Felipe

Eu me sentia preso no seu olhar, perdi o foco de onde eu estava, porque eu estava ali e para que, nada mais importava, eu só via ela, linda, perfeita. Ela usava uma blusa branca um pouco decotada e uma calça jeans clara, tinha um corpo perfeito e o rosto era a coisa mais linda que eu já tinha visto em toda a minha vida, a boca pequena, com um nariz pequeno, os olhos eram castanhos mais tão intensos que eu me recusava a tirar o olhar deles. Os seus cabelos caiam ate o meio das costas lisos e formando alguns cachos, ela não era muito alta mais ainda assim era linda e continuava a mesma que eu tinha visto la na lanchonete.

Agora ela sorria e quando eu toquei sua mão, uma corrente elétrica percorreu meu corpo e eu me senti perdido, completamente perdido, eu só conseguia ve-la e mais ninguém a nossa volta. Seu cheiro preenchia o ambiente, um toque floral mais com uma certa brisa do mar ali em volta, eu queria tocar no seu rosto e realmente ver se ela era real. Mais antes que sentisse ela tirar sua mão que por sinal era bem fria de mim, alguém tocou meu braço e toda a minha fantasia foi embora e eu olhei desapontado para o garoto estranho com os olhos vermelhos que me encarava com raiva.

Foi tudo muito rápido, ela o pegou pelo braço se despediu e ambos saíram da sala, eu ainda não tinha voltado totalmente ao mundo real e estava ainda um pouco perdido mais vi que tanto o João quanto a Claudia me encaravam. Na verdade o que eu queria era ir atrás dela e falar, perguntar, ouvir sua voz, sentir sua presença, o seu cheiro e mais nada. Fiquei paralisado por um tempo tentando voltar ao normal.

- O que deu nele? - perguntei confuso.

- Nada é só ciúmes! - A Claudia respondeu sorrindo.

- Ciúmes? - minha mente estava vaga e confusa.

- É. Ele tem muitos ciúmes da namorada, sabe e parece que você ficou meio perdido perto dela. - O João falou rindo.

Quer dizer então que ela era namorada dele! Que droga... eu era mesmo um idiota, um completo idiota.

***

O João me mostrou todo o espaço e eu nem prestei muita atenção no que ele falava e nem no que eu via, só vagava procurando por ela, mais ela não estava em lugar nenhum e depois de ver tudo decidi ir embora, eles insistiram para que eu ficasse mais recusei e assim foi feito. Sai meio confuso por uma entrada esquisita e peguei um ônibus ali mesmo sem presta muita atenção no que se passava, minha mente viajava em seu rosto perfeito e de como eu era idiota.

Tomei um banho assim que cheguei e peguei um livro tentando me concentrar quando ouvi um barulho vindo da janela. Olhei devagar e ela estava la, parada como uma estátua, encostada despreocupadamente na parede, usava uma calça bem colada preta e uma blusa também preta com alguns detalhes de renda, o rosto era sempre o mesmo e os cabelos com cachos dourados.

- Oi! - ela falou sem preocupação!

- Oi Suzy!- ela avançou vindo em minha direção e subindo na cama, tirou o livro da minha mão e passou as pernas a minha volta se sentando no meu colo, e vindo me dar um beijo, eu virei o rosto e ela beijou minha bochecha e me olhou confusa.

- O que foi? - perguntou.

- Nada...

- Como nada Felipe, que cara é essa?

- Minha... - eu estava mesmo cansado e um pouco irritado.

- É sério! - ela me encarou. - Pera ai, eu conheço essa sua cara... - ela soltou uma gargalhada e se sentou ao meu lado.

- Quem e ela? - perguntou ainda rindo.

- Ela quem? - estava tudo meio nublado.

- A garota que te deixou assim Felipe!

- Não tem garota Suzan! - mais que droga.

- Claro que tem, olha sua carinha de apaixonado...

- Para... que mané apaixonado? Ta louca?

- Vê se não pega outra Jennyfer ok! - eu virei a cara pra ela.

