Give Your Heart A Break escrita por iMessageRobsten


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

The day I first met you
You told me you'd never fall in love []



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Dois anos depois...


Dois anos haviam se passado, tudo já havia se organizado. Agora eu tinha um carro, trabalhava na Clinica, minha melhor amiga era Kelly, que trabalhava como minha secretária. Moramos alguns meses juntas até que ela juntou dinheiro e comprou seu próprio apartamento.



Hoje seria nosso primeiro dia na academia. Ela estava realmente muito ansiosa pra isso, havia me lembrado disso o dia inteiro. Nós estávamos saindo da clinica, era mais ou menos umas 17:30, estava fechando as ultimas portas, enquanto ela me seguia falando :- Você já pensou no quanto de gatos que não tem naquela academia? Milhares! – eu só ria. Quando tudo já havia se organizado ali em Los Angeles, descobri quem era a verdadeira Kelly. Um fato sobre ela, ela AMA ficar tarando os homens, não que eu não faça isso, mas ela é praticamente o tempo todo. Era engraçado quando via alguns pacientes novos, e quando um fazia tipo de Kelly, ela usava a velha tática de deixar cair o papéis “sem querer” e se abaixava pra pegar, e óbvio que ela estava com uma blusa bem decotada. e não é que ela era esperta? Ela sempre conseguia marcar um encontro com a maioria dos caras. Mas enfim, fomos para o carro, liguei o som e seguimos direto para o meu apartamento, já que iriamos nos arrumar juntas. Estávamos subindo as escadas e esbarrávamos com vários caras carregando móveis, e Kelly me pergunta:


–Tem gente nova no pedaço, é?

–Na verdade nem sei direito, ouvi falar sim que vai ter um morador novo, mas não prestei muita atenção no assunto. – ela olhou para mim e arqueou as sobrancelhas duas vezes, e dando um leve sorrisinho malicioso ela falou:

– Um gatinho será? – dei um leve tapa em seu ombro.

–Você não para de ser safada um minuto, né?

–I Born This Way, baby- Eu ri mais uma vez.

Chegamos na frente da minha porta, e me agachei para pegar um envelope que estava no chão (no mínimo, contas para pagar). Abri a porta, entramos e joguei minhas coisas no sofá e fui tirando minhas roupas para ir pro banho enquanto Kelly ia preparando alguma coisa pra gente comer. Meu banho foi super-rápido, afinal Kelly também teria que tomar banho, e não tínhamos muito tempo para chegar até a Academia. Coloquei um top preto, minha regata branca com estampa: FREE HUGS , minha Legging preta e meu tênis. Tomei café enquanto Kelly ia para o banho. O envelope vermelho que estava debaixo da porta quando cheguei agora se encontrava em cima da bancada, fui até lá e peguei-o, a carta apenas dizia: “EU ESTOU DE VOLTA, CUIDADO.” Quando li isso me provocou leves arrepios na nuca, mas não havia nome de ninguém. Não fazia a mínima ideia de quem poderia ser, aposto que era brincadeira idiota de algum infantil para me assustar. Kelly havia se arrumado, estava vestindo uma legging roxa combinando com o Top e uma blusa de lado estampa: “JUST BE HAPPY”. Ela apontou para seus pulsos me avisando sobre a hora, realmente estávamos na hora de ir. Nós pegamos nossas bolsas, e ela voltou na cozinha colocou um pouco de margarina em uma torrada e saiu comendo. Entramos no carro, ligamos o som, adivinha que música estava passando?Live While We're Young- One Direction (n/a: PLEASE! RESPEITE, SE NÃO GOSTAR DE 1D!), nossa música preferida, riamos e cantávamos juntas. Duas perfeitas retardadas. É, essa era eu e minha melhor amiga.

