Quatro Elementos: O Começo escrita por Amanda Ferreira


Capítulo 50
Falta de sorte ( capítulo final)


Notas iniciais do capítulo

Oiee pessoal! Perdão mais uma vez por não ter postado ontem, estou mesmo ocupada por aqui e o capítulo não estava pronto e só tive tempo de terminar agora!
Bom, hoje é o último capítulo desse primeira temporada e eu quero agradecer a todos que acompanharam, leram, recomendaram, gostaram e os que odiaram também, afinal na vida não agradamos todo mundo!
Muito obg pelas sugestões e comentários e favoritos.
50 capítulos é muitoooo e ufa! Foi muito bom!
Agora se você quer sabe o que vai acontecer com o Felipe, Bianca, Rick, Claire, Kate e ect é só acompanhar a segunda temporada que ainda não tenho data prevista para postar. Mais vai ter sim viu! O final é extremamente louco, não me matem por favor!
Foi uma boa primeira temporada e fica ai os seus favoritos, odiados e amados e divos também!
Sem mais nada, muito obrigado por tudo meus amores e tenha uma excelente leitura!
Bjsssss



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Rick



– Então ele não está aqui só por causa do círculo e coisa e tal! Esta aqui por você... – falei e a Kate me lançou um olhar mortal.

– Está ajudando a Jeniffer! – ela falou se virando para o Felipe.

– Andei dando umas pesquisas e acho que descobri algumas coisas importantes! –a Claudia falou pegando algumas folhas e colocando em cima do capo do carro do João.

– Amanha é noite de lua cheia, então sugiro que a Jeniffer esteja esperando a lua para canalizar poder suficiente para fechar o círculo e pelo que sei vampiros não precisam de lua cheia para ficarem mais fortes, muito menos os elementares e as únicas criaturas que precisam da lua para ficar mais fortes são bruxas e lobisomens! – a Claudia explicou.

– Pera ai! – indaguei. – Esse negocio de lobisomem não é só lenda?

– Vampiros, mutantes... Todos são lendas e estamos aqui! – a Kate falou dando um olhar sugestivo.

– Os lobisomens são criaturas que estão em extinção, é muito raro de se ver uma matilha por ai, então se essa vampira tem algo em mente eu não digo que tenha a ver com as bruxas. Porque são inimigas mortais de vampiros, então ela só pode ter mesmo o lobisomem, e ainda quer usar o poder da lua só para uma única coisa: criar híbridos! – foi à vez de o João explicar.

– Já ouvi falar em híbridos, mas é muito difícil de criar, e só com um feitiço muito forte que nesse caso é tudo ao mesmo tempo: o círculo completo dando o poder que ela precisa, e a morte dos quatro elementos desequilibrando a natureza, já que nós quatro aqui não criamos a nossa “linhagem” ainda! –a Claire falou e depois deu de ombros.

– Supondo que a Jeniffer esteja mesmo querendo criar híbridos... E como todos sabem é preciso ter a morte dos quatro elementos, mas não estamos conectados, ela não conseguiu isso, então terá que matar um por um de nós e acho que será o tempo suficiente para acabar com todos os planos dela! – o Felipe falou e olhou brevemente para a Bia.

– Se nós conseguirmos evitar o sacrifício de hoje não haverá como ela completar o feitiço amanha, porque será o ultimo dia de lua cheia e ela não pode fazer dois sacrifícios no mesmo dia! – a Claire falou dando um leve sorriso.

– E se não conseguirmos... – a Bia falou.

– Paramos ela amanha!

– A Kate disse que viu o vampiro na floresta perto daqui, então eles só podem estar lá por perto para fazer o feitiço! – falei e todos me olharam.

– Podemos nos separar e quem encontrar ela primeiro arranca a sua cabeça! – a Kate falou com um sorriso.

– Vamos nessa então!

***

Bia

A rua estreita estava vazia e escura e um pouco fria também. O Rick estava na frente e depois a Claire e eu. O Felipe ficou de cara feia por ter que ir com os outros, mas sabia que logo nós nos encontraríamos.

Era um grande galpão abandonado que ficava perto do centro da cidade Volta Redonda. Pelas pesquisas do João a Jeniffer estava fazendo ataques próximos daqui, então este seria o lugar mais próximo.

– Foi por aqui que o João falou que a Jeniffer estaria! Mas não estou vendo nenhum vampiro, bruxa, lobisomem, mutante ou o Papai Noel e muito menos o Mickey! – o Rick falou se virando e andou um pouco para frente e eu o acompanhei.

