Dar Um Nome!- Parte 2 escrita por Ana Mandaloufas


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Não queria avisar, mas as vezes surpresas são meio chatas; então: ÚLTIMO CAPITULO.



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  A relação da minha mãe com o Zê está indo de vento em poupa (não acredito que eu disse isso!), eles noivaram depois de três meses de namoro; também, pra quem já passou dos trinta e cinco, não há tempo a perder. Eles pretendem se casar em breve; quando eu digo breve, quero dizer em um ano no Máximo.

  Eu já estou recuperada do incidente com o ex da minha mãe. Estou aproveitando o final de ano pra colocar a cabeça em ordem, mas fica difícil quando se tem o Jack como guarda costas. Não que eu não goste do fato de tê-lo ao meu lado, vocês sabem que eu adoro isso; mas ele não me deixa sozinha nunca e sempre fiscaliza o que eu tô comendo ou bebendo. Tudo bem que são ordens da minha mãe, mas isso tá me incomodando.

  A Lise tem me visitado mais depois daquilo, ela ficou em estado de choque mais tempo que eu; agente estava conversando e de repente ela parava e ficava olhando pra mim.

  _Que foi Lise?

  _Eu ainda não acredito que você foi seqüestrada.

  _Eu fui; e não, eu tenho certeza que você não sonhou e nem está sonhando agora.

  _Como posso saber se você não está mentindo, se for um sonho...

  _Não é sonho. Como você pode sonhar tantas vezes com a mesma coisa?

  Então ela começava a chorar.

  _Lise, para com isso. Já passou, eu estou aqui.

  _Eu sei, mas quase que você não está.

  _Amiga, o que aconteceu não importa mais; acabou, o importante é que eu estou bem. E você sabe que eles não iriam me machucar.

  _Eu sei. Posso usar seu banheiro?

  _O sabonete pro rosto está na segunda gaveta; e vê se lava com água fria desta vez, senão seu rosto continua inchado.

  _Ok.

Todas as vezes que ela tem vindo acontece isso, já estou até acostumada.

  _Sammy.

  _Oi, Jack. Entra.

   Ultimamente o Jack tem dado um tempo no seu passatempo predileto: me assustar.Agora ele bate na porta e espera que eu deixe ele entrar no meu quarto, não sei ainda se gosto disso ou não.

  _Eu preciso falar um negócio serio com você.

  _Tudo bem, senta aí.

  Eu apontei minha cama; ultimamente tenho voltado a escrever sentada na escrivaninha; tanto tempo deitada me deixou meio enjoada de ficar na cama...mas nunca de dormir.

  _Sabe quando eu te disse que eu gostava de alguém?

  _Sei,da Rebeca.Não tem problema, eu superei is...

  _Rebeca?!? Da onde você tirou isso?

  _Das minhas perguntas; não é ela?

  _Não.

  _Você vai me dizer quem é?

  _Se você prometer não ficar histérica.

  _Por que só agora você vai me revelar isso?E por que eu ficaria histérica?

  _Vou responder fora de ordem. Você ficaria histérica, porque é de você que eu gosto.

   Não, eu não fiquei histérica; fiquei chocada.

  _De... mim...?

  _É de você. E eu não disse antes porque eu tinha medo do que poderia acontecer; eu tinha medo de te perder, de te perder até como amiga. Mas então aconteceu, eu quase te perdi. Sammy, quando eu vi você naquela ambulância pálida e sem consciência do que estava ao seu redor, eu fiquei desesperado; tive medo de que você não voltasse pra mim, que eu não tivesse tempo de dizer que eu te amava.

  _Você está querendo me dizer que me...ama?

  _É Sammy, eu te amo. E não posso mais esconder isso.

  _Esconder...?

  _Eu estou esse tempo todo escondendo isso de você; eu vi como você ficou quando eu não quis falar quem era.

  _Não foi por isso.

  _Como assim?

  _Jack, eu estava com ciúmes.

  _O que?

  _Eu estava com ciúmes de você o tempo todo; eu não gostei de saber que você gostava de alguém, eu...eu...é que eu...

  _Fala Sammy, não deve ser mais difícil do que o que eu disse.

