Paradise escrita por Izadora


Capítulo 35
Capítulo 35


Notas iniciais do capítulo

Mais uma vez sem revisar amores,mil desculpas :c
Ando tão esgotada,morta,cansada e ocupada mesmo nas férias que..I CAN'T

PENÚLTIMO CAPÍTULO T-T CHOREM TODOS JUNTO COMIGO
~eu indo para um cantinho escuro e debulhando em lágrimas bc is so many feels here bro ~
Todas as ruas e lugares citados são reais.Exceto as casas.



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*Penúltimo - Crying Here - Coloquem essa música para carregar*

POV Peeta

Eu esperei em silêncio.

Desde o jantar,minha relação com meu pai havia se tornado no mínimo...frívola.

Ele acendeu um cachimbo que eu nunca havia visto antes.Era bonito,de madeira antiga e cuidadosamente entalhada.Durante alguns instantes,seus olhos se concentraram na brasa.
Quando os ergueu para mim,estavam aquosos.Eu queria de todo o coração acreditar que era a fumaça.

-Onde está mamãe?-Tentei não soar frio.Meu pai enfiou a mão nos bolsos de seu terno italiano e olhou para a porta,como se esperasse que mamãe entrasse por ali.
Parecia melancólico.

-Ela não sabe que vim a seu encontro.-Ele falou.Sua voz soava rouca e profunda,como a de Morgan Freeman.
Eu gostava do inglês de meu pai.Era uma mistura de sotaque britânico e americano,o que  me parecia firme e bonito.

-E por quê você veio a meu encontro?-Perguntei,em minha melhor imitação de Ernest Mellark.

Meu pai nunca me pareceu tão velho e cansado.Ele abriu a boca e a fechou,como se reconsiderasse as palavras.
Em seguida,desviou os olhos de mim.

-Eu vim pedir desculpas.-Murmurou.-Mas receio ser tarde demais...

Meu pai lançou um olhar furtivo para as escadas,onde –eu tinha certeza- Katniss havia subido pisando duro.
Eu voltei meus olhos para meu pai.

Parecia tão acabado,porém,tão absolutamente sincero em seu pedido de perdão.

Por que eu não conseguia sentir...nada?Eu não guardava rancor dele.Não,nenhum.No entanto,de que adiantava seu pedido de desculpas quando a minha vida já estava feita em cacos?

Eu enfiei as mãos nos bolsos,e procurei escolher bem as palavras.

-Bom,tudo bem,então.Eu aceito,pai.-Pigarreei.-E não é tarde demais para pedir desculpas...Só é tarde para consertar os meus erros.

O rosto de meu pai se iluminou,embora ele não sorrisse.

-Talvez não.Se você quiser...você sabe,desistir do casamento...você pode.-Ele disse.

-Pai,sua empresa...-Comecei.Meu pai abanou a mão,como se não fosse nada demais.

-Peeta,você não precisa fazer isso por mim.Precisa fazer por você.-Ele pousou a mão em meu ombro.

Eu balancei negativamente a cabeça.Bem,se a via crucis virou circo,estou aqui.Não vou pedir arrego.Além disso,de que adiantaria?Ela deixou claro que não me amava mais.

Então que se foda.

-Vai para casa?-Perguntei.

-Vou,quer carona?

-Adoraria.-Respondi.

X

Quando o meu pai me deixou em casa,eu subi direto para o apartamento.

Não pensei em nem ao menos esperar Debby.

Quando entrei,estava tudo silencioso e escuro.Mas é claro: Gale e Madge estavam na festa,e Katniss provavelmente passaria a noite com a mãe e a irmã.

Eu larguei meu paletó e olhei com tristeza para aquele lugar.Dali á um dia e meio,eu provavelmente nunca mais o veria.

Eu estava morto.Exausto.Com sede e com fome.

Mas eu não comi nem bebi.Me dirigi diretamente para o meu quarto.

Estava uma bagunça de ternos,perfumes,sapatos e gravatas.Empurrei tudo o que impedia-me de desabar na cama para o chão.
Deixei meu corpo cair molemente sobre o colchão macio,minha cabeça encontrar o conforto das plumas e minhas mãos a leveza do lençol de seda.

Em questão de meses minha vida havia dado um giro de 360 graus.Pode isso,produção?

E eu não sabia o que era pior: saber que nunca voltaria a ser o que era antes,ou saber que eu nunca teria o motivo de toda essa confusão –lê-se Everdeen,Katniss- de volta.

Cansado até dos pedestres que seguiam com suas vidas medíocres lá embaixo,me virei para o lado e adormeci,disposto a engolir mais um resto daquela noite ruim.

