Nós decidimos: casamento só daqui a um ano.

Trocamos tudo quanto é hora vaga por reuniões com engenheiros e decoradores de interiores. Tudo pela nossa nova casa. Não um apartamento. Uma casa. Eu a olhava e não podia estar mais feliz. Era obvio que as meninas gostaram também.

Com seis quartos, sendo todos suítes; sala de estar; sala de jantar; cozinha; banheiro de visitas; escritório; biblioteca; lavanderia; o quarto da bagunça; jardim; piscina. Era enorme e nós não nos preocupamos.

Claire decidiu sua decoração. Seu quarto era lilás com seus brinquedos e fotos espalhadas pelas paredes. Enquanto isso, Emy decidiu no rosa. Tudo que perguntávamos a ela, ela já tinha a resposta na ponta da língua: "é rosa?". Então, ela tinha porta-retratos cor-de rosa, pelúcias cor-de-rosa, bonecas de cabelo cor-de-rosa. Mas em uma das paredes cor-de-rosa estava coberta com papel de parede peludo... cor-de-rosa, é claro. O quarto dos pais, ou seja, meu e de Edward, era prata, dourado e marrom. Das quarto paredes, uma era dourada. Os móveis amadeirados e tudo que era lençol, cobertor e fronha era prateado.

Mas a melhor parte foi a decoração dos quartos dos futuros Cullen/Swan. Todos, e quando eu digo todos quero dizer a família inteira mais os amigos intrometidos, participaram da farra. Amarelo e laranja claros para Nessie, e azul claro para Thony. Alice se pôs a gritar com os pintores e quem quer que fosse montar os móveis o jeito que ela queria. Ninguém se opôs. Ela dava medo.

Eu me sentei no sofá. Ninguém ousava me tirar dali. Com meus quase oito meses de gestação, ninguém ousava me contrariar. Eu e as meninas nos divertíamos vendo todo mundo ao meu dispor. "É só por causa dos gêmeos", elas diziam. E quem disse que eu me opunha?

Eu ri quando um copo de suco de laranja bem gelado foi posto em frente ao meu rosto, me tirando dos pensamentos profundos. Olhei para cima. Edward, Alice e Rosalie olhavam em expectativa para mim. Acho que eles pensam que os bebês vão "sair a qualquer momento". Pelo amor de Deus, tenho certeza que eles vão me torturar um pouquinho mais.

Antes que eu pudesse levantar a mão para pegar o copo, senti meus dois lindinhos chutando. Com toda essa sensibilidade, eu tenho chorado toda vez que eles se mexiam. E, é claro, comecei a chorar. Eles se sentaram do meu lado, com uma de suas mãos na minha barriga enorme.

– Beeeeeeeeeellaaaaaaaaaa. - Alice.

– Lice! - Eu disse com toda a minha animação.

E ela se pôs a falar. Não que eu preste atenção no que ela diz. Mas era algo sobre os berços chegaram nessa semana e bláblábláááá. Me deitei nas pernas de Edward. Todos os cômodos já estavam terminados e totalmente habitáveis, menos os quartos dos baby. Então, há três dias, nós havíamos colocado nossos apartamentos a venda e mudado completamente para a casa.

Edward passava os dedos nos meus cabelos, me deixando com mais sono. Já eram 19:57 e ninguém tinha me deixado dormir de tarde. Sim, eu estou mais preguiçosa. Ei, mas eu sei que quando os pequenos nascerem vou ter que acordar no meio da noite.

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Com oito meses e meio, eu já nem andava. Eu nem saí de casa. Os closets de nós cinco estavam completos então ninguém nem pedia minha opinião para nada. "É para não te estressar, querida", todos diziam. Mas tentando não me estressar, eles me estressavam.

UUUH.

Nós estávamos na beira da piscina. Era Julho e ninguém mais do que eu sabia o que era passar calor. Senti minha bunda molhada. Claire e Emy pulavam na piscina a cada cinco minutos molhando a tudo e a todos. Nem o queijo estava a salvo.

Olhei no celular. 11:11

Então, a dor.

Eu gritei.

Edward gritou.

As meninas gritaram.

Todo mundo gritou.

E eu tive que gritar para todo mundo parar de gritar.

Liga o carro, pega a bolsa, arruma as meninas na cadeirinha no carro da Alice, me ajuda a levar para o carro de Edward, o carro dele é o ultimo na garagem, todo mundo tira o carro.

– Respira cachorrinho. - Alguém disse em algum momento.

Mas tenho que confessar uma coisa: NÃO AJUDA MERDA NENHUMA ESSA DROGA DE RESPIRAÇÃO CACHORRINHO.

Todo mundo andava para todos os lados. Chegamos no hospital. Cadeira de rodas, segura a mão de Edward. Os casais que vão ser os padrinhos ficam de fora. Era muita gente para entrar ao mesmo tempo. Gritei mais uma vez. Edward gritou comigo. Apertei sua mão.

E nasceram.

Meus dois pequenos, meu príncipe e minha princesa.

Abri os olhos de dentro do quarto que seria meus por alguns dias. Claire e Emy com as mãos para trás. Edward sorrindo orgulhoso. Três enfermeiras com sorrisos doces. Duas delas trazendo eles.

Os mais novos amores da minha vida.

Ahhh, mas meu coração dobrou e dobrou de tamanho. Peguei um em cada braço. Meus braços nunca tiveram uma ocupação melhor. Sorri para meus outros três amores. A família estava, finalmente, completa.