– Se eu fosse você calava essa boca e vê se não estamos mesmo no lugar certo! – a Claire falou com uma voz estranha e eu e o Rick nos viramos encontrando ela de costas paralisada por algo a sua frente.

Dei um passo para o lado e vi o porquê dela estar assim, lá estava ele com as presas expostas e os olhos vermelhos, o criador da Kate.

– A festa seria amanha, mas fico feliz que tenham vinda mais cedo! – ele falou dando um sorriso mostrando as presas afiadas.

– Que bom que estamos sendo convidados, porque se não a gente ia vir de penetra mesmo, não é não meninas? – o Rick falou divertido e andou alguns passos ficando na frente da Claire de modo protetor. De certa forma eu estranhei essa atitude dele em relação à Claire, mas fiquei feliz por isso também.

– Sempre serão convidados para nossas festas dominador! Só não garanto que irão se divertir plenamente... – ele mostrou os dentes fazendo um barulho que arranhou meus tímpanos e avançou numa velocidade extrema que eu não consegui acompanhar.

Só vi o Rick sair do chão levantando chamas junto com ele e acertar com uma das mãos o vampiro que se levantou rapidamente e veio na minha direção ate me pressionar no muro mais próximo.

– Bianca eu só não posso matar vocês antes de amanha, então eu sugiro que saiam daqui antes que a Jeniffer chegue e mate todos vocês antes da hora... – ele falava com os dentes quase se encostando ao meu rosto, seu hálito era suave, lembrando alguma fruta. – Ou ela mate principalmente seu queridinho Felipe e depois acabe com você!

Senti meu sangue ferver ao ouvir o nome do Felipe. Congelei minha mão e formei uma estaca de gelo e sem pensar enfiei na sua barriga.

– Se encostarem um dedo no Felipe, eu mesma mato vocês! – enfie mais fundo e ele gemeu soltando meu corpo. – Mato um por um... Podem me matar, mas não toquem no Felipe! – forcei a estaca quebrando um pedaço. – Entendeu Jonny! – falei me agachando ao seu lado.

– Ataque da leoa! – ouvi a voz feminina e de certa forma familiar. – Mas não é o suficiente para assustar!

Virei-me encontrando a Jeniffer e mais dois garotos, um loiro que parecia assustado, percebi que na sua camisa tinha manchas de sangue e o outro moreno e uma garota ruiva.

– É um prazer vê-la de novo Bianca! E fico feliz que tenha trazido seus amigos! – ela olhou brevemente para a Claire e parou seu olhar no Rick. – Oi gatinho! É bom te ver de novo!

Ele apenas deu um sorriso sacana e depois se virou para mim e a Claire e balançou a cabeça. Ele virou para a Jeniffer e fechou as mãos em punho e logo as chamas surgiram.

– Estava demorando para a sua entrada fenomenal, mas sinto em informar que a festinha acabou! – falando isso ele avançou contra ela e antes que chegasse perto o garoto moreno entrou na frente e logo começou uma luta rápida entre eles e eu só via as chamas às vezes acertarem o garoto.

A Claire também se movimentou e avançou contra a Jeniffer, mas desta vez foi à garota a se mover, atacando a Claire que estendeu as mãos fazendo uma onda de ar acerta-la e bate-la na parede, mas ela logo se levantou e correu de novo contra a Claire.

Pensei e abri um pouco os braços ate sentir a água se movimentar pelo meu corpo e logo sair pelas mãos que estendi acertando a Jeniffer que segurava o garoto pelo braço. Ela foi pega de surpresa e seu corpo foi para trás ate bater num ferro.

Ela levantou a cabeça mostrando os dentes e seus olhos ficaram vermelhos, não a vi sair do lugar, só suas mãos baterem no meu corpo o fazendo ir contra a parede. Levantei a cabeça e foi o tempo suficiente de levantar os pés e bater no corpo dela que vinha com tudo na minha direção.

Levantei-me e ela puxou meu cabelo levando meu rosto em direção do chão, girei o corpo pegando seu braço e joguei seu corpo para longe. Em um segundo ela estava de volta e me acertou com o braço e logo me pressionou na parede.

– Eu devia matar você! – sua voz estava rouca e estranha. – Mais isso só amanha!

– Ei! Por que não luta com alguém do seu tamanho? – ouvi a voz da Kate. A Jeniffer me soltou imediatamente e rugiu indo na direção da Kate que estava parada perto da parede.

– Tudo bem? – olhei de lado encontrando os olhos verdes familiares me olhando preocupados.

Assenti e ele me puxou para levantar.

