O Filho Do Olimpo E A Faca Da Noite escrita por Castebulos Snape


Capítulo 34
Herói


Notas iniciais do capítulo

Ultimo cap, gente. Acho até que e vou chorar ~ snif ~ minha primeira fic sendo concluída. A primeira historia do Filho do Olimpo, meu primeiro livro. Que emoção. Quero agradecer à todos que leram, que comentaram, que não comentaram, os que só leem porque não tem nada melhor para ler, e quem nem leu, eu tô agradecendo todo mundo hoje!
Não acho que ficou 100%, mas é o final que eu sempre quis. Por favor, leiam as notas finais?



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Três dias depois de falar com meu avô, eu estava nu (sim, se novo, acho que esse pessoal quer meu corpinho), no sofá de Hades, um palito de picolé enfiado em minha garganta e Apolo debruçado sobre mim com os olhos emitindo uma luz poderosa, seu jaleco branco contrastava com a bermuda e o peito nu. Atena esta atrás do sofá, olhando o irmão, sem paciência. Ártemis estava tão impaciente quanto Atena, mas demonstrava isso andando de um lado para o outro, se houvesse algo de errado comigo ela jogaria Apolo no Tártaro. Perséfone saíra da sala assim que Apolo fez meu pijama desaparecer. Hades estava rindo baixinho no canto, começou quando eu coloquei uma almofada no colo para, pelo menos, esconder meus “pertences”.

– Hum – disse Apolo pela vigésima vez. Meu queixo doeu, estalando, faziam vinte minutos que Apolo estava fazendo aquilo, eu estava para achar que ele ia dizer que eu tinha câncer de garganta ou que tinha engolido uma parte do Senhor da Escuridão. – Sua garganta está perfeita!

Ele se afastou, fazendo seus olhos voltarem ao normal, sumindo com o palito e retirando as luvas, se eu estivesse em minhas roupas e teria avançado nele para arrancar sua língua fora. Ártemis parou, torci, silenciosamente, que ela o agarrasse pelos cabelos e o balançasse um pouco. Atena se desencostou e Hades fico de pé.

– Ele estava bem, e pode voltar para o Colégio, mas sua carga energética foi comprometida, vai ficar melhor com o tempo, não é nada demais – estalou os dedos e eu voltei à minhas roupas – Se você se sentir cansado de repente ou sentir tonturas, pare na hora o que estiver fazendo se sente e respire fundo até passar. Entendeu?

Assenti, me perguntando o que deveria fazer se isso acontecesse em uma batalha, mas não falei nada, com medo de ser proibido de lutar.

Naqueles três dias Hades fizera o possível para me treinar um pouco, ele era impaciente e engraçado, mesmo ficando irritado quando eu ria. A luta me fazia sentir bem, vivo, bem até eu pedir para parar por estar cansado, os esqueletos eram bons adversários, fiquei um tempo pensando que eles lutavam bem demais para mim, mas depois de perguntar a Apolo ele me disse que as quedas de energia eram comuns depois do que eu passei.

– Então posso mesmo voltar para o Colégio? – senti o alivio me acalmar – De verdade?

– É! – ele ergueu os braços fazendo festa e uma dancinha ridícula – Eu estou de volta senhoritas! Não acredito que passei dois dias sem pegar ninguém! Nada contra Hades, você foi mais legal do que eu imaginei, mas eu preciso de luz para viver! Obrigado, Zeus!

Olhei Hades, ele estava com a mesma expressão de sempre, olhos em mim. Ártemis avançou no pescoço do irmão. Atena começou a gritar com os dois e Perséfone saiu do nada para brigar com os três. Mas não tirei meus olhos de Hades, ele ergueu o braço, me chamando para perto. Andei até ele e caminhei ao seu lado para fora.

Eu não sabia o que falar. Eu queria ficar ali, mas, no fundo, eu sabia que meu avô tinha razão, eu era o semideus mais poderoso da era, era o senhor da faca da noite, Erebus tinha me escolhido para seu inimigo, se eu não resolvesse aquilo, quem resolveria? Eu tinha que voltar o Colégio, tinha que aprender a salvar o mundo, deuses sabem como.

Ele parou, coluna ereta, sobrancelhas contraídas e olhos descendo por cada linha de me rosto. E sorriu, seus rosto se iluminou, deixando-o mais bonito e jovem. Papai Morte.

– Você está bem?

Era a ultima pergunta que e imagina sair de sua boca, o mundo desmoronou em meus ombros.

– Sim – respondi, tremulo – Eu acho, me sinto frágil de vez em quando, como se fosse feito de vidro ou algo assim, mas passa, é como Apolo disse. Eu... Estou com medo. De verdade – ele colocou a mão em meu ombro, parte do peso do mundo se foi – O que acontece se eu falhar? – eu sabia o que ele responderia, mas estava com medo de pensar nisso.

