O Filho Do Olimpo E A Faca Da Noite escrita por Castebulos Snape


Capítulo 29
Sou arrastado para um buraco muito fundo


Notas iniciais do capítulo

Tudo bem, cambada vamos deixar bem claro quatro coisas: 1. Eu pensei no buraco antes do tio Rick, quando ainda estava lendo mar de monstros.
2. Imaginei o buraco diferente dele
3. Esse é curtinho
4. Quero comentários!



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Eu Sou Arrastado Para Um Buraco Muito Fundo

Nós caminhamos até Cérberos que me encarou sem acreditar no que via. Não fundo eu concordava; não conseguia acreditar que estava vivo aquele alivio me preenchia por dentro. Quando chegamos perto o bastante percebi que ele não achava que estávamos prestes a morrer. Agarrei meus irmãos pela gola das camisas e os parei.

– Cérberos não nos acha mais bem-vindos – murmurei – Thânatos não nos matou.

O cão abaixou as três cabeças e rosnou para nós. Eu parei de respirar apertando mais a roupa dos dois. Marcus engoliu seco e me olhou apavorado. Lya encarou o cão com ar de divertimento.

Ela enlouqueceu, pensei, Como nós pudemos fazer isso com ela?

É melhor rir do que chorar, debochou Vox.

– Eu tenho um plano – disse Lya.

Marcus e eu a encaramos incrédulos.

– Você é filho de Hades. Ele serve a Hades. Ordene que nos deixe passar.

O cão parou de rosnar e ficou ereto me olhando com atenção parecendo extremamente curioso. Daquele ângulo ele não parecia assustador ou qualquer coisa ruim. Me lembrou Lóki; um cão enorme, bobo e leal. Dali ele era muito bonito, garganta a baixo não devia ser.

Filho de Hades?, disse uma voz rouca e triplicada na minha mente.

– É – respondi já acostumado de ter vozes em minha mente, o que não é exatamente bom – Eu sou filho de Hades.

Ele bufou e saiu da frente passando por cima de alguns espíritos, pobre coitados, ali ninguém se importava com eles, não sei porque se chamava reino dos mortos. Soltei Marcus e Lya que correram para o mar de mortos. O cão e eu ficamos nos encarando.

– Obrigada – murmurei.

Estendi minha mão e ele se abaixou com as três enormes línguas para fora. Sei que parece estranho, mas eu sou um cara estranho, então é fácil que dizer que eu acariciei o cão de guarda do inferno.

– Eu volto – afirmei – Esse trabalho pode ser chato e solitário. Venho te fazer companhia por um tempo. Logo, logo.

Quando corri para junto dos meus amigos Marcus me olhou como se eu fosse louco, mas deu de ombros e continuamos a abrir caminho por entre os mortos; eu sou louco mesmo e ele sabia disso.

Não era difícil caminhar entre espectros, era só passar por eles. De vez em quando um reclamava com chiados estranhos como os de um morcego. Marcus e Lya apressavam o passo ao ouvir algum chiado e eu pedia desculpas.

Não era com os espíritos que eu estava preocupado. Como um caminho poderá ser traiçoeiro? Tantas opções... Thânatos poderia ter dado o aviso completo. Quem ficaria irritado se ele me contasse aquilo? E ele me chamou pelo nome falso, o que aquilo queria dizer? Nix ia ter que me responder tudo bem detalhadamente tudo isso.

Depois que passamos pelos espíritos chegamos a um caminho estranho que passava entre duas paredes de pedra negra. A risada ecoou pela fenda como se tocasse as pedras e quicasse de volta para mim. Toquei a parede do lado direito depois a do lado esquerdo, não parecia haver muita diferença entre as duas, mas ainda era estranho.

Marcus e Lya olharam as paredes e apressaram o passo. Eu os segui ficando um pouco para trás ainda com a mão na parede da direita, me pareceu mais fria. Depois de alguns passos senti uma coisa macia por onde passei a mão. Parei com a mão ainda no lugar. A parede pareceu ondular como a superfície de um lago, ou com se estivesse se arrepiando.

Coloquei a outra mão ao lado da primeira e nada aconteceu.

– Um caminho traiçoeiro – murmurei para mim mesmo – Isso não é bom. Não há referencias sobre isso em lugar algum e é enorme! Alguém deve ter passado por aqui antes e não haveria um motivo para não escrever sobre...

Virei o rosto para meus irmãos, mantendo as mãos no mesmo lugar. Eles tinham parado e me encaravam, não era um bom lugar para parar, ia gritar para que corressem, mas senti meu corpo ser puxado pela parede.

Quando percebi estava sentado dentro da parede, de dentro ela era transparente. Pude ver meus amigos correrem para mim. Levantei-me em um pulo e gritei para que fossem embora, não podiam ficar ali de jeito nenhum. Bati na parede com força, mas ela apenas ondulou como uma gelatina.

Marcus chutou a parede, mas nada aconteceu, para eles era dura como pedra, mas por quanto tempo? Os dois olharam a parede como se fosse a entrada para o inferno. Aquela idéia fez meu sangue gelar, me verei devagar e vi que realmente era a entrada para o inferno.

Uma caverna estava a minha frente e embaixo uma enorme fenda negra se abria e eu estava em uma descida a poucos metros da beira do abismo. A entrada para o Tártaro, a prisão dos titãs, dos monstros e sabia-se lá o que mais.

Droga.

