Pvo Spencer

Agora estamos no porto da pequena ilha esperando o navio, sinceramente eu estou muito animado, mas onde está esse navio que não chega?

Vou aproveitar essa demora e pegar uma aguinha de coco, lugarzinho quente viu! Fui andando até o bar do porto, esse lugar está bem cheio agora, e nessa de ficar desviando das pessoas eu literalmente estava nadando contra correnteza, já que estava indo contra o fluxo,  acabei esbarrando em uma moça e quando ela se vira falto cair para trás.

— Senhora Benson!?

— Spencer!?

Pvo Marissa

Ultimamente eu ando tão sozinha, depois que meu marido Peter morreu, eu concentrei toda a minha atenção e dediquei toda a minha vida ao Freddie, meu marido morreu após ter ficado internado por três semanas por causa de uma pneumonia e acabou contraindo uma infecção hospitalar, ele morreu uma semana depois, acompanhei tudo de perto pelo fato de ter sido uma das enfermeiras encarregadas e vi de perto todo o seu sofrimento, e é exatamente por ver tanto sofrimento, não só por Peter, mas por todos os meus pacientes, e por ter sentido na pele- vamos dizer que não aceitei muito bem a morte de Peter- é que acabei desenvolvendo uma superproteção em relação a Freddie, eu sei que em alguns pontos acabei indo longe demais, o que o levou a ter uma certa raiva de mim, não tiro sua razão, pelo contrário... Eu concordo, cheguei a me comportar como louca (que tipo de mãe faz o filho assinar um contrato prometendo que passou o shampoo duas vezes? isso é loucura!), mais eu fiz tudo isso por que a coisa que mais tenho medo no mundo é de perder o meu tesouro, mas o que eu posso fazer se ele cresceu? Freddie quer independência e resolvi dar isso a ele (tive que concordar e enfiar na minha cabeça que ele já era bem grandinho- diga-se de passagem, não foi muito difícil me convencer disso -ainda mais depois daquela vez que ele saiu de casa), nos últimos meses tenho ido a muitas "convenções de saúde", na verdade isso é só uma fachada que uso para poder sair, relaxar, beber e me divertir, e também deixar o Freddie um pouquinho em paz pra sair e ficar com os amigos dele, principalmente a "diaba loira", sabe eu gosta da Sam, ela é muito parecida comigo antes de Peter morrer, eu era alegre, despreocupada, gostava do perigo e da sensação de adrenalina, gostava de me sentir assim, me sentia viva, sinto muita falta disso. Quando o Freddie me disse que ia a um cruzeiro pro Havaí eu "hesitei em deixar" (pra falar a verdade só o que faltou foi sair pela casa dançando macarena), aproveitei e fui procurar um cruzeiro pra ir também, faz um bom tempo que não vou a um, entrei na internet e encontrei um para o Caribe.

Bom, aqui estou eu no porto da pequena ilha de onde o navio vai partir, estou no bar tomando um drink de morango com menta muito gostoso e quando falta mais ou menos dez minutos pra partir vou andando em direção ao barco, estava distraída quando de repente esbarro em alguém e quando ele se vira para ver quem é quase caio para trás.

— Senhora Benson!?

— Spencer!?

Tenho que admitir que por essa eu não esperava.

— O quê você está fazendo aqui? - dissemos isso ao mesmo tempo.

— Spencer o cruzeiro de vocês pro Havaí não ia partir hoje?

— Havaí? Nosso cruzeiro é para o Caribe!

— Caribe? Eu pensava que vocês iam pro Havaí! Que droga, o Freddie vai achar que estou seguindo ele.

— E não está?

— Claro que não! Eu ia passar uns dias no cruzeiro para descansar, mas eu jurava que vocês iam pro Havaí.

        – E seu navio é o Go to infinity?

— Sim...

— Então estamos no mesmo cruzeiro.

