A Chave Do Segredo - Dark Mystery escrita por Cristina Abreu


Capítulo 12
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Hey, hey!! Preciso ser breve hoje porque tem visita aqui em casa --'
Help me, pleeeeeeease!
E hoje ainda é o último dia das minhas férias. Again, Help me! Não, sério. Estou deprê! Último dia e eu aqui né! Ai... Que triste.
Mas deixa eu parar de sentir pena de mim e deixar vocês lerem logo. Esse ficou pequeno - e eu não demorei para postar! - em compensação ao outro.
Espero que gostem! Boa leitura e até lá embaixo!



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Capítulo 11

Londres, Inglaterra.

Dias atuais.

Lauren.

Acabamos no meu carro. Derek dirigia, sorrindo todo o tempo.

Eu também estava sorrindo. Era natural estar com ele. Esquisito, mas era uma parte de mim que se soltava. Uma que eu não tinha descoberto com mais ninguém, até hoje.

— Você não vai mesmo me dizer para onde vamos? - questionei.

— Não... Mas você não viu muita coisa de Londres, não é mesmo?

Concordei com a cabeça.

— Mudei-me esse ano, e meus pais ainda não tinham me levado para muitos lugares, então... - fiz uma pausa. - meus conhecimentos de pontos turísticos da Inglaterra se restringem à rua da minha casa e à escola.

Ele riu.

— E você, hein? De onde veio? - perguntei curiosa para saber mais sobre ele.

— Sou daqui mesmo. – falou, pouco confortável.

Franzi a testa. Ele não tinha nenhum sotaque, nem um fajuto feito o meu. E só depois me ocorreu.

— Ei! Como você sabe que não nasci aqui? - perguntei.

— As mesmas pessoas que comentaram sobre a morte de seus pais, falaram que você veio do Canadá. - Derek sorriu.

Fiquei desconfiada, mas não toquei mais no assunto.

O silêncio se estabeleceu pelo resto da viagem. Não perguntei mais nada, apenas segui a paisagem com meus olhos, curiosa para saber nosso destino.

E foi uma surpresa ele parar no centro de Londres, mais especificamente na margem sul do rio Tâmisa, entre as pontes Hungerford e Westerminster. À frente, o Olho de Londres aparecia, imponente.

Derek estacionou e nós saímos.

— Que foi? - perguntou ele, debochado. - Está com essa cara por quê?

— Porque pensei que você ia me levar para algum barzinho no subúrbio ou algo mais parecido. Mas a roda gigante? Eu não apostaria minha herança nisso! – falei, sorrindo.

— E por que pensou isso? - perguntou ele, guiando-me para a compra dos ingressos. Sua mão em minhas costas me transmitia o mesmo calor de antes.

— Porque você é um bad boy. - respondi como se fosse óbvio. - E esse tipo de garoto não devia fazer coisas mais perigosas?

Derek riu e se aproximou mais de mim.

— Você gosta do perigo, hein? - corei e ele riu mais ainda. - E você está certa. Isso aqui é só o aperitivo.

Arqueei uma sobrancelha, e deixei passar.

Derek pagou os ingressos e “alugou” uma cápsula só para nós – a maneira como ele o fez me era desconhecida.

A roda gigante, que girava a 1 km/h, não parava, e subimos na mesma ainda em movimento. A viagem demoraria cerca de trinta minutos. Trinta minutos com uma vista privilegiada, sendo a cápsula toda de vidro, com painéis. Dava para ver a uma longa distância alguns pontos de Londres. Foquei-me no Castelo de Windsor, que estava a mais de 40 km daqui.

— Nossa! – exclamei, maravilhada. - É lindo aqui.

Derek concordou, mas não olhava para a paisagem. Olhava para mim.

— Mais linda é você. - falou.

Pigarreei e voltei-me para a vista, sentando-me no banco comprido e de metal, que ficava no meio. Logo ele se juntou a mim.

Juntos ficamos observando a vista. E os olhos um do outro.

***

— E agora? - perguntei quando terminamos de desembarcar da cápsula em movimento. Derek me segurou pela cintura.

— Vamos andar um pouco e parar para almoçar. - respondeu.

— E o local que vai me levar? - estava curiosa.

Derek sorriu e passou a mão por meu rosto.

— Só mais tarde.

— À que horas?

— À meia-noite.