- Vai se catar! - falei zangado e ela riu mais ainda.

- Me fala dela lindinho... - ela encostou a mão no meu rosto me virando pra ela.

- Não tem nada disso sua doida!

- Ta bom, já que você não quer contar tudo bem então! Me fala pelo menos o que tem arrumado?

- Nada de bom, só uns caras chatos no meu pé!

- Que caras? Estão atrás de você? - perguntou preocupada.

- Não, querem ajudar e eu só estou cansado agora...

- Se quiser minha ajuda amor é só falar! - ela sorriu.

- Esta tudo bem Suzy, e você com anda?

- Bem e tenho rastro do vampiro mal - criado da cidade!

- Sério, e sabe quem é? - falei animado de repente.

- Por nome não, mais é um garoto e esse aqui é o cheiro dele! - ela tirou do bolso um pedaço de pano e me deu. Era mesmo cheiro de vampiro.

- Que saco! Vou ficar de olho e nariz de pé também. - tentei sorrir.

- Seria bom! - ela sorriu.

- Fica aqui comigo hoje? - perguntei e ela me encarou.

- Você esta todo bobo ai e quer que eu fiquei aqui com você? - ela franzia o cenho.

- Preciso da minha amiga... por favor? - fiz um biquinho e ela me deu um beijo no rosto e se deitou, gesticulou para que eu me deitasse também.

- Obrigado... - me deitei passando os braços em sua volta e ela sorriu . Não me lembro exatamente de quando dormi, só me lembro dela acariciando meus cabelos e sussurrando no meu ouvido “Boa noite anjo”.

Bianca, Bianca, era o que se repetia na minha mente durante o sono e sonhos que eu tive com ela.

***

A claridade batia forte nos meus olhos, os abri e olhei em volta e a cortina tinha ficado aberta, me xinguei por dentro. Virei me devagar e la estava ela ao meu lado, como um anjo sorrindo:

- Bom dia gatinho! - ela falou passando a mão no meu rosto.

- Bom dia! Pensei que você nem ia ficar... - falei com uma voz sonolenta.

- Você pediu e eu fiquei! - ela beijou minha testa.

- Que bom... - sorri acariciando seu rosto perfeito.

- Estava esperando você acordar, agora tenho que ir amor! - ela falou já de pé.

- Pois é, infelizmente eu também tenho ir trabalhar e aliás estou atrasado! - olhei no relógio e levantei correndo e vestindo outra camisa logo. Ela riu baixo e veio me dando um beijo no rosto.

- Tchauzinho! A gente se vê por ai, e se cuida. - ela sorriu.

- Se cuida também. Tchau. - sorri.

Fiquei olhando ela sair pela janela e depois escovei os dentes e sai correndo do quarto. Cheguei na lanchonete e entrei rápido e vi pelo canto do olho o Senhor José me fuzilar. Coloquei um boné e vesti a camisa do uniforme.

- Se ficar chegando atrasado vai acabar sendo despedido! - A Mary falou perto de mim.

- Desculpe, prometo que não vai mais se repetir! - me virei para ela e fiz um biquinho.

- Acho bom mesmo!

- Você ia mesmo me despedir? - perguntei fazendo uma carinha triste.

- Sabe que não! - ela se aproximou  e me deu um beijo no rosto e apontou para as mesas com alguns clientes.

O movimento foi bem intenso, fiquei numa correria das mesas a cozinha o tempo todo. Quase engoli o almoço inteiro e depois voltei a atender, apesar do calor que fazia as pessoas nao deixavam de pedir sanduíches.

A tarde já caia e o sol já se escondia, eu definitivamente estava cansado e isso era algo muito raro, já não tinha muitas pessoas e eu já estava doido que a hora passasse para ir embora, mais antes disso eu tinha que cumprir meu horário.

