A Terra Dos Mortos escrita por Lucas ART
Notas iniciais do capítulo
Capítulo inicial, introdução básica do tom da série.
Aliás, importante dizer-lhes que a fanfic está cheia de "referências" à músicas, filmes, séries e etc. Procurem! =D
NUM único respiro alucinado, os olhos dele se arregalam, a luz os invadindo depois de muito tempo apreciando apenas a escuridão. Queimam como se vissem o próprio Sol, uma sensação que se junta com outras dores em seu corpo. As juntas estão todas doloridas, o rosto parece inchado, a cabeça quase explodindo e uma dormência nas pernas forte como cãibra.
A sensação é como ser atropelado, perder a consciência e acordar extremamente ferido, sentindo-se mal e preferindo ter morrido; exatamente o que aconteceu. A mente dele é invadida por centenas de lembranças poderosas: a rua, a travessia, o caminhão, a pancada... Mas pensar profundamente faz a dor de cabeça piorar, e ele solta um grunhido involuntário de dor. Ali percebe a voz extremamente rouca e fraca, a garganta áspera de tão seca. Tenta pigarrear e tosse forte, fazendo com que as costas quase se quebrem, estralando todas as partes do corpo de uma só vez.
Depois de algumas piscadelas, identifica o lugar em que está como um quarto de hospital. O lugar está mal-cuidado, com poeira acumulada pelos cantos, um fedor forte no ar, com manchas escuras pelas paredes e a porta para o banheiro completamente destruída. A janela está aberta, de onde entra a luz do dia.
O rapaz deitado na cama está emaranhado entre fios, cabos e seringas presas ao corpo. Ele sente um repentino desespero e começa a livrar-se das conexões com a máquina, desligada e cheia de poeira.
Para manter-se de pé o rapaz fraqueja e cai no chão duro, a cabeça batendo contra ele. Então a visão dele torna-se totalmente turva e uma dor pontiaguda sobe por seu crânio. Aquilo lhe faz lembrar da dor do impacto quando o caminhão o atingiu... Sim! Ele lembra-se de estar atravessando a rua e ser pego em cheio por um caminhão. Ele foi arremessado pelo ar, o corpo quase desfarelando, e então pousando bruscamente contra o asfalto duro, o corpo ralando e a cabeça batendo com força suficiente para deixá-lo em...
A visão dele se corrige e o rapaz lembra-se exatamente quem é e o que faz ali. Seu nome é Antônio Ferreira e ele estava em coma. Mas por quanto tempo? O que havia acontecido? Por que o local estava tão sujo?
Forçou-se à ficar de pé e caminhou aos trancos para o banheiro, as mãos tateando pelas paredes. Entrou pelo vão onde estaria uma porta e apoiou-se sob a pia, o cheiro de podridão tão forte que lhe fez tossir. Ligou a água da torneira e bebeu vorazmente, lavando o rosto e sentindo-se finalmente acordado.
Ele ergueu o rosto e surpreendeu-se com o que viu. Antônio era alto, de pele clara, olhos verdes sem-brilho e costumava ser jovial, mas a barba no queixo, o cabelo desgrenhado e os traços duros ao redor do rosto diziam completamente o contrário. Ele estava muito mais velho do que se lembrava e um pânico terrível tomou-lhe; quanto tempo esteve em coma?
As vestimentas que usava eram piores que seu físico. Eram trapos do que fora um vestuário para pacientes, sujos e fedidos, e ao ver o corpo, notou estar magro, quase vendo as costelas na pele. Notou finalmente que estava com muita fome e não podia perder tempo com avaliações físicas. Precisava achar uma enfermeira e arranjar um prato de comida enquanto ela lhe contaria o que diabos estava havendo.
Mas do lado de fora do quarto não havia uma enfermeira disposta a alimentá-lo e contar-lhe a história. Do lado de fora perambulava uma enfermeira ensanguentada, sem um dos olhos, com o rosto rasgado e a baba que escorria de sua boca fundia-se a um sangue negro. Fazia um ruído baixo, como de uma pessoa estrangulada, mas sombrio e perigoso. Antônio teria tempo de enojar-se se ela não tivesse o atacado, partindo aos gritos sinistros contra ele. Com o coração quase pulando para fora do peito, ele reage desesperado, o corpo virando-se para a direção contrária e as pernas obrigando-o a correr. Estava fraco e muito cansado, por isso tropeçou logo no começo. Ele virou-se para a enfermeira ensanguentada e viu-a lançando-se sobre ele. Ali pensou que fosse morrer, mas seu cérebro interviu. Muito mais rápido do que achou que fosse capaz, Antônio chutou a enfermeira inconscientemente, a perna atingindo o rosto dela com feracidade.
O impacto brutal arrebenta o pescoço dela, dividindo crânio e corpo em dois. A cabeça dela cai longe, espalhando entranhas pelos cantos, enquanto o pescoço esguicha um sangue escuro. Antônio vomita atônito, enquanto levanta-se aos tropeços para fugir. Os trapos que veste estão encharcados com sangue, os olhos ardem com as lágrimas que lhe vem e seu corpo inteiro queima num misto de adrenalina e dor.
Antônio está mais vivo do que nunca.
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