Mistérios Nas Sombras escrita por Beatriz Menezes


Capítulo 4
Capítulo 3 - Enxergar




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/350483/chapter/4

Descoberto

 3

  Um policial, alto de olhos azuis e cabelo ruivo passou por Carly. Chegando perto de Taylor. Ele estava acompanhado de uma mulher, que também era policial, ela era alta e mesmo assim usava saltos, os saltos só faziam com que ela ficasse com a mesma altura do seu colega. Carly olhou para a policial. Ela nunca tinha visto alguém da policia usar saltos altos em serviço. A mulher tinha os cabelos negros amarrados e os olhos cinza, tão claros que chegavam a parecerem diamantes.

  O policial aproximou-se de Taylor.

  - Sr.Lifflyn, faremos de tudo para encontrar sua filha. - Começou a falar o policial alto, parecia que foi a primeira coisa que ele falou por toda a noite. A voz dele era firme e forte. Ele tinha um rosto simpático e jovem, fazendo-o parecer ter 17 anos. - Precisamos de uma foto dela para fazer os cartazes, se você puder nos dar, qualquer foto, já seria uma grande ajuda. - A mulher atrás dele, aproximou-se da sua orelha e pareceu sussurrar algo. Ela também parecia estar acariciando os cabelos do ruivo. - Depois resolvemos isso, Lindsay. - Ele sussurrou baixinho para ela.

  - Eu já disse para não me chamar assim, Martin. - Reclamou Lindsay.

  - Não estamos em lua de mel, estamos trabalhando e você deveria ficar quieto. - Martin continuava falando baixo.

  - Eu não me casei com você! - Resmungou ele. Talvez o seu sonho fosse esse casamento não ocorrido. - Depois não venha conversar comigo sobre a Melanie.

...

  Richard finalmente atendera a ligação de Julye.

  - Meu amor, por que demorou tanto para atender? - Perguntou Julye. Ela parecia eufórica, só de escutar a voz de sua mulher Richard perguntou:

  - O que aconteceu?

  - A CIA está querendo que minha filha seja uma agente e... - Julye falou sobre os poderes de Anny. Detalhe por detalhe do que tinha acontecido. E por fim, ela perguntou: - Você acha que deveria deixar? A agente Oliver Lindsay disse que ligaria novamente há duas horas.

  - E faz quanto tempo que ela disse isso?

  - Acho que já passou uma hora... - Julye tentou deixar a voz calma e alegre como sempre, mas, não conseguira. - Richard o que eu faço?

  - Hoje eu vou largar mais cedo, - ele começou a falar. - não tem muito trabalho hoje, resolvemos essa História de poderes e CIA quando eu chegar ai há... Vinte minutos, certo?

  - Certo Richard.

  - Beijo, meu amor, tchau. - Despediu-se.

  - Beijo, tchau. - Julye desligou.

...

  “Com licença” foi à primeira coisa que Steven dissera ao entrar na casa de Susan. Ele seguiu Clare até o quarto de hospedes. Deve ter sido onde ela dormiu. Steven teve que se perguntar por que havia duas malas perto do espelho do quarto. Então ele se lembrou que os pais dela viajaram para o Chile com seu irmão e a deixaram na casa de Susan, só porque estava no fim de 2009.

  - Você não pediu para eu vir aqui para pedir que eu volte com você, certo? - Perguntou Steven. Ele e Clare tinham namorado em cerca de quatro meses e depois ele terminou. - Isso seria a maior perda de tempo.

  - Não seja ridículo, está foi a melhor decisão que você já tomou na vida. - Clare sentou-se na cama bagunçada.

  - Então, por que me chamou?

  - Eu quero fazer um favor a você... - Começou ela.

  - Se você pensa que eu vou fi... - Ele interrompeu-a.

  - NÃO, EU NÃO VOU FICAR COM VOCÊ! - Gritou ela. Steven se encolheu. - Você acha que eu faria isso? - Clare tentou se acalmar. - Eu tenho que te contar uma coisa, Steven.

