Comecei a andar lentamente em direção ao altar. Não era em uma igreja, e sim, numa praia de Miami, nem eu nem Austin gostávamos de coisas muito comuns, então resolvemos nos casar com vista do oceano e do céu azul, sentindo a areia nos pés.

Haviam fileiras de cadeiras dos meus dois lados e o altar era inteiramente feito por arame e flores brancas. Mas o que me chamou atenção não foi a beleza do altar, e sim a beleza das pessoas que estavam no mesmo. Dez estava lá, do lado dos padrinhos, juntamente com Trish que me olhava sorrindo. Ela havia escolhido um lindo vestido violeta para a ocasião e estava descalça, assim como todos ali presentes. Minha mãe havia se sentado na primeira fileira em frente ao altar e me olhava com os olhos inundados. Logo depois, o que me chamou a atenção foi ele. O rapaz de cabelos louros e o mais lindo sorriso do mundo. Austin estava vestindo um terno branco com uma rosa vermelha num bolso e sorria radiante. Foi ele que me deu forças para continuar andando em frente, para continuar em pé e não cair no tapete vermelho que se estendia no caminho do altar.

Ao estar de frente para Austin, ele me olhou, sorriu e segurou uma de minhas mãos. Meu pai me deu um beijo na testa e se sentou ao lado da minha mãe.

- Irmãos e irmãs aqui reunidos... - começou o padre - Estamos aqui hoje para celebrar o matrimônio de Austin Monica Moon e Allycia Marie Dawson. Se tiver alguém aqui que seja contra o casamento, diga agora ou cale-se para sempre.

Felizmente, vi que ninguém se manifestou e me voltei para o padre.

- Muito bem, Austin, repita comigo. - continuou ele - Allycia Marie Dawson...

Austin se virou para mim e disse:

- Allycia Marie Dawson...

- Eu te recebo... - padre.

- Eu te recebo... - Austin.

- Como minha esposa... - padre.

- Como minha esposa... - Austin.

- Na riqueza...

- E na pobreza, na saúde e na doença até que a morte nos separe. - ele completou.

Logo depois, repeti as mesmas coisas, mas falando para ele.

- Allycia Marie Dawson... - o padre disse. - Você aceita Austin Monica Moon como seu esposo?

- Aceito. - respondi.

- Austin Monica Moon... Você aceita Allycia Dawson como sua esposa?

- Aceito. - respondeu Austin sorrindo.

Assinamos os papéis, Trish e Dez também assinaram, todos que tinham que fazê-lo fizeram.

- Pelos poderes em mim investido, eu os declaro marido e mulher. - houve uma onda de aplausos e todos gritavam "lindos!" - Pode beijar a noiva.

Austin veio em direção à minha boca e...

- Ally, acorda! - Trish gritou no meu ouvido, me fazendo pular de susto.

- Trish!! - gritei - Tá querendo me matar?!

- Calma! - ela pediu - Ainda está de madrugada, não vamos começar a gritar, os meninos estão dormindo.

Vi a hora em meu celular e me virei para ela.

- Por que me acordou às... 3 da manhã?! - perguntei.

- Porque você estava estranha.

- Estranha? Como assim, "estranha"? - perguntei ficando nervosa.

- Sei lá, no há uns dez minutos, você me acordou dizendo "aceito, aceito..."

Arregalei os olhos aterrorizada, será que eu havia falado o meu sonho inteiro enquanto dormia? E se alguém (além de Trish) tivesse ouvido tudo o que eu falei? Só estava na esperança de que Austin não tivesse escutado, senão, me acharia uma boba.

- Sério? - perguntei.

- É. Com o que você estava sonhando para falar isso? - ela disse sorrindo maliciosamente.

- Sei lá... - menti - Acho que era com a  Universidade de Música de Nova York. Estavam me oferecendo uma bolsa e eu aceitei. Você sabe que sempre foi meu sonho e pelo visto, ainda é.

- Então tá, né?

Na manhã seguinte...

Austin on

Acordei às oito da manhã mas fiquei deitado ainda um tempo, pois só eu estava acordado. Fiquei olhando para o teto pensando na apresentação do McBufunfa e também de como faria para sair daquele estúdio. Minhas costas estavam doendo por ter que dormir no chão, e eu só queria poder deitar na minha cama novamente. Eu iria cantar uma das minhas música  chamada "The Way That You Do" mas com um pouco do rap do McBufunfa.

Me deu vontade de ir ao banheiro. Fiz minhas necessidades e minha higiene matinal e quando voltei, as meninas já estavam lá fora. Ally estava ao lado de Trish, que estava com o celular na orelha. Cheguei perto de Ally e a abracei pelas costas e dei um beijo na bochecha dela.

- Com quem ela está falando? - perguntei apontando para Trish.

- Está tentando falar com um chaveiro. Para fazer uma chava pra gente poder sair desse pedaço do Alaska. - ela respondeu.

Só naquela hora é que lembrei do frio que estava fazendo ali dentro.

- Isso... Precisamos urgente. - disse Trish ao telefone. - Daqui há meia hora? Ok. Tchau. - desligou - Temos que esperar mais uma meia hora até ele chegar. Enquanto isso, o que vamos fazer?

- Que tal a gente cantar? - sugeri.