– Você não esta sozinho.

Quatro palavras, e eu me senti bem. Era verdade. Eu tinha tantas pessoas a minha volta, tanta gente que gostava de mim por incrível que pareça, a vida delas dependiam de mim, mas não lutaria sozinho por isso. Sorri e Hades me deu um abraço de verdade.

O que posso dizer? Que o mesmo tremor de quando eu o conheci percorreu meu corpo? Que ele tinha cheiro de cemitério? Não como Loki, ele cheirava a um ritual de despedida antigo, onde acendiam-se velas, untavam o corpo com óleos e os queimavam, se aquilo tinha um cheiro, era o cheiro de Hades.

Ele encostou seu queixo no topo de minha cabeça, e murmurou algumas palavras em grego antigo, como eu tinha matado todas as minhas alas, tanto com minha mãe tanto no Colégio, não era meu forte e nunca seria, mas, pelo tom que ele usava, e poderia dizer que era uma benção ou algo assim.

Ele se afastou

– Fique vivo. Eu não estou disposto a perder outro filho pelo bem do Olimpo – ele beijou minha testa e sumiu em fumaça preta. Não o vi depois disso, nem se despediu de verdade quando Atena me disse que estávamos indo, acho que sabia que não precisaríamos de despedida, ele era meu pai e a gente ia ser ver mais dia menos dia mesmo!

Quíron tirou minhas costelas do lugar, de novo. Centauro me pegou pelos ombros e me sacudiu, então me puxou para um abraço esmagador, eu podia sentir meus ossos estalando dentro de mim. Mal ouvi o que ele falava sobre eu estar vivo e tal.

– Quíron! – quaxei, esperneando – Solta!

Ele me pôs no chão, me apoiando, me dobrei por cima da barriga. Argos riu e me abraçou também, graças aos deuses não como Quíron. Os cem olhos pareceram me examinar completamente, atrás de algum ferimento.

– Amigo, eu não tenho nenhum ferimento exposto.

Ela assentiu, meio satisfeito, meio zangado, o gigante sabia que, seu eu não tinha ferimento na pele, teria ferimentos embaixo dela, mas ele não podia falar nada, ele não falava! O centauro me observava, enquanto colocava o café para nós na mesa, eu me senti quase frágil com tanta atenção.

– Jack, quero que me conte o que aconteceu – Quíron se pôs na minha frente, braços cruzados e expressão que beirava a pena.

Eu falei tudo o que tinha acontecido desde que sai do colégio, tudo o que eu ouvi, tudo o que o deuses me disseram, sobre meu avô e sobre Amanda. Ele me ouviu com muita paciência e mal se alterou, já Argos fazia caretas toda a vez que eu falava algo que o irritava ou desatava de ri com eu fazia papel de idiota para alguém. Quando terminei os dois ficaram muito sérios.

– Mas, fora isso, tudo continua na mesma – Argos avançou em mim me jogando no chão e me dando uma chave de braço. Eu não tive reação, apenas segurei seu braço quando ele fez menção de me enforcar. – Ei! – quando percebi ele estava fazendo “cascudinho” em mim, fazendo minha cabeça e minha coluna doerem! – Argos! Quíron!

No elevador pensei que meus irmãos e primos do dormitório de Apolo iam querer ouvir toda a historia, depois meus outro irmãos, e as ninfas e tudo mais. Eu não queria me repetir (de novo), mas eles precisavam saber, tinham que saber sobre a guerra quando as portas se abriram me perguntei por onde andavam Marcus e Lya.

– Jack! – me agarraram pelo pescoço, me jogando contra a parede do elevador e duas mãos apressadas me examinarem por inteiro, tentando achar algo fora do lugar, e eu me vi no meio do colégio todo. Cézar, Diogo, Zack, Karl, Marcus, Jane, Iolanda, Marcia, Carla, Aaron, Andrea e todos os outros estavam ali. Fui abraçado e colocado em meu dormitório, me sentaram em uma cama e me examinaram por inteiro. Não gostei nem um pouco de ter tantas mãos em meu corpinho lindo.

– Calma, pessoal! Afastei algumas mãos insistentes das filhas de Afrodite e vi os filhos de Hefesto rindo como uns loucos – Eu estou inteiro – Se elas não levaram nada com elas, Vox zombou um pouco –, Apolo disse que eu estou bem! – eles pareceram aliviados, percebi que, na guerra que se aproximava, eu os protegeria com minha vida – E agora vocês querem saber de tudo o que aconteceu.

