O Filho Do Olimpo E A Faca Da Noite escrita por Castebulos Snape


Capítulo 3
Encontro Dois Deuses No Meu Sofá


Notas iniciais do capítulo

olá, outro cap ai da sua linda escritora (só que não!). eu sei que demorei, mas continuo pobre, desculpa! obrigado pelos coments... chorei pra poxa!
esse tem olimpianos!



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Quando me preparei para subir os degraus e sair pela ultima vez daquele lugar infernal vi uma coisa que me fez congelar: Martins. Pela primeira vez ela estava me olhando como se eu realmente fosse um ser humano. Seu rosto estava contraditório. Agradecia-me por ter salvado sua amada escola e me odiava com mais força que antes por ter destruído o telhado e por ter sobrevivido. Estava olhando como se eu fosse o herói mais repugnante que já tinha visto. Era a primeira vez que eu não vi o brilho homicida natural de seus olhos cor lama.

Reparei que suas roupas estavam limpas o que significava que ela nem sequer saíra de sua sala compulsiva e cirurgicamente limpa.

Covarde, pensei, depois diz que ama esse inferno. Que nada!

– Cuide dos seus alunos – disse a ela sem conter o choro e a repugnância na minha voz – Cuide bem desse inferno. Você o ama tanto, não é? Por isso foi defendê-lo com sua vida. Ah, não! Esse fui eu, que odeio esse lugar infernal. Cuide bem dos capangas demoníacos e incompetentes que você chama de professores. Porque eu estou fora daqui e você precisa encontrar outro idiota para infernizar. Espero que ele esteja a minha altura. A altura da minha Amanda.

Ela até pareceu feliz, mesmo que irritada por eu ter chamado sua escola de inferno. Mas isso não me importava mais.

Eu entrei no corredor destruído espumando de raiva e chorando como um bebêzão. Como ela podia ter coragem de me olhar assim? Por que ela se achava no direito de se achar correta? Ela não vira a cobra mitológica de duas toneladas?

Deixava sempre minha bicicleta no jardim do colégio, disso ninguém nunca reclamou, talvez porque o jardineiro era o único adulto do colégio que gostava de mim e do que eu fazia. Nunca descobri por que Martins nunca o despediu. Talvez gostar de um aluno não seja um bom motivo, legalmente falando.

Por sorte ou não a bicicleta não tinha sido destruída quando a Píton passou ao contrario das paredes do corredor de entrada e o portão de ferro. Mais uma vez: as Parcas mexeram seus pauzinhos, ou melhor: seus fiozinhos.

Minha casa era relativamente perto do colégio e, como era mais cedo que o normal, o transito não estava tão infernal. As pessoas na rua me encaravam como se eu tivesse acabado de sair do lugar mais inusitado da Terra. E eu tinha. No fundo, no fundo eu tinha.

Mas isso não me importava nem um pouco. Agora eu tinha absoluta certeza: eu era um meio-sangue. Um meio-sangue que atraíra uma cobra que quase fora o fim de três deuses de uma só vez. O que eu não entendia era como.

Em vários tópicos da minha vida seria impossível eu ser filho de um deus, como já bem disse. Revisei-os na minha mente varias vezes para ter certeza de que não era possível:

Eu tinha dois pais humanos e era parecido com os dois.

Não tinha talento para nada. Não era inteligente, forte, veloz, bom de mira, bonito... Minha vida tinha sido um pouco calma demais. Nas historia antigas os monstros eram atraídos pelos semideuses e vice-versa, o Píton disse algo sobre meu cheiro, talvez seja assim, mas ele foi a única coisa estranha que já me aconteceu. E põe estranha nisso. Não gostava nem um pouco de heróis.

Tá isso não é um tópico aceitável, mas eu não queria ser um herói. Ser comparado com todo o resto? Isso seria terrível. Tipo: ele tem a coragem de Teseu. Como se Teseu fosse corajoso, o cretino.

Sinceramente, disse Vox, percebi que a voz estava chorosa, isso é hora para pensar em Teseu? Preste atenção a estrada.

Por que ficou tão quieto? Ah, isso não importa! Bem vindo de volta, Vox.

Obrigado. Por que não ouvi sons de trombetas?

Porque você é um chato!

Não exagera eu sou irritante, com muito orgulho. Mas chato não. Chato nunca.

Parei de pensar naquilo, mas não prestei atenção no caminho. As imagens do Píton, da velha, a faca e Amanda morta e sorrindo em meus baços passavam em minha mente repetidas vezes. O que me fez chorar mais um pouco.

