Devourer Of Souls escrita por Alexandra Ferreira, ovrflow


Capítulo 6
Olhos de águia, doçura de um anjo.


Notas iniciais do capítulo

DESCULPEEEEEEM NÃO ESTAR POSTANDO SEMPRE. ESTOU AQUI ME REDIMINDO E FAREI O MAIOR CAPÍTULO QUE ME FOR POSSÍVEL, E SE DER TEMPO, POSTAREI 2 HOJE. AH, EU QUERIA SABER, O QUE ACHAM DE UM CAPÍTULO CONTADO POR OUTRO PERSONAGEM? ESPERO QUE GOSTEM, boa leitura, e não me abandonem, xoxo.



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Sempre precisei ficar um pouco sozinha, seja pra pensar na vida, nos problemas, ou apenas, para ser eu mesma. Afinal de contas, há coisas que você só faz quando está sozinho. Eu não vou dizer que era uma garota nerd no fundo da sala, ou que nenhum garoto olhava pra mim. Isso seria clichê demais. Eu tinha olhos bonitos, e um corpo esguio, mas bem longe da perfeição, nem um pouco parecida com a Sam, que era a Barbie em pessoa. Não sei ao certo se ela era uma má garota, só não gostava de dividir a atenção. Quando eu estava arrumada atraía olhares, como qualquer menina de 16 anos. Mas, eu sempre fui meio fechada, de poucos amigos. Não suporto falsidade, mas não deixo de ser educada. Já tinha tido dois namorados, um deles é o cachorro do John, o outro foi o Eddie. Ele era um ótimo menino, um doce. Mas, acabou falecendo no final do ano passado, nós não estávamos mais juntos. Mas eu fiquei muito mal, e foi quando John entrou na minha vida. Porque eu não queria ficar sozinha, eu tinha medo de me apegar. John prometeu cuidar de mim. Ele tinha acabado de levar um fora de Sam, que estava na cama de Jensen Stanley. Lindo, mas é pervertido..

É, eu poderia ter escrito isso e muito mais na redação que Kaylley nos mandou fazer. Só que.. Não dá pra escrever muita coisa com ela sorrindo pra mim a cada 2 minutos. Cara, ela era um anjo. Um anjo possuído.

Faltavam apenas 25 minutos do tempo que ela nos deu para terminar a redação. Encarei o papel, e segurei firme a caneta. Alguma coisa eu teria que escrever, estava valendo 1/3 da nota. Merda, não posso me sair mal. Me concentrei o máximo que eu pude, e deixei a imaginação fluir. 

Eu nem estava prestando muita atenção a minha volta. Era apenas eu e aquele papel.. E um cheiro de eucalipto no ar. Uma mão no meu ombro.

Olhei para cima, encarando Kaylley que, para variar, sorria pra mim lindamente.

Querida, está tudo bem?– Vi um lampejo de preocupação nos seus olhos. Mas foi rápido demais para ter certeza.

Porque não estaria, Professora Kaylley?– Tentei sorrir, mas acho que saiu algo meio torto. Ela me deixava tonta, isso era bem estranho.

Não sei, querida. Apenas, bem.. Até 5 minutos atrás seu caderno estava em branco, e agora já escreveu duas folhas; está se sentindo bem, anjo?– Ela acariciou meu ombro, eu havia tirado o casaco antes de entrar na sala, e no caso, minha blusa era de alças finas, deixando meu ombro exposto.

Ah, não se preocupe. Estava pensando no que escrever, a imaginação fluiu nesse tempo. É normal.– Merda, ela ainda estava sorrindo. E estava reparando em mim de novo. Metade de mim queria confronta-la ali, eu queria saber porque ela se importava tanto comigo. A outra metade dizia que eu estava paranoica. Se interna, Katie.

Tudo bem, então, se precisar de mim, estarei ali..– Fiz que sim com a cabeça, e sorri. Ela saiu andando, e por que raios ela tinha que andar rebolando? Ah, que legal, agora eu estava reparando em mulheres, isso me fez rir. Espero que ela não ache que eu sou uma doida varrida, só o que me falta é frequentar o psicólogo da escola.

