- Onde estou? – Tenta abrir os olhos Hefesto, depois de receber em cheio a técnica de João Senpai.

Hefesto e João Senpai de Libra chocaram-se com suas técnicas mais fortes. Apesar de ter metade dos poderes, ter se tornado mortal e com a perna ferida como castigo de Zeus, Hefesto havia sobrevivido ao ataque do Cavaleiro de Libra. Athena, do alto do Santuário, não consegue sentir o cosmo de Senpai. Um fio de luz dourada parte da Casa de Áries para a Casa de Libra. Era a Armadura de Libra, que ao chegar em sua Casa, se desmonta e volta para dentro da Urna de Libra (espécie de caixa de Pandora onde cada Armadura de Ouro repousa na ausência de seu Cavaleiro).

- João Senpai de Libra elevou seu cosmo a ponto que queimar sua própria vida para derrotar Hefesto. – Lamenta Athena em prantos. - Dois dos meus Cavaleiros se foram. Não foi para isso que voltei.

As chamas de Áries e de Libra na grande Torre haviam se apagado. Inconsolada, Athena se desmancha em prantos, pois nunca o Santuário teria enfrentando um Deus, ainda mais sendo seu irmão. Apesar de ser doloroso a perda de dois Cavaleiros, Athena acreditava que com a bravura de Primo de Áries e o sacrifício de João Senpai de Libra, Hefesto estaria derrotado. Mas o Deus continuava vivo. Dentro do Santuário.

- Maldito Senpai de Libra! Como ele ousou acertar um Deus? Hahaha... Tolo Cavaleiro... Deu sua vida para acertar um único golpe em vão! – Hefesto se levanta quando se depara com a entrada da segunda casa, a Casa de Touro.

Hefesto, com sede de vingança insaciável, adentra agora a Casa de Touro. Determinado em derrotar Athena, estava disposto a eliminar todos os Cavaleiros de Ouro que se encontrava em seu caminho.

- A Casa de Touro não é? Vamos entrar e ver que tipo de Cavaleiro veste a Armadura de Touro, que forjei com tanto empenho!

Ao entrar na casa de Touro, Hefesto se depara com a Armadura de Ouro, no centro do salão da Casa. A Armadura parece intacta, como se nunca antes tivesse sido usada. Seu brilho era intenso.

- Me parece que a Casa de Touro não tem um guardião. Poderei passar por ela sem problemas.

- Se é o que pensa, está enganado Hefesto!

Cercando a saída da Casa de Touro, Diego se apresenta diante do Deus. Com olhar fixo e determinado, o cavaleiro cruza os braços, como se tivesse certeza que sua vitória seria rápida.

- Sou Diego, Cavaleiro de Ouro e guardião da Casa de Touro. Minha função é não deixar o inimigo passar por esta Casa!

- E você pretende fazer isto sem sua Armadura Sagrada, Diego de Touro?

- Não preciso mais do que uma fração do meu cosmo para te derrotar Hefesto.

- Um cavaleiro audacioso, e ingênuo... A Armadura de Touro forjei para que tivesse uma defesa avassaladora! Seus amigos morreram pois pensavam que tinham uma Armadura poderosa! Agora que você tem a mais forte das Armaduras, não quer usá-la! Vocês Cavaleiros de Ouro, são muito arrogantes!

- Primo de Áries. Você foi covarde ao derrotá-lo em guarda baixa. Usou truques sujos, surpreendendo-o com as mesmas técnicas que ele tanto treinou. Quanto a João Senpai de Libra, ele não morreu em vão. Ele se sacrificou, colocou todas as forças em sua técnica não para te derrotar, pois ele sabia que isso não seria possível. Ele te acertou em cheio, enviando você para cá. Você ainda não percebeu a gravidade de seu ferimento?

Hefesto olha para seu manto, está manchado de sangue. Quando ele abre seu manto, um corte profundo em seu peito sangrava:

- Aquele maldito! Ele não me matou! Ele me feriu seriamente para que eu não tivesse condições de lutar aqui! – Hefesto grita, amaldiçoando o Cavaleiro de Libra.

- Já chega Hefesto. Nestas condições você não pode me derrotar.

- Não! Eu me vingarei pelo que Athena fez! Eu sou um Deus do Olimpo! Não posso parar até que minha vontade seja feita!

- Está sangrando Deus tolo. Se tentar avançar mais um passo, te enviarei cara os confins do Inferno!

- Não pode derrotar um Deus sem ao menos trajar sua Armadura! Morra Diego de Touro! EXTINÇÃO ESTELAR!

Diego de Touro descruza seus braços e recebe o golpe em cheio. Porém, o Cavaleiro Diego nem ao menos sai do lugar. Um sorriso cobre seu rosto.

- O quê? Mas porque minha Extinção Estelar não causou efeito em você?

- Eu lhe avisei que te mandaria para o Inferno.

