New Age escrita por SBALI


Capítulo 6
Capítulo 6 Sangue




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CAPITULO NARRADO POR ASHLEY
Um barulho alto começou, um vento rodeou eu e Emilly. Olhei para cima e meu coração parou. Um helicóptero estava passando, e provável que ele veria a cabana. 
Ethan veio correndo até a gente, ele estava assustado igual a eu e Emilly. 
-Temos que sair daqui. Cade sua mãe? -ele perguntou para mim, ele estava segurando meu braço e o de Emilly. -Temos que pegar o máximo de água e comida. 
Eu estava paralisada e pelo jeito Emilly também. O helicóptero não estava mais em cima da gente, mas ainda escutava o barulho das hélices girando perto . Não ia demorar para aparecer um monte de carros e pessoas atras da gente. Pessoas não, alienígenas. 
Ethan ainda estava olhando para a gente e esperando que fossemos atras do que ele pediu. Olhei para os lados assutada, e corri para a cabana, Emilly não saiu do lugar. Ela estava branca, com os lábios perdendo a cor também, suas mãos estavam tremendo quando eu sai em busca de água e da minha mãe. Ethan perguntou se ela estava bem, ela não respondeu e continuou paralisada até abriu a boca.
-Estou com medo, o que eles vão fazer com a gente? Não quero morrer, é claro ninguém quer... 
Não ouvi mais o que eles falaram quando entrei na cabana, mamãe estava sentada na cama não entendendo o que estava acontecendo. 
-Mãe, precisamos sair daqui, descobriram a gente... -falei colocando água nas mochilas que tinha, e comida em outra. Lotei 3 mochilas com tudo que deu. Mãe ainda estava sentada.
 -Vamos mãe!
Ela demorou para responder. -Mas e seu pai? Seu irmão? Quando eles chegarem e não tiver ninguém aqui. E se tiver, e se tiver aqueles malditos...
-Precisamos ir embora, se a gente ficar mais tempo aqui podemos morrer, mãe vamos, se você não for fico com você e todos morremos... 
-Ashley...
-Vamos, eles já devem estar vindo. -Ethan apareceu na cabana, pegou uma mochila, e nos esperou responder. Peguei outra mochila e entreguei para minha mãe e peguei uma pra mim. Ela saiu e foi junto com Emilly e fui atras depois de Ethan. 
-Ta, pra onde a gente vai agora? -perguntei olhando para os lados, e ouvindo o barulho do hélices do helicóptero longe. 
Ethan olhou na direção da cidade e depois para o outro lado.
-Não podemos ir pra cidade já que eles estão vindo de lá. Precisamos nos distanciar, depois voltar...
-Já sei - interrompi Ethan - podemos ir pro lago que é no sentindo oposto da cidade, e é um pouco longe também. 
Todos ficaram quietos pensando na possibilidade e o barulho das hélices rodando começou a aumentar. 
-Tá, vamos, você guia por que eu não sei onde é. -Ele falou gesticulando para frente para mostrar o caminho.  
Saí na frente, entrando no meio das duas montanhas como eu fiz antes junto com Emilly. Ela estava muito assutada, com os braços em volta do corpo tentando se proteger do mundo. Ethan conseguiu acalmar ela, gostaria de saber o que ele fez!
Ele estava olhando em volta, calculando algo. Quanto tempo teremos que ficar aqui? Tínhamos pouco comida, e não tinha lugar para dormir. Essa noite ia ser difícil, talvez as próximas também...
-Ashley -Ethan aprareceu atras de mim, interrompendo meu devaneio. -Você tem alguma faca, ou alguma coisa que eu possa...
-Matar alguém? -perguntei. Ele corou.
-É, sabe, se aparecer alguém por aqui... 
-Eu entendi, tenho. Um segundo. -Falei.