  - Que você ainda me ama? - Steven parecia persistente sobre esse assunto. - E que quer voltar comigo? Por que não tinha motivos para eu terminar com você e mesmo assim eu terminei? E que fui um idiota?

  - Não. Mas, você não tinha motivos para terminar e você é um idiota. - Clare soltou os cabelos e os prendeu de novo. O cabelo pareceu mais arrumado. - Mas, eu não chamei você aqui para discutir. Eu vim para falar sobre a ann...

  - Então você acha que eu terminei com você por causa dela, é isso? - Steven a interrompeu de novo.

  - NÃO! CALE A BOCA! - Ela levantou-se da cama irritada. - EU É QUE DEVERIA TER TERMINADO COM VOCÊ! VOCÊ NUNCA ME DEIXA TERMINAR NENHUMA FRASE!

 - Me desculpe Clare. - Steven tentou deixá-la mais calma. Ela tinha razão em nunca conseguir falar nada.

  - COMO VOCÊ CONSEGUE SER TÃO BURRO? TÃO IDIOTA? - Clare andava de um lado para o outro. - SERÁ QUE VOCÊ NÃO PODE SIMPLESMENTE ENXEGAR QUE ELA ESTA APAIXONADA POR VOCÊ? ELA É LOUCA POR VOCÊ! SEMPRE FOI! MAS, QUANDO COMEÇAMOS A NAMORAR, EU NÃO SABIA E... E quando terminamos, ela me contou e eu me sinto culpada. - Caiu uma lágrima dos olhos de Clare. Para Steven, Clare sempre pareceu ser uma bad girl, ela nunca representara qualquer emoção...

  Steven abriu a boca, mas, não saiu nada de seus lábios. Ele ficou sem palavras.

...

  Richard andou com pressa até o estacionamento do seu laboratório.

  - Espere! Doutor Richard! - A recepcionista estava correndo. Ela usava saltos agulhas, então, Richard percebeu porque ela não andava rápido.

  - Oi, Wanessa. - Ele virou-se e encarou a mulher baixinha, que usava saltos maiores que ela mesma, os cabelos negros dela estavam presos em um rabo de cavalo.

  - Um homem veio à tarde, vê-lo.

  - Sim, continue.

  - Seu nome é Thomas... - Ela pegou um papelzinho no jaleco branco. -... Athawand. - Richard estremeceu ao ouvir o nome de Thomas. - Ele disse que queria falar com o senhor. Então eu disse que o doutor estava em reunião e dei o seu número para ele. Fiz algo errado?

  - Não, não fez. Obrigado, Wanessa. - Richard deu de ombros, voltou-se para o caminho que estava percorrendo.

  - Por nada. - Wanessa virou-se. Voltando para o laboratório.

  Richard logo chegou na sua Ferrari. Abriu a porta, o alarme soou. Ele calmamente pegou a chave e destravou a porta, que já estava aberta. Ele entrou na Ferrari preta, colocou a chave e tirou o freio de mão.

...

  Mais um policial chegou à casa de Carlyne. Era uma mulher, ela era um pouco alta, loira e tinha os olhos castanhos, quase negros. A mulher não estava com o fardamento de policial. Na verdade, ela usava uma saia preta, meias calças longas, os sapatos pretos altos e uma blusa de gola alta branca com botões e sem manga. Certamente ela seria a lieutenent, pensou Carly.

  - Taylor Lifflyn? - Ela entrou no porão onde todos estavam. - Posso falar com você? A sós?

  - Claro. - Taylor atravessou a grade de pessoas e acompanhou a delegada. - Qual seu nome?

  - Emily Caprestine Fellows. - Apresentou-se. - Vou investigar o caso por você. Sou a lieutenent.

  - Ah, sim, claro... - Ele não sabia mais o que falar. Pensamentos sobre sua filha passavam por sua cabeça. De quando ela era pequena e do que poderia acontecer. Uma lágrima caiu dos olhos de Taylor.