– Aquela ali é a certeza de que a Jeniffer quer criar híbridos! O João foi atrás de outros dois! – ele falou em voz baixa. – É uma loba! – ele olhou para a garota ruiva que estava sendo segurada pelo Rick.

– Felipe! – gritei quando virei encontrando o garoto moreno correndo em nossa direção.

O Felipe fechou a mão em punho criando alguma coisa e logo depois num movimento rápido passou suas mãos pela minha cintura me colocando atrás dele, de modo protetor e girou alguma coisa na mão e lançou contra o garoto acertando no seu peito.

O garoto gemeu e caiu de joelhos, olhei atentamente e vi que era uma estaca de madeira. A pele do garoto ficou branca, feito gelo, e ele caiu.

– Boa mira! – falei.

– Ainda não viu nada! – ele deu um sorriso breve.

Ele correu atrás da Jeniffer que segurava a Kate. A Jeniffer girou no ar acertando o Felipe com força que foi parar do outro lado. Ela pegou a Kate a jogando para acertar o Rick.

– Chega de palhaçada – era o vampiro que eu tinha acertado com a estaca. Ele me jogou em algumas pedras e como um raio ele foi ate a Claire que levou um susto, ele segurou seus braços com força.

– Já chega! – suas presas surgiram e foi em direção ao pescoço dela.

Levantei-me e comecei a correr para impedir, o Rick se levantou e só vi alguém me puxar para trás.

– Rick não! – o Felipe gritou, mas foi em vão e só vi o fogo acertar o Jonny e a Claire. O Rick parou e olhou surpreso a Claire ajoelhada e o fogo brilhar em volta dela.

– Claire! – ele se abaixou ao lado dela.

Olhei em volta e vi a Jeniffer sair de onde estava e ir ate o garoto loiro que estava assustado e escondido num canto escuro do galpão. Ela fez um daqueles barulhos de vampiro e todos olharam. Inclusive o Jonny que estava do outro lado com um sorriso aprovando.

– Jeniffer não! – a Kate gritou.

A Jeniffer mostrou as presas e antes que pudéssemos fazer alguma coisa ela cravou no pescoço do garoto que soltou um gemido.

O cheiro de sangue veio forte, ela o soltou deixando seu corpo cair.

– O sacrifício está feito! – ela falou satisfeita.

O Jonny foi ate a Claire só para nos distrair e dar o tempo suficiente para a Jeniffer matar o garoto, ate porque ele não machucaria a Claire, pelo menos não antes de amanha.

***

Felipe

Foi tudo muito rápido, e não deu tempo de agir ou se quer pensar em algo. Foi o tempo de me levantar e puxar a Bia pelo braço, enquanto o Rick caia na armadilha deles.

Foi só uma distração para poder fazer o que eles realmente pretendiam: matar o garoto e tirar nossa chance de para-los.

Olhei o corpo do garoto no chão e suspirei, a Bia olhou pra mim preocupada, o Rick confuso e a Claire parecia furiosa.

– É realmente uma pena, mas não podemos ficar mais queridos! – a Jeniffer falou. – Nos vemos amanha!

Ela saiu do galpão como um vulto, seguida pelo Jonny e a garota ruiva que não corria tão rápido. Dei um sinal com a cabeça para a Kate que foi atrás deles. A Bia se levantou pegando minha mão e começamos a correr.

Corremos atrás deles pela estrada, mas logo perdemos o rastro. Voltamos ao instituto, já que não tinha mais nada a ser feito.

...

– Que ótimo!- a Kate falou. – Só temos amanha para impedi-los de completar esse circulo.

– Foi uma armadilha! – falei em voz baixa.

– Foi tudo culpa sua! – a Claire falou furiosa apontando para o Rick que olhou confuso.

– Minha? Eu tentei salvar você! – ele retrucou.

– Eu não pedi sua ajuda Henrique! – ela gritou.

– Foi uma distração e todos nós erramos! – a Bia falou.

– Você estragou tudo e por sua culpa, agora o garoto está morto e só mais um sacrifício para todos nós morrermos também! – a Claire ignorou a Bia e voltou a gritar com o Rick.

– Como que eu ia adivinhar que era uma armadilha? Só queria ajudar!

– Acabou atrapalhando e foi tudo culpa sua, se não tivesse dado uma de herói poderíamos ter impedido a morte do garoto!

– Qual é Claire? Só tentei ajudar! – ele gritou também.

– Gente não vai ser brigando que nós vamos resolver alguma coisa! – interferi.