– Não – admitiu Jane, me olhando com se eu fosse doido – A gente assistiu tudo na TV Hefesto! Aquela almofada era bonitinha!

O sangue subiu por meu rosto provavelmente me deixando da cor de um tomate. Maldita TV Hefesto!

Mas você tem que admitir que a almofada era bonita.

O que tinha embaixo dela também, mas isso não é da conta de ninguém aqui!

O que tem haver?

Sei lá! Você acha que tudo tem haver com você? Afinal, do que é que estamos fazendo.

Cala a boca, Vox! E por que Quíron me pediu para repetir tudo aquilo, será que também não viu na TV tudo o que aconteceu?

Cai na real, colega, ele queria saber o que você está sentindo e não o que aconteceu, isso o Olimpo inteiro já sabe!

– Muito engraçado, Jane, hilário! – ela segurou o sorriso, e eu me fiz de zangado, mas, no fundo, estava aliviado por não ter que repetir toda a história – Como estão as coisas por aqui com a guerra?

– Para falar a verdade – Zack emergiu do resto do pessoal, seu rosto cheio de cicatrizes me alegrou como nunca. Ele não estava mais tão mais alto que eu, será que tinha mudado de sapatos? – A possibilidade de uma guerra, fez os mais novos se animarem com o treinamento, não sei de onde eles tiraram que isso é legal, mas os mais velhos estão meio apreensivos, mas tudo ficará como antes.

– Nada ficará como antes, Zack, vai dar em... – Jane me deu um soco no estomago.

– Eu sei o que é uma guerra, Jack – o filho de Ares garantiu, segurando Jane – Mas, graças a você nós sabemos muito bem que Erebus está à espreita, a ideia dele de atacar e surpresa e com força total foi pro buraco – um arrepio subiu por minha coluna com o nome do deus primordial – Os olimpianos estão do nosso lado. Você é o mais poderoso semideus do século! E está com a gente também. Temos uma Deusa Primordial ao nosso lado, alguém que até mesmo Zeus teme! Jack! Estamos prontos para ele, colega.

Me perguntei sinceramente, se estávamos mesmo preparados para o que eu enfrentara no Tártaro.

Quando eu fiquei sozinho me sentei no chão e observei o teto ficar escuro, eu poderia estar lá fora, treinando, me preparando para o que estava vindo, mas eu apenas queria ficar ali, respirar fundo, limpar a mente e pensar sobre qualquer outra coisa, tudo exceto Erebus.

– Se continuar assim, vamos perder com certeza.

Não me alterei. Senti sua presença antes que ela se anunciasse, aquela presença fria e pesada, que me deixava nervoso, mas ainda sim me reconfortava. Me virei para Nix, ela estava sentada, altiva em um dos beliches, seu vestido negro se espalhava pelo chão e seus olhos negros estavam em mim, sérios.

A presença dela me acalmava de um jeito que eu não sabia muito bem explicar, por um lado eu achava que era por causa da segurança que passava, mas a outra parte de mim achava que era outra coisa. E suas roupas me lembrava de quando eu era pequeno e meu pai me mostrava o céu que as vezes não tinha estrelas. Olhei o teto do quarto, em seus belos tons escuros.

– Quando eu era mais jovem acreditava que a noite era apenas um pano que colocavam na frente do sol, só que estava tão velho e puído que tinha buraquinhos por onde o sol passava, que eram as estrelas e a lua era o maior buraco – continuei com os olhos no teto, me lembrando o céu do deserto, com saudades da época em que tudo era simples...

– Que coisa idiota! – deixei minha cabeça cair sobre o ombro para encará-la, olhei-a bem, de cima a baixo. Nix, a deusa da noite, estragando a infância das pessoas desde 1900 e Raio de Zeus!

– Obrigado, Senhora. O que quer de mim?

– Nada – ergui uma sobrancelha – O que? Eu tenho que me aproximar de você, se vamos entrar nessa guerra, eu tenho que tentar fazer algo com você para ver se você melhora um pouco, mas eu não sou o deus cristão para fazer milagres.

– Valeu, Deusa da Noite. Meu treinamento é ser jogado na foça? – ela sorriu e me convidou com a mão para que eu me sentasse ao seu lado. Me levantei e me sentei. Ela acariciou meu cabelo, quase que carinhosamente, era bom, tirou parte do meu cansaço e da minha tensão. Era com se ela estivesse retirando uma cruz das minhas costas.

– Eu não quero que você se sinta pior, e prometo que vou impedir que Erebus se aproxime de você com minha presença. Vou cuidar de você, Jack, que é meu dever. E o nosso dever é proteger o Olimpo. Aqueles trastes não merecem, mas essas crianças sim.

– Tem gente demais dizendo que eu sou responsável pelo Olimpo.