Entrei no estacionamento da academia, o que era aquilo? Era muito perfeito, era um paraíso. Nem dava pra se dizer que era uma simples academia, pois é, Bem Vinda a Los Angeles onde o que tudo se parece simples pode virar Surpreendente. Kelly estava boquiaberta ainda, dei um leve tapa em seu queixo e ela me respondeu com um peteleco na orelha (Ahh, como odiava quando ela fazia aquilo). Descemos do carro, pegamos nossas bolsas de academia, com água, toalha, bolacha, e umas roupas caso queiramos nos trocar. Lá vamos nós, entramos e só pra começar as portas eram automáticas, pra gente se sentir tipo: “Bitch! Please... I’m Fabulous”. Nem preciso dizer que Kelly ainda continuava boquiaberta com tudo aquilo não é? Pois então, uma mulher de cabelos castanhos, alta e magra veio em nossa direção, ela estendeu sua mão e disse:

– Olá! Tudo Bem? Vocês devem ser as novas alunas da academia não é? – assentimos com a cabeça e respondendo-lhe sua mão estendida com um leve aperto - então... Meu nome é Sarah, sou Coordenadora daqui.

– Meu Nome é Clary e...

– e blá-blá-blá, vamos direto para as atividades! – interrompeu Kelly com uma voz irônica. Dei um tapa em sua costas e ela deu um “ai” mas mesmo assim prossegui: - e essa é minha amiga Kelly. É um prazer conhece-la.

Depois de um blá-blá-blá todo daquela coordenadora sobre regras do local e regras do uso dos aparelho e tals, ela nos liberou para escolhermos nossas atividades. Perguntei a Kelly:

– e aí, o que nós vamos fazer?

–Nós? Você eu não sei, mas já avistei um Cara muito gato na área de Pilates, já estou indo pra lá, não quero perde-lo de vista.- ela saiu requebrando ironicamente, e deu um beijinho no ar pra mim. Outra coisa que gostava em Kelly era isso, ela odeia amigos “Segurando vela” pra ela, e isso era bom por que em compensação o Harry, ele ficava agarrando a Blair no meu lado, que no caso já não era vela, era Tocha olímpica.

Depois de um tempo passeando por aquela enorme Academia, resolvi começar pela musculação. Entrei na sala de musculação, sem a menor ideia do que fazer, então fui até uma barra em comecei a me alongar primeiramente de tudo.

PARA TUDO! Quem era aquele cara gatéééérrimo que estava entrando naquela sala neste exato momento? Não sei, mas logo-logo eu iria descobrir. Não que eu fosse muito boa em chegar em Homens como a Kelly era, mas iria tentar. Esse momento era NOW! This moment! Arrumei-me, passei a mão em meus cabelos e comecei a andar meio que rebolando pra ver se ele olhava pra mim, até que tinha que acontecer isso, eu era muito tansa mesmo, eu esbarrei no meu próprio pé e cai no chão, perfeitamente Idiota. Estava morrendo de vergonha, me ajoelhei e comecei a limpar a minha blusa. Quando de repente sinto mãos em minhas costas, olho para o Lado imediatamente.

–Você esta bem? – AI MEU DEUS! ERA ELE! Eu fiquei olhando para ele, sem palavras, ele era perfeito. Ele tinha olhos castanhos, cabelo escuro, uma boca... pqp, sem detalhes. Ele estava vestindo uma regata cinza, que mostrava seus braços fortes e seu corpo malhado, e vestia um shorts de academia. Fui acordada dos meus devaneios com um estalo de dedos:

–Hey! Terra chamando... Oi!- dei uma leve mexida na cabeça, pra mostrar que estava ouvindo e disse:

–Ta, Tu-tudo bem... Ta tudo ótimo – dei um sorriso meio torto.

–Tem certeza?

–Absoluta –arregalei os olhos – não se preocupe, é só eu e minha arte de tropeçar com meus próprios pés! – ele riu. O que era aquilo? Sorriso? Aquilo era um paraíso! Ele tinha os dentes perfeitos, o sorriso iluminado, ele era... Simplesmente LINDO! Um verdadeiro Deus-grego.

–Então ta... se precisar de ajuda, é só falar. – eu assenti com a cabeça, e nos levantamos juntos, quando eu estava virando pra ir embora, e ele gritou de longe: - a propósito... Meu nome é Taylor! – eu sorri e mostrei o dedo polegar, “jóinha”. E saí, queria sair o mais rápido possível dali, eu estava morrendo de vergonha, eu tinha acabado de tropeçar e cair na frente daquele Gato, ou melhor o Taylor, já que pelo menos agora eu sabia seu nome.