Só consegui tirar isso da cabeça por dois segundos: quando três carros da policia passaram por mim em direção ao colégio. Imaginei que eles não fariam idéia do que fazer quando chegassem lá e não encontrassem nem cobra, nem garoto e nem arma. Só uma menina... Droga eu vou fazer o computador pifar com tanto chororô.

Afinal, pensei, aonde foi para a faca?

Eu digo a mesma coisa há anos: é pra ser você o inteligente, mas aparentemente não consegue separar sentimentos dos problemas. E não era uma simples faca.

Não tem importância!

Tem sim!

Tentei ignorar as sirenes e as imagens para me concentrar no caminho, só que eu já estava na minha rua, praticamente de frente para minha casa. Não sei como cheguei lá, mas agradeci ao meu subconsciente. Na porta da minha casa tinha estacionada uma Harley-Davidson e um carro de luxo prata reluzente.

Meu vizinho de frente, que era fascinado por motos, ele mesmo tinha umas três, estava fingindo aguar as plantas de seu canteiro de fora para olhar a moto. Só que o completo idiota estava molhando a calçada, suas calças e seus tênis.

Estacionei de frente para a moto que reluzia cruelmente com se sorrisse. A visão da cobra se arrastando por cima das telhas passou por meus olhos como um fleche.

Não pode ser coisa boa, pensei.

Cê acha?, ironizou Vox, Talvez a cobra que matamos era do circo em que os deuses em decadência atuam e o mestre de espetáculos veio nos cobrar a viajem ao Tártaro. Diga que só pagamos se pudermos ver um ciclope!

Idiota. Cale a boca!

– O que uma Harley esta fazendo na minha porta? – perguntei a ele pressionado uma das têmporas, querendo, em vão, parar com a dor de cabeça.

– Sei lá. – respondeu meu vizinho dando de ombros – Devia perguntar para seus pais. Sua mãe quase morreu do coração quando os viu. Não a culpo. O cara que dirigia a Harley é mais assustador que a própria moto e a garota que saiu do carro... Ah! Essa era linda.

Eu suspirei; ele achava que todas eram lindas. Então, como um raio, vi Amanda rindo pela ultima vez, de novo. Era um péssimo dia para ter visitas, principalmente indesejadas. Tirei as chaves do bolso; abri o portão vermelho de metal e coloquei minha bicicleta no lugar.

Minha casa era bem antiga, tinha dois andares, uma enorme varanda contornando sua extensão e minha mãe gostava de deixar as portas e janelas abertas para o sol entrar. Isso me fez achar que Apolo, o deus do sol, fosse meu pai mesmo, o que era, definitivamente, deprimente.

Era exatamente isso me incomodava. O Píton parecia confuso como que era meu pai ou mãe olimpiano. Ela falou de Atena e Apolo, mas não parecia ter certeza de nenhum. Eles nem são parecidos! Que sorte para Atena.

Ora, esqueça isso, otário, disse Vox, Se entrar terá todas as respostas. Pare de embromar e entre logo. E é bom começar a se preocupara com essa mão. Mesmo que você não sinta a dor não quer dizer que não seja serio.

Bem, era verdade.

Só que eu estava com medo, amava meus pais e não queria nenhum pai ou mãe olimpiano. Não queria ser um herói, já era bem ruim ser um mero mortal.

E era verdade também que minha mão estava em carne viva, mas eu não me importava com uma dor excruciante naquele momento, quase nem a sentia.

Antes de abrir a porta eu olhei para mim mesmo. Eu, definitivamente, estava horrível; sujo, machucado, dolorido, infeliz... Aquele, decididamente não foi lá o melhor dia da minha vida. E agora em um passo minha vida viraria pó, eu duvidava muito que algum olimpiano se importasse com meus pouco planos normais para vida.

Lá dentro ninguém falava provavelmente me esperavam entrar. Soltei outro longo e exagerado suspiro. Entrei.


Minha mãe me pegou de surpresa com um abraço. Ela não me abraçava dês que nos recebemos a noticia da recuperação. Ela ficava resmungando pelos cantos: De recuperação! Um filho meu de recuperação! Que vergonha! Até parece que meu sangue não corre em suas veias.

De repente valeu à pena vencer a Píton, destruir minha escola, ver Amanda morrer. Só a mera lembrança da minha mãe me esperando em casa segura, aquela sensação fez meu corpo inteiro relaxar.

– Meu menininho. – disse ela com a voz tremula – Eu fiquei tão preocupada com você, quando soube da cobra eu...

– Como você soube da cobra, mamãe? – perguntei olhando as visitas de costas para mim.

