A Casa Dos Sonhos escrita por Ane Bradley
Correu para o centro do cômodo e percebeu que não havia nada lá dentro, o chão, paredes e teto eram cinzas, com uma iluminação fraca acinzentada, que ela não sabia de onde vinha. No chão tinha apenas espalhadas as pedras que formavam o corpo da mulher, que ela atraía a todo momento, fazendo o corpo dela ficar maior, e também uma pequena depressão cheia de água. Sem pensar em nada, Ellen correu até a fonte, fugindo da mulher coisa, mergulhando na água até os joelhos. A criatura-mulher tocou na água por um momento, e seu pé dissolveu. Perdendo o equilíbrio, ela caiu dentro da água, dissolvendo as rochas até que restou apenas uma mulher comum.
A mulher abriu os olhos assustada, e compreendendo sua situação, sorriu para Ellen.
– Meu nome é Ana. Obrigada por quebrar a maldição que estava em mim.
– Meu nome é Ellen. Não há de quê. Mas você pode me explicar como quebrei sua maldição?
– Basta olhar para a água.
A água agora tinha um brilho fosco. Ali, no meio da poça estava um pequeno papel escrito BRUXARIA e com um pequeno símbolo que ela desconhecia.
– Eu vi esse símbolo! Estava no Necronomicon!
– Eu sei. Fui eu quem escreveu esse papel. Essa casa pertence a uma bruxa muito velha, com centenas de anos. Com a poderosa magia negra dela, ela criou essa dimensão dentro da casa, onde aprisionou todos que aqui entraram, transformando-os em criaturas horrendas. Quando estava de mau humor, ela simplesmente ligava pra uma pizzaria, e então transformava os entregadores em morcegos mutantes.
– Devem ter sido muitos entregadores...
– A maioria dos desaparecimentos não foi notada, até que ela resolveu sequestrar meu namorado! Então, eu também sendo uma maga, tinha que derrotá-la. O único jeito era com algum encanto quebra-maldição, que coloquei em três objetos. Esse papel, o terço que você carrega e...
– E o crucifixo na biblioteca, não?
– Como soube?
– Não combinava com a decoração...
Ana deu uma risada tímida.
– Além disso, eu sempre gostei de objetos religiosos. Coloquei o crucifixo na biblioteca para que ela não pudesse mais entrar lá. Com isso, a bruxa perdeu grande parte de seus poderes, pois não podia mais acessar seu livro favorito.
– Necronomicon?
– Exatamente. Foi nesse momento que a casa pode ser vista por você, Normalmente a casa fica invisível, isso é, só nota que tem uma casa ali quem a bruxa quer.
– E por que a cozinha bonitinha e a lavadeira de lençóis?
– Disfarce. A lavadeira é só um fantasma do passado, creio que ela nem te viu, pois fica lavando e estendendo seus lençóis em um loop eterno; e a cozinha é apenas uma lembrança que os antigos moradores tinham dela. Bastante enganadora, não?
– Deveras.
– Depois que você entrou, a bruxa me transformou em pedra e foi se esconder no próprio aposento. Só a sua presença aqui foi suficiente para intimidá-la.
– E a menina com a chave?
– Não sei. Provavelmente alguma menina enterrada nesse terreno que ela trouxe a vida para ser sua escrava zumbi. Apesar de zumbis serem péssimos em seguir ordens.
– Tudo bem, Ana. Mas e como podemos derrotar essa bruxa maluca, e sair dessa casa?
– É simples, se você tiver as habilidades certas. E essa garrafa térmica pendurada na sua cintura é capaz de ser bem útil.
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