X

No dia seguinte,eu não saí do meu quarto.

Eu ficaria ali,quietinho,esperando todo mundo esquecer da minha existência.Nessa noite eu iria para a casa de meus pais junto com Debby,passar a noite.

Sabe quando você fica cansado da cara das pessoas?E ás vezes de sua própria cara?Juntando isso ao fato de que minha cabeça estava prestes a realizar combustão espontânea,meu corpo estava quebrado,moído e...Uma pergunta: havia um gambá na minha boca?

Me revirei na cama.Uma luz fraca entrava pela janela,entre o lado esquerdo e o direito da cortina.
Era meio-dia,e a fome apertou.

Eu me ergui,com preguiça,e esperei meu lado crocante se manifestar.Não me preocupei em ficar “apresentável”.Se eu -que havia vindo para casa mais cedo- estava acordando naquele horário,imagine os outros.

Eu cheirava á bebida velha.Engraçado,não me lembro de ter chapado tanto...

Caminhei,pesado,até a cozinha.O silêncio da casa chegou a me assustar um pouco.Normalmente era grito,briga,porta batendo,gemido e porrada para todo lado..Enfim,manicômio,doce manicômio.

Abri a geladeira e pesquei um pedaço de pizza de anteontem.Ou da semana passada?Não interessa.Pizza é pizza.

Levei os restos intragáveis de Pizza Hut para o quarto e me joguei na cama,indeciso quanto á fome e a falta de disposição para comer.

Me revirei sobre a colcha,com o pedaço duro e borrachudo de pizza na boca.

Ela sentia algum pesoa na consciência por todas as nossas brigas e discussões?

“Você não pode escolher se vai se machucar neste mundo,mas você pode escolher com quem  vai se machucar.” Eu não me arrependo das minhas escolhas.Espero que ela não se arrependa das dela.

X

Entrar naquele momento “pós-briga de casal” é ainda pior quando a pessoa nem sua namorada é.Mas ela normalmente influencia esse efeito patético em mim.

Meus olhos estavam injetados,como uma arma se refreando para não disparar as pupilas por acidente.Meu teto era cinza e feio,e não iria mudar de tonalidade não importa o quanto eu o encarasse.Aposto que o tédio é incolor.Ou é cinza.
E a solidão chatinha que eu sentia era negra como a medula da minha desilusão: de onde eu tirei aquela crença idiota de que as coisas dariam certo para nós?
Meus pensamentos vagam entre o curioso efeito de meus olhos encarando o teto cinza.Entre o azul e o cinza,há lindas matizes e algumas até mesmo inimagináveis.

Adoro as cores que não existem.Na verdade,o que é inalcançável sempre exerceu uma atração absurda em mim.

Eram quase oito da noite,e em breve Debby passaria para irmos á casa de meu pai.Olhei para o celular,pendurado precariamente em meus dedos moles e preguiçosos.

Chego ao ponto de pensar que nem deram por minha falta.Ninguém,em oito horas de ausência do mundo lá fora se deu ao trabalho de bater na minha porta ou me ligar.
Porcaria.Me deixaram á míngua com pizza velha e uma cabeça cheia.

Não sabia como me sentir em relação á isso.Privacidade ou ignorância?Tanto faz.

Me levantei,sonolento e dormente.Vesti uma calça limpa,e qualquer camiseta que peguei de meu armário.Enfiei algumas roupas e sapatos,cuecas limpas –isso é importante- e o celular dentro de uma mochila antiga.Pendurei-a no ombro e saí do quarto batendo a porta.

A casa continuava do mesmo estado em que a deixei: escura,silenciosa e vazia.

Onde estava todo mundo?

Não me dei ao trabalho de checar.Esmurrei o botão do elevador e desci direto.

POV Katniss

Dez da noite,e minha consciência pesava.

Eu estava sentada em um divã,na varanda da casa dos meus pais.Um sereno geladinho caía,e eu vestia um moletom grosso.

Me sentia estúpida.Eu não penso em como as outras pessoas se sentem.Eu simplesmente deixo a raiva me levar e digo o que na realidade não quero dizer.

Eu observava a cidade,luminosa e infinita,se estendendo como um manto brilhante á minha frente.Será que todas aquelas pessoas já seguraram barras tão pesadas quanto as minhas?Eu poderia apostar que sim.Muitas daquelas pessoas seguraram barras até piores que as minhas.Mas,quando temos problemas,nos tornamos cegos.Achamos que nossos problemas são os maiores do mundo,e,naquele momento,eu só queria alguém para achar isso também.