  Emily e Taylor foram para o terraço da casa dos Lifflyn.

  - O que você queria falar comigo? - Perguntou Taylor.

  - Tenho certeza que eles já falaram o que fazer, estou certa? - Perguntou Emily.

  - Sim, eu dei a um policial uma foto da minha filha. Ele disse que faria cartazes.

  - Vamos tentar encontrá-la o mais rápido possível. Agora, nos temos que ir. Você tem alguma coisa que possa nos ajudar a procura dela?

  - Ano passado eu coloquei um rastreador no celular dela, não sei se ela está com o celular, mas... - Começou Taylor.

  - Ótimo. Isso pode ajudar muito. - Emily prendeu os cabelos em um rabo de cavalo alto. Ficaram alguns fios soltos, mas, ela pareceu não se importar. - Você poderia me dar o rastreador? - Perguntou ela enquanto prendia o cabelo loiro e liso.

  - Vou pegá-lo. - Taylor levantou-se do banco do terraço. - Um minuto. - Ele virou-se para trás levantando um dedo.

  - Um minuto vai me atrasar. - Falou ela baixinho.

  Martin e Lindsay vieram para frente da casa, - O terraço. - Eles olharam para Emily Caprestine com um olhar de reprovação.

  - Já deveriam ter trocado de roupa! - Resmungou Emily. - Já falou com ela? - Emily olhou para Lindsay.

  - Falei sim, Emily. - Assentiu ela. - Eu dei duas horas para ela se decidir com a mãe. Logo ligarei novamente.

  - Já deveria ter ligado! - Reclamou.

  - Vou trocar de roupa. - Falou Martin, para ninguém especificamente.

  - Certo, meu amor. - Disse Lindsay para ele.

  Martin deu de ombros. Pegou uma mochila nos pés de Emily e entrou na casa de Carly indo na direção de Robert, que estava na sala.

  - Onde é o banheiro? - Perguntou Martin para Robert.

  - Nessa porta de madeira, a sua esquerda. - Robert apontou para a porta perto das escadas que levavam ao segundo andar.

  - Obrigado, Robert. - Agradeceu Martin.

  - Espera. Como você sabe meu nome? - Perguntou Robert levantando-se do sofá e saindo do devaneio. Mas, já era tarde. Martin já tinha fechado a porta.

  Emily encarava Lindsay.

  - Você sabe que eu não gosto desse relacionamento de vocês. - Reclamou Emily. - Você sabe, não é, Oliver?

  - Sei, mas, você não manda na nossa vida. - Resmungou Lindsay. - E não temos nenhum relacionamento!

  - Sei... Ficar fazendo cafuné e beijando a orelha dele não é relacionamento...

  - Digamos que é um interesse romântico. - Disse Oliver.

  - Pronto, está aqui. - Mostrou Taylor o rastreamento. Emily pegou o pequeno aparelho eletrônico das mãos dele. - Precisa carregar...

  Emily olhou com o seu “famoso” olhar de reprovação. Taylor entregou o carregador para ela.

  - Vejo que está com presa... - Começou Taylor. - Então, leve ele e o carregador.

  - Obrigada, vai nos ajudar muito. - Agradeceu Emily.

  Martin saiu do banheiro.

  - Estou pronto. - Anunciou Martin. - Então, vamos?

  - Martin! Eu não tinha lhe reconhecido, está trabalhando como policial agora? - Perguntou Taylor. - O que aconteceu com seu antigo emprego? De engenheiro?

  - É uma longa história... - Martin pareceu envergonhado.

  - E você pintou o cabelo! Faz muito tempo que não nos vemos. Que tal um dia sairmos?