Eu fui fazer Pilates junto com a Kelly depois, por que não queria aparecer na sala de musculação tão cedo depois daquele incidente. Eram 19:40 já, eu estava morta de cansada louca pra ir para casa, fui até Kelly e disse que estava na hora de ir, é claro que ela não queria ir de jeito nenhum, por que se deixasse ela moraria ali. Então a puxei pelo braço, pegamos nossas coisas e demos o fora dali. Quando entrei no carro, a primeira pergunta dela foi:

–Conheceu algum gatinho? – baixei a cabeça, e sorri. Ela sabia que quando eu fazia isso era minha maneira de dizer um sim. Ela deu um leve tapa na minha cabeça e disse: - é isso aí garota! Então me fala, quem é o cara?

–E você? Conheceu algum? – Tentei desconversar.

–Nem tente fugir, mocinha! Pode me falando qual o nome dele? – ri, só ela tinha a capacidade incrível de perceber quando eu queria mudar de assunto. Então, tive que dizer a verdade:

–O nome dele é... Taylor.

–Taylor?!? Ah, é um nome bonito... Quantos anos? Onde Trabalha? Mora aonde? E...

–CALMA! Respira! – falei rindo – Eu só caí e ele me ajudou á levantar, e então ele me falou o nome dele, mas como eu estava morrendo de vergonha eu saí e fui atrás de você.

Ela me deu um leve tapa no ombro e disse:

–SUA BURRA! Você deveria ter ficado lá, pegado pelo menos o telefone dele! – liguei o carro e fomos embora. Deixei Kelly em seu apartamento e fui para casa.

Subi as escadas, dei uma olhada nas correspondências, mas não tinha nada. Abri a porta de meu AP, quando entrei senti o que sempre sentia quando chegava. Vazio, Solitária, sem vida. As vezes eu chorava. Nunca fui muito de chorar só pelo fato de estar sozinha, mesmo depois da morte de meus pais, mas a diferença é que eu tinha André pra me consolar e agora era só eu, eu e a solidão.

Nos primeiros meses que eu havia chegado ali, eu e Harry nos falávamos sempre por SMS’s e Skype, mas depois de um tempo perdemos o contato e eu sentia falta dele. Larguei minhas coisas no sofá, e fui tomar um banho. Os dois anos que se passaram foram ótimos, mas a mesmo tempo ruim. Eu odiava André e tudo o que ele havia feito comigo, mas por incrível que pareça, eu sentia falta dele. Mas pensando por um lado, não exatamente dele, mas de alguém. Alguém que me entendesse, e me aceitasse do jeito que eu sou, alguém que fosse capaz de tampar o buraco que era o meu coração, alguém que conseguisse arrancar uma risada no meio de tantas lágrimas, porque era mais ou menos assim que era aminha vida. Órfã, solteira... SOZINHA. Coloquei meu pijama e fui dormir, amanhã seria mais um longo dia.

“André e eu estávamos em uma festa, nós dançávamos, riamos e bebíamos. Ele me levou para um canto mais reservado, e me abraçou, começou a me beijar, depois foi beijando meu pescoço e lentamente ele subiu seu rosto até minha orelha e sussurrou: -I.D.I.O.T.A! afastei meu rosto, encarando-o não entendendo, e ele continuou: -OTÀRIA , me soltei de seus braços e cada passo que eu dava para trás ele dizia algo: BURRA! VOCÊ NÃO SERVE PRA MIM! Eu esbarrei na mesa dos copos, e deixei cair todos os (pra variar, eu e minha arte de esbarrar em tudo) Saí correndo, e estava quase saindo, mas paralisei quando ele disse lentamente: VOCÊ NUNCA MAIS VAI SE APAIXONAR! “

Acordo espantada, eu estava suada e tremia. Depois de ter chegado em L.A á dois anos atrás, eu tinha esses tipos de pesadelos que sempre finalizavam com ele falando a mesma frase (VOCÊ NUNCA MAIS VAI SE SE APAIXONAR) por vários meses, mas depois de um tempo eu tinha parado de ter esses sonhos. Eu não queria que aquilo começasse novamente. Saí da cama e olhei para meu relógio. 10:00 a.m, ou seja...

–Merda! To suuuper atrasada!