E logo fui atender um garoto sentado ali que já parecia impaciente. Me aproximei arrumando minha roupa e antes mesmo que eu chegasse perto o bastante, um cheiro me acertou com força e eu congelei. Era o mesmo cheiro que a Suzy tinha me trazido, do vampiro assassino da cidade. Parei e respirei fundo e eu podia ter certeza, aquele cheiro vinha do garoto de cabelos castanhos. Eu tinha que admitir que era muito bom em identificar cheiros e eu nunca me esquecia de um.

Respirei devagar e fui ate a mesa do garoto e falei com uma voz meio seca:

- Já decidiu o que vai querer?

- Sim. Vou querer só um sanduíche mesmo! - sua voz era calma e ele me olhou, era moreno e os olhos castanhos cintilavam e agora eu podia ter certeza, era um vampiro e muito bem alimentado.

Senti minha mão coçar para matar aquele maldito, prendi a respiração porque seu cheiro me dava nojo e raiva.

- Vou buscar, com licença... - falei meio com raiva e sai imediatamente.

Fiquei ali parado na cozinha tentando controlar meu nojo que ficou parado na garganta. Foi ai que uma ideéa me surgiu, peguei meu celular e disquei o número que já havia ate decorado e uma voz doce me atendeu:

- Alô!

- Acho que tenho uma coisa aqui que pode interessar vocês! - eu não era muito bom em cumprimentos, principalmente por telefone, eu era curto e grosso.

- Felipe é você?

- Sou eu sim! E então estão interessados?

- Sobre o que?

- Não da para falar pelo telefone Claudia, se algum de vocês puder vir aqui o mais rápido possível seria bom e ai eu explico.

- Tudo bem, iremos já que você diz ser tão importante assim.

- Mais sejam rápidos por favor!

- Ok!

Eu só tinha que segurar o sanguessuga ali por um tempo, olhei e ele pernanecia lá imóvel. Atendi alguns clientes e fui ate a cozinha de novo pegar os outros pedidos. Eles tinham que correr, eu não podia ir atrás do vampiro, não iam me deixar sair, pelo menos não ate que cumprisse meu horário. Minha raiva subiu quando eu ouvi a voz do sugador de sangue me chamar:

- Rapaz, por favor! - me virei mudando minha expressão tentando faze-la educada.

- Sim...

- Mais esta demorando muito, não vai vir mais meu pedido?

- Desculpe é que estamos com um problema na cozinha e vai demorar só um pouco.

- Mais como você esta atendendo os outros clientes?

- É que deu o problema agora e os outros estavam na sua frente! Realmente me desculpe vou tentar ir mais rápido. Com licença!

Ele assentiu e fez uma expressão de raiva. E eu sai de novo. Eu tinha que pensar e fazer alguma coisa, então peguei um copo de suco e fui ate a mesa dele novamente.

- Aqui, pro senhor esperar. Por conta da casa! - falei lhe entregando o copo, ele olhou desconfiado e pegou.

- Obrigado!

Sai em direção a cozinha mais a Mary me parou. Agora não por favor!

- O que você pensa que esta fazendo? - ela perguntou.

- Do que você esta falando Mary?

- Desde quando servimos suco por conta da casa?

- Sou estou tentando ser gentil! - falei baixo porque eu sabia que ele estaria ouvindo tudo. Droga droga droga!

- Atende o cliente logo e para de fazer gracinha!

- Tudo bem! - falei meio ranzinza e sai.

Fiz um sanduíche demorado, e sai meio devagar demais, tinha que enrolar e ter mais tempo. Cheguei na mesa e coloquei, ele me olhou ainda mais desconfiado.

- Esta aqui seu pedido!

- Demorou mais veio! Valeu!

- Por nada!

Eu não podia deixar aquele maldito ir embora, tinha que fazer alguma coisa e foi ai que eu pensei, tinha que apelar para minha última opção. Entrei na cozinha e puxei a Mary que estava conversando com uma amiga. Ela me olhou confusa e eu dei um sorrizinho tentando ser sedutor:

- Mary se eu te pedir uma coisa... me promete que não vai brigar?

-vDepende do que você quer...

- Sera que... talvez... eu possa sair mais cedo hoje?

- O que? Felipe você chegou atrasado hoje e agora quer sair mais cedo! Claro que não!