  - Talvez. O trabalho está muito complicado... E agora com o sequestro da sua filha... E a morte de Jennette... - Martin não sabia o que dizer. Depois da última briga que os dois tiveram, Martin jurou nunca mais falar com Taylor e ele cumpriu com a promessa. Jennette é a ex-mulher de Taylor. Ela morreu em um assalto. - Taylor, eu preciso ir.

  - Certo. Vemo-nos outro dia. - Taylor entrou na casa dele.

  Emily virou para Oliver.

  - Agora você vai dizer-me que perder a chave? - Perguntou Emily. Ela estava totalmente impaciente. Os olhos dela estavam pretos e sua bochecha vermelha.

  - Não. Está comigo. - Oliver tirou a chave do carro da sua farda. Ela puxou a farda do corpo e por baixo tinha uma roupa igual à roupa de Emily. - Então vamos ver a Anny?

...

  O sol forte fazia com que Richard franzisse o seu cenho. Ele dirigia loucamente pelas ruas de Washington, D.C, tentando chegar á sua casa. Ele tentou ligar para Julye e Anny mais de uma vez, mas, só dava ocupado.

...

  -... Meu marido está chegando... Eu não sei. - Julye estava falando com a agente da CIA pelo telefone.

  - Eu dei há vocês duas horas! - Reclamou Oliver. - Então isso significa que é um não!

  - Não! Não! - Julye estava desesperada.

  Anny assistia a mãe andando de um lado para o outro na biblioteca. Anny segurava o livro no colo. Ela marcou a página que estava lendo e foi pegar uma água para sua mãe se acalmar.

  - Não? - Oliver fez a voz parecer mais fina.

  - Não é isso... - Julye sentou-se no chão perto de uma estante enorme de livros. - Anny fique aqui! - Mandou Julye.

  - Eu ia pegar água para você. - Anny tentou explicar.

  - Vá.

  - Senhora Black, eu não tenho o dia todo.

  - Venha para cá e conversamos. Vou lhe dar o endereço.

  - Não será necessário, já o temos.

  - Como? - Anny chegou à biblioteca e entregou o copo de água para sua mãe. - Obrigada, ann. Como? - Perguntou Julye novamente.

  - Relembrando: Sou agente da CIA. - Disse Oliver. Emily arfou. - O que foi Emily?

  - Nós já estamos chegando. - Perguntou Emily. Oliver assentiu. - Lembra que esse carro era daquele Mark Hyland? E ele disse que iríamos explodir?

  - Lembro.

  - A bomba foi ativada. - Emily falou como se fosse normal um carro explodir com três pessoas dentro.

  - Ah, meu Deus! - Oliver estacionou o carro em frente a uma árvore e tinha uma placa dizendo: “Proibido estacionar”. Todos tiraram os cintos. - Julye só um minuto. Depois eu ligo para você. - Oliver desligou.

  - O que foi que aconteceu? - Perguntou Julye para o telefone, mas, já era tarde demais.

  Oliver saltou do carro, seguida por Emily e Martin.

  - Quanto tempo falta para a bomba explodir? - Perguntou Oliver Lindsay, eufórica.

  - Quando eu vi, faltavam 40 segundos. - Emily estava atrás de Oliver. Eles estavam correndo pela Avenida Massachusetts, próximo a casa de Anny. - SAIAM DA RUA TEM UMA BOMBA NO CARRO E VAI EXPLODIR! - Gritou Emily. Todos que estavam na rua começaram a correr e gritar desesperadas. - CORRAM! - Gritou ela para Oliver e Martin. - VOCÊS SÓ SABEM NAMORAR! VAMOS!

  Martin entrou em um beco. Oliver e Emily entraram também. Oliver olhou para o carro. Ele explodiu. Uma nuvem vermelha com camufladas listras amarela circulava pela rua, aquilo foi de parar o transito, literalmente. Partes do carro decolaram nos ares. Oliver gritou enquanto Martin a puxava para trás. Depois quando ela olhou o estrago sentiu pena do carro; ela realmente era fã de automóveis velozes e mulheres com bundas enormes em uma calça colada na formula um. Mulheres e bundas de dar inveja eram até boas, mas nenhuma bunda se comparava a uma bela Ferrari vermelha.