Meu Trabalho começava ás 7:00, como eu pude ser tão esquecida? Saí correndo até o banheiro, fui para meu closet, coloquei uma roupa, peguei meus sapatos de salto azul marinho (porque BITCH PLEASE... SOU DIVA ATÉ ATRASADA né? ) fui até minha sala de estar peguei minha bolsa e saí correndo até o estacionamento. Dirigi até o apartamento de Kelly, bati na porta igual uma louca. Ela atendeu, e estava de pijama ainda! AI SENHOR AMADO! Kelly me olhou de cima a baixo lentamente, e com uma voz de sono ela perguntou:

–Onde você pensa que vai, assim? – eu estava com a minha calça jeans, minha camisete azul bebe, e com meus saltos na mão, porque não me lembrei de colocar de tão apressada.

–COMO “ onde você pensa que vai assim?” A GENTE TA SUPER ATRASADA! SABE QUE HORAS SÃO? 10:00!! – ela soltou uma risada tão alta, que humilhava uma hiena completamente e então depois de muuito rir da minha cara ela me disse:

–HOJE É SÁBADO! SUA LOUCA!

I don’t believe that! Além de desastrada e louca, agora não me lembrava nem dos dias da semana, que mico!

Quando eu ia pedir para entrar e tomar um café com ela, um cara loiro de olhos azuis e de cueca sai do quarto dela se espreguiçando e da um beijo em Kelly. Então discretamente saio e fecho a porta sem fazer barulho para não atrapalhar o clima. Com certeza era mais um ficante dela... Não disse que ela é rápida?

Entrei dentro do carro e resolvi colocar meu sapato, porque meu pé já estava doendo um pouco. DIVAMENTE liguei o carro e resolvi ir em alguma lanchonete qualquer para eu tomar um café, estava morrendo de fome.

Quando estacionei, meu celular toca indicando uma mensagem. O número era desconhecido, mas logo descobri quem era. André. Sim! O Filho da puta do meu ex- namorado , ele havia mandado uma mensagem dizendo que estava super bem, que estava namorando e blá-blá-blá. Eu ia largar meu celular dentro da bolsa, quando de repente ele... não, não pode ser... ELE ESTAVA ME LIGANDO! Hesitei por alguns segundos, mas atendi:

–ALÔ... Clary? – Meu coração estava saindo pela boca de tanto nervosismo, mas limpei a garganta e falei:

–O Que você quer? – pude ouvir sua risada de deboche na linha, e isso me deixou com calafrios horríveis.

–Como vai sua vidinha medíocre? Triste demais sem mim? – e ele riu mais uma vez. QUE RAIVA! Mas na verdade ele tinha razão, minha vida durante aqueles dois anos q se passaram só evoluíra de depressiva pra Triste, nada mais.

–Vai muito bem... Olha, seja o que for...

–É RUIM SOFRER NÉ? Eu só imagino! Mas porque você não liga pra sua mãe, talvez ela te console... Ah! já tinha me esquecido, além de solteira você é órfã!- ele ria. Ele queria me provocar aos extremos, me pegar nos pontos mais fracos, e conseguiu! Eu estava quase chorando, e não queria que ele visse q eu estava mal, tomei coragem e disse:

–Preciso desligar...

–OOOWNT, ela quer chorar é? – disse ele com uma voz como se estivesse falando com uma criança. – Eu sinto muita pena de você! Não ter ninguém no mundo deve ser realmente muito triste – ele falou lentamente as duas últimas palavras. Eu estava sentindo as lágrimas já se acumularem pelo meus olhos.

–Imagina – continuou ele – quando você morrer? Quem vai estar lá para velar seu corpo? Bem... eu até poderia ir lá para bater palmas, mas acho que eu vou ter coisas bem mais importantes para fazer!

Eu estava com tanta raiva que juro que se ele estivesse em minha frente naquele exato momento, EU MATAVA! Tomei coragem, e praticamente gritei no celular:

–CALA A BOCA! QUER SABER? GUARDE SUAS PALMAS PARA A SUA IGNORANCIA, EU TENHO AMIGOS SIM, TÁ LEGAL? – o que mais me irrita naquilo tudo, é que você pode gritar com André, pode estar caindo o mundo, mas ele vai te responder com aquela voz calma e super irritante, era o que ele fez naquele exato momento:

–Mas será que eles estarão lá? Será que eles se lembrarão de você? Um dia eles vão ter sua própria família, próprias preocupações, e nem lembrarão que você existe.