Os olhos azul-acinzentados dela passaram indecisos do meu rosto para meu pai.

– Jack, nos temos que conversar – disse ele – E é muito serio. Quero que preste atenção em tudo que você vai ouvir agora. Tem muita relação com o que aconteceu hoje, e vem acontecendo sempre.

Ele era um homem alto, moreno e bonito. Quase nunca fazia a barba, estava sempre com ela rala. Ele normalmente ria toda vez que me encarava e normalmente nunca falava nada serio comigo como se para me livrar dos problemas, normalmente os mesmos que eu enfrentava em meu dia-a-dia escolar.

Nunca o tinha visto verdadeiramente preocupado com alguma coisa, mas ali, na nossa sala de jantar, completamente seguros e vivos (o que era realmente impressionante considerado o que eu passara na ultima hora) seus olhos grandes e castanho-avermelhados pareciam... agonizantes. Eles eram intensos normalmente e assim acabaram me prenderam onde estava e me perfuraram como se pedisse ajuda.

Por alguns segundos, ninguém me disse nada eu também não ousei desviar o olhar do meu pai. Eu não sentia medo, raiva ou qualquer outra coisa alem de segurança, mesmo que ele parecesse tão nervoso. Ele avançou e me abraçou. Não importava o que acontecesse eu me sentiria seguro perto dele porque ele era meu pai e sempre ia ser.

– O que você acha; que sou irracional, papai? – perguntei depois que ele me soltou– Quem são eles, hein?

– Vem – disse minha mãe me puxando para a sala de estar me parando do lado do sofá, pude ouvir um deles colocando uma cadeira atrás de mim.

Foi quando o homem se levantou e, em quanto meu sangue gelava, eu entendi, exatamente, o que meu vizinho quis dizer sobre ele ser assustador.

O cara era imenso, não só porque era alto, ele era musculoso, tão musculoso que fiquei impressionado de ele ter conseguido entrar pela porta. Era cheio de cicatrizes no rosto. Usava uma calça jeans preta, camiseta branca colada no peito o que fazia seus músculos parecer maiores e em cima de tudo isso tinha um casaco preto de couro cumprido que me fez lembrar a velha (péssima lembrança e um mau pressentimento).

O mais assustador ele usava um óculos escuros. Negros o bastante para que eu não conseguisse nada além do meu próprio reflexo, que no caso parecia horrível, cansado e apavorado.

Eu estava com a boca aberta me perguntando por que um motoqueiro lutador de peso pesado estaria fazendo em minha sala de estar até que a mulher se levantou.

Ela era linda demais, meus ombros caíram, seus olhos eram prateados talvez um pouco amarelados, seu corpo era esbelto, seu rosto bonito e seus cabelos eram (meu coração acelerou) eles eram castanho avermelhado, como os meus.

O pior de tudo foi que me veio um insight e Vox sussurrou em minha mente:

A rainha dos bosques, protetora das donzelas, senhora da caça e, meus olhos pararam nos dela, deusa da lua.

O deus da guerra, vaidoso, orgulhoso, egoísta, mirei as cicatrizes do cara, e entra facilmente em uma briga.

Eu desabei na cadeira e agradeci mentalmente meus pais por colocarem ela ali. Olhei os dois deuses atentamente, estava perplexo e terrivelmente apavorado.

Isso é possível?, perguntou Vox, Ártemis não é, sei lá, a mais casta das deusas, ou coisa parecida? Por que esses dois deuses vieram aqui?

– Acho que não vamos precisar explicar muita coisa, não. – disse o cara tediosamente.

– Você sabe quem nos somos? – perguntou ela.

– S-sim – apontei meu dedo tremulo para ela – Você é a deusa da caça e protetora do sagrado da natureza: Ártemis. E ele... Ele é Ares o deus da guerra e protetor do espírito guerreiro.

Ela sorriu de jeito estranho e cativante. Ele fez muxoxo quando falei “protetor do espírito guerreiro.”, aparente não era másculo o bastante.

Poderia ser pior, tentou me animar Vox, Podia ser Ares e Atena. E aí estaríamos ferrados!

Eu gemi concordando que gostava demais da minha casa para vê-la ser destruída por esses dois deuses.

– Já sabe que é um semideus, não é? – perguntou Ártemis bem devagar.

– A Píton de vinte metros, completamente maluca e estranhamente sanguinária que quase me fez em pedaços mencionou em algum momento isso – respondi – Talvez antes de destruir minha escola não lembro muito bem. Eu devia ter agradecido pela parte de destruir a escola antes de matá-la.

