Abençoada Pelos Deuses escrita por Bella Aurora


Capítulo 7
Quando as coisas ficam estranhas...


Notas iniciais do capítulo

O que é isso??? Tá certo?? Sim. Esse capítulo tem mais que o dobro de caracteres que o último. So, enjoy! *Ah, eu vou fazer capítulos maiores agora, então, não se assustem com a diferença*
Bisous, ArU,



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Depois que eu fui proclamada, as coisas ficaram estranhas. As pessoas me olhavam de forma estranha, por mais que eu não entendesse o que estava realmente acontecendo. Abençoada? Sério mesmo? Eu não me sentia nem um pouco diferente de forma alguma. Busquei o conhecimento da minha irmã Annie (ainda era estranho chamá-la de irmã) e ela, com muita paciência, me explicou que as coisas estavam diferentes no acampamento porque isso nunca havia acontecido. Existem heróis que receberam algum tipo de benção de um deus depois de provar seu valor em uma guerra, ou realizando uma profecia, mas receber um pouco da alma de cada deus sem ter experiência alguma como um semideus era uma grande novidade.

Estava sentada no meu chalé com um telefone pré-pago que Connor havia ‘pego emprestado sem pedir’ da Casa Grande pra mim. Um dos poucos telefones que havia sinal por ali e eu pensava nos prós e contras de usá-lo. Ligaria para quem? Não havia motivos suficientes para ligar para alguma amiga. Eu poderia ligar para o meu pai, já fazia dias que eu não tinha entrado em contato com ele, se ele lembrasse que tem uma filha, deveria estar preocupado; mas era bem provável que ele não atendesse se estivesse trabalhando. Uma probabilidade bem grande na verdade.

Poderia ligar para a minha casa e torcer para que alguém atendesse. Poderia ser o Robert, ou a Sam. Como sinto falta deles! Mas também era possível que ninguém me atendesse, que estivessem ocupados. Girei o telefone em minhas mãos e suspirei fechando os olhos. Era patética a forma que eu pensava não haver ninguém por mim nesse mundo.

Ouvi um pigarreio vindo da porta.

Abri os olhos e dei de cara com Nico DiAngelo, encostado no batente de porta com o ombro, vestindo uma jeans azul escura, uma camisa preta, e um tênis Nike preto. Parecendo maravilhoso como sempre. Ele me olhou e sorriu, inclinando um pouco a cabeça para o lado como se esperasse alguma coisa.

Droga! Regras estúpidas de acampamento.

— Pode entrar. – eu disse cruzando as pernas em cima da cama, dando espaço pra ele sentar

Ele entrou no chalé olhando ao redor, as prateleiras organizadas com livros e projetos, as camas arrumadas e estendidas, tudo bem organizado. Ele se sentou na beira da minha cama e me observou enquanto eu puxava minhas pernas mais pra perto e as segurava junto ao meu peito. Ele olhou pro celular que eu ainda tinha em mãos e sua boca se contorceu em algo próximo de um sorriso.

— Fazendo algumas ligações importantes?

Suspirei.

— Se ao menos tivesse alguém que se importasse do outro lado. – eu respondi o mais baixo que pude

O vi arquear uma sobrancelha e pegar o telefone de minhas mãos, o colocando pro lado.

— Então somos dois. – ele murmurou

Levantei um pouco mais a cabeça e o fitei curiosa. Ele também não tinha ninguém pra quem ligar?

— Onde você conseguiu esse celular afinal? – ele perguntou cruzando os braços sobre o peito

Senti-me envergonhada, aos poucos corando.

— Pedi pro Connor conseguir um pra mim. Ele pegou na Casa Grande. – respondi dando de ombros ainda desconfortável

— O que o Connor não faz por uma garota bonita? – ele resmungou e só conseguiu me deixar mais corada ainda

Eu devia estar parecendo um tomate. Sentia minhas bochechas quentes e estava com um certo medo de me olhar no espelho.

— Ahn... – fiquei sem saber o que dizer – O que veio fazer aqui?

Ele me olhou como se tivesse esquecido algo.

— Ah, claro. – ele passou as mãos pelos cabelos, bagunçando-os – Queria ver como estava a sua adaptação. Não conversei direito com você desde o dia da fogueira e queria saber como as coisas estão indo. – agora quem parecia envergonhado era ele

— Bem, bem. – murmurei mais pra mim do que para ele

— Ótimo. – ele concordou com a cabeça

— Só... - parei para pensar em como dizer isso – Não vou ficar aqui por muito mais tempo.

Ele sacudiu a cabeça e focou sua atenção em mim.

— Como assim?

— Eu... Não pertenço a esse mundo de vocês...

— Esse mundo também é o seu mundo. – ele resmungou

— Não vejo como eu poderia me encaixar aqui sabe? Eu posso voltar pra minha vida e continuar com ela.

Ele fechou os olhos e respirou fundo.

— Não é assim que funciona Rafa. – ele me olhou – No momento que por os pés pra fora desse lugar, vai estar em perigo. Você já foi proclamada, você é importante. Quer você queira ou não.

Joguei minhas pernas pra fora da cama já me sentindo um pouco irritada.

— E eu vou ter que passar o resto da minha vida aqui? – exclamei – Cercada pelas mesmas pessoas?

El se levantou da cama se aproximando.

— Parece tão ruim assim? – ele perguntou passando uma mão pelo meu braço

Fechei os olhos.

— Eu só... Não quero ficar presa o resto da minha vida. Quero poder escolher o próximo passo.

Ele me abraçou, passando os braços em volta da minha cintura. Afundei minha cabeça em seu peito e a minha irritação foi substituída por tristeza. Senti uma vontade imensa de chorar até minha cabeça latejar.

— Isso não é uma prisão Rafa, não faça dela algo que ela não é. – ele disse em meu ouvido

Permaneci em seus braços até ouvir um baque na porta.

— Rafaella... – Annabeth parou assim que me viu abraçada a Nico, ela se endireitou e continuou – Parece que tem alguém querendo falar com você... na Casa Grande.


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Notas finais do capítulo

*-*



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