  _É difícil igual.

  _Sei...

  _Você não está entendendo; quando eu disse difícil igual, é porque é difícil IGUAL mesmo.

  _Não deve ser.Eu disse pra minha melhor amiga que eu gosto dela, o que pode ser tão complicado assim?

  _Eu dizer pro meu amigo que eu gosto dele, talvez?

  Eu disse isso em voz alta? Acho que sim, o Jack está com uma cara muito esquisita.Caraca, o que eu faço agora?

  _Sammy...

  _Eu disse em voz alta mesmo?

Como eu posso dizer coisas em voz alta sem intenção de faze-lo...meus pensamentos poderiam ter ficado na cabeça, mas não.

  _Disse.

  _Eu pensei que ia ser mais difícil, mas saiu tão rapidinho.

Eu tentando quebrar o gelo da situação constrangedora, e o Jack sério, nem tentando me ajudar.

  _É verdade o que você disse?

  _É. Eu escondi isso de você pelo mesmo motivo.

  _Por que não me disse depois do seqüestro, como eu fiz?

  _Porque quando eu estava naquele lugar horrendo eu achei que tinha te perdido de vez, eu realmente pensei que ia morrer. Aí eu acordei e vi você do meu lado, como você sempre faz; então entendi que eu não precisava que você me amasse, por mais que eu quisesse isso. Eu entendi que ter você do meu lado, mesmo que como amigo, já era a melhor coisa que me aconteceu na vida.

  Droga, chorando outra vez; o que eu tenho de errado no meu globo ocular? Só choro!

  _Eu fui a melhor? Certeza?

  _Uhum. Quando eu mais precisei de um amigo, você estava lá; quando eu precisava de um puxão de orelha ou um conselho, você estava lá; quando eu não sabia o que fazer com o que eu sentia, você estava do meu lado me dando apoio sem saber; quando eu estava em cativeiro foi seu livro que estava lá; foi você que eu vi em meus delírios; foi você que me deu esperança de lutar pela minha vida; foi você que me fez sorrir pela primeira vez depois do sequestro. Tudo de bom que acontece na minha vida tem seu dedo no meio.

  _Você quer parar de chorar?

  _Eu não consigo, você sabe disso; sempre que eu me abro com alguém eu choro.

  Ele pegou minha mão e me fez sentar ao seu lado, limpou minhas lágrimas, olhou bem fundo nos meus olhos e disse:

  _Eu te amo.

  Então ele se aproximou mais, sem cortar nossa ligação visual.

  _Posso?

  Ele sussurrou isso pra mim e eu somente fechei meus olhos e acenei que sim com a cabeça. Depois disso eu somente senti o toque suave de seus lábios tocando nos meus, suas mãos me apertando contra seu corpo e nossas respirações. Minha mãe poderia ter entrado no meu quarto naquele momento, que eu nem iria reparar; o mundo poderia acabar, que eu nem perceberia; eu poderia morrer naquele momento que eu morreria feliz.Ainda bem que nenhuma dessas coisas aconteceu.

  Eu não sei quanto tempo se passou, nem quero saber.Eu só sei que agora eu tenho o melhor namorado do mundo(morram de inveja!), e que minha vida não é mais o tédio que era quando eu comecei a escrever sobre ela. Eu não preciso mais dessa terapia que eu inventei; desculpem se os desaponto, mas eu não vou escrever mais nada.

  Tá talvez uma pagina ou outra, mas nada mais que isso. Nenhum livro se quer. Tenho coisas mais importantes pra fazer agora.

  _Sammy, o Jack tá te esperando.

Minha mãe parou na porta do meu quarto me esperando desligar o computador.

  _Tô descendo mãe.

  _Era ele o tempo todo?!? Como eu não percebi isso?

  _Você é minha mãe, não uma adivinha.

Tendo um noivo que lê pensamentos, minha mãe não poderia ficar brava comigo; afinal adivinhos existem.

  _O que você está fazendo em frente ao computador ainda? Seu namorado tá te esperando!

  _Só falta uma coisa...

FIM

  _Pronto.


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Notas finais do capítulo

Adorei escrever pra vocês, espero que tenham gostado.
Com carinho
=Ana



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