- Não adianta Diego de Touro, mesmo eu não tendo forças pra te derrotar, você nunca irá matar um Deus.

- Te matei á alguns segundos atrás. Você nem percebeu, mas foi vítima da minha técnica Grande Chifre, que absorve a força do seu ataque e se volta contra você. E você não é um Deus. Você é um pobre coitado Hefesto. Nem precisei vestir a Armadura de Touro para te derrotar.

Ao dizer estas palavras, Hefesto sente como se sua vida e seu espírito tivessem sido arremessados. Uma corrente de vento fortíssima é expelida das mão de Diego de Touro:

- Desapareça Hefesto! Receba de vez minha técnica infalível! Grande Chifre!

Hefesto é arremessado para fora do Santuário com um impacto violentíssimo. Pode se ver ao longe seu corpo mortal se despedaçando. Diego de Touro havia vencido a batalha, sem se esforçar.

O manhã chega ao Santuário de Athena. Os 10 Cavaleiros de Ouro restantes se reúnem a casa de Áries juntamente a Arbelia, Deusa Athena. Hefesto teria sido uma surpresa para todos, pois nunca um Deus tentou se rebelar a humanidade como ele tentou fazer. Athena, mesmo triste com a perda de dois de seu Cavaleiros, sendo um deles Mestre do Santuário, dá suas palavras de conforto:

- Aos bravos Cavaleiros que se foram esta noite, que suas almas não paguem o preço por erguer o punho a um Deus. Hefesto, Deus Artesão e da Forja, tentou tirar o equilíbrio dos Deuses com os Homens. Só espero que esta batalha não dê início a uma Guerra Santa.

De dentro da Casa de Áries, a Armadura de Ouro de Áries voa em direção ao horizonte, para espanto dos 10 Cavaleiros e de Athena. Adiante, onde o Sol brilhava forte, podia se ver a silhueta de um Cavaleiro. A Armadura se une, trajando-se ao Cavaleiro. Ao se aproximar, é clara a imagem: era Primo, Cavaleiro de Ouro de Áries, trajando a Sagrada Armadura.

- Áries? Então você não morreu? – Indaga Jubas de Gêmeos.

- Na verdade eu morri... Mas... Mas...

- João Senpai de Libra! Então esse era o plano dele! – Exclama Diego de Touro.

- Como assim plano Diego? – Questiona Jubas de Gêmeos.

- Quando ele desceu para a Casa de Áries, eu tentei impedi-lo de passar na Casa de Touro, pois eram ordens da Senhorita Athena que ficássemos em nossas Casas aguardando uma possível batalha contra o inimigo. Ele me disse que iria até a Casa de Áries para ajudar Primo, pois ele não estaria preparado para enfrentar este inimigo. E que se algo ruim acontecesse, era para me preparar, pois eu derrotaria o inimigo.

- Exato, e a morte dele, foi para me trazer de volta a vida também.

- Como ele te trouxe de volta a vida Primo de Áries? – Diz Athena, lembrando-se do momento em que sentiu o cosmo de Senpai desaparecer do Santuário.

- Vou lhes explicar tudo.

Primo de Áries conta então sua experiência após a morte. Durante toda a história de adoração aos Deuses do Olimpo, nunca jamais um mortal levantou o seu punho contra um Deus. Quando tiveram a audácia de se opor aos Deuses, os mortais após sua morte não teriam direito aos Elísios, e eram jogados para serem julgados no Inferno, onde Hades, Deus do Submundo se encarregaria de seu destino. Sendo pela justiça ou por rebeldia, Primo de Áries ergueu seu punho a Hefesto, sendo jogado ao Submundo.

- Quando cheguei ao Inferno, era um lugar horrível. Difícil acreditar que poderia existir vida ali. – Relembra Primo de Áries – Naquele momento, fui recepcionado pelo Caronte de Aqueronte, um dos 108 Espectros de Hades. aquele que levava as almas dos mortais até o outro lado do Rio Aqueronte, para serem julgadas pelos seus pecados. Quando cruzamos o rio, uma longa subida me levaria até a Corte de Julgamento, onde o Espectro Rune de Balrog me aguardava. A minha frente, milhões de almas em fila iam sendo despejadas cara diferentes lugares do Inferno, de acordo com, seu pecado.

- Ora, vejam só o que temos aqui! Um Cavaleiro de Ouro! Estava ansioso a sua espera Primo de Áries! Você é um caso raro, por se opor a um Deus, o Mestre Hades quer vê-lo pessoalmente!

- O Inferno era um lugar horrível. – Continuava contando Primo de Áries – O clima de morte, dor e sofrimento era tão grande, que não conseguia criar forças para erguer meu cosmo. Só me restava cair às mãos de Hades, e talvez pagar pelo meu erro pela eternidade. Mas, ali mesmo, sentia um calor humano. No fio da porta da Corte, uma luz dourada invadia a sala. Era João Senpai! Mesmo com o ar pesado do fim que é o Inferno, ele entrou com seu cosmo elevado ao 7º Sentido. Não! Muito além disso!