Ártemis estremeceu ao ouvir o nome do monstro, então, depois de falar tanta besteira, eu me toquei.

– Desculpa – murmurei – Esqueci.

Ela inclinou a cabeça para o lado com o mesmo sorriso gozado, parecia orgulhoso. Não entendi o por que de a deusa da caça estar orgulhosa de mim.

– Meu querido, temos que contar uma historia – meu pai se posicionou atrás de mim colocando a mão sobre meu ombro, em posição protetora, e apertando mais do que o necessário.

“Você sabe minha historia, certo?”, assenti bem devagar pensando em quantas vezes contei sobre Órion e Ártemis na escola, mas não ia comentar isso em voz alta, queria ouvir o resto da historia. Vivo, “Então sabe de meu juramento. OK. Que bom, economizará tempo.

“Eu queria ter uma filha, é claro que não poderia tê-la de forma natural com...”, ela engasgou com as palavras e eu imaginei quais eram, “com um... um homem”, eu acertei. Ares deu uma risadinha sarcástica para irritar Ártemis, “Calado. Então procurei dois humanos aqui em Teresina, para manter minha filha afastada dos perigos de nossa nova localização e também porque essa é a cidade verde. As pessoas por aqui respeitam mais a natureza e como você disse, eu sou sua protetora do sagrado da natureza.

“Eu encontrei uma mulher que conhecia nossa historia, a historia grega e romana. E ela não podia ter filhos então juntamos o útil com o agradável, entende? Ela era casada e queria que a menina fosse com o marido” ela levantou os olhos passando através de mim, zombeteira, “fato que até hoje não entendo” olhei para meu pai e percebi que ele fechara a cara para a deusa. Estranho, pensei. “Então seria filha de nós três.

“Tudo estava perfeito”, aqueles olhos prateado e infelizes me perfuraram com mais intensidade, “A bebê seria 50% minha e 25% cada um desses humanos, só que a minha idéia vazou para o Conselho Olimpiano, ainda não sei como, e um idiota deus da guerra se intrometeu...”

– Você poderia criar um semideus poderoso demais... – argumentou Ares.

– E você não ajudou muito, não é? – gritou ela. Ele arregalou os olhos, fazendo com que suas sobrancelhas passassem dos óculos, e se calou – Continuando, e o bebê – eu percebi a mudança de “a” para “o” bebê e, é claro, sua voz voltou a ficar suave, carinhosa – ficou 80% deus e 20% humano. O que significa que ele poderia ser muito poderoso. Perigosamente poderoso.

“Os outros deuses acharam mais seguro não deixar esse poder concentrado em nossas mãos. Ares e eu, como se eu fosse me reunir ao deus da guerra para alguma coisa”, Ares resmungou alguma coisa para si mesmo mal humorado, “Por isso cada um te deu um tipo de bênção e um presente...”

– Uou! – interrompi me pondo de pé com as pernas bambas – Você disse: “te”? Ela disse: “te”? Por favo, me digam que ela não disse “te”. Awn... Esse bebê, seu filho, sou eu? Jack Tenório Leal? E-eu?

– Como eu estava dizendo... Essas bênçãos faziam você filho deles. Os doze olimpianos, Hades e Hestia. Essas bênçãos pegaram uma bela parte dele. – ela apontou para Ares, muito satisfeita com essa parte, ele fez muxoxo. Eu continuava encarando os dois como se esperasse alguém gritar: “Brincadeira! Não acredito que caiu. Otário!” – Sim, querido, você.

Meu mundo girou em 360°. E eu me soltei completamente em cima da cadeira boquiaberto. Que cadeira resistente

“Quando você nasceu, as Parcas tinham ordens para evitar seu nascimento, elas até tentaram, mas ninguém dá ordens a elas, provavelmente acharam que você será importante de algum modo e... bem, tudo que nos sabemos é que elas te deixaram viver.”

Ártemis pareceu muito feliz com o fim da historia.

Que bom que não nos mataram, exclamou Vox.

Não tenho tanta certeza. Que bom que ela ficou feliz de me ver vivo, sabe; o garotão aqui.

Eu passei minhas mãos por meus cabelos, que já estavam longos de mais, fitando o chão. Tentei pensar, mas eram coisas demais para um dia só.

– É – concordei com os pensamentos – Uau. Em um dia eu sou atacado por uma cobra mitológica obcecada por Apolo saída diretamente dos confins do Tártaro, vejo minha melhor amiga morrer, encontro dois deuses em meu sofá e descubro que sou o meio-sangue mais bizarro do Olimpo. Acho que uau define bem meu dia. “Nossa!” também vai, mas não combina muito comigo.