Já eram onze e meia, estava quase na hora. Cameron e Megan já tinham me ligado trilhões de vezes, mas em nenhuma eu atendera. Não queria falar com mais ninguém agora.

Derek me fez rir a tarde inteira. Era tão bom ficar com ele! Aquele garoto era como uma droga, fazendo esquecer-me facilmente dos problemas que venho enfrentando – mesmo que, no fundo, soubesse que esses eram tudo por culpa dele.

— Muito bem - falei. - já podemos ir andando.

— Está tão curiosa assim? - perguntou mesmo sabendo que sim.

Assenti e nos dirigimos para meu carro. Mais uma vez ele dirigiu.

Chegamos depois de alguns minutos - com mais uma viajem silêncio - e eu estava certa. Era um pub.

— Como vai nos por pra dentro?

— Tenho meus segredos. – ergui uma sobrancelha, para mostrar-lhe que eu duvidava. Uma encenação, porque eu tinha certeza que ele conseguiria o que quisesse.

Nem pegamos fila para entrar no local. Derek a cortou e imediatamente entramos.

— Bem, você tem bastante influência. - falei, tendo que gritar para ser ouvida. A música estava muito alta.

— Frequento muito esse lugar.

Olhei ao redor, para o local escuro. As paredes eram negras, mas ficavam coloridas com as luzes da balada. Uma música recentemente lançada era tocada pelo DJ, que agitava a todos.

Um pouco mais longe da pista de dança, apresentava-se um bar. Luzes de neon o clareavam e o barmen fazia algumas estripulias com as bebidas.

E foi para lá que fomos.

Derek pediu duas bebidas e empurrou uma para mim.

— Eu não bebo. - gritei.

Ele arqueou uma sobrancelha e virou seu copo, pedindo outro a seguir.

Mordi o lábio e cheirei a bebida. Era claro o cheiro de álcool. Sem pensar muito, também virei o líquido e deixei que escorresse por minha garganta.

Fiz uma careta com o ardor.

— Mas o que é isso? - perguntei esfregando a garganta.

Derek limitou-se a rir e a beber o que parecia ser terceiro copo.

— Venha, vamos dançar. - e puxou-me para os outros corpos que se agitavam no ritmo da batida.

Corei, mas o acompanhei; meu corpo respondendo espontaneamente à música. Derek se aproximou mais de mim, roçando seus lábios em minha clavícula. Eu? Não o empurrei, apenas continuei dançando junto com ele, cada vez mais perto. Segurei em seu pescoço e ele em minha cintura, ainda me beijando no pescoço.

Ao que parecia a bebida tinha funcionado.

Continuamos dançando pelo o que pareceram horas. Nossos corpos ainda se tocando. E foi só quando seus lábios roçaram os meus que percebi o que estava fazendo. Que estava errado.

O empurrei e corri para fora do pub. Meu carro tinha ficado mais afastado e seria uma longa caminhada até ele, mas naquele local que eu não ficaria.

Sem mais nada o que fazer, a não ser fugir dali, comecei a caminhar.

Cheguei em casa encharcada. Chovera enquanto eu caminhava, e é claro que estava despreparada. Entrei em casa, e deixei minha mochila - que eu jogara no carro quando Derek me “sequestrou” - no hall de entrada, indo para meu quarto.

— Brooke? - chamei na escada. - Brooke?

Minha gata não deu sinal de vida, e eu imaginei que ela tivesse dado “uma volta”. Quem sabe o que devia estar resolvendo agora, já que Derek tinha aparecido?

Suspirei e entrei no quarto, indo diretamente pegar uma toalha. Depois, fui para o banheiro e despi-me, ficando apenas de combinação.

— Bela imagem. - sussurrou uma voz atrás de mim.

Gritei e me afastei, encostando-me na parede.

Derek estava confortavelmente apoiado no batente da porta, analisando cada parte do meu corpo. Peguei a toalha e enrolei-a ao meu redor.

— Co... Como entrou aqui? - perguntei com a respiração acelerada.

— Trancas não são um problema para mim, Lauren. Já devia saber disso. – respondeu, entrando no banheiro.

Observei-o da cabeça aos pés. Nem uma única gota de água. Ele estava completamente seco.

— E como chegou até aqui? - perguntei novamente.

— De carro, é claro. Não iria me molhar. - Derek deu de ombros.