Parei e pensei, por mais raiva que eu tinha dele, por mais ódio... ele tinha razão! Era muito para mim, eu estava cheia dele, desliguei na cara de André. Saí do carro, e entrei no STARBUCKS ®, estava praticamente vazio, havia no máximo 5 pessoas. Escolhi uma mesa mais reservada, que ficava no canto e encostada na parede. Sentei-me, apoiei meu rosto entre minhas mãos e infelizmente não conseguia parar de pensar naquilo que ele havia dito.

Eu nunca fui uma pessoa que tivesse muitos amigos, não que eu me importasse muito com isso, mas André chegou a um ponto que eu nunca havia parado para pensar. Eu sei que é muito cedo para pensar em morte quando se tem apenas 22 anos... mas com um mundo de hoje em dia para morrer com um acidente é bem fácil, mas quem estaria lá para chorar pela minha partida? Kelly com certeza um dia iria encontrar um cara para ela e construiria uma família e etc... se é que ela já não encontrou. Harry, agora longe de mim, me esqueceria e faria novos amigos e enfim seguiria sua vida com Blair ou outra pessoa. Eu até poderia pensar positivo e pensar que um dia encontraria alguém para mim, mas foram 2 anos tentando ficar com caras, mas sempre acontecia a mesma coisa, quando eles me beijavam vinha aquela voz irritante que sempre repetia a mesma coisa (VOCÊ NUNCA MAIS VAI SE APAIXONAR) e eu simplesmente não conseguia, era como se aquilo me prendesse á ele. Eu sei que parece loucura, mas acredite, já fui em alguns psicólogos para ver se isso não era caso de loucura, sei lá, nunca se sabe! Mas os médicos só riam da minha cara e simplesmente diziam que eu apenas não havia superado o término do namoro. Mas aquilo pra mim era sério! Viver com a voz do seu ex-namorado na cabeça te atormentando desde pesadelos até na vida real, e falando apenas uma frase e sem sentido não era simplesmente brincadeira. Eu comecei a chorar, e com a tentativa idiota de limpar as minhas lágrimas, havia esquecido que eu estava de rímel e lápis, e borrei tudo, resultado... meu rosto estava uma merda. Mas não só meu rosto, minha vida era uma merda.

Escuto um barulho e percebo que alguém havia sentado na minha frente, rapidamente peguei um guardanapo e tentei limpar meu rosto, mas não resolveu muito. Levanto a cabeça, e adivinha quem estava sentado á minha frente exatamente na minha mesa?? Taylor! Aquele cara da academia. Ele sorriu de leve para mim e disse:

–Tudo bem? – balancei a cabeça assentindo, menti. Porque eu estava péssima.

–Negativo! Você não parece bem... conta aí, aconteceu alguma coisa?

–Tirando o fato de que me ex-namorado inferniza minha vida, que meus pais morreram em um acidente de carro na noite da minha formatura, e que minha vida é uma merda... acho que não aconteceu nada. – eu nem sei porque falei isso para ele, mas acho que precisava desabafar, precisava colocar isso pra fora, mesmo que não conhecesse ele. Taylor ficou um pouco assustado com o que eu disse, então tentei amenizar a situação, e perguntei:

–E você? Esta bem? – ele deu uma forte inspirada e soltou:

–Tirando o fato de que perdi meu pai quando tinha 5 anos, fui humilhado pela minha ex namorada e que minha mãe sofre com os mesmos problemas cardíacos do meu pai, correndo grande risco de morte... ta tudo bem.

Olho para ele sem expressão, Taylor aparentava ser um cara tão alegre, um cara que nunca tivesse problemas, sempre sorrindo, nunca que eu iria imaginar que ele havia tantos problemas assim. E quando me diziam que aparência não é nada, agora eu acreditava.

–Eu sinto muito... – digo para amenizar o silencio.