– Você é um idiota e estragou tudo Rick! Tudo! – ela gritou o empurrando. – Ninguém pediu sua ajuda!

– Cala sua boca! – ele gritou a empurrando de volta!

– Para vocês dois! – a Kate entrou no meio.

– Isso não vai trazer nada de volta! – a Bia falou em voz baixa.

– Quer saber Rick! Ficaríamos muito melhor sem você! – a Claire falou e senti o clima pesado.

– Não Claire! Ficaríamos melhores se você não tivesse entrado nas nossas vidas!

– Pelo menos eu não estraguei tudo e ajudei a matar o garoto!

– Cala boca! – ele gritou e seus olhos mudaram ficando em chamas.

– Parem! – gritei. – A culpa foi nossa e não existe culpado sozinho quando trabalhamos em grupo e todos erramos!

– Não! Ele errou! E quer saber: quando todos morrerem amanha, agradeçam ao Rick!

– Quer saber também: vai para o inferno Claire!

– Parem, por favor!

A Claire me empurrou e parou na frente do Rick.

– Eu odeio você por isso! Odeio por nos condenar a morte!

– Foda-se o que você sente! E que se danem todos vocês! – ele saiu a empurrando e bateu a porta.

– Claire não precisava disso...

– Que se dane Felipe! Vamos todos morrer mesmo, então que se dane! – ela saiu.

– Bom! Eu vou pra casa! – a Kate falou. – Querem me fazer companhia?

– Seria ótimo! Acho que o clima aqui esta horrível! – a Bia falou e olhou pra mim.

– Por mim tudo bem!

...

Sentei-me no sofá, a Bia ao meu lado e Kate no sofá da frente.

– É melhor termos um bom plano! – a Kate suspirou. – Foi uma tremenda falta de sorte!

– Acho que devemos conversar amanha quando todos estiverem mais calmos! – falei.

– Você que sabe! Minha cabeça esta a mil.

– Eu estou cansada demais para pensar em tudo isso! – a Bia encostou a cabeça no meu ombro.

– Tudo bem então! Vou deixar os pombinhos em paz! Boa noite amores! - ela me deu um beijo na bochecha e outro na Bia. – Vai dar tudo certo!

– Vai sim loira! – ela sorriu e saiu subindo as escadas.

Suspirei e olhei brevemente a Bia que deu um sorriso desanimado.

– Não fica assim não! Amanha teremos sorte! – falei acariciando seu rosto.

– E se não der? E se tudo der errado como hoje?

– Cadê o pensamento positivo? Vai dar tudo certo Bia!

– Tá! – ela suspirou e se afastou um pouco para me olhar. – Me promete uma coisa?

– Não vou fazer promessas Bia! Nós nunca cumprimos!

– Por favor, Felipe! – olhei dentro dos seus olhos castanhos e senti uma dor no peito por não prometer.

– Tudo bem! – suspirei.

– Me prometa que não importa o que aconteça, você não desistir, não vai se render a nada nem a ninguém... E que quero que saiba que eu...

Não a deixei terminar a frase e me aproximei lhe dando um beijo, mas um beijo apaixonado, profundo e carinhoso.

– Eu prometo! – sorri e ela retribui.

...

Acordei num pulo com o sonho estranho, virei de lado encontrando a cama vazia. Olhei o quarto e nada da Bia.

Levantei e olhei brevemente no espelho notando um leve tom castanho nos meus olhos. Suspirei e peguei uma camisa qualquer e vesti.

Desci as escadas encontrando a Kate mexendo no computador.

– Bom dia anjo!

– Bom dia! Você viu a Bia?

– Ela saiu bem cedo, disse que ia voltar para instituto e não quis acordar você!

– Nesse caso eu também vou pra lá!

– Sem tomar café? – ela deu um sorriso.

– Obrigado, mais não tomo sangue!

– Tenho comida na cozinha e posso fazer um café pra você!

– E desde quando você cozinha? – ergui uma sobrancelha.

– Desde sempre anjo!

A segui ate a cozinha e preparamos um café, torradas e leite.

– Quer dizer então que o vampiro não voltou só para arrancar nossas cabeças e sim por sua causa! – falei quando ela se sentou na minha frente.

– Não! Ele estava mentindo para mim!

– Você ainda sente alguma coisa por ele? – bebi alguns goles.

– De verdade eu não sei! Fico pensando no que realmente é o amor e se algum dia eu vou ter um!

– Claro que vai loira! Você é linda, divertida, porque não encontraria alguém?

– Sou uma vampira Felipe! Isso conta e muito!