- Vai... Cobra essa pra mim, por favor é um assunto muito urgente que eu preciso tratar!

- Mais urgente que seu emprego?

- Por favor... Só essa vez... hum, estou te pedidno! - fiz um biquinho e uma cara de criança triste. Ela me olhou com raiva e virou a cara.

- Por favor, eu prometo que te compenso depois, por favorzinho! - tentei de novo e ela me olhou.

- Compensa depois?

- É. eu compenso, é uma promessa. - fiz outro olhar sedutor, apesar disso não funcionar muito.

- O que eu não faço por você né!- dei um sorriso e lhe dei um abraço tirando ela do chão.

- Valeu mesmo, acredite é por uma boa causa se não eu não pediria. Por isso que eu te amo! - fui lhe dando um beijo no rosto mais ela virou beijando minha boca.

- Ate que hoje você mereceu! - sorri.

- Anda rápido ta! - ela falou e eu asseti e tirei meu uniforme.

Olhei o garoto pagar e já ir saindo. Mandei um beijo pra ela e sai atrás, eles não tinham chegado e eu não podia deixar o sanguessuga ir embora. Andei devagar pela calçada atrás dele, ate porque aqui no meio das pessoas ele não usaria sua velocidade sobre-humana.

O sol já tinha sumido e já começa a escurecer, ele andava devagar analisando os lugares como se estivesse marcando onde atacaria, minha raiva subia e eu queria correr e pegar aquele sugador e arrancar a sua cabeça idiota. Ele se dirigiu ate um tipo de estacionamento que estava vazio e foi ai que mesmo sem pensar direito eu soltei a mochila no chão e corri o mais rápido possivel em direção a ele que se manteve imóvel ate eu me aproximar, ai ele se virou rapidamente e me acertou num chute. Meu corpo foi para trás e eu cai no chão com força:

- Eu não sabia que os garçons atacavam as pessoas! - ele disse me olhando e eu me levantei.

- E eu não sabia que os sanguessugas gostavam de sanduíches!

- Gostamos, mais também tem os mutantes intrometidos e na verdade eu adoro o sangue deles! - falando essas palavras ele avançou contra mim e eu sabia que se usasse meus poderes chamaria muita atenção e então resolvi usar meus outros dons, os de luta que eu também era muito bom.

Bati os meus pés nele e ele bateu numa das paredes e se levantou e avançou de novo e nos começamos a lutar, ele não era muito bom nisso e peguei um de seus braços e torci e ele soltou um rugido:

- Se eu fosse você ficava mais esperto e não saia matando todo mundo da cidade ou melhor eu ia embora e não voltava mais ate porque eu não gosto de vampiros!

- Maldito! - ele falou e eu puxei mais seu braço e ele rugiu de novo.

Ele nos girou e se soltou e correu em velocidade vampiresca. Me levantei e corri também, bati as mãos na grade onde ele havia pulado, e era bem alto. Não medi esforços e pulei também caindo de pé e voltei a correr, eu não era tão rápido quanto eles mais segui seu cheiro que ia direto para a floresta. Parei desistindo, eu nunca o alcançaria e só ia me ferrar. Suspirei com raiva e outro cheiro me acertou e eu parei virado para as árvores. Ouvi alguém se mover pelas as minhas costas e eu sabia que não era o vampiro assasino, era sim um vampiro... um vampiro que eu conhecia bem.

***

- Quer dizer que agora você é um caçador? - a voz soou conhecida e eu me virei automaticamente e a vi ali parada , Jennyfer... encostada num tronco com uma roupa típica de vampiro, blusa e calça preta colodos no corpo, os cabelos pretos caiam abaixo da cintura e seu rosto era perfeitamente o mesmo.

Eu não conseguia responder e nem me mexer mais e uma dor familiar me acertou e ela esperava tranquila minha resposta. O que ela estava fazendo? Ou melhor onde estava o maldito vampiro que eu procurava? Minha mente estava confusa e parecia que meu coração tinha parado e a dor me acertava forte.