— Eu teria percebido se algum carro estivesse me seguindo. - falei o que me era óbvio.

— Não a segui. Sei onde mora. Sei tudo sobre você. - ele se aproximou ainda mais, até estar defronte a mim.

Suas mãos quentes passaram por meu rosto, e continuaram por meu pescoço. Não consegui me mexer, estava paralisada.

Derek se inclinou, mas seus lábios não tocaram os meus. Tocaram meu pescoço, me fazendo estremecer. Quando suas mãos arrancaram minha toalha, não fiz nada para impedir. Queria seu toque; precisava do seu toque.

— E você saberá tudo de mim. Tudo. - ele sussurrou em meu ouvido. - Claro, grande parte você já sabe. Mas tem muito mais.

Ainda não tinha conseguido me afastar. Não queria. Sem controle sobre mim mesma, passei minhas mãos pelo seu peitoral definido e o puxei mais para mim, deixando-o esquadrinhar meu corpo.

— Derek. - sussurrei.

— Sim, meu docinho? – perguntou, rindo.

— Beije-me. - pedi.

Como resposta, ele elevou os lábios do meu pescoço para a minha boca. Seus lábios não eram gentis, como os de Cameron. Eram rudes e precisos. Sua língua enroscou-se com a minha, em luxúria.

Minhas mãos foram até a barra de seu suéter e o levantaram. Rapidamente, ele estava no chão.

As mãos que estavam em minha coxa, ergueram meus pés do piso frio de madeira, carregando-me no colo. Pelo breve momento em que nossos lábios se separaram, beijei seu pescoço e ele meu ombro.

Fomos para a minha cama, na qual me atirou e deitou-se em seguida.

Mas não fomos muito longe. Quando Derek procurou o fecho de meu sutiã, percebi o que estávamos prestes a fazer – novamente! E não estava pronta. Era tremendamente errado... Não era mais apenas um beijo.

— Não. Saia. – murmurei e o empurrei para trás.

— Lauren...

— Derek, não. – meu rosto estava totalmente vermelho, e eu não sabia onde enfiar a cara. Tentei encarar o travesseiro em meu colo, ao invés dos olhos negros que me fitavam tão profundamente.

— Tudo bem. – o suspiro foi frustrado. – Não me importo em esperar... Um pouco.

Minha risada foi sem qualquer humor.

— Desculpe-me, Derek, mas é melhor esperar sentado. – torci a fronha azul em meus dedos nervosos. – Isso foi um erro que não se repetirá.

— Sabe, meu docinho... Eu discordo. – pela sua voz, estava sorrindo, mas eu não me atrevia a erguer o olhar, tamanha era minha vergonha por aquele momento embaraçoso. – Os seres humanos estão sempre cometendo os mesmos erros, nenhum aprende.

— E qual é o seu erro? – meu tom era cansado.

— Você.

Com essa palavra, ele apanhou o suéter do chão e saiu pela porta, encostando-a depois de passar. Respirei fundo e afundei em minhas cobertas, querendo, naquele momento, desaparecer.

***

Floresta Wicca.

Dias atuais.

Morrigan.

“Morrigan, com cabelos vermelhos, esvoaçados, mais leves do que brisa que passa por entre seus dedos, e com seu manto sujo de sangue rasgado, se glorifica em alimentar-se dos mortos no campo de batalha. Ascende como uma Deusa Tríplice, que revela-se no segredo da noite, na forma de um corvo, mas que brilha como o próprio Sol.

Deusa da morte que vigia sua vida.

Cuidado! Sua armadura poderá ser lavada, e sua alma retirada pela Grande Rainha.”

Costumava ser assim, como citado em um dos livros de lendas que eu me recordava. Eu costumava reinar, deleitando-me com os mortos, sentindo seus gostos em minha boca. Seu sangue escorrendo em minha pele.

 Infelizmente, nada era como antes.

Desde que aquele guerreiro aparecera, tudo tinha mudado. Ele morreu. Mas antes disso, me levara junto com ele. Seu sangue, que eu jurara tomar e apreciar, causou a minha morte.

Destino. Era essa a palavra que vinha em minha mente, embora eu tivesse arranjado um jeito de contorná-lo, apesar de tudo. Eu retornaria. E esse momento estava muito próximo.