  - Estou vendo a casa de Anny! Vamos. - Emily saiu do beco correndo.

  - O carro era lindo. - Comentou Oliver.

  - Agora eu já sei por que você roubou do presidiário. - Falou Martin sorrindo. - E você nem sabia a marca...

  - É claro que sabia! - Protestou. - Era um Honda NSX Concept, eu não sei como ele conseguiu aquele carro!

  - Até parece que você entende de carros...

  - E você entende?

  - Talvez.

  Emily viu a Ferrari preta antes de tocar a campânia. Richard tinha chegado antes. A casa de Anny tinha um muro ao redor de pedras cor de salmão, fofas de alisar. Um portão de ferro pintado de cor prateada dava caminho em um caminho de pedras no chão com um jardim de rosas, peônias, violetas, lírios e outras flores que traçavam um perfume conforme a dança do vento. E em uma pedra próximo a um baobá em crescimento havia a lagartixa de jardim.

  Julye e Richard conversavam aos gritos na sala de jantar. Anny tentava agir mais que naturalmente, ela estava tentando fazer com que eles não notassem a presença dela. Mas, ela não conseguia, pois, o assunto era Ela. A campânia tocou. Julye parou de falar, desesperadamente.

  - Eu atendo. - Julye encarou Richard e saiu da sala de jantar. Ela deu as costas a Richard.

  Richard deu um salto. Passou por Julye e abriu a porta.

  Paulinne, outra agente, chegou com uma Mercedes Branca. Ela saiu e acenou para Oliver, e ela retribuiu o aceno.

  - Você vai dirigir. - Disse Paulinne apontando para Oliver. E ela assentiu. - E eu vou para casa. Tchau. - Oliver e Emily acenaram para Paulinne, enquanto, Martin olhava seu blackberry.   (A casa de Paulinne era na rua á direita.)

  Oliver batera na porta duas vezes, Richard fora atender-lhes.

  - Agente Oliver Lindsay. - Apresentou-se. - Esse é Martin Fellows. Essa é Emily e a Paulinne está na Mercedes. - O homem, pouco mais alto, levantou a cabeça rapidamente. - Onde está Anny Black? Creio que não seja o senhor, Richard.

  - Não. Minha filha está na cozinha. - Ele virou-se. - Venha aqui, ann. - A agente parecia uma estatua.

  Anny arrumou o cabelo, andou vagarosamente pela sala, então ela olhou com um pouco de rancor para Oliver.

  - Olá, Anny. - Disse ela. - Sou a Oliver, nos falamos pelo telefone. E precisamos levá-la ao NRO...

  - Ao NRO? - Perguntou Anny assustada. - Por quê?

  - Explicamos no caminho. - Disse o agente Martin. - Creio que o senhor, Richard, queira descobrir o que sua filha é.

  - Eu sei o que minha filha é. - Disse Richard.

  - Então não precisamos ir. - Continuou Oliver. - Afinal, você pode dizer o que ela é.

  - Ela é humana. - Ele respirou fundo. - Desde quando os agentes da CIA acreditam que magia é real?

  - Isso não é um simples truque de mágica, Richard. - Disse Oliver. - Ninguém nunca realizou isso. Isso é totalmente paranormal. - Ela piscou. Acho que esse foi o primeiro movimento que ela fez, pensou Anny. - Temos que fazer uma analise.

  - Minha filha não é paranormal. - Richard já estava enfurecido.

  - Então você não se importa se a levarmos. - Disse Martin.

  - Mas, amanhã eu poderei ir à escola? - Perguntou Anny.

  - Claro que sim. Ainda são quatro horas, certo? - Oliver dirigiu-se para a Mercedes enquanto Martin trocava as últimas palavras com Richard e Anny. - Vamos? - Perguntou-lhe.