- Não seja mal educado, fale comigo! - ela se aproximou parando na minha frente.

- O que você esta fazendo aqui? - foi a única coisa que saiu e ela sorriu.

- Soube que você estava aqui e então senti saudades e vim te visitar amor! - a dor veio mais forte e dei um passo para trás. Eu não conseguia entender porque ela ainda me causava tanta dor.

- Senti saudades Felipe! - quando ela disse meu nome meu coração parou de novo. Ela tocou meu rosto e eu segurei sua mão com força.

- Sua vadia insolente! - ela pegou minha mão apertando, eu me esquecia de que ela era mais forte que eu.

- Nossa, você não me tratava assim tão mal há algum tempo atrás...

- Vai se ferrar! - ela me reprovou.

- O que aconteceu com você? - sua voz sínica fazia minha cabeça doer.

- Sabe o que aconteceu?... eu vi a verdade e deixei de ser idota, não sou o mesmo Felipe de antes!

- Não parece ter mudado muito... - antes dela terminar minha raiva subiu e o chão tremeu.

- Como eu disse, você não mudou muito! - ela repetiu e eu puxei minha mão e há empurrei e fui saindo.

Ela se virou rapidamente e não deu tempo para que eu me mexesse. Ela me bateu com força contra uma árvore pegando meu pescoço. Ela me olhou e deu um sorriso sínico.

- Não vim de tão longe para você virar as costas para mim e ser mal educado. Mais também não vim para tentar ser gentil com você e nem para te dar o meu amor fingido, eu vim buscar o que é meu! - sua voz foi baixa nessas últimas palavras e minha fúria começava a querer explodir.

- Vai pro inferno! - falei quase sem fôlego porque sua mão apertava ainda mais meu pescoço. Ela riu baixo e me olhou com raiva.

- Posso ate ir depois que você me pagar o que deve!

- Não devo nada a você sua vadia!

- Deve sim, tudo isso que esta aqui... - ela apontou de leve pro meu peito em direção ao coração. Fechei minha mão em punho e me concentrei mesmo sem respirar direito e senti a ponta afianda de madeira se formando. Num movimeto rápido eu girei e inverti nossas posições e sem pena enfiei a estaca em seu peito e ela arregalou os olhos soltando um rugido. Ela caiu de joelhos e parecia tentar respirar.

Olhei com um sorriso satisfeito e a empurrei com o pé e passei minhas pernas sobre ela:

- Você errou seu idiota! - ela exclamou indo com a mão para tira-la eu a parei.

- Presta atenção no que eu vou te falar... acho bom você ficar bem longe de mim, porque não tera nenhum gota do meu sangue sua maldita, e se você quer ter um poder procure outro mutante idiota pra fazer isso, porque esse aqui você na consegue arrancar mais nada.

- Não tenho muita certeza disso! - ela falou com uma voz rouca.

- Pois tenha, porque da próxima vez... - eu puxei a estaca e ela soltou um grito – vai ser nesse seu coração de pedra! - eu enfiei de novo bem do lado do seu coração e ela gemeu. Olhei bem no fundo dos seus olhos e senti uma furia queimar. Eu me levantei e vi ela se levantar com dificuldade e sentindo dor. Sorri comigo mesmo e outra estaca se formou na minha mão, eu me virei para ela de novo e lancei acertando em sua perna direita. Ela gemeu e me olhou com raiva.

- Espero não te ver mais! - falei dando um tchau e sai.

Corri no meio de algumas pessoas, sabia que ela demoraria um bom tempo para se recuperar mais mesmo assim não seria bom que ela me alcançasse agora. Entrei na pensão e subi as escadas como um raio. Abri a porta e gelei de novo, sem nem se quer pensar ou sentir o cheiro que estava ali eu avancei e peguei a pessoa que estava ali dentro do quarto escuro. Peguei – a pelo pescoço e bati com força na parede e ai eu senti o cheiro forte e doce me acertar, bati a mão no acedendor de luz e arregalei meus olhos queimando nos seus castanhos.