Paradise escrita por Izadora


Capítulo 31
Capítulo 31


Notas iniciais do capítulo

CAPA NOVAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA *O*
EU QUE FIZ
QUEM GOSTOU LEVANTA TRÊS DEDOS

Agradecendo á recomendação da Doty,essa diva e aproveitando esse espaço para dizer:
Eu normalmente não faço isso,mas eu li um capítulo e a história é realmente boa.Recomendo a fic da minha querida leitora Anna Odair Valdez Malfoy " http://fanfiction.com.br/historia/380254/N-A/ "
Não gosto de recomendar fanfics através da minha,mas essa MERECE.Sério.Leiam.Vão gostar.To mandando.Mentira,mas leiam.

A propósito,vão curtir esse cap.Acho.

BOA LEITURAAAAA



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POV Katniss

Estava sentindo o coração nas pontas dos dedos.

O breu era quase completo.Eu só enxergava o que a luz do farol me permitia enxergar,alguns metros á frente do carro,e o resto era apenas um véu escuro de noite sem estrelas.Peeta e eu estávamos parados em frente ao capô aberto,e ele observava criticamente o motor.

Em seguida,levou os dedos até a gravata borboleta e a arrancou com vigor.

-O que está fazendo?-Perguntei,enquanto ele descia o blazer pelos braços e me entregava.

-Eu vou ter que resolver algumas coisas no motor...-Ele respondeu,começando a desabotoar a camisa.- Para que não tenhamos que empurrar o carro...Vai ser difícil,mas...vamos ver no que vai dar.

-E porque você está fazendo um striptease?-Perguntei.Ele terminou de desabotoar a camisa e a tirou.

-Pra você.-Peeta respondeu,piscando.Sabe quando seu coração acelera tanto que você fica até com medo de que a outras pessoas ouçam?

-Quê?-Engasguei,com as sobrancelhas erguidas.Ele riu.

-Eu estava brincando.-Deu de ombros.Meu peito se aliviou.-É que eu não quero sujar a roupa,então eu tirei e assim fica mais fácil.

-Ah,claro.-Respondi.-Que solução distinta.

-Não precisa ficar constrangida,você já me viu assim antes.-Acrescentou,e eu sorri.-Pega aquela caixa de ferramentas para mim?

Tão embora o que ele havia dito seja uma verdade absoluta,não consegui evitar olhar para ele.Sua pele clara guardava um corpo musculoso e bem definido,digno de Apolo.Ele malhava.Jogava basquete.Era um atleta,e seu corpo era digno de um.
Minha mente vagou para semanas atrás,para nossa noite no hotel,onde minhas unhas percorreram suas costas alvas e minhas mãos vieram de encontro a seu corpo...

-Pegou?-Ele interrompeu meus devaneios.Ergui para ele a caixinha de ferramentas,que se encontrava no porta-luvas.

Ele sorriu sinicamente para mim,e depois desviou os olhos para aquela confusão de ferro,graxa e óleo.         

X

Já estávamos a quase meia hora naquele processo.

Peeta,sem camisa,não tão sujo de graxa quanto o esperado,lutava contra chaves de fenda e parafusos.Não reclamava.Não xingava.Apenas suspirava e permanecia concentrado no trabalho.
Eu estava ali,parada ao lado,com seu blazer sobre os ombros e observando atentamente seus movimentos.

-Katniss...-Ele murmurou,após um tempo.

-Fala.

-O que a Debby queria?-Ele perguntou,sem tirar os olhos do motor.Eu respirei fundo.

Assunto delicado.Eu não queria dizer a ele.Ele ficaria irritado,e a gente ia acabar brigando.
Nossas brigas eram tão ridículas,tão bregas,tão nada a ver quanto esses programas de TV.Mas eu gostava de ver TV.Taí,eu gosto do ridículo.

-Não foi nada,sério.Esquece isso.-Respondi.

-Vamos nos poupar do processo de convencimento.Eu vou acabar sabendo mesmo,porque não agora?Estamos sozinhos mesmo.-Ele respondeu,e ergueu os claros olhos para mim.

-Você é impossível.-Sentenciei.

-Nós dois somos.

-Debby me pediu para me afastar de você.Ela acha que eu posso “tirar você dela”,e que eu quero fazer isso.-Falei,de uma vez.

Prendi a respiração,esperando que ele explodisse.Meu coração pesou.Não era certo fazer isso.
A surpresa veio quando de seus lábios escapou uma gargalhada.Curta,bem humorada e gostosa.

-E você quer?-Ele perguntou.Puta merda,manda uma mais fácil,Mellark.

-Não seria justo.-Murmurei.

-Debby está sendo boba.Seria muito complicado desfazer os vínculos que criei com você,Everdeen.-Peeta continuou.-Você mora comigo,e já me acostumei a te ver de pijama e cara amarrotada todos os dias.Eu odiaria sua ausência.Na verdade,não gosto nem de pensar nela.

Eu sorri involuntariamente.O melhor era isso mesmo.Fazer piada,tirar sarro de tudo isso.Porque no fundo,nós sempre fomos uma comédia.Uma trágica comédia.

Me aproximei por suas costas para ver o que estava fazendo.Meu queixo roçou em seu ombro nu e o perfume forte entrou por minhas narinas.

-Não sabia que era mecânico.-Comentei.

-Nem eu.-Ele respondeu e riu.-Droga,essa porcaria não encaixa!Vai demorar um pouco mais que o esperado...

-Me diz que é brincadeira.-Pedi,sentindo a esperança murