Eu me esqueci como era respirar.  Era possível sentir a tensão no ar, todos estavam com medo.

- Por favor, todos os jogadores venham para o centro do ginásio!- disse Louis

Rafa, Jaime e eu descemos da arquibancada e seguimos junto com os outros “escolhidos” para o centro. Os olhos de Jaime estavam frios e sem expressão, seus olhos verdes claros estavam sem brilho, sem vida. O rosto de Rafaela estava totalmente pálido, bem diferente de alguns minutos atrás. E Pedro. Ele me encarava, não com medo ou com pena, mas confiante.

Pedro chegou ao meu lado e sussurrou:

- Eu irei nós tirar dessa, não a deixarei morrer, muito menos competir neste jogo.

- Não- respondi – não deixarei os meus amigos sozinhos. Encontraremos um jeito, todos irão sobreviver.

- Você é corajosa, nos encontraremos no jogo, irmãzinha.

- Sim – e ele seguiu ao encontro de seus amigos.

- Oh, que lindo. Dois irmãos no jogo!- disse Louis- você é o meu preferido, Pedro, espero que sobreviva.

- Eu irei. E quando sair deste jogo idiota, a primeira coisa em que farei será matá-lo. - Pedro respondeu.

- Estarei esperando- Louis respondeu- Há, quase me esqueci de contar um detalhe importante sobre o jogo! As pessoas que não estiverem jogando ficarão presas dentro do ginásio até o final do jogo, recebendo apenas dois pães e uma garrafa de água por dia. Mas olhem o lado positivo, vocês irão poder ver no telão os seus amigos morren... ops, jogando.

Todos do ginásio ficaram parados, olhando incrédulos para o Louis. Até que um garoto da primeira série do ensino médio gritou:

- Você acha que pode nós deixar aqui? Nunca! Somos centenas, e você é somente um.

Começou assim múrmuros, depois gritos extremamente altos. Eu sabia, conhecia minha escola, eles não iam deixar isso tudo passar impune. Vários alunos correram em direção ao centro do ginásio, em direção ao Louis. Para a minha surpresa, e provavelmente a de todos, Louis simplesmente pegou uma máscara dentro de sua mochila e a colocou.

Fumaça verde começou a sair dos holofotes que tínhamos no teto do ginásio. Todos começaram a desmaiar, e a última coisa que pensei antes de cair também foi “Ele irá pagar”.

                Quando acordei, muitos já tinham voltado para as arquibancadas e a maioria tossia muito. A fumaça já tinha diminuído, mas a minha cabeça latejava fortemente. Levantei-me e segurei o braço de Thiago, um garoto do primeiro ano que eu conheci por ser amigo do meu irmão:

- Você está bem? Desculpe-me por ter caído por cima do seu braço- disse a ele.

- Tudo bem, Thalia.- e sorriu para mim. Ele era mais alto que eu com olhos verdes e cabelos escuros ondulados que caiam nos olhos.

- Sério mesmo que vocês achavam que eu estava sozinho? Acham mesmo que eu irei deixá-los impedir o meu jogo?!- disse Louis, quase gritando- O próximo que tentar impedir o meu jogo será o primeiro a morrer! Entenderam-me?

Rafa, Jamie e eu olhávamos para todos os lados a procura de câmeras ou algo do tipo. Nada. Não tinha como alguém está olhando. O nosso ginásio era fechado, com apenas dois portões de ferro e janelas também de ferro. Mas todos estavam fechados. Meus pensamentos giravam a menos de meia hora eu estava no intervalo rindo com meus amigos, agora todos estamos indo para um jogo sermos mortos.

- Bem, temos que começar o jogo rapidamente. Mas primeiro, pretendo explicar tudo aos participantes. Os medalhões podem está em qualquer local da escola e são somente três. Quando encontrar um, retorne ao ginásio. Enquanto não encontrar o medalhão é proibido vir ao ginásio. A comida terá que ser procurada por vocês, água e qualquer outra necessidade também. Na sala 01, que é a do terceiro ano do ensino médio, têm várias armas como espadas, arco e flecha e adagas. É permitido matar de qualquer jeito. Alguma dúvida?

Uma garota da nona série A levantou a mão:

- E se todos morrerem? – perguntou

- Então todos os outros do ginásio também terão que morrer certo?- Louis respondeu.

- E se ninguém encontrar o medalhão em duas semanas? – perguntou outra garota da nona A.

- Mesma coisa. Todos do ginásio terão que morrer. -respondeu

Nossa, que ótimo! Somos obrigados a ir neste jogo com os meus dois melhores amigos e o meu irmão, onde provavelmente, se tivermos muita sorte, três de nós voltará.

- Acho que não lhes contei um detalhe importante. Tem animais pelo colégio inteiro, então cuidado com quais salas irão entrar. Além disso, vocês não começarão todos juntos, claro. Cada jogador irá para uma sala determinada por mim e só sairão quando eu mandar. Boa sorte para encontrar uns aos outros.

- O que?! Teremos que jogar sozinhos? – perguntei

-Não, claro que não. Se vocês tiverem sorte podem encontrar seus amigos, mas podem encontrar animais

Não conseguia acreditar no que eu estava ouvindo. Meu medo não era por mim, mas pelos meus amigos. Sou corajosa e até inteligente, mas a Rafa sempre foi um pouco “lerdinha” e o Jaime, bem, ele é forte. Ele será capaz de sobreviver, mas mesmo assim tenho medo. Meu irmão talvez seja a pessoa com mais chances de sobreviver. Mas eu estou com medo. Muito medo. Sinceramente, não sei o que fazer apenas jogar. Eu irei sobreviver, e quando sair deste jogo, irei matar Louis.

- Agora, todos para as salas com os seus nomes. Quando chegarem, procurem o relógio com o comunicador. Aguardem o meu sinal para saírem da sala, pois sabem o que irá acontecer se saírem antes. Boa sorte e que os jogos comecem!