  - Posso ir pai? - Perguntou Anny para Richard.

  - Escolha o que lhe parecer melhor. - Disse ele. Ela pegou seu celular.

  - Estou pronta. - Ela deu o último suspiro antes de entrar na Mercedes.

  - Até que enfim. - Disse Oliver impaciente.

  Anny entrara na Mercedes branca que viera em um passe de mágica. Só Oliver sabia como a sua Mercedes chegara ali. Ela mandara uma mensagem para Steven assim que colocou o cinto.

  - Me dê o celular. - Disse Martin. Ela acabara de enviar a mensagem.

  - Pra que?

  - Não interessa. - Disse ele com arrogância. - Me entregue. - Ela deu a ele sem resmungar. - O NRO está aberto a está hora? - Perguntou Martin á Oliver.

  - Não importa. - Disse ela colocando a chave. - Nós vamos entrar de qualquer jeito. - Ela pisou no acelerador, Anny quase afundara no assento.

  A velocidade do veiculo estava mais que alta. Mesmo com tanta rapidez demorou um pouco para chegar ao destino.

 - Este não é o NRO. - Disse Anny.

 - Então você sabe como é o NRO? - Perguntou Martin a ela.

 - Sei. Você já leu o ‘obras incríveis’?

 - O... O que? - Perguntou Martin confuso.

 - É um livro seu babaca. - Disse Oliver. - Nós vamos buscar a agente Emily Caprestine, Anny. - Oliver olhou para Anny pelo retrovisor. - Ela esta fazendo os cartazes de busca.

 - O que vocês estão procurando?

 - Gabriela Lifflyn.

 - E essa será sua primeira missão. - Disse Emily entrando na Mercedes ao lado direito de Anny.

 - Não seja tão estraga prazeres, Emily. - Reclamou Martin Fellows.

 - O que vocês estão esperando? - Resmungou Emily. - Vamos!

 - Acho melhor você colocar o cinto. - Disse Anny. Oliver girou a chave.

 - Por quê? - O assento engoliu Emily quando Oliver pisou no acelerador.

 - Por isso.

  Oliver deu uma curva para a direita. Anny fechou os olhos, Martin sorriu. A roda fez um barulho e subira fumaça. Emily colocara o cinto de segurança com medo. Oliver aumentou a velocidade para 80 km/h. Anny arregalou os olhos.

  - Você quer matar todo mundo? - Gritou ela apavorada. Martin riu.

  Ninguém disse nada. Não havia carros nas ruas. Então em todos os sinais fechados, Oliver, passava. Ao chegar ao NRO, Oliver freou a Mercedes com um giro. O carro parou? Perguntou a si mesma, Anny. Ela abrira o olho direito, depois o esquerdo.

  - Estou viva? - Perguntou ela.

  - Acho que sim. - Disse Emily.

  Martin e Oliver saíram da Mercedes e pisaram na calçada. Anny retirou o cinto de segurança e saltou do carro. Emily fora a última a sair da Mercedes.

  - Acho que vai chover. - Comentou Anny, ela olhou para os grandes nimbos sobre sua cabeça.

  - É claro que vai. - Disse Oliver.

  Dessa vez eles tinham chegado ao NRO. Anny olhou para a placa de granito, ela leu a seguinte inscrição:

ESCRITÓRIO NACIONAL DE RECONHECIMENTO (NRO)

  Ela olhou para a grande construção. Ela respirou forte duas vezes. Ela sempre imaginara como séria o NRO, mas, nunca imaginou que séria daquele jeito.

  Vários prédios que formavam uma fortaleza com vidro espelhado, as antenas parabólicas saltavam da construção, assim como os domos de radar; a imaginação fértil de Anny podia fazer um tipo de gigante de vidro com aqueles prédios nem tão ecológicos e via os funcionários caindo pelos vidros como balas perfurando o corpo de alguém...

  Que beleza, ela pensou. Anny ficou paralisada ao ver o prédio do NRO.