Ouvi uma batidinha suave na porta.Sem esperar resposta,Gale entrou na varanda.Ainda vestia a roupa de padrinho,e trazia duas xícaras de chá nas mãos.

-Noite difícil?-Ele perguntou.

-Um pouco.-Respondi.Gale se sentou no divã ao lado do meu.Ele me entregou uma das xícaras e sorriu,solidário.
Era tão bom vê-lo.Normalmente era ele que eu procurava neste tipo de situação.

Meus dedos enregelados tocaram a porcelana quente da xícara.Sorvi um gole,e a sensação de calor se espalhou por meu corpo.

-Quando chegou aqui?-Perguntei.Ele deu de ombros.

-Há pouco tempo...Sua mãe nos chamou.A mim,e a Madge.

Eu esbocei um sorriso.Minha mãe,quando não sabia o que fazer,sempre recorria a Gale.

-Fala para mim.Esta é nossa última noite junto,Catnip.Dá para acreditar?-Ele disse.Ele se deitou e observou cuidadosamente as estrelas.

-Vai morrer de saudades de mim.-Eu disse.Gale fez uma careta.

-Você sabe que sim.-Ele respondeu.Eu fitei  minha caneca fumegante.

-Desabafa.-Gale pediu.

-Eu não sei se devo ir...Minha mãe chorou durante quase uma hora quando eu contei,e Prim ficou arrasada.Além disso...-Eu não terminei a frase.Gale riu.

-Peeta.-Adivinhou.Ele apoiou a mão em meu ombro.-É sua vida,Catnip.Seu sonho.Corre atrás,menina...

-E o que eu faço com essa taquicardia?E com essa falta de ar?-Eu disse.-O problema é que mesmo com isso tudo,a gente não consegue se entender.

Gale hesitou durante um segundo.Seu olhar faiscou.

-Katniss,vocês ainda vão brigar muito.Vão discutir,se desentender o tempo todo.Porque,mesmo sendo tão diferentes,vocês nunca foram tão...iguais.Mesma birra,mesma arrogância e mesma teimosia.-Ele disse.Concentrou seu olhar no meu.-Vão brigar para ver quem lava a louça,quem leva o cachorro para passear.Discutir para ver quem busca os filhos na escola ou quem apaga a luz á noite.Desentender para decidir se é futebol ou novela,por causa de alguma roupa curta ou olhadinhas para outras mulheres.Mas entenda de uma vez por todas: se mesmo com tudo isso,você puder olhar nos olhos dele e se lembrar do motivo de estar ali,terá valido a pena.

Eu abracei Gale com tanta força que quase me fundi a seu corpo.Eu sentia vontade de chorar,mas um conflito interno se travava dentro de mim.

-E o casamento?E a viagem?-Perguntei.

Gale sorriu docemente.

-Ele deu uma de idiota e fugiu.Paciência.Mas se ele não for atrás,vai dar uma de idiota pela segunda vez.

Dito isso,ele me guiou até a cama,como uma criança.

[O play,por obséquio.]

Eu me deitei e me aconcheguei nos edredons.Me sentia com sete anos novamente,com medo do bicho papão.Gale beijou minha testa.

O sentimento de impotência foi inevitável,mas quem liga?

-Eu quero que você faça o que quiser,ok?-Ele sussurrou,no escuro.-Mas...não jogue tudo para o alto por algo que não vale a pena.Espero que tome a decisão certa.

Então Gale saiu do quarto,me deixando sozinha com a luz da lua.

Palavras tão bonitas,porém tão vagas...Minha vontade era gritar para que Gale voltasse e fosse mais claro antes que eu enfiasse a minha mão na cara dele.

Mordi o lábio em desespero.Por que tem que ser tão difícil tomar decisões que vão decidir seu futuro,sua carreira e sua felicidade?
Se eu ficasse,ainda teria Stanford e excelentes oportunidades.Se eu fosse,eu teria o emprego já de cara.

Me encontrava mais perdida que obeso em fast-food quando meu celular tocou.Agradeci a mim mesma mentalmente por ter trocado de toque.

Eu olhei o nome no visor,e meu coração fez um pequeno número de sapateado.

-Alô?-Atendi.A voz do outro lado da linha estava rouca.

-Oi.-Peeta disse.Decidi ser gentil,afinal,ainda me arrependia de ter gritado com ele.-Eu te acordei?

-Não,eu...eu já estava acordada.-Era como conversar com um estranho.

Um silêncio curto,mas que pareceu durar anos se seguiu.

-Tem tudo pronto para amanhã?-Ele perguntou.

-Tenho...e você?

-Tenho.Debby trouxe meu terno hoje pela manhã.