Imaginei meu corpo ficar transparente e tentei atravessar a parede, mas tudo o que consegui foi machucar as pontas dos meus dedos e (isso vai soar meio gay...) quebrei minha unha que já estava meio grande. Voltei a olhar meus amigos que ainda socavam e chutavam a parede.

– Temos que achar Hades – disse Lya ofegante.

Isso, pensei, Hades vai me tirar daqui. Ele precisa me tirar daqui.

Uma risada fria e assustadora ecoou pelo Tártaro. A mesma risada dos meus sonhos, a mesma risada que estava me perseguido, eu tive a leve sensação que eu estava completamente ferrado. O Maquiavélico... A parede tremeu e começou a se movimentar em minha direção me empurrando para a fenda.

– Não! – gritei e comecei a empurrar a parede no sentido contrario. Não preciso dizer que foi inútil. Meus pés escorregaram e aos poucos eu era empurrado ao Tártaro.

Meus amigos ainda corriam para o fim do caminho. A parede deles ainda estava lá, imaginei que o que fosse aquilo não os queria. Fiquei um pouco aliviado por isso. Mas se a parede estava lá eu estava sendo empurrado por pura energia negra. Aquilo só poderia significar uma coisa: a própria escuridão estava me empurrando. Eu sabia quem era ele.

Meus pés chegaram a beirada, olhei para meus amigos que pararam quando sua parede desapareceu e cai.

Já tinha ouvido dizer (da minha mãe, é claro) que o Tártaro não tinha fim então esperei cair para sempre, em cinco dias eu morreria de sede. Mas, é claro, eu não tive tanta sorte, eu nunca tinha tanta sorte..

Depois de alguns minutos, cai no fundo, não tinha certeza se era realmente o fundo e nem me pergunte como eu não morri com a queda.

Cuspi um pouco de terra e me levantei. Não pude ver nada, a escuridão parecia física, mas podia ouvir. Por todos os lados gemidos, gritos, rosnados, murmúrios, passos. Tudo parecia ecoar em meus ouvidos e eu tinha certeza que, se continuasse assim, eu enlouqueceria. E o cheiro? Era terrível como se tudo aquilo fosse uma vala cheia de xorume e carne podre misturado com enxofre e fumaça da queima de pneus.

Puxei Kroboros e tateie atrás do numero cinco, quando o encontrei a luz que o fogo normalmente emite não teve efeito. Eu nem mesmo consegui ver a chama colocando-a a centímetros do rosto mesmo que sentisse o seu calor. Era como se a escuridão absorvesse a luz, se alimentasse dela.

Uma coisinha passou por cima do meu tênis e eu a chutei para longe. Alguma coisa grande se moveu do meu lado corri para longe, mas em todo o lugar parecia ter alguma coisa grande e raivosa a minha frente.

– Sente esse cheiro, Hyperion? – perguntou uma voz a minha frente. Recuei um pouco erguendo o isqueiro Kroboros, mesmo que não servisse para nada é bem legal ter algo para apertar quando se está apavorado.

– Semideus – respondeu quem parecia ser o titã da luz: Hyperion. Um choque desagradável desceu por minha coluna – O que esse pobre coitado fez para merecer isso aqui? O que foi garoto; cortejou Perséfone?

– Você consegue vê-lo? – perguntou o outro ansioso – Estou com fome. Quero perfurá-lo – e tive vontade de dizer: “Amigo, ou faz um ou faz outro!”.

O outro riu desdenhoso.

– Quem você acha que sou? É claro que consigo vê-lo, Jápeto, afinal sou o titã da luz, essa força ridícula de Erebus – meu corpo inteiro congelou – não funciona comigo. O pirralho é um franguinho, esta bem a nossa frente, não parece muita coisa, esta erguendo um isqueiro bobo.

Ouvi passos mais decididos vindo em minha direção e eu recuei mais rápido possível pisando em coisinhas que estalavam como quando se pisa em um aracnídeo. Os dois riam e a caverna fazia as risadas ecoarem, eu não sabia mais onde os titãs estavam.

Pisei em uma coisa fria e viscosa que inundou meu sapato e fez meu pé arder. Arfei e flexionei o joelho.

– Olha o degrau – disse Hyperion divertindo-se.

Eu dei um novo passo para trás e tropecei em uma coisa viscosa e nojenta e tornei a cair. Enfiei o isqueiro no bolso e me debati esperando outra parte com terra, mas eu tinha a impressão que a historia de morrer de sede seria a única opção.

– Ele tropeçou em Cronos! – exclamou entre gargalhadas Hyperion.

Eu estava prestes a exclamar: “Eca!” quando parei de cair. Eu estava envolto por uma energia fria e densa. Senti como se, seja lá o que fosse, estivesse me esmagando.

Pela primeira vez na vida senti Vox. Ele estava se debatendo em minha mente, estava lutando, tentando se libertar de alguma coisa forte demais para ele. A cada golpe senti a dor da voz, se é que uma voz pode sentir dor.

Hummm, disse a voz dos meus pesadelos em minha cabeça, Sua mente é muito útil. Isso vai ajudar a mostrar o que acontece com quem se mete com o que é de Erebus.


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Notas finais do capítulo

ele pegou tambem nix, tartaros e erebus, nao imaginamos da mesmo jeito p dele tá melhor, é claro, e eu acabei de comprar meu livro. EHHHHH!
Esse livro já ta acabando.
esse livro, nao a historia.



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