Fui tentar pegar a faca que sempre guardava na minha bota, mas quase cai. Ele me ajudou a ficar de pé e eu segurei no ombro dele para pegar. Seu ombro era musculoso, e estava tensionado, a blusa fazia a forma dos seus músculos. Ele estava olhando para mim com seu olho mel, que brilhava. Peguei a faca na minha bota e entreguei a ele. Ele ficou olhando-a e só depois que eu percebi que ainda estava com minha mão em seu ombro. 
Soltei constrangida e voltei a andar, ele me acompanhou. Mamãe e Emilly estavam um pouco atrás. O sol estava me queimando e meu rosto começara a arder. Como iriamos fazer para ficar nesse sol o dia inteiro? E se a água acabar? Como iriamos sobreviver? Perguntas e mais perguntas sem respostas. 
-Você sabe mesmo para onde a gente ta indo? -Ethan me perguntou, me tirando outra vez do meu devaneio. 
-Hum... -olhei procurando as duas pedras junto com as montanhas, estavam mais ao sul não muito longe. -Ta vendo aquelas pedras ali. -Apontei, ele seguiu minha mão e concordou. -É ali perto. 
Ele olhou para trás, mas a cabana já tinha sumido. Ele deu de ombros e continuou andando. 
Chegamos rápido ao lago, ele continuava com a mesma cor de areia e a temperatura morna. A montanha que cercava uma parte do lago fazia uma sombra, foi aonde ficamos descansando, longe do sol. 
O Helicóptero passou por nós de novo, mas provável que eles não tenham nós visto, eramos  um pontinho no deserto. 
Mamãe e Emilly não falaram nada desde de que saiamos de casa. 
Emilly levantou em um sobre salto e ficou andando de um lado para o outro. 
-Não deveríamos ter saído de lá. Como iremos dormir? Breno, seu pai Ashley... Onde eles estão? Como descobriram a gente? Será que capturaram algum deles? O que faremos agora? Vai ficar noite, não poderemos ficar aqui para sempre... A comida... temos comida para quantos dias? Dois? Três? Um? E água? Vamos morrer desidratados  -Ela não parava de falar. 
Ethan levantou até ela, que não percebeu sua presença até ele segurar-la pelo braço para ela parar de falar. 
-Temos que procurar seu pai, Las Vegas é uma cidade grande, podemos ir ver onde ele possa estar. Também conheço um lugar que podemos ficar. -Ethan falou, e soltou o braço de Emilly. -Vocês vão para o lugar, e eu vou procurar o pai de vocês. Temos que fazer isso hoje a noite.
-Mas você vai sozinho? -perguntei. -E onde é esse lugar ai? 
-Eu e minha tia ficávamos lá, é meio que uma casa abandonada. Melhor que aqui... - a voz dele falhou ao falar da tia. -E acho melhor ir sozinho... 
-Eu quero ir -falei levantando. -Você não sabe onde eles iam, ou o que fariam, é melhor uma de nos ir, e eu quero ir. 
Ethan coçou a cabeça. -Não sei... 
-É uma boa ideia filha, mas você nunca foi para cidade é perigoso. -mamãe falou.
-Mas mãe, Emilly nunca iria, e se você fosse eu e ela ficaríamos desprotegida. Unica opção que sobra sou eu. 
Continuei implorando até que mamãe deixasse e Ethan também. Ficamos sentados até o escurecer. Ethan deu as coordenadas para ir para a casa abandonada para minha mãe, ela sabia onde era e também não era muito longe de onde estávamos, por sorte. 
Estava ansiosa para ir para a cidade, não sabia o que esperar. Sabia que não ia ser mesma, mas o que poderia ter mudado? 
O dia começou a cair e as primeiras estrelas apareceram no céu. Caminhamos todos juntos- eu, Emilly, Ethan e Mamãe- até uma parte, depois nos separamos. 
Mamãe me deu um abraço e Emilly também. Flaram para mim tomar cuidado e falram pro Ethan tomar conta de mim, o que me deixou ruborizada. 
Eu e ele desviamos das montanhas que ficava a cabana e continuamos a caminho da cidade. Papai e Breno estariam no Sul da cidade, então fomos nessa direção. 