  - Vamos. - Disse Oliver puxando ela. - Agente Oliver Lindsay da CIA. - Apresentou-se novamente, desta vez não foi para o pai de Anny. É claro...

  - O que vieram fazer aqui? - Perguntaram.

  - Queremos saber o que ela é. - Disse Martin apontando para Anny.

  - O que? - Perguntou uma mulher baixinha de cabelos pretos.

  - Por favor? - Continuou Martin.

  - Certo. - A mulher baixa de cabelos pretos a puxou, sem muito entendimento, mas ela era tão acostumada com os integrantes da NASA vindo pedir se havia algo de vida extraterrestre no objeto que ela não negou.

  Ela dera um furo no dedão de Anny e fez uma análise.

  - E então? - Perguntou Martin.

  - Não há nada de errado nela. - Concluiu a mulher.

  - Como assim? - Foi Oliver que perguntara.

  - Nenhuma indicio de anormalidade nem registros de vida desumana ou extraterrestre. Não há nada de errado nela. - Repetiu a mulher.

  - Me deixa ver. - Após Oliver olhar com seus próprios olhos ela disse: - É verdade

  Não podia ser verdade. Se não havia nada de mais, de onde vieram estes poderes?

  Ninguém mais fizera nenhuma pergunta. Insatisfeitos, os agentes da CIA voltaram para a Mercedes.

  O estomago de Anny roncara; todos a olharam.

  - Esta com fome? - Perguntou Emily, ela estara com a voz suave e delicada.

  - Estou. - Confirmou Anny.

  Oliver olhou para o prédio do NRO pela última vez.

  - Todos estão. - Disse ela. - Não pode ser. - Ela pisou no acelerador. - Como não tem nada de errado? Como?

  Ninguém respondeu então ela continuou:

  - Ainda temos muito a investigar. - Disse ela. - Amanhã iremos levá-la para você tirar um raio-X. Temos que fazer alguma coisa.

  - Eu acho que deveríamos falar com Victor. - Comentou Emily. - Acho que ele vai ter uma idéia melhor.

  - Certo. Então amanhã falaremos com ele.

  - Quem é Victor? - Perguntou Anny.

  - Como você sabe como é o NRO e não sabe quem é Victor Raminez? - Perguntou Martin. - Ele é o ‘presidente’ da CIA.

  - Ah. - Ela disse como se estivesse aliviada. Então quando ela se tocou quem era Victor Raminez ela enlouqueceu: - O QUE? EU VOU CONHECER O PRESIDENTE DA CIA? - Ela gritou totalmente eufórica.

  - É; agora calma. - Disse Emily. A loira estava com a roupa semelhante a Oliver, a diferença é que Emily estava com o cabelo preso em um rabo de cavalo e ela não usara óculos. - Todo o agente da CIA deve conhecer para quem trabalha. - O peito de Anny subia e descia ligeiramente, ela estara muito nervosa. Anny esquecera completamente que sentia fome ou qualquer outra coisa. Aquele foi o melhor dia da sua vida.

  - Temos que começar a treiná-la. - Disse Martin.

  - É verdade. - Oliver piscou, um cílio entrara em seu olho esquerdo. - Como vamos fazer isso? - Ela piscou de novo e o cílio saiu de seu olho. Uma lágrima caiu na lateral da papebra inferior.

  - Você está chorando, Oliver? - Perguntou Martin.

  - Não, entrou um cílio no meu olho. - Responder. - Por que você acha que eu estaria chorando? Estru... - Ela espirou.

  - Eu sou estrupido? - Ele perguntou sorrindo.

  - Não! - Disse ela. - Você é um estru... Estúpido.

  - Vocês estão namorando? - Perguntou Anny. Os dois deram um olhara rápido.

  - Não... - Disseram os dois. - É claro que não. - Continuou Oliver.

  - Vocês formariam um belo casal. - Anny comentou.