Coloquei meu nome no fim da redação, olhei mais uma vez o papel. Realmente eu escrevi muito rápido. Suspirando, me levantei e fui até a mesa de Kaylley, lhe entregando o papel. Ela estava ocupada com Jane, tirando uma dúvida sobre uma palavra, eu nem prestei muita atenção. Apenas voltei ao meu lugar.

Passando pela mesa de Sam vi que  ela escrevia bastante, e com uma letra bem delicada. Ela percebeu que eu olhava, e seus olhos estavam meio marejados. Acho que ela estava desabafando naquela redação. Eu não sei muito sobre, acho que ninguém sabe. Nem mesmo um dos 100 garotos que ela já deve ter levado pra cama. Apenas rumores sobre sua vida particular. Alguns se arriscam a dizer que ela é amarga assim por causa do pai que batia na mãe dela, e depois que ele morreu a mãe virou prostituta de luxo. Deve ser assim que ela paga os produtos da MAC. Mas, são só boatos. Ela ainda me encarava, eu tinha esquecido de continuar olhando.

- Que foi, Schoenberger? Perdeu alguma coisa aqui? - Percebi que John nos encarava, com os olhos cheios de expectativas. Não sei porque homens gostam tanto de briga entre mulheres. Eu já esqueci de como ela era uma vadia briguenta. Mas eu que não ia entrar no jogo dela. Revirei os olhos e voltei pra minha carteira. 

Ainda tinham 15 minutos para escreverem a redação. Todos estavam concentrados, acho que queriam fazer algum drama sobre suas vidas, ou até mesmo, deixa-la importante. Provavelmente o Diretor também as leria. O que me lembra que hoje ele ainda não veio aqui, será que a Kaylley deu um passa fora nele? Tomara que sim..

Me acomodei na cadeira, e abaixei a cabeça. 15 minutos assim, seria bom. Depois mais 50 minutos de aula com ela. Até que hoje não estava tão ruim. Ela apenas sorria, lindamente e muito educada. Ainda não tinha visto nenhum lampejo de desejo. Acho que aquilo era apenas a minha imaginação.

Mas de qualquer forma, hoje o dia seria um saco, Nico faltou. A carteira ao meu lado estava vazia. Ainda não sei o motivo. Já tinha até esquecido de olhar se ele respondeu a minha sms. Tirei o celular do bolso. Ótimo, 4 sms não lidas.

7h30 - Nico, cadê você? Está tudo bem? Espero que sim..

7h40 - Oi, princesa. Estou em casa, desculpe, acordei agora. Estou bem. Tentarei chegar no segundo tempo.

7h45 - Katie, não estou me sentindo muito bem. Vou dormir um pouco. Dou notícias depois.

7h46 - Não vou à escola, estou passando mal. Pode passar aqui em casa e deixar a matéria?

7h50 - Katie?

Estranho o Nico faltar. Ele viria mesmo se estivesse morrendo. Me apressei em responder.

7h55 - Desculpe a demora, redação longa. Sim, eu passo na sua casa. Melhoras..

O sinal bateu. Mais 50 minutos de aula com a Kaylley. Depois mais 4 tempos. O dia não seria nada produtivo. E agora eu estava mega preocupada com o Nico. Acho que algo ruim aconteceu, não estava querendo me falar por sms. Um arrepio percorreu meu corpo. Uma sensação ruim. Não estava gostando daquilo. Guardei o celular, e olhei pra Kaylley. Estava com uma sobrancelha arqueada e sorria pra mim, de novo. Ainda de forma educada. Algo estava muito errado. Ela não tirava os olhos de mim, mas ainda sim, ela estava sendo doce e gentil. Aquela não era a Kaylley que eu conheci na semana passada. Não mesmo.

                                                ***

- Bem, meninos, o que vocês acham de eu corrigir essas redações agora, e ir chamando vocês de um a um, entregando a nota? Assim não precisam esperar uma semana para saberem como foram.. - Um coro de "claro" "bom" percorreu a sala. E Kaylley sorriu, sentando-se em seu lugar, cruzando as pernas. - Então, vamos lá. Só peço que não fiquem gritando, ok? Daqui a pouco eu chamo o primeiro..

Todos mudaram de lugar. Ou arrumaram algo pra fazer. Sam e John estavam na mesma carteira, se beijando, ou melhor se engolindo. Jane fingia estar concentrada ouvindo música no seu iPod, quando na verdade, estava prestando atenção na conversa das duas meninas na sua frente, eu não sabia o nome delas. Duas loiras, a da esquerda era mais alta, mas a da direita mais magra. Eram bem parecidas, e a conversa parecia bem interessante.

Jensen fingia estar lendo Macbeth de Shakespeare, quando na verdade, estava vendo uma revista em quadrinhos.. Ah, de mulher pelada. Como eu disse.. Pervertido.  

Os outros liam alguma coisa, ou só deitavam em suas cadeiras pra tirar um cochilo. A primeira a ser chamada foi uma das loiras, a mais magra, da direita. Savanah Petters. Não sei se ela foi bem, mas pelo jeito que Kaylley falava com ela, acho que não..

Logo em seguida, chamou o John, que foi todo sorridente enquanto Sam olhava de um jeito bem ameaçador. E hilário. John sentou-se na cadeira, reclinando seu corpo em direção a Kaylley. Creio que estava tendo uma boa visão dali. A Professora sorria, e eu entendi um "Parabéns" ali no meio da conversa. Hmpf, ele se acharia pelo resto da semana. Ou do ano. 

Com a Sam as coisas foram mais severas. Ela encaminhou a Sam para o psicólogo da escola. E pediu que fosse a sala do diretor, para que ele lesse a sua redação. Jane se saiu bem, pulava de felicidade, estava até fofa com aquelas marias chiquinhas ruivas.

- Katerina Schoenberger.. - Bem, a minha vez. Levantei e fui em direção a ela. Sentando bem de frente. Olhando naqueles olhos de águia que ela tinha. - Admito que esperava um pouco mais de você, mas não foi tão ruim.. Você é uma ótima aluna, pelo que os professores dizem. Então, o que acha de me encontrar naquela lanchonete.. Nossa eu esqueci o nome.. -  Ela pressionava os lábios um contra o outro. E apertava os olhos enquanto estalava os dedos. - Ah, Parker's, não é? - Fiz que sim com a cabeça; sorrindo para ser gentil. -  O que me diz, Katie?

- Claro, Kaylley. Que horas exatamente? Tenho que avisar meus pais e tudo mais. - Fiz uma careta. Ainda estava num meio-castigo. 

Umas oito tá bom pra você? - Ela encarava o relógio.

Está ótimo. Te encontro lá.. -  Ela abriu um sorriso tão contagiante. Eu estava literalmente perdida. - Ah, Kaylley. Nico não pode vir hoje. Não está muito bem. Eu poderia te entregar a redação dele hoje a noite? 

- Claro que sim, anjo.  - Quando ela disse "anjo" posso jurar que vi o desejo nos seus olhos novamente. Mas então o diretor entrou na sala antes que eu pudesse dizer alguma coisa. Graças a Deus. 

Com licença, eu gostaria de avisar que vocês serão liberados mais cedo. Por motivos próprios da escola. E se possível, Srta. Lolipzi-sho, passaria na minha sala?

- Mas é claro, Diretor. Depois que eu terminar aqui.. - Ela fez um sinal indicando as redações e a turma.

- Te aguardo então.. - Ele sorriu e saiu da sala.

Bem, vocês ouviram, podem ir. -  Em menos de 2 minutos só estávamos eu e Kaylley na sala. Peguei minha mochila e a acompanhei até a sala do Diretor. -  Bem, então ei te vejo mais tarde, não é?

- Claro! -  Ela se inclinou em minha direção, e me deu um beijo no queixo enquanto sussurrava "até lá, mon cherry" entrando na sala do diretor. Essa mulher estava ferrando o meu psicológico.


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