– Pode ser, mas ainda sim é a Kate que todos amamos!

– Mais chega de falar de mim! – ela sorriu e se ajeitou na cadeira. – Nem você e nem a Bia me falaram como foi o passeio, também com toda essa confusão nem deu! Mais me conta ai Felipe, vocês fizeram sexo?

– Não Kate! Ficou doida?

– Por que não? Ficaram sozinhos e não fizeram nada?

– Kate! – estalei os dedos na sua frente. – Não tem nem uma semana direito que estamos namorando, é claro que não fizemos! E também fomos atacados pela Jeniffer!

– Deixa só ela sentir o seu sexo elementar e ela nunca te deixa mais!

– Tudo tem sua hora certa e não vou morrer por causa disso, ate porque não vou sair atropelando a Bia desse jeito e acho tenho coisas mais importantes com que me preocupar!

– Tá, tá! Mas como sua amiga e que já senti o “Felipe”, eu posso dizer que quando vocês fizerem ela vai te amar!

Neguei com a cabeça e depois ri baixo.

– Você é doida mesmo!

– Mais falando serio agora Lipe! Vai dar tudo certo hoje à noite, e nós ainda vamos rir disso tudo! – ela segurou minha mão.

– Vamos sim loira! – sorri.

Levantei e peguei a jaqueta.

– Você vem? – perguntei.

– Não, eu vou mais tarde!

– Tudo bem! Eu vou indo! A gente se vê depois! – me aproximei lhe dando um beijo no rosto.

– A gente se vê anjo!

– Ah! Nada de conselhos sexuais para a Bia! – falei com um sorriso malicioso.

– Nada de conselhos! – ela levantou as mãos como se estivesse se rendendo.

Dei um tchau e sai.

***

Claire

Eu praticamente não dormi nada a noite, por algum motivo tinha algo atormentando minha cabeça, alguma coisa dentro de mim estava errada.

Levantei e olhei o relógio que marcava 5h, olhei meu rosto no espelho e tinha algo de diferente ali, eu não sabia o que, mas tinha. Vesti qualquer roupa e prendi os cabelos e sai, fui ate a sala de treinamento, eu tinha que esvaziar a cabeça.

Cheguei à porta e suspirei ao ver o Rick com as luvas de boxe e socando o saco de boxe com toda raiva possível, ele estava sem a camisa que estava jogada num canto. Pelo jeito ele também perdeu o sono e eu sabia que de algum modo eu o devia desculpas, a culpa não foi dele e eu agi por impulso.

Entrei em silencio e parei perto da divisória do laboratório e fiquei o observando. Os cabelos bagunçados, o corpo com traços perfeitos. Ele parou o que estava fazendo e me olhou em silencio e voltou a bater.

– Será que podemos conversar? – perguntei em voz baixa.

– Claro! – ele respondeu friamente. – Pode falar!

Fiquei olhando ele dar socos com toda força.

– Será que pode parar e me ouvir? – ele olhou, parou e esperou que eu falasse.

– Fala!

– Rick eu... Quero pedir desculpas!

Ele ficou me encarando e depois suspirou e tirou as luvas e veio na minha direção, se sentou numa cadeira.

– Tudo bem Claire! Acho que também devo desculpas a você, eu estava de cabeça de quente e falei o que não devia. Me desculpa?

– Claro Rick! – me sentei ao seu lado. – Não fui justa com você e o que eu disse ontem foi...

– Não precisa explicar! E esta tudo bem, afinal de contas nossos inimigos são outros. – ele levantou e foi para sair, me levantei e segurei seu braço.

– Eu não odeio você! – ele me olhou e deu um sorriso.

– Também não odeio você! – ele falou e me puxou para um abraço. Sua pele estava quente como sempre, e seu perfume natural provocante, era ate bom tocar sua pele e sentir seu corpo quente colado no meu, os músculos definidos de uma forma perfeita.

– Você esta todo suado! – reclamei e ele se afastou com sua expressão divertida de sempre.

– As garotas gostam! – ele deu um sorriso.

Revirei os olhos e depois sorri.

...

A tarde começava a cair e todos nós já estávamos em Volta Redonda como o combinado. Estávamos numa pousada que ficava a alguns quilômetros do galpão onde aconteceria tudo. O João entrou no quarto com uma expressão preocupada.

– É a nossa ultima chance! Precisamos agir com cautela! – ele falou.

– De acordo com o circulo é preciso que todos os elementos estejam mortos para ser completo e já que a conexão não aconteceu com vocês, a vampira vai mata-los de alguma forma. – a Claudia explicou.