- Primo, você vai realmente deixar que digam qual é o seu destino? – Caminhando pela sala, João Senpai se aproxima de Primo – Você é um Cavaleiro de Ouro, defensor de Athena! Mesmo mortos, não podemos nos dar por vencido Primo!

- Mesmo depois de morto, ali naquele local, João Senpai inspirava meu cosmo com suas palavras. Ele realmente acreditava em meu potencial:

- Primo, você se deixou levar pelos truques de Hefasto, mas você é um dos Cavaleiros de Ouro mais fortes do Santuário!

- Como? Se falhei em minha missão de proteger a Casa de Áries?

- Primo, você ainda não percebeu, mas despertou seu 8º Sentido! Senão, você não estaria andando livre aqui no Inferno. Você pode voltar Primo, volte para o Santuário, tenha uma segunda chance em proteger Athena!

Rune de Balrog se levanta, e como um trovão rasgando os céus, ele tenta impedir Primo:

- Insolente! Não poderá ir a lugar algum! Você pagará com dor e sofrimento no Palácio de Hades!

- Rune de Balrog, eu me ofereço no lugar de Primo! Deixe ele ir, eu ofereço minha alma a troco da ida de Primo!

- Um peão de Athena servindo eternamente aos ideais do Imperador Hades? Isto me parece uma troca muito justa! - - Vá Primo, em sua caminhada rumo ao mundo dos vivos, não olhe para trás, ou irá ficar preso aqui para sempre!

- Não! Senpai, não pode se sacrificar por mim! Não pode pagar pelo meu erro por toda a eternidade!

- Força de Vontade. Determinação. Uma vez Cavaleiro de Athena, sempre Cavaleiro de Athena. Estou te dando a chance de voltar e tentar de novo. E sei que não falhará.

- Caminhei rumo ao Rio Aqueronte. Espectros e almas que vagavam sem fim me encaravam. Só pensava em retornar ao Santuário. Toda vez que o sentimento de culpa pelo sacrifício batia em meu coração, mais eu lembrava de sua bravura, e de sua total confiança em mim. Hoje, fui recepcionado pela minha Sagrada Armadura de Ouro de Áries, e a sua frente Athena, e a frente de todos os Cavaleiros de Ouro, eu juro: Lutarei com todas as minhas forças, sem jamais me render novamente. Não haverá desafios que não possa superar. O Mestre do Santuário, o Cavaleiro de Libra, João Senpai apostou a vida dele acreditando nisso. Se esta é minha segunda chance, não farei com que seja desperdiçada!

Envolvidos pelo cosmo de Luz de Athena, os Cavaleiros de Ouro firmam as palavras de Primo de Áries, honrando e respeitando o sacrifício de João Senpai. A Casa de Libra estaria sem um guardião. A chama da Áries na grande torre, batizada como Relógio de Fogo, voltava a emanar seu brilho. Diego de Touro, o primeiro Cavaleiro de Ouro a despertar o 8º sentido, é condecorado como novo Mestre do Santuário, também responsável por eliminar o Deus Hefeso, que ameaçou o Santuário e a própria Athena. Com o perigo eliminado, o Santuário se recupera e passa por um novo período de paz. Mal sabiam que seria um curto período de tempo.

Hades, Deus e Imperador absoluto do Submundo, sempre fica em seu Palácio, nos confins do inferno. Ambicioso por poder, sempre tentou ir contra seu irmão Zeus. Tentou inúmeras vezes investir contra o Olimpo, mas sempre vencido por Athena. Em seu reino de trevas, Hades fica isolado de tudo e de todos, apenas esperando sua volta triunfal. Agora com um exército de 108 Espectros, Hades aguarda o momento certo de punir aos mortais e aos imortais do Olimpo.

- Imperador Hades, o senhor tem uma visita hoje. – Diz Pandora, sua mais fiel serva.

- Pandora, sabe que não recebo clemências dos tolos que ao Inferno adentram. – Menospreza Hades, que raramente atende a um pedido de visita, até mesmo de seus Espectros.

- Nem mesmo do seu sobrinho que á tanto tempo não vê? – Das cortinas que cobrem a entrada do Palácio de Hades, surge Hefesto.

- Hefesto, meu sobrinho. O que fazes em meu reino das Trevas? Teu lugar não é no Olimpo, junto aqueles malditos Deuses?

- Fui traído pelos Deuses. E a principal culpada é Athena! Fui humilhado no Olimpo e na Terra dos mortais! Hades, hoje vim cobrar os 108 favores que você me deve, mas troco todos apenas por um favor!

- Se for para destruir o Olimpo e Athena, diga-me, o que posso fazer para te ajudar?

- Preciso reencarnar em um mortal poderoso, assim, poderei fazer meu próprio exército, e derrotar Athena!