-Isso é bom.-Respondi.Que droga de diálogo é esse?

-Desculpa por ter sido grossa com você.Eu preciso dar um jeito neste temperamento...Eu...eu sinto muito.-Murmurei,hesitante.

-Por telefone não é exatamente a melhor maneira de se pedir desculpas...mas eu aceito,Everdeen.Eu sempre acabo aceitando.

Suspirei fundo e apoiei a cabeça no travesseiro macio novamente.

-Tudo bem,então?

-Acho que sim.O que você acha?-Ele tornou.

-Sobre o casamento?

-É.

-Não é mais criança,Peeta.Não precisa da minha permissão ou opinião.-Tentei não soar cruel.Eu só queria ser sincera com ele,e não deixar todo o peso da decisão sobre meus ombros.

-Eu não quero que as coisas fiquem estranhas com a gente.

-Isso não vai ser um problema,vai?Eu vou para a França e você...você vai se mudar.

-Aceitou a proposta.Definitivamente.-Fingi não reconhecer a amargura em sua voz.

-Aceitei.-Murmurei.-Você sabe que é uma grande oportunidade.

-Não vai no meu casamento?

-Não dá sorte ter a ex lá,no dia.-Brinquei.

-Acho que não.

-Nossas conversas tem muitos “acho”.A gente acha demais.

-Acho que sim.-Ele disse,e nós rimos durante um curto período de tempo.

-Melhor dormir,Mellark.Vai ter um longo dia amanhã.

-Espero que se dê bem no exterior.

-É,eu também.Boa noite.

-Boa noite.

-Ei...-Eu disse,antes que ele desligasse.

-Fala.

-Me liga amanhã de manhã?Eu quero ouvir você antes de ir.-Pedi.

-Eu ligaria mesmo que você não pedisse.-E em seguida desligou.

E adormeci sobre a doce valsa do “tu...tu...tu...” que meu telefone fazia.


POV Peeta

[deem pause,mas não fechem,please]

*7:15PM,Casa dos Mellark - Dia do Casamento.E da Viagem.Ai,Deus...*

Fui acordado por um trio de muleheres histéricas e um homem.

-Mãe?-Perguntei,tonto.-O que está fazendo aqui?E quem são essas pessoas?

Minha mãe já estava elegantemente vestida,e parecia não caber em si de felicidade.Ao seu lado,as mulheres seguravam necessaires e e secadores de cabelo.A primeira delas tinha cabelo curto e louro platinado,com unhas longas que mais pareciam garras e cílios postiços exagerados.A segunda usava um volumoso cabelo rosa choque e sua maquiagem parecia a de um palhaço,mas decidi não comentar.

Atrás das duas vinha o mais normal de todos: um homem,vestido inteiramente de preto e com um sorriso simpático.Era assustadoramente parecido com Lenny Kravitz,e a única coisa fora do comum era seu delineador dourado.

-Bom dia,meu amor.-Minha mãe disse.-Hoje é o seu grande dia.

Esfreguei meus olhos.

-Que horas são?-Perguntei,começando a me irritar.Isso é bem a cara da minha mãe mesmo.

-São 7h da manhã.-Ela respondeu,como se anunciasse um espetáculo.Em seguida,se encaminhou até a janela e arregaçou a cortina.

-7 da manhã?-Gritei.-Você enlouqueceu?O casamento é em TRÊS HORAS.

Minha mãe hesitou.

-Bem,mas você precisa se preparar.Debby já foi para o salão de b...

A pronúncia ao nome foi como um choque percorrendo meu corpo.Droga...Eu havia saído tão desesperado de casa ontem que me esqueci dela.

-Quando Debby chegou aqui?-Perguntei,enquanto ela me erguia da cama e me jogava em uma cadeira.

-Mais ou menos uma hora depois de você.-Ela respondeu e franziu os lábios.-Ficou chateada por você não tê-la esperado,então eu disse que você estava dormindo.

-Obrigado.-Murmurei.

-Querido,-Ela apontou os três estranhos que me viram de samba-canção.-estes são Portia,Octavia e Cinna.Eles vão dar um jeitinho em você.

Cinna exibiu um sorriso simpático.

-Apenas fique quieto.-Ele disse.

Irônico.A última coisa que eu conseguiria ficar naquele dia era quieto.

POV Katniss

[podem recolocar,obrigado de nada]

*10:01PM Jefferson Blvd,Los Angeles.Hora da viagem.E do casamento...Vish*

Eu dirigia rente á um muro alto.São 10h da manhã e as ruas estão praticamente desertas,mesmo para os padrões de Los Angeles.
Não acho ninguém perdido para me contar a que horas nasce o sol.