Vejo uma lágrima escorrer pelo rosto dele, mas ele percebe que eu estou o observando e limpa a lágrima com a manga da camiseta. Eu realmente queria muito resolver todo os problemas dele, se eu pudesse... pera aí! A mãe dele sofre com problemas cardíacos, e eu era cardiologista, ou seja... pelo menos um dos problemas eu pelo menos acho que poderia resolver. Digo:

– Olha, eu sou médica cardiologista, se você quiser marcar uma consulta para a sua mãe, talvez eu possa analisar o problema dela – abri minha bolsa e peguei o cartão que continha os dados da clinica, anotei o número do meu celular atrás e arrastei na mesa em sua direção – É só ligar, meu celular esta no verso, em caso de emergência. Ele virou a cabeça lentamente e observou o cartão, pegou e guardou no bolso, Logo ele me observou e sorriu (VOCÊS CONHECEM ALGUM SUJEITO CHAMADO AR?) o sorriso dele era completamente indescritível! P-E-R-F-E-I-T-O! Realmente aquele tipo de sorriso que te deixa sem folego.

–Obrigado, muito obrigado, mesmo! – disse ele, feliz. Sorri em resposta e ele logo muda de assunto perguntando-me:

– Você já pediu alguma coisa?

–Não... mas acho que não vou pedir nada... sei lá.

–Ah vai sim! Você não vai sair daqui sem experimentar os Cupcakes daqui! São uma maravilha! – sem me dar tempo de responder, Taylor já estava no balcão fazendo os pedidos e depois de alguns minutos ele trouxe até a mesa. Começamos a conversar sobre vários assuntos, como se já nos conhecêssemos á muito tempo. Conversamos desde livros e filmes até sobre nossas comidas favoritas, até que depois de acabarmos de comer, um grande silencio reina a nossa mesa. Olhei para ele, e percebi que ele estava me olhando de cima baixo, lentamente. Eu nunca sei como reagir nesse tipo de reações, a não ser corar e ficar envergonhada.

Depois de alguns minutos, ele aponta para minha blusa e diz:

–A sua... Blusa – olhei para ele não entendendo o que ele quis dizer e ele explica:

– A sua blusa... Tá meio aberta. – AI QUE MARAVILHA! Minha blusa estava desabotoada e aparecendo uma parte do meu sutiã preto, BOSTA! Que vergonha!

Taylor estava rindo meio sem graça, então tentei abotoar mas como eu sou uma pessoa muito “Sortuda” , o botão arrebentou e caiu. Aí mesmo é que Taylor soltou-se a rir, igual a um retardado, então levantei a cabeça e mostrei a língua pra ele (SIM! EU TENHO PROBLEMAS MENTAIS... KKK). Lancei lhe um olhar de deboche. Mas depois de alguns minutos é que eu me toquei, se ele havia percebido que minha blusa estava desabotoada, então quer dizer que...

–Senhor Taylor! Você estava me tarando, é? – ele não conseguia parar de rir. Mas entre risos ele tentou dizer:

–Não kkk é que eu só fui olhar a cor da sua camiseta kkk achei massa, sei lá kkkk.

–AHAN SEI! – e logo comecei a rir junto com ele. Acho que éramos adultos só por fora, porque nossa idade mental naquele momento era de 5 anos pra menos, só pode, porque né? Kkk.

–Não faria isso com você! Não quero briga com seu namorado! – brincou ele. Mas minha expressão mudou, e minha maldita mente me lembrou de que o sujeito “namorado” que Taylor havia dito, não existia e comecei a me lembrar da verdadeira razão pela qual eu estava chorando minutos atrás. Comecei a me sentir mal, e sentia lágrimas querendo sair por meus olhos. Não queria estragar a felicidade dele, então me levantei rapidamente, peguei minha bolsa. E fui rapidamente andando para meu carro, sem olhar para trás e me recusando a ouvir a qualquer um que me chamasse. Eu estava abrindo a porta do carro, quando Taylor me pegou pelos braços e meio q me jogou contra a porta, fechando-a novamente. Ele disse:

–Desculpa! Mil desculpas! É sério, sou um grande otário mesmo. Não deveria ter tocado nesse assunto. Me perdoa, é sério. Por favor?

Lágrimas involuntariamente começaram a escorrer pelo meu rosto, logo eu já estava chorando e soluçando sem parar. Ele me abraçou, me abraçou forte, mas não aquele simples abraço que as pessoa te dão pra te consolar, ele estava me abraçando porque não era só eu que estava na pior, Ele também estava destruído por dentro. Taylor sussurrava “calma” várias e várias vezes em meu ouvido cada vez que meu nível de desespero ia aumentando, ele acariciava meu cabelo, consegui dizer depois de algum tempo entre soluços:

–A minha vida é uma merda!Eu nunca mais vou me apaixonar! Tudo dá errado pra mim! Que raiva!