  - Não seja tão ingênua. - Disse Martin.

  - Martin, você não sabe nem o que é uma pessoa ingênua. - Disse Emily.

 - E por acaso a cenourita sabe? - Perguntou ele.

 - Você não sabe nem falar senhorita direito. - Continuou ela. - É por isso que sempre ficava na recuperação em gramática.

 - E você sabe que eu estou brincando. - Resmungou ele.

 - Como você sabe que ele sempre ficava na recuperação em gramática? - Perguntou Anny.

 - Ele é o meu irmão. - Disse Emily.

 - Sério?

 - Aham.

 - Quem quer uma pizza? - Perguntou Oliver. Todos levantaram as mãos. Ela parou na frente de uma pizzaria.

  Anny não notara o nome dela. Ela lembrara que estava com fome assim que seu estomago voltara a roncar. A dor perturbadora atingira a sua cabeça, ela estava cambaleando. Emily ajudou-a a sair do carro. Todos trocaram rapidamente o uniforme. Nem parecia que eles tinham tirado a roupa e depois colocara outra.

  Oliver usava uma blusa azul, calças jeans e o mesmo sapato. Ela continuara com os cabelos compridos e soltos. Emily usara um short jeans e uma blusa vermelha, ela estara de sapatilhas. Martin usava uma blusa branca e jeans simples. Anny ainda estava usando a mesma roupa de manhã. Ela sentiu-se imunda. Eram 7h e 20 min.

  - Como fizeram isso? - Perguntou Anny.

  - São varias roupas em uma. - Explicou Martin. Ele pegou um pouco de perfume. - Mas, isso é essencial.

  - Entendo. - Ela ainda estava apoiada em Emily. Sua cabeça latejava. Ela estava prestes a desmaiar.

  - Acho melhor você beber isso. - Emily entregou-lhe um energético.

  - Eu não bebo qualquer porcaria. - Disse Anny.

  - E eu não seguro qualquer porcaria que desmaia. - Reclamou Emily. - Agora beba! - Ordenou. Os olhos castanhos de Emily estavam encarando os seus verdes. Ela pegou o energético e bebeu tudo em um gole.

  - Eu não sou qualquer porcaria. - Disse ela jogando a lata longe.

  - Pois é. Você não é qualquer porcaria. - Ela lançou um sorriso sarcástico para Anny. - Você é uma grande porcaria.

  - Vá se ferrar. - Emily não disse nada.

  Então eles entraram na pizzaria. Sentaram-se em uma mesa.

  Assim que os quatro acomodaram-se um garçom dera o cardápio para eles.

  - Vai ser o mesmo de sempre? - Perguntou Oliver.

  - Eu como qualquer tipo de pizza. - Anunciou Anny.

  - Então está decidido. - Disseram os três ao mesmo momento. - O mesmo de sempre. - Continuou Oliver.

  - É pra já. - Disse o garçom, então ele se foi.

  - Sempre é esse idiota que nos atende. - Falou Emily.

  Anny encarou Martin.

  - Deixa-me adivinhar. Vocês veem aqui todo dia? - Perguntou.

  - Acertou. - Disse ele.

  Anny olhou para o anel no dedo de Emily.

  - Você é casada? - Perguntou Anny.

  - Sou.

  - É? - Perguntou Martin. - Por que você nunca me disse?

  - De onde você acha que veio o sobrenome Athawand?

  - Com quem você é casada?

  - Com Tom. - Anny pensou na ligação que tinha recebido no parque.

  - Hoje ele ligou para meu pai. - Explicou Anny. - Mas, eu atendi. Por que meu pai me deu o celular dele. Eu... Eu quebrei o meu.

  - Então já sabemos o que não devemos lhe dar de aniversário. - Comentou Lindsay.

  Eu não acredito, pensou Emily. Não deveríamos ter voltado para Washington. Agora vai começar tudo de novo, estava tudo indo tão bem.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Mistérios Nas Sombras" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.