Era uma manhã enjoativa em L.A.
O tempo estava feioso,com o céu nublado e meio frio.O sol brincava de esconde-esconde atrás de uma nuvem maciço e cinzenta.

Trânsito fraco e café forte,nada melhor para a recuperação de um despedida chorosa.Mas eu não poderia ter pedido um adeus melhor.

Minha mãe não parava de me abraçar e mandar-me ter juízo.Chegou o momento em que ela parou de tentar secar as lágrimas.
A pequena Prim,para minha surpresa,não derramou uma lágrima.Me abraçou e soluçou.Pedindo também que eu não me esquecesse de escrever sempre.
Madge avançou para cima de mim,entre o choro e a felicidade,jurando que morreria de saudades.
Gale mandou eu me cuidar,e ordenou chamadas diárias pelo Skype.
Cato me disse para comprovar sua teoria de que as francesas tem sovaco cabeludo,e Clove quase me esmagou com seu abraço,em seguida me entregando uma lista de presentes para trazer quando visitasse.

Por fim,tomamos um café da manhã digno de deuses e eu fui embora,encarando o vento gelado e um futuro medonho e brilhante.

A luz do sol entrou pelas janelas do carro assim que virei á Sepulveda Boulevard.

Esta,por outro lado,estava pululante de pedestres e carros.Crianças com balões e sorvetes,pessoas em lanchonetes e casais passeando.Havia meia dúzia de gringos discutindo frente ao Paradise Building.

Eu sorri ao ver um pequeno garotinho,filho de um dos casais estrangeiros,berrar algo em alemão para chamar a atenção dos adultos.Era pequeno,por volta de seus seis anos,louríssimo dos olhos azuis.

Ele me viu observando,parada no semáforo,e acenou alegremente.Infelizmente,antes que eu pudesse responder o sinal abriu,e um estressadinho atrás de mim buzinou para que eu me apressasse.

O garoto me lembrou muito Peeta.

Aquele louro aguado nem mesmo me ligou.Havíamos perdido a última chance de uma despedida decente.

Acelerei o carro para afastar estes pensamentos,mas assim que estacionei no LAX os pensamentos me recorreram,potentes e avassaladores.

Ele estava se casando neste exato momento.E meu estômago dava uma voltinha só de pensar.

Como ele estaria se sentindo?

POV Peeta

Eu suava frio,estava gelado e meu coração queria escapar pela gargante.

Eu ao menos escutava o que o padre estava falando.

Meu coração parecia uma bomba,e cada batida era uma explosão dolorosa que me matava aos poucos.
Observei pelo rabo do olho meus amigos sentados nos bancos,parecendo nervosos e desafiadores.Minha mãe,perto de mim,me encorajava.Meu pai,duvidava.

Todos os olhares diziam a mesma coisa: “Você vai realmente fazer isso?”

Mas eu tinha que fazer.

De que adiantaria jogar tudo para o alto se ela já foi para a França?Eu observei Glimmer fuçar,completamente desinteressada,no telefone.

Merda!Mordi a língua para não gritar.A ligação!Eu havia esquecido completamente.
Ás vezes tenho vontade de me socar por ser tão burro.Eu não me despedi dela.Ela me pisa,me beija,me odeia,e está indo para outro continente sem o meu adeus.

Legal,vida.Então é assim mesmo que termina?Eu me caso com alguém que eu não amo,obrigado a viver de conveniência até me surpreender com cabelos brancos e rugas na pele.Herdo a empresa,suporto o casamento por filhos que eu quero ter com outro alguém.
Ela vai para Paris,cria fama e conhece um francês charmoso que cozinha melhor que eu.Aprende a me esquecer.E,por fim,eu me surpreendo esquecendo-me de sua fisionomia e tendo apenas o aroma do perfume de morango para me lembrar quem fez o sol ser mais brilhante aos meus olhos.

É isso então.O final de tudo.

E quando o padre se vira para mim e diz:

-E você,Peeta Mellark,aceita Debby Marie Chokesdick como sua legítima esposa?




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Notas finais do capítulo

~Essa sou eu fingindo que o próximo não vai ficar grande que nem a bunda do Josh e da Jenn juntos~
E aí Peeta?Agachou tem que rezar meu filho.
Kat :C WE'LL MISS YOU
AMIGOS FAÇAM ALGUMA COISA NESSE CARALHO DE CASAMENTO
Eu sei que o nome da Debby ficou escroto p cacete,mas é que "Chokesdick" significa engasga pinto e eu to com sono,com fome e muito besteirenta...fuck it all,ficou maneiro.

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