – deixa eu continuar porque não acabou. – Lia apenas assentiu calada. – Eu estava fazendo dezessete anos, naquela festa que eu sumi. Então foi naquele dia fomos pra casa dos pais dele e rolou. E foi a melhor noite da minha vida.
- Meu Santo, estou passada! – Lia exclamou. – sempre imaginei que tinha rolado algo entre vocês, mas não nessa proporção tão importante!
- Mas não foi só isso! – Fatinha voltou a falar.
- Não?! Deus garota, conta logo. – Lia indagou.
- Não. Teve outra vez... estava chovendo muito e já era tarde da noite. Eu medrosa como sempre liguei pra ele e pedi pra ele descer porque eu não queria ficar sozinha... – Fatinha suspirou.
POV da Fatinha.
Quinta-feira – 00h – Apartamento da Fatinha. – 2012.
Estava caindo o mundo na cidade, e eu não estava conseguindo dormir. E muito mesmo queria ficar sozinha. Resolvi ligar pro Bruno, ia pedir pra ele subir e ficar comigo. Liguei e ele avisou pra eu deixar a porta aberta, que ele já estava subindo.
- Graças a Deus, estava apavorada com esses trovões. – Falei assim que entramos e paramos no meio da sala.
- Larga de ser medrosa mulher! São só risquinhos no céu. – Ele me abraçou e sorriu. – trouxe um vinho, com essa chuvinha e frio é bom, que tal? – separamos do abraço e ele mostrou o vinho na mão esquerda.
- São trovões, eu tenho pavor. – eu fiz uma cara de medo e ele riu. – não zombe de mim, e sim eu aceito o vinho. Vou na cozinha buscar as taças. – fui até a cozinha peguei duas taças que minha mãe tinha deixado aqui desde o natal e o abridor. Voltei a sala e ele estava sentado no tapete, com o vinho na mesinha de centro.
- Venha sentar logo. – Bruno chamou e eu me sentei ao seu lado. Ela habilidosamente abriu o vinho e serviu as nossas taças.
- Nossa, muito bom esse vinho. – indaguei enquanto saboreava o liquido.
- Meu pai que me deu, disse que é chileno. Mas, eu não entendo nada, só entendo de beber mesmo. – rimos e Bruno nos serviu de mais vinho.
Ficamos conversando coisas babacas e banais até que já estávamos rindo sozinhos, nos abraçando... E a garrafa secou, nós bebemos todo o vinho e nem nos demos conta. O Bruno já estava bastante animadinho e eu também. Até que...
- Fatinha... Você está um espetáculo com esse top, viu? – olhou de cima a baixo e eu reparei o modo em que estava vestida, apenas um top e um shortinho cinza. E ao invés de me envergonhar eu gargalhei e resolvi brincar também.
- Hm, obrigada. Você também não está nada mal. – ri e nós nos olhamos, como nunca havíamos nós olhado na nossa vida. Era um olhar estranho, um olhar mais carnal. Não sei explicar direito, continuamos sustentando esse olhar e Bruno foi chegando mais perto e encostou sua testa na minha, quando eu tentei desviar mais ele segurou no meu rosto. Voltamos a nos olhar e ele beijou a minha testa, eu sorri e ele desceu o beijo para o meu nariz, roçando os nossos narizes. Voltou os lábios para a minha bochecha e eu a essa alturas já estava completamente rendida, o abracei pelos ombros e me deixei levar. Bruno colou os nossos lábios devagar e ficamos apenas sentindo o gosto e a respiração um do outro. Ele pediu espaço pra aprofundar o beijo e eu cedi entreabrindo minha boca e dando acesso livre pra língua dele tocar a minha. Nos beijamos de forma candente, esmagando os nossos lábios como se não quiséssemos acabar com aquele momento nunca. Mas o ar faltou e nos separamos com dois selinhos.
- Você é lindo, sabia? – Eu afirmei ainda abraçada aos ombros dele.
- Linda é você! – ele disse rindo. E foi se tentar se levantar mais estava tonto por conta do vinho e voltou a sentar as gargalhadas.
- Aonde você está indo? – Segurei o seu braço. E ri achando graça da cara que ele estava fazendo.
- Estava indo pra casa. Fatinha, se eu continuar aqui eu não vou conseguir me controlar com você assim. – apontou para os trajes que a amiga usava.
- Eu não quero que você se controle. – Sussurrei e puxei-o pela camisa.
- Somos apenas amigos, lembra? – Ele perguntou tentando se desvencilhar de mim.
- Eu sei muito bem o que somos, Bruno. E não é necessário que me lembre. – bufei e levantei. – Merda, você tinha que estragar tudo? – perguntei e caminhei pro meu quarto. Sentei em minha cama de costas pra porta. Alguns minutos depois senti a cama afundar e uma mão tomar a minha cintura. Era ele...
- Desculpe! – Pediu enquanto roçava o nariz no meu pescoço. – por favor, não foi minha intensão estragar tudo como você disse. Eu gosto de você, gosto muito. – virou-se de frente pra ele e me beijou.