— Droga! De qualquer forma agora estou aqui e não vou voltar, o navio parti em cinco minutos, vamos?

— Claro.

Pvo Carly

Quase todas as pessoas já embarcaram no navio e nada do Spencer aparecer, por que eu não trouxe uma coleira?

— Carly onde seu irmão se meteu?

— Eu é que vou saber Sam? Ele é louco!

— Iaê pessoal!

— Spencer onde você... Mãe?!

Pvo Freddie

Como assim minha mãe? O que ela está fazendo aqui? Será possível que ela não perde uma chance de acabar com a minha vida?

— Mãe o que a senhora está fazendo aqui? Bom na verdade é até besteira perguntar pois a resposta é óbvia, veio me vigiar não é mesmo? A senhora não cansa? Me deixa em paz!

— Freddie para! Não admito que fale assim comigo! Eu não vim aqui te vigiar, eu nem sabia que vocês iam para o Caribe, eu jurava que iam para o Havaí.

— Até parece mãe, conta outra!

— Acredite se quiser, vim aqui relaxar e me divertir, pode ter certeza que a última coisa que eu queria era ter você por perto, e se não acredita em mim só lamento, com licença que eu vou aproveitar o meu cruzeiro.- ela dá ênfase a palavra meu.

Minha mãe saiu pisando duro e eu senti que ela tinha falado a verdade, e o pior é que eu realmente acredito nela, minha mãe mudou muito de uns meses pra cá, mudou em sua forma física e em sua personalidade, depois que por um acaso encontrei uma pasta escondida no computador com várias fotos dela tiradas recentemente em lugares diferentes como clubes, festas e vários outros comecei a desconfiar dessas frequentes convenções de saúde, pesquisei sobre elas e não encontrava nenhum registro, então caiu à ficha, minha mãe estava saindo escondida para se divertir, mas o que eu sempre me perguntava era... Por quê? Por que ela nunca me contava? Vi várias fotos dela com homens e até beijando alguns, nas fotos ela parecia tão feliz, será que ela tinha medo que eu estragasse tudo? Que em memória do meu pai a proibisse de sair? É claro que amo muito o meu pai, mesmo que quando ele tenha morrido quando eu era pequeno (devia ter meus sete anos), mas me lembro muito bem dele, ele era um pai incrível, mais do que isso, ele era um Amigo incrível, me lembro do quanto minha mãe era feliz e leve com ele, ela tinha o sorriso mais deslumbrante que já vi na minha vida e os olhos dela eram sempre brilhantes e alegres... Minha mãe era tão linda, até... Meu pai morrer, me dói falar disso, eu sofri é claro, ainda sinto muita saudade dele, mas minha mãe, bem, ela ficou destruída, todos podiam ver o quanto eles se amavam e a morte dele acabou com ela, acho que pensa que não me lembro que ela passou seis meses em uma depressão profunda e chegou a ir parar no hospital por tentativa de overdose e que tentou morrer afogada na banheira e que só não foi o que aconteceu pois minha tia que era quem cuidava de mim nessa época a encontrou e chamou uma ambulância, e que só depois que nesse mesmo dia eu saí escondido e fui atropelado ela se lembrou de que tinha um filho pra cuidar e então voltou ao "normal", depois disso que começou essa superproteção, eu sou a pessoa que mais quer o bem e a felicidade dela no mundo inteiro, não entendo o porque dela não me contar, mas também não falei com ela, depois de tanto tempo eu finalmente comecei a ver minha mãe bem e feliz de novo, eu não ia estragar tudo.

Será que realmente foi coincidência? Eu não me lembro de ter especificado para ela por onde seria o cruzeiro e... Parando pra pensar ela nem se deu ao trabalho de perguntar, parecia muito feliz, vai ver ela estava só esperando uma oportunidade pra sair um pouco, quer saber? Não vou atrapalhar o cruzeiro da minha mãe, vou apenas me divertir.