Devourer Of Souls escrita por Alexandra Ferreira, ovrflow


Capítulo 4
Trancafiada em calafrios


Notas iniciais do capítulo

Peço minhas sinceras desculpas com a demora. Mas não tive tempo, passei o aniversário da minha irmã escrevendo isso. E só consegui postar hoje. Espero que gostem. Posto outro assim que der.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/351177/chapter/4

Uma semana depois da linda traição de John, tenho que voltar as aulas, que bela merda de vida! Mas se ele pensa que vai sair assim, ileso, tá muito enganado. Eu tinha a certeza de que ele era diferente, especial. Mas não, apenas mais um babaca que cede aos encantos de uma vaca. Ah, e além de ter me tornado a corna mais humilhada da cidade, meus pais me colocaram de castigo por minha nota baixa de Química que eu estava escondendo. Eu estava completamente ferrada.

Está ouvindo o que estou lhe dizendo Katie?

Ah, droga. Meu pai me dando um sermão e eu nem percebi, tirei os fones, e pausei a música.

Hm, me perdoe. Estava pensando na minha nota de Química. Não tive a intenção de lhe ignorar.

Preste atenção, Katie! Mais uma nota baixa e sua mãe te assassina bem devagar, e gentilmente. Você sabe como ela fica quando está muito nervosa. E o fato de você ter escondido a nota, não ajuda muito..– Eu nem sabia pra onde olhar. Estávamos apenas eu e ele no carro, ele me ofereceu carona pra escola e eu aceitei. Já imaginava um sermão, mas o meu pai era legal, minha mãe que era uma pirada total.

Eu sei, pai. A intenção não era esconder. Eu só queria que vocês pudessem viajar e se divertir um pouco. Se ela soubesse da nota, não teria ido. E não se preocupe, eu vou levanta-la. Gabarito a próxima, ok? – E dei o melhor sorriso que eu podia naquele momento.

Eu tenho certeza disso.. E antes que eu me esqueça, coloquei seu celular na sua bolsa. Depois de uma semana, acho que já posso devolve-lo a você. Só não faça com que eu me arrependa.

Você é um anjo, pai. Obrigada!– Dei um beijo no rosto dele, o que o fez sorrir de uma maneira tão fofa. Ele já estava parando em frente a escola. E eu já podia avistar o Nico de pé me esperando. Meu pai parou rente a ele, que abriu a porta pra mim.

Se cuida, filha. Qualquer coisa liga, te vejo no almoço.

Até mais, pai.– E desci do carro, pegando a minha bolsa e já tirando meu celular de dentro. Fechei a porta e fiquei observando meu pai arrancar com o carro. Nico me deu um beijo na testa, sorrindo educadamente. Eu já tinha esquecido que ele estava ali. - Oi, Nico, bom dia!

Bom dia, Katie! E bem vinda de volta ao nosso inferno. Chegou meio cedo hoje.. E vê se não fica "doente" de novo hein, 2 semanas é muito tempo para não vir as aulas.– Eu sorri pra ele, ele era o único que sabia que eu não estava realmente doente, só não estava afim de vir. Ficar 2 semanas correndo com o termômetro para baixo do chuveiro quente enquanto minha mãe preparava uma sopa estava me cansando. E de repente eu percebi que ele entendeu que eu não estava bem hoje. - Ei, para com isso. É só ignorar eles dois. Não vai ser difícil, sempre ignoramos a Sam, e agora faça o mesmo com ele. Se quiser eu finjo que estou namorando contigo, sabe..

Não precisa, eu consigo ignora-los. – Bem, eu o via apenas como meu amigo, não teria problemas em fingir.. Mas Nico, hm, era meio apaixonado por mim, não brincaria com ele dessa maneira.

Você que sabe.. Agora, a srta. Katie poderia me dar a honra de entrar no colégio? Faltam apenas 10 minutos para o primeiro tempo começar.– Ele me olhava preocupado.

Vamos logo, seu nerd.– Passei o braço pela cintura dele, o abraçando. Sempre andamos assim, desde criança. Ele pousou o braço no meu ombro, e assim entramos na escola, cantarolando Guns.

Quando estávamos num solo de guitarra de Sweet Child O Mine, completamente loucos, esbarramos com o John e Sam se beijando do lado do meu armário. Travei, mas respirei fundo. Continuei andando até onde podia, destranquei meu armário, e eles continuavam a se engolir do meu lado. Não chora, não chora, não chora. Era a única coisa em que eu conseguia pensar. Peguei os livros e guardei o que não iria precisar. Me segurei pra não bater o armário com toda a força que eu tinha. Fechei delicadamente, usando todo auto-controle que me restava. Respirei fundo mais uma vez, e quando eu estava a uns 10 passos longe deles, já perto do armário do Nico, a vaca da Sam decide parar de engolir o John, e se comunicar com pessoas normais.

O que foi pequena Katie? Sente falta dos lábios doces do John?

Eu ignorei, minhas mãos queimavam pra bater na cara daquela vadia. Nico pegou minha mão, sussurrando um "se acalma" tão baixo, que apenas eu pudesse ouvir.

É Katie, você não é boa o suficiente pro John. Acho que ele curte MULHERES e não garotas, sabe? – Aquele enfase em "mulheres" foi um dos mais nojentos que eu já ouvi na minha vida. E só me contou o que eu já sabia.. A relação deles era baseada em apenas uma coisa, sexo.