– Nós vamos ter cuidado! – o Felipe falou.

– Não Felipe! – o João falou e todos olharam surpresos. – Vocês não vão!

– O que? – perguntei.

– Vocês quatro não vão! – ele repetiu mais claramente. – Eu, a Claudia e a Kate decidimos isso ontem a noite!

– Como não vamos? Ficou doido foi? – o Rick perguntou.

– Não podemos arriscar a perda dos dominadores e o desiquilíbrio natural! – a Kate falou.

– Não podemos ficar aqui sem fazer nada! – a Bia interferiu.

– Eu sinto muito! Mais é o melhor para vocês! – a Claudia falou pegando uma mochila. Ela tirou varias estacas de madeira e jogou para nós. – Isso vai ajudar se precisarem!

– Eu não vou ficar! – o Rick falou.

– Precisa ficar Henrique! – o João falou meio irritado.

– É nosso dever proteger e mata-los, não de vocês! – falei.

– Não quando a vida de todos vocês esta em jogo e já eu não tem uma linhagem para continuar a vida dos elementos, vocês não vão! – o João falou. - E é minha obrigação protege-los e é isso que estou fazendo!

– Isso é loucura João! Não podem fazer sozinhos! – foi à vez de o Felipe falar.

– Vão me agradecer por isso! – ele seguiu para a porta.

Olhei para a Kate que a abaixou a cabeça. Lembrei-me de algo que ouvi quando estava na floresta.

– Espera! – eles param e me olharam. – Se somente dois dominadores morrerem o equilíbrio não cai, os dois elementos que podem formar união, como eu e o Rick!

– O que isso tem a ver? – a Bia perguntou.

– Se eu e o Rick formos e algo acontecer, ainda têm a Bianca e o Felipe então o equilíbrio não vai cair!

– Não insiste Claire! – a Kate me advertiu.

– Estou falando serio! Os que têm possibilidades de estarem ligados aqui é a Bia e o Felipe, portanto eu e o Rick não estamos conectados, não corremos perigo de enfrenta-los, a Bianca e o Felipe podem ir para outro lugar e assim ela não terá tempo de matar a mim e ao Rick e ir atrás da Bia e do Lipe!

– Isso é arriscado Claire, e eu nunca deixaria você e o Rick lutarem sem nós! – o Felipe falou.

– Se quer mesmo salvar o equilíbrio vai ter que deixar Felipe! – o Rick falou se aproximando de nós.

Ele nos olhou e pude sentir a tristeza nos seus olhos verdes, a Bia se aproximou e segurou minha mão.

– Estamos juntos Claire! – ela falou.

– Se tem um casal que pode continuar o equilíbrio aqui, são vocês dois! – o Rick falou. – Eu e a Claire não somos os melhores amigos e acho que não daria muito certo!

Assenti e todos viramos para o João, a Claudia e a Kate que esperavam na porta.

– Está decidido! Eu e o Rick vamos com vocês!

– Acho que ainda é... – a Kate começou.

– Já decidimos loira! – o Rick a interrompeu. - E não fala nada João!

– Tem certeza? – o Felipe falou perto de mim.

– Relaxa dominador! É minha hora de ajudar de você!

– Toma cuidado! – ele me puxou num abraço.

– Vou tomar! Toma cuidado também! – me afastei um pouco e ele assentiu.

Soltei-me dele e abracei a Bia que suspirou.

– Vai dar tudo certo Bia!

– Vai sim amiga! Obrigado Claire, por tudo!

Afastei-me e sorri.

– Os amigos de verdade fazem sacrifícios pelos outros!

Ela me abraçou de novo.

Sim, eu me sacrificaria pelos meus amigos se fosse preciso e mataria quem fosse preciso também.

***

Bia

A pele quente do Rick parecia estar ainda mais. Afastei-me um pouco do seu abraço e olhei seu rosto, os olhos avermelhados e um sorriso preocupado.

– Obrigado Rick!

– A gente se sacrifica por quem ama!

Senti uma leve dor e me abracei a ele de novo. Ele se afastou e sorriu.

– Acho que estou te devendo uma! – o Felipe falou e o Rick se virou.

– Uma noite com sua namorada e tudo está certo cabeça de pedra! – ele deu um sorriso. – Relaxa ai Felipe! Ainda tenho muitos apelidos para inventar para você, não é nosso fim!

– Claro que não cabeça de fosforo! – o Rick olhou incrédulo. – Também sei inventar apelidos!

O Felipe deu um sorriso e estendeu a mão para o Rick.