–Shhh! Calma! Fica calma... – ele abriu a porta do carro e me sentou no banco e colocou a mão em meus joelhos e disse:

–Olha... Eu sei que parece estranho eu estar te falando isso, mas... posso te levar em um lugar? – levantei a cabeça e o encarei não entendendo muito, assenti depois de um tempo. Ele levou sua mão até meu rosto, limpando minhas lágrimas com seu polegar. Tirei um lenço de minha bolsa e ajudei-o a limpar, porque meu rosto devia estar uma verdadeira droga!

Ele entrou no carro, e eu passei para o banco do lado, dei-lhe as chaves e ele dirigiu. Eu realmente não sabia aonde ele queria chegar, ele dirigia por ruas que eu não fazia ideia de aonde eu estava. Até que o carro parou e ele desceu, fiz o mesmo. Analisei o local, ele havia me levado para uma praia, Mas pelo que parecia era uma praia deserta. Tirei meu salto e segurei-os na mão e caminhamos na areia com um silencio mórbido entre nós. Taylor parou e sentou na areia depois de um longo tempo caminhando, sentei ao seu lado, e nem liguei pelo fato da areia sujar minhas roupas. Cansada daquele silencio sem sentido, resolvi perguntar:

–Por que me trouxe aqui? – ele deu uma grande inspirada e falou:

–Eu venho aqui pra pensar sempre que eu estou na pior, o que é quase sempre... ele ótimo pra refletir, pensar, chorar... meio que um consolo, digamos. – ele olhou pra mim, continuou – Eu vi como você estava e percebi que realmente você precisava desse lugar mais do que eu. Ele vai te fazer bem, pode ter certeza.

–Mais quantas trouxe até aqui?- falei ironicamente

–Além da Dor. Da Solidão e das lágrimas, acho q nenhuma. – falou seriamente. Naquele momento é que eu entendi ele, foi ali que passei a compreender a dor dele. Taylor havia me contado sobre a morte do pai dele, percebi que seu pai era seu maior herói, e que era praticamente tudo pra ele. Ele me contou que em uma certa manhã, acordou e começou a chamar pelo pai para poderem brincar e quando entrou no quarto e viu seu pai desmaiado no chão, logo levaram para o hospital e ele estava morto, teve um infarto fulminante. Aquilo para ele foi a pior coisa que ele podia ter passado na vida dele. Ele me contou também, que depois de alguns meses, a sua infância já não foi mais a mesma, ele sonhava com o pai e gritava por várias e várias noites por ele. Sua mãe começou a se preocupar com ele, pois na escola ele nunca mais brincou com os outros colegas, ficava sentado em um canto, quieto e sozinho, com a esperança de que seu pai fosse-lhe buscar. E me contou várias e várias outras coisas que passou. Contei-lhe a ele sobre a minha história também. Noite de formatura, a noite mais esperada do ano por todos os formandos, inclusive eu. Até que quando era a minha vez de subir naquele palco e receber meu diploma, assim que coloquei os dedos no diploma senti um vazio, meio que um buraco dentro do meu coração, uma dor. E aí que fui surpreendida com a noticia de que meus pais haviam chocado o carro com outro e o impacto foi tão forte que infelizmente eles morreram na hora. A noite que era para ser a mais feliz da minha vida, foi a mais horrorosa, a mais vazia.

–E o pior é que o buraco que eu havia sentido no meu coração naquela noite, continua até hoje. Aquele buraco se chamava Solidão... – falei.

Depois de tudo aquilo, nós estávamos ali, estávamos inteiros depois de tudo que nós havíamos passado. Taylor e eu ficamos sem palavras, chocados com a gravidade da situação de cada um. Ele sentia exatamente o que eu sentia

Ele ficou surpreso sobre como descrevi solidão pra ele, pois era exatamente como ele descrevia. Demos uma forte inspirada no mesmo momento, deixando as ondas cantarem em nossos ouvidos.

–Juntos? – ele disse, estendendo a mão como cumprimento pra mim. E eu respondi:

–Sempre!



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Notas finais do capítulo

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