Respirei fundo e deixei-me sair do corpo no qual “vivia”. Não tinha domínio total sobre ele, apenas em alguns aspectos podia determinar pequenas ações. Mas esse não era um dos momentos em que podia fazê-lo.

Voltei para a floresta que habitava quando não suportava ficar muito tempo dentro daquele corpo. E agora, essa era uma hora insuportável.

Gotas de orvalho despencavam das pétalas das flores, e um sol de verão acalentava minha pele. Aqui na floresta não tinha noite. Todos os dias eram brilhantes e alegres, mesmo que quem estivesse dentro dela não se encontrasse nesse estado de espírito.

Nesse lugar, tudo tinha seu brilho próprio. Até as sombras das copas altas das árvores, que se projetavam no chão tinham seu brilho.

Algumas folhas de outono caíram em minha cabeça. Outras caíram sobre a neve no solo.

Sim, as quatro estações são juntas. Unidas para só um fim: trazer harmonia. A floresta pegava suas melhores características, formando um todo. Afinal, era assim que a sociedade tinha que viver. Junta em harmonia, cada qual com suas qualidades.

Esse era um dos poucos lugares que me aceitavam. O espírito de uma deusa.

Fui para perto da terra, e escorreguei pelo tronco. Suas farpas me feriram, mas, depois de poucos segundos, os machucados foram curados. Esse era o dom da floresta, além de ensinar, curava todos os ferimentos.

Aqui me sentia em paz. Mesmo que se procurasse mais afundo, acharia a parte de mim conturbada. Aquela que queria matar novamente.

Mas não podia o fazer com minhas mãos. Não agora, ao menos. Mesmo sendo uma deusa tríplice, como era, não tinha o direito de tomar as decisões por outras pessoas.

Suspirei e deixei meus pés descalços se enterrarem na terra, que logo se transformou em uma maré suave.

— Morrigan? - chamou uma voz próxima.

Os pelos de meus braços se arrepiaram. Não gostava nada de quem estava quase ao meu lado, mas era uma aliada, tinha interesse em minhas conquistas.

— Olá. – respondi, seca.

— Como vai, minha cara amiga? Não parece estar em um bom dia hoje. - falou ela.

— Como acha que estou? Nada bem. Durante anos isso vem me preocupando e quase que fui derrotada! – exclamei, indignada. - Ele não tem o direito de fazer isso.

— Não, não tem. Mas tem outras forças aliadas com ele. Por enquanto, não podemos fazer nada. Apenas aguardemos.

— Estou aguardando há tempo demais! - bufei, mas me recompus, jogando meus cachos vermelhos para trás. - Aquele guerreiro quer me fazer sofrer novamente. Acha que essa é a sina dele. Mas não é. O seu destino é morrer em minhas mãos. Novamente. Mas dessa vez, não irei com ele.

— Sim, sim. Mas isso demorará, do jeito como as coisas vão indo...

Suspirei e encarei a terra, que sob meus olhos virou mar. Era uma terra mágica.

— Podia ter impedido isso. - falei. - Se não tivesse...

— Não, nada a teria impedido. Ainda não sabemos direito com quem estamos lidando. - ela me interrompeu. - Ela é perigosa.

Dei uma risada sombria, que repercutiu por toda a floresta.

— Quem diria que você não seria párea para ela, hein?! - ironizei.

— Posso não ser sozinha, mas juntas, reinaremos. - falou dando-me um pequeno sorriso. - Afinal, não é assim que funciona? A lei da natureza, digo. Cada um se ajudando, no final vira um grande ato.

— O único ato que desejo é o da Morte. - disse.

Minha “companheira” suspirou, resignada.

— Ainda teremos esse ato. Um dos dois deve morrer, lembre-se. E está na hora disso acontecer, está chegando.

Sorri e assenti. Podia sentir em minhas veias o que estava por vir: sangue.

Porque nada era tão preto no branco como pensavam.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Vocês ainda não conheciam a Morrigan né? O que acharam dela? Novos mistérios...
Tomara que vocês tenham gostado e não se esqueçam dos reviews - e se quiserem deixar recomendações... Não irei reclamar!!!
Eu respondi os comentários da semana passada... Mas ainda faltam alguns dos capítulos anteriores. Desculpem!!!! Mas saibam que eu li todos e amei. Se tiver tempo, respondo-os ainda hoje.
Beijos, meus amores! :3



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