– Boa sorte Rick!

– Boa sorte Felipe! – ele apertou sua mão.

Saímos da pousada e Kate me abraçou e olhou com tristeza.

– Vai dar tudo certo Kate!

– Cuida do anjo e se cuida também! – assenti.

– Precisam se distanciar o máximo possível! E não se preocupem, vamos cuidar de tudo! – o João falou.

– Boa sorte! - Falei colocando o capacete.

...

O vento frio batia no meu rosto, travei as mãos na cintura do Felipe que já entrava numa estrada vazia.

Eu me sentia muito mal por deixar os outros lá, mas se realmente eu o Felipe estivéssemos conectados seria muito mais fácil para a Jeniffer nos matar.

Apenas alguns carros passavam perto de nos e outros ficavam para trás.

– Aonde nós vamos? – perguntei.

– Acho que São Paulo já o suficiente! – o Felipe respondeu.

O vento batia e ele aumentou a velocidade, indo cadê vez mais rápido.

– Felipe não precisa correr tanto! – falei, mas ele pareceu não ouvir.

– Felipe diminui! – ele não respondeu. – Felipe diminui agora!

Ele soltou um suspiro, como se sentisse dor.

– Felipe! Felipe! – ele não respondia e a velocidade aumentou.

Olhei para frente de novo e só vi a luz branca tampar meus olhos.

– Felipe! – gritei e só senti meu corpo sair do lugar e a dor invadi-lo, minha cabeça se cortar em algum lugar e o capacete se soltar, o cheiro de sangue e a escuridão me tomarem.

***

Felipe

Acho que São Paulo era o suficiente para ter a distancia que precisávamos. Comecei a ir em direção do nosso destino. A estrada era bem visível a minha frente, ate tudo começar a ficar nublado e confuso.

– Não adianta fugir... Fugir... Fugir... – uma voz vinha na minha cabeça.

Balancei a cabeça tentando focar na estrada a minha frente.

Imagens começaram a vir tampando minha visão: sangue, dor, grito, medo...

– Pare de fugir... Fugir... Fugir...

Estava tudo confuso, eu só via as imagens e a voz na minha cabeça.

– Pare... Pare...

– Felipe... Felipe...

Minha cabeça girando, eu não via mais nada a minha volta.

– É o fim dominador!

– Felipe! – ouvi a voz da Bia e finalmente tudo voltou, mas só vi luz branca na minha frente. Senti o baque do meu corpo com alguma coisa.

A dor invadiu tudo, o cheiro de sangue, senti que estava caindo em algum lugar e logo bati com força em algo.

Senti o gosto de sangue na boca, tentei mexer, mas tudo doía. Abri os olhos devagar e levantei os braços com dificuldade e tirei o capacete que estava machucando.

Virei de lado e vi a Bia caída ali, me mexi um pouco e me arrastei ate ela.

– Bia... – minha voz saiu com dificuldade. – Bia...

Levantei um pouco e a virei pra mim, tirei o cabelo do seu rosto e olhei o sangue a sua volta.

– Bia não, não, não! – me aproximei mais colocando a cabeça no seu peito e ela respirava pouco e o seu coração batia devagar demais.

Olhei de novo e vi um corte na sua testa, tentei levantar, mas uma dor terrível no meu pé esquerdo não deixou.

– Bia, por favor! Acorda, por favor, por favor!

Uma dor acertou minha cabeça e tive que colocar as mãos para ver se parava e nada. Senti tudo doer de novo e meu corpo cedeu caindo mais uma vez.

– Bia... – estendi a mão e a escuridão tomou conta de tudo.

***

Rick

Chegamos ao galpão e antes que pudesse entrar, parei assim que o vi. Era um tipo de lobo enorme, ou alguma coisa do tipo, mas os dentes que eles mostravam não eram de bem vindos!

Os pelos cor de gelo e olhos azuis me olharam com raiva, dei um passo para trás e ele avançou na nossa direção, empurrei a Claire que estava trás de mim e fiz as chamas saírem antes dele me alcançar.

– Que bom que vieram e que pena que a Bia e o Felipe não puderam vir, mas não se preocupem já mandei o Jonny ir se encontrar com eles! – olhei encontrando a Jeniffer.

– Sua maldita! – a Kate saiu e foi ate ela e começou uma luta de vultos.

– Kate não! – ouvi a Claudia gritar e em seguida fazer um daqueles barulhos de cobra para outro lobo marrom escuro.

O João estava no chão com mais um lobo, cor de caramelo em cima dele.

