Well: Jogo Da Morte escrita por Let


Capítulo 3
Capítulo 3- Que os jogos comecem!


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem :)



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A minha sala era a sala 10, há do primeiro ano. Quando entrei, percebi que todas as mesas tinham sido retiradas e que tinha apenas um relógio de pulso no canto da sala. Peguei-o e o coloquei no pulso. Lembrei-me do que Louis tinha dito no ginásio “Só saiam quando eu ordenar” então me sentei no chão e esperei. Passaram-se cinco minutos. Dez minutos. Quinze minutos.

Não aquento mais esperar, preciso sair desta sala. Não, pensei, se eu sair, todos do ginásio serão mortos por minha causa.

           Após vinte longos minutos de espera um som veio do relógio:

Thalia é a sua vez. Saia da sala imediatamente e vá em direção a sala das armas. Boa sorte!

           Sai desesperadamente da sala e corri até a sala das armas. Para a minha surpresa, não encontrei ninguém pelo caminho, levando em conta que a sala das armas ficava no andar de baixo e a minha sala no andar de cima.

           Quando cheguei à sala o meu coração estava disparado e eu suava frio. No meio da sala existiam várias mesas com dúzias de armas de todos os tipos em cima, arco e flecha, espadas, facas, escudos. Mas nenhuma arma de fogo. Peguei uma espada cor de bronze de mais ou menos 70 centímetros de altura e me virei em direção à saída da sala, mas algo me impediu, me empurrando para trás.

           Eu cai por cima de algumas armas que estavam no chão, mas elas não me machucaram. Não conhecia a pessoa que estava parada na porta, mas a sua cara não era boa. Era uma garota um pouco mais alta que eu, com os cabelos pretos lisos e os olhos escuros. Seus olhos estavam fixos em mim e na espada em minhas mãos:

- Thalia. Tantas pessoas em um jogo, e eu encontrei logo a mais fraca de todas. Será fácil. – ela disse

           Ótimo, não sou a única que me acho fraca, pensei, mas ambas podemos está enganadas.

           Levantei-me decidida a enfrentá-la. Eu prometi a mim mesma que sairia daquele jogo viva, e que mataria Louis. Não iria desistir. A garota pegou uma espada semelhante a minha e ficou na minha frente com ela em mãos. Ela tentou acertar o meu braço esquerdo com a espada- estava com a espada na outra mão- mas eu me esquivei para o lado. Contra-ataquei tentando acertá-la nas pernas, mas ela impediu colocando a espada na frente.

           Nunca tinha lutado com uma espada antes, não sabia o que fazer, mas morrer não era uma opção. Decidida, peguei uma faca no chão e a escondi entre o jeans e a blusa. A golpeei com a espada o seu braço direito, e enquanto ela contra-atacava com a espada, peguei a faca e a enfiei no outro braço. Sangue começou a escorrer pelo branço, sujando seu uniforme branco e o chão:

-Não, não irei morrer, não!- Ela gritou

            E raspou a espada em meu braço. Em segundos, o meu braço estava todo sujo de sangue, mas o corte não parecia ser grande. Ela estava no chão gritando com a dor, assim, aproveitei o momento e peguei um escudo grande de ferro e taquei-o em sua cabeça. Ela desmaiou e eu corri para fora da sala com a espada e outra faca de bronze.

            Rasquei a minha camisa onde tinha o corte e a enrolei fazendo um curativo improvisado. Precisava encontrar Rafa e Jaime. Corri, olhando para dentro de todas as salas abertas, mas não achei ninguém. Encontrei várias salas fechadas, mas eu tinha medo de encontrar algum animal lá. Já tinha se passado uma hora desde o início do jogo, mas não conseguia encontrar ninguém.

            A escola era grande, com cerca de 15 salas em cada um dos dois andares mais o ginásio e a lanchonete. Depois de muito procurar, entrei no banheiro feminino para passar uma água no rosto.

            Ao entrar encontrei duas garotas. Ambas gritaram ao me ver, e ao ver a espada em minhas mãos correram para a parede:

- Por favor, por favor, por favor, não nós faça mal. – implorou uma delas

- Eu sou a Sam e esta é a Bruna – disse a outra garota- não queremos jogar, mas, por favor, não nós mate!

- Ah, calma! Não vou matá-las. - respondi

- Ah claro, você tem uma espada em mãos com sangue e não irá nos matar- disse ironicamente a Sam.

            Para mim foi uma surpresa. Não tinha visto que a espada estava encharcada de sangue, o que era estranho já que eu tinha ferido a outra garota com a faca. Mas mesmo assim, a limpei na pia.

- Não irei matá-las. Não se preocupem- disse.

            Lavei o meu rosto e a ferida. Não estava muito funda, mas doía um pouco. Sai do banheiro e corri até uma das salas abertas. O toque tocou. Este sinal indicava o final das aulas. Meu Deus dá uma hora para a minha mãe e os outros pais estarem na escola atrás dos filhos!-pensei. Isso era péssimo, não podia deixar mais pessoas ficarem submetidas ao Louis.

            Sai procurando o medalhão, se eu tivesse sorte encontraria Rafa e Jaime no percurso. Passei em várias salas procurando em todos os cantos. Nada. Nenhum sinal de medalhão, ou de pessoas.

            Estava muito cansada. Já passava das 18h, ou seja, mais de 6h de jogo e eu ainda não tinha achado meus amigos. Estava cada vez mais preocupada, mas não poderia andar muito mais. Estava com muita fome, então peguei uma pedra no chão e a joguei no vidro da cantina. O buraco foi o suficiente para passar a minha mão, então peguei duas garrafas d’água e uns sacos de batatinhas.

            Já estava tudo escuro no céu, e as luzes não tinham sido acesas. Não conseguia enxergar muita coisa, então decidi descansar e continuar a busca no outro dia. Entrei em uma das salas e fechei a porta trancando-a. Não planejava ser morta durante a noite. Sentei-me no canto da parede e comecei a comer as batatinhas e beber a água. Não tinha percebido como estava com sede, então acabei com a primeira garrafa em segundos.

            O silêncio era horrível. Não conseguia dormir, não importava a quão cansada estava. Comecei a cantarolar baixinho uma das minhas músicas preferidas do Evanescence:

“I wanted you to know
That I love the way you laugh
I wanna hold you high
And steal your pain away”

                Cantar sempre me fazia bem. Mas parei quando escutei um barulho ao meu lado.

-Quem está ai? – disse

- Thalia- alguém disse, com um certo tom de alivio.

- Quem é?- estava com medo. Não conseguia enxergar, e sabia que iria morrer.

- Não vou lhe machucar, acalme-se- eu conhecia a voz. Tenho certeza. Mas não sei se isso é bom ou ruim vindo de uma sala trancada.


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