Nos dois conversamos um pouco sobre qual lugares eles poderiam estar, mas a silencio dominou a gente na maior parte do tempo. 
Com a lua no céu, o brilho da cidade parecia maior, conseguia ver os casinos e a avenida principal com os carros passando. 
Meu coração começou a acelerar quando chegamos na borda de um prédio. Ethan me puxou de lado, nos escondendo na sombra do edifício. 
-Vamos contornando pelo limite da cidade - ele sussurrou tão próximo que eu conseguia sentir o cheiro do halito dele. -Daqui a pouco vai dar uma hora da manhã, poucas pessoas ficam na rua essa hora, então vamos poder andar por elas. Tente andar naturalmente, se você ver outra pessoa não se desespere, se afaste o máximo que der. Se ver carros pretos tente se esconder. E não sai do meu lado a não ser que eu diga para fazer, ok? 
-Ok. -falei ofegante.
Saímos andando perto das paredes do prédios. As ruas com casas ficaram mais perto, a maioria tinha luzes apagadas, significava que os moradores estavam dormindo ou fora de casa.
Chegamos a primeira casa, meu coração parecia que ia sair para fora. Ethan colocou um boné azul escuro tampando todo seu rosto. 
-Ande do meu lado agora na rua, se alguém aparecer coloque a seu rosto para perto do meu braço ou olhe para mim e para mais ninguém, não deixe que vejam seus olhos. - ele falou, mexeu no meu cabelo colocando ele na frente do meu olho e em volta do meu pescoço e passou a mão no próprio pescoço. -Eles tem uma marca no pescoço que é aonde eles inserem o bicho, alienígena ,sei lá, que vai comandar seu corpo, vamos rezar para que ninguém perceba que eu não tenha. Preparada?- ele perguntou com um sorrisinho no rosto. 
Não respondi, e fomos para a calçada. Cada minuto ali eu não sabia se era ganho ou perdido. 
Andamos a primeira rua, nenhum sinal de arrombamentos na casa, ninguém andando pela rua, nada de jeep do meu pai. Silencio. Andamos mais uma, duas, três ruas. Nada.
Na quinta rua tinha um carro preto estacionado na frente de uma casa com uma mulher alta, morena e em boa forma física encostado nele com os braços cruzados na frente do corpo. Ethan me empurrou para trás de uma casa. 
-Buscadora. -Ethan rosnou ao falar e colocou a cabeça  para fora da parede para ver a mulher. Ele parou de se mexer e seus músculos se contraíram. 
-O que foi? O que aconteceu? -perguntei preocupada. Será que a mulher tinha visto a gente? 
-Ashley... -Ethan virou-se para mim com o olhar de dó. Empurrei ele para o lado e coloquei a cabeça para ver o que estava acontecendo. 
Um homem estava com a mulher, conversando. Ele era alto, cabelo curto e moreno mais escuro do que da mulher. Ele virou-se para ir para a casa, meu coração parou. Os olhos castanhos de meu pai não eram o mesmo. Ele não era mais o mesmo. 
Meu pior pesadelo tornou-se realidade: ver um de minha família sendo morto por esse malditos alienígenas. Monstros. 
Minhas pernas começaram a fraquejar, cai no chão e garrei meu joelho. Lágrimas começaram a cair pelo meu rosto. Meu pai estava morto. Morto. 
Estava com um vazio no peito, queria berrar, queira enfiar a faca no coração da mulher que era responsável, queria meu pai. Não o mostro que estava dentro dele. 
Onde estavam Breno? Conseguira fugir? Estava com papai naquela casa? 
Ethan de ajoelhou do meu lado e colocou o braço em minha volta me confortando, e eu chorei mais e mais nos seus braços. 
Ele me levantou e começou a andar ainda com os braços em mim de volta para o deserto. Para longe da cidade, para longe do meu pai. 


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Notas finais do capítulo

Cometários? ♥3