– Porque você é.

Eu estava no telhado, observando meus irmãos treinarem,, eu tinha acordado com mais disposição para treinar e, em pensar que eu ia fazer isso com minha família, eu já me senti vivo, mas, quando Quíron me mostrou aquele lugar, de onde eu podia ver todo o Colégio, eu não conseguir sair dali.

–Você tem que treinar!

Me virei, erguendo a espada, por ela eu não esperava. Era Héstia, pequena, com um vestido laranja, e olhos em chamas.

– Não consigo sair daqui – me perguntei se vinha mais alguém me visitar – É bonito não é? – ela se colocou do meu lado, era mínima em comparação a mim. Me perguntei quando eu cresci assim – Me faz sentir... Eufórico, mas em paz ao mesmo tempo. É bom, e me deixa nervoso, porque Erebus quer destruir isso aqui! Esse lugar maravilhoso que é a casa de todo mundo... Minha...

– Acho que logo irá entender minha bênção, Jack St. James... – ela sorriu, mostrando dentes quadradinhos e perfeitos, parecia um anjinho de olhos vermelhos, e se virou para ir embora – Nesse rumo, acho que nem tenho nada a fazer aqui.

– Senhora! – se virou, ainda sorrindo e indicou que eu perguntasse – Por que a senhora me chama de St. James? Tânatos também me chamou assim, mas esse não é meu nome de verdade, achei que soubesse disso.

Ele virou a cabeça para o lado.

– É claro que esse é seu nome, herói – me arrepiei, o modo que ela me chamou assim... Era como uma previsão, não um titulo, e não me deixou irritado, me deixou desconcertado, como se eu não o merecesse, e não o contrário – Você ainda não sabe, mas está prestes a entender. Sua vida mudou, aceite e agradeça. Tudo isso – ela indicou o mundo a nossa volta, New York ao longe, meus irmãos, tudo... – depende de sua coragem e de suas escolhas. Terá que, um dia, escolher entre alguém que você ama e sua vingança, sua dor – Não fez sentido, porque eu escolheria a vingança? Do que ela estava falando? O que mais ela sabia? – Pense, herói, pense no que é importante para você, pensei nas pessoas que você ama, descubra quem é você.

Ela sorriu da minha confusão e desapareceu em ma única e delicada labareda treluzente. Me escorei à bancada e observei tudo, as árvores, os prédios no horizonte, o céu azul, as nuvens... Olhei para os estudantes lá em baixo correndo, discutindo, lutando e senti algo que nunca tinha sentido antes. Algo que me deu orgulho e força. Me aqueceu por dentro e eu tive vontade de gritar, de rir, de descer lá e treinar com meus irmãos, nunca estive tão feliz, tão em paz, mesmo estando em guerra.

Finalmente entendi o que Hestia tinha me dado, mesmo que fosse tão estranha a criatura. O que me fazia reconhecer aquele lugar com meu. Ela me concedeu meu lugar na terra. Aquele lugar era literalmente e definitivamente meu lar. E seria mesmo depois que eu voltasse dos sete anos que eu tinha que ficar longe.

– Obrigado, senhora.

Percebi que eu tinha sido Jack Tenório Leal, eu fui um garoto nem quase normal, eu tinha sido humano, minha casa foi no Brasil, meu propósito de viver uma vida normal não existia mais, nunca existiu na verdade, mas era minha única opção na época. Nada me prendia de verdade em outro lugar só meus pais, eu considerava a outra extremidade do continente um lugar seguro para eles só que sem me ter por perto.

Agora era ali, era pelo Olimpo, por meu lar, por minha família; mortal, meio-sangue e imortal, eu era um semideus, estava em guerra contra o que poderia se considerar o mais poderoso deus primordial, agora eu era Jack Johan St. James, o Senhor da Faca da Noite.

Um maldito herói.


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Notas finais do capítulo

meu deus, eu não acredito que to chorando!

E ai, gostaram? Eu espero que sim, de verdade. Não me imporá mais que vocês comentem, percebi que vou continuar com a historia mesmo assim. A historia de Jack é meio longa, mais do que muito de vocês vão aguentar. Quando pensei em Jack, antes de conhecer o Nyah, imaginei uma serie de cinco livros como os do tio Rick, quando me forçaram a postar eu coloquei o nome da serie antes, para tudo não ficar tão confuso, mas não adiantou de muita coisa, eu acho.
Obrigado pela atenção.

Os que vão ficar lendo esse monte de besteira o nome do segundo livro é: O Filho Do Olimpo E O Cinto do Amor. que vai ser postado depois que eu revisar a historia, eu posto um novo cap. aqui avisando.

nem acredito que eu consegui terminar!

Obrigado por ler!