Alguns ferros começaram a flutuar e olhei vendo a Claire flutuar e uma garota loira tentar derruba-la.

Virei-me dando de cara com o lobo cor de gelo que mostrou os dentes e pulou em cima de mim, eu nunca tinha lutado com um lobo antes e ele era forte demais e sua boca estava a centímetros do meu rosto.

Estiquei as pernas o acertando e tirando de cima de mim. Olhei em volta vendo uma menina que devia ter uns onze anos. Estava assustada, fui a sua direção e ela se afastou.

– Tudo bem! – estendi a mão. – Só quero ajudar!

Ela olhou em volta de olhos arregalados e depois pra mim.

– Vem! Eu vou te ajudar! – ela estendeu a mão para pegar a minha.

– Rick! – a Claire gritou e me virei recebendo a garota loira com as presas a mostra.

– Tira a garota daqui Claire! – gritei.

Girei o corpo ficando por cima da garota loira.

– Foi mal sanguessuga. – esquentei a mão e coloquei rumo do seu coração e ela começou a gritar ate se calar.

Levantei e fiz as chamas saírem ate alcançar o lobo caramelo que se retorcia no chão pela dor que o João o causava, ele começou a rugir com o seu pelo pegando fogo e rolar no chão.

A Claire estava com a garota, olhei vendo a Jeniffer torcer o braço da Kate causando um estalo e ir à direção da Claire.

Corri e girei no ar acertando ela antes de alcançar a Claire.

– Sai fora cabeça quente! – ela gritou e pegou meu pé me derrubando.

– Claire! – gritei e ela virou estendendo só uma das mãos e uma onda de ar fez a Jeniffer voltar para trás.

A Claudia fez outra vez o barulho de cobra e cravou os dentes no lobo marrom que gemeu e começou a se contorcer no chão.

Levantei e puxei o braço da Jeniffer que virou me acertando um soco e me empurrou, peguei um ferro do chão e atirei nela que o pegou e veio contra mim, começamos uma luta rápida, ate a Kate a puxar pelo cabelo e joga-la longe.

Ela se levantou e com um dos pés chutou a Claire que caiu e foi o tempo que ela precisou para pegar a garota e morde-la. O grito da garotinha foi terrível e senti uma dor no peito por ela.

– Não! – o João gritou.

As luzes começaram a piscar e pude ver as arvores lá de fora balançarem com força, o chão tremeu de leve.

– Está feito! Só faltam vocês dois! – a Jeniffer falou olhando pra mim e a Claire. Quer dizer que o vampiro conseguiu alcançar a Bia e o Felipe?

A garota tremia no chão, a Kate foi ate a Jeniffer de novo que a acertou com um soco, a Kate virou e chutou-a que desviou e a pegou segurando seu pescoço.

– Kate sai! – gritei me levantando.

Foi em vão, a Jeniffer é mais forte que a Kate, ela segurou o pescoço dela e girou fazendo um barulho e a Kate caiu no chão. A Kate não, a Jennifer não podia fazer isso!

– Kate! – a Claire gritou e correu pegando o braço da Jeniffer que se soltou e correu para o outro lado batendo o braço no João que foi parar perto de alguns entulhos. A Claire pegou um ferro com ponta afiada no chão e lançou na Jeniffer que apenas esticou a mão e pegou- o.

– É o fim dominadores! A morte chegou!

Ela jogou o ferro de volta numa velocidade tremenda que não deu tempo da Claire desviar. O ferro acertou no peito da Claire que gemeu. Senti uma dor no peito e coloquei a mão sentindo o sangue pingar e a dor dominar meu corpo. Olhei a Claire tirar o ferro e cair de joelhos. Meu corpo cedeu caindo de joelhos também.

Minha respiração não saia, meu coração bateu de forma irregular e tudo ficou nublado.

– O circulo está completo! – ouvi a Jeniffer dizer.

– Claire! – estendia mão.

– Nós estamos conectados! – ela falou num tom de surpresa. Olhei seu rosto repleto de dor e tudo girou.

– Desculpe! – a Claire falou respirando pela ultima vez antes de cair e meu corpo foi junto e a escuridão tomou tudo.



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Notas finais do capítulo

E ai gostaram? Odiaram? Omg
Gente quem ai quiser que eu avise nas mensagens quando for postar a segunda temporada é só deixar aki em baixo nos comentários, ai eu aviso pra vcs!
Espero que tenha causado impacto no ultimo capítulo e enfim, o que será dos nossos dominadores?
Comentem... obg loves!
Beijos e ate a segunda temporada!
seus lindos



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