Ártemis franziu a testa e me olhou como se eu fosse um bebê que precisava de atenção redobrada. É, a parte de eu ser um homem definitivamente a incomodava.

– Depois de verem seu poder, filho – continuou –, nos votamos em deixá-lo em segurança com seus pais humanos. Todos nos estamos protegendo você, encobrindo seu cheiro. Tentando. Só que com quase 13 anos – eu faria aniversario em menos de um mês, não tinha treze anos ainda então por que naquele dia? – já é para você ser julgado pelo Conselho Olimpiano e nossas forças tiveram que ser retirada. Píton, por ironia do destino, foi o primeiro a vir.

– O que foi que eu fiz? – perguntei.

– Nós já dissemos, você é poderoso demais, pirralho – respondeu Ares. Gentileza não é lá um forte dele, pensei – Vamos votar em darmos suas bênçãos desativadas ou matá-lo – Ártemis e minha mãe pararam de respirar. Achei que meu pai fosse quebrar meu ombro. Ares por outro lado não parecia muito abalado com a possibilidade – Agora aqui estão seus documentos falsos.

Ele me entregou um passaporte, identidade, carteira de estudante, salvo-conduto permanente para os Estados Unidos e tudo que é documento em nome de Jack Johan St James.

Olhei para meu pai que encarava os papeis com o olhar mais infeliz que já vi. Aquilo era praticamente quebrar todos os elos materiais que eu tinha com meus pais.

– Quanto tempo eu vou ter que ficar lá? – sussurrei ainda olhando meu pai: meu pai verdadeiro.

– Isso ainda vai ser votado. – continuou Ártemis mais suave que nunca – Mas não importa o que o Conselho disser você vai continuar a ver sua família.

– A menos que morra – completou Ares.

– Isso não vai acontecer – afirmou Ártemis entre dentes.

– É bem possível – respondeu ele com um sorriso enviesado – Principalmente porque a cobra asquerosa da Atena vai dar sua venenosa opinião na hora H e Zeus sempre a escuta. E provavelmente vai ser contra o garoto. Porque ele é má estratégia. Maldita seja.

– Cale logo a boca, Ares. Nós precisamos ir. Não precisa fazer mala alguma, se precisar de alguma coisa posso conjurar, só troque de roupa – como não me movi ela colocou mais autoridade na voz – Agora.

Eu fiz o que ela mandou rapidinho e vamos dizer que ela não gostou do fato de que eu não ia trocar a calça (não se mexe em time que está ganhando ou perdendo) e eu estava levando minha mochila com alguns livros.

Despedi-me dos meus pais. Meu pai me deu um abraço e disse que era para eu sobreviver. Minha mãe tentava segurar o choro.

– Jack, por que parece que você chorou, meu amor? – perguntou com o rosto ficando vermelho.

– Amanda, mamãe. Ela... Ela morreu. Uma telha... A cobra...

Minhas lagrimas saíram mais uma vez; dizer aquilo parecia tornar real a morte da minha melhor amiga como uma sentença. Como se a vida dela dependesse do fato de eu não acreditar que ela estava morta.

– Jack, eu... ela... A meu filho. – de novo ela me confortou com um de seus abraços. Era bom pensar que eu tinha um porto seguro, uma saída a mais. Tinha. Ah, deuses, eu tinha.

Pude senti-la tremendo. Ela devia estar tão triste, porque eu ia para longe de seus braços de novo e, provavelmente, não estaria pro Natal um marco que dizia que estávamos juntos como uma família.

Respirei fundo e inflei o peito. Não ia deixar isso acontecer, ia estar com meus pais; os verdadeiros.

– Eu vou voltar para passar o Natal com vocês, mamãe. Eu juro. Juro por mim. Por vocês. Por Amanda. Pelo... Olimpo. Juro por tudo que é sagrado daqui até Japão.

– Não jure – respondeu com a voz piegas – Você, querendo ou não, é um herói e seu destino é... como diziam?... incerto agora. Nossa! Isso é Homero demais para mim.

– Eu não sou um herói – murmurei – e não importa o que acontecer: eu vou estar com vocês no Natal. Eu juro por minha vida. Eu amo muito vocês.

Minha mãe deixou as lágrimas saírem e sorriu. De novo Amanda passou por minha mente falando que eu era um bom homem. Será mesmo?


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Notas finais do capítulo

ai está, sinto muito pela falta de edição dos últimos, mas é que eu não tenho pratica.
próximo cap. tem Apolo do meu coração e caçadoras!



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