E pela segunda vez não dormimos juntos, foi maravilhoso. Éramos amigos e acima de tudo na nossa relação havia respeito, carinho e apego. Muito apego. Desde aquele dia, que nós já não tínhamos mais 17 anos, sabíamos muito bem o que estávamos fazendo. Eu senti o Bruno diferente comigo, pela primeira vez. Mas como no dia seguinte tudo estava como antes eu pensei não realmente não havia nada de errado...
Fim do POV da Fatinha.
- E foi assim que aconteceu pela segunda vez e última. – Fatinha choramingou terminando de contar para Lia que estava estática.
- Caraca e eu achando que eram só ficadas, de beijinhos. Amiga, e agora? Você ao menos sabe o que sente por ele?
- Sei! Eu o amo, oras. Sempre o amei ele é o meu melhor amigo, Lia. – Fatinha disse o obvio.
- Não Fatinha, estou perguntando se depois de tudo isso que você me contou, tudo isso que aconteceu hoje. Se você não sente nada além desse amor de amizade. – Lia perguntou e Fatinha a olhou intrigada com a pergunta.
- Lógico que não mudou nada, Lia. – Fatinha suspirou lembrando-se da briga com o amigo. – Bem, na verdade o que mudou foi que eu perdi o meu amigo. Meu melhor amigo de toda a vida. – Ela respirou fundo e sorriu sem graça. – Eu não sei o que vai ser de mim sem ele, mais eu preciso seguir em frente. – Fatinha tentou levantar mais caiu na novamente na cama. E gargalhou. Bêbados e sua insanidades, ela pensou. – Puta merda, beber pra quê né? Me ajuda marrentinha, eu preciso tomar um banho e dormir. Amanhã o Arthur vai chegar e eu quero e preciso esquecer disso tudo para trata-lo bem. – Lia levantou assustada com o fato dela mudar de assunto tão repentinamente e se pôs a ajudar a amiga a ir até o banheiro. Fatinha foi pro chuveiro e tomou seu banho enquanto Lia tinha ido fazer um café... Fatinha já estava pronta pra dormir quando bebeu o café que a amiga ofereceu junto com um comprimido pra dor de cabeça fazendo uma careta ela deitou sobre a cama e Lia deitou ao seu lado, já devidamente “arrumada” pra dormir também. O dia seguinte seria, o dia. Reencontros e mais emoções... ambas pegaram no sono.
Já a três andares abaixo com o Bruno, as coisas não estavam tão tranquilas assim... Ele não parava de gritar, xingava Deus e todo mundo. Fatinha, Arthur, Juliana e até Gil coitado que estava calado desde a hora que chegou ali pra ajudar.
- Eu já falei que não preciso de babá Juliana, eu quero ficar sozinho! – Pediu um pouco mais calmo.
- E eu já falei que sozinho aqui você não fica. Não está falando coisa com coisa, está inquieto e então eu e o Gil vamos ficar aqui! – Juliana vociferou decidida a ficar.
- Merda! Fica então. – Bruno se deu por vencido e suspirou pesadamente. – Ju, porque que eu falei aquelas coisas pra ela? Eu a machuquei no pulso sabia? – ele olhou para a irmã e a mesma chegou mais perto e apertou-o em um abraço.
- Esquece isso irmão, já já vocês estão bem. Você errou não deveria tê-la tratado daquela maneira. Mas já aconteceu! Se deem um tempo, amanhã o noivo dela chega, por favor não faça mais nenhuma besteira.
- Bruno, me desculpa por se meter. Mas na minha opinião a Ju tem toda a razão, vocês realmente precisam conversar, mais não agora. Espere as coisas se acalmarem primeiro, deixa-a respirar, receber o noivo, conversar com ele. E ai sim chame-a para uma coisa, sem agressões e ofensas. – Gil que estava calado desde a hora que chegou resolveu expor a sua opinião. E Bruno levantou para cumprimenta-lo.
- Não tem problema cara, você já é da família e mesmo se não fosse é um cara legal, cuida e gosta da minha irmã. Desculpe eu, por ter te tratado daquela maneira. Sua mãe não é nada daquilo que eu chamei não viu? – Eles riram, tocaram as mãos e deram um abraço. – Eu vou tomar um banho pra dormir, vocês se ajeitem no outro quarto ok? – o casal assentiu – Gil estou de olho viu? Nada de abusar do meu bom coração e se aproveitar na minha irmãzinha dentro na minha casa. – Bruno riu com a cara que Juliana fez e foi em direção do banheiro e Juliana e Gil foram para o outro quarto, também estavam cansados, também precisavam dormir.
Que noite foi aquela? Todas as emoções estavam a flor da pele, todo mundo precisava de uma boa madrugada de sono e descanso. Novo dia novas ideias e sentimentos iriam surgir.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Boa noite, meninas! E ai, o que será que vai acontecer com a chegada do Arthur? O que vocês acham? Comentários? HAHA beijos.