VADIA! VACA! Eu tinha vontade de gritar isso e muito mais, eu queria quebrar a cara dela com o salto de 15 cm que ela estava usando. Mas, ao invés disso, acelerei o passo e entrei na sala de aula com o Nico. Pela primeira vez, me sentei atrás, na última cadeira.

Ei, Katie, não liga pra isso. Ela é uma idiota fútil.

Ela eu sei que é, sempre foi. O que me matou ali foi ele. ELE não disse nada, não me defendeu. ELE que na semana passada dizia me amar. ELE dizia querer casar comigo.

ELE é um covarde. ELE é um babaca. ELE não te dá valor. E ELE não merece você, suas lágrimas e muito menos o seu tempo.

Podemos parar de falar nisso? – Acho que ele percebeu que eu queria muito chorar, porque me deu um beijo na testa, sorrindo, mas com um olhar pesaroso.

Como quiser, Katie. Mas eu to aqui pra tudo, você sabe, EU não sou ELE. – E dessa segunda parte eu sabia muito bem.

Ele se acomodou em uma cadeira do meu lado, e me deu a mão. E do jeito que ele as entrelaçou eu sabia que não largaria. Eu queria que ele não largasse. As vezes, como em momentos assim, eu penso em porque não me apaixonei por ele. Acho que é porque eu vejo ele como um irmão mais velho. Alguém que não seria capaz de me fazer mal. Sorri com essa ideia.

O Diretor Shane entrou na sala de aula sorrindo. Perai, eu tive que olhar de novo. Aquele homem nunca sorri. O que está acontecendo? Saí dos meus pensamentos embolados quando ele começou a falar.

Bom dia, turma. – Era impossível, o sorriso dele estava maior, mais feliz. Será que a mulher teria morrido? Porque assim ele seria o único dono. Ele já a odiava mesmo.

Bom dia, Diretor Shane. – Um coro alto e constrangido, eu ouvia risinhos e sussurros na sala toda, acho que todos haviam percebido.

Bem, quero apresentar a vocês a nova Professora de Redação e de Literatura de vocês, Kaylley Sho. – Eu não sei como, mas não tinha reparado na DEUSA que estava parada ao lado dele. Meu deus, a mulher era linda demais. E se portava de uma maneira cheia de glamour. Ela não usava decotes e nem roupa curta. Mas dava para perceber o corpo esguio e e perfeito que ela tem. E o rosto de um anjo. Sorrindo então, literalmente uma deusa. Agora eu entendia os sorrisos, gritinhos, e suspiros.

Olá, bem, não tenho muito a falar, vocês vão me conhecer com o tempo.. E espero que gostem de mim. – Além de ser linda, a voz era aveludada como a voz de um anjo, ou de como eu acho que seria.

Olhei ao redor, e todos estavam embabacados com ela. Inclusive as meninas, e eu. John e Sam entraram na sala rindo e quando viram diretor travaram de susto. Idiotas.

Perdão, Diretor Shane. – E quando John olhou para Kaylley, percebi desejo nos olhos dele. E eu não fui a única a perceber.

Vamos sentar, John. Anda. – Sam falava entredentes e olhava feio para Kaylley que, por sua vez, não entendeu nada. O Diretor nem percebeu o que ocorria, ainda estava enfeitiçado com os encantos de Kaylley.

Bem, acho que posso assumir daqui para frente, Diretor, obrigada. – Enquanto ela agradecia, John e Sam se sentavam no canto, ela o lançava olhares mortais. E ele ainda não tinha tirado os olhos da Professora.

Tudo bem, seja bem vinda, e boa aula. – Ele disse isso tristonho. Tenho certeza de que ele voltaria aqui umas 5 vezes ainda hoje.

Ele saiu, e os cochichos pararam. Todos queriam ouvir a voz dela.

Hm, então. Para aqueles dois ali que chegaram atrasados, sou a Professora de Literatura e Redação, Kaylley. Farei o possível para tornar essa aula o mais agradável para todos vocês. E peço que não cheguem mais atrasados, não gosto de atrasos. Hoje irei relevar por que é o primeiro dia, mas não repitam o episódio. Por favor.

John olhou envergonhado, as bochechas dele estava.. Não é possível, John estava corando. Sam olhava pra ela como se pudesse mata-la.

Não pensem que sou uma má professora, não sou. Não obrigo ninguém a assistir minha aula. Mas, aqueles que ficarem, por favor, entendam, existem algumas regras..

Que tipo de regras, Srta. Sho? – Jane a interrompeu, sorrindo, realmente curiosa.

Qual o seu nome, querida? – Kaylley sorria docemente.

Jane Silvermist.

Bem, Srta. Silvermist, a primeira delas é nunca me interromper quando estou falando. – A turma toda estava espantada com a frieza que Kaylley disse isso. Mas 5 segundos depois, sua fisionomia mudou, ela parecia um anjo de novo. Eu estava tonta com aquilo. Nico havia largado minha mão. – Vocês vão se acostumar. Agora.. Abram a apostila na página 189, por favor.

De repente Kaylley olhou fixamente para mim, e sorria. De uma forma estranha. Maliciosamente calorosa. Aquilo me deixou nervosa, me deu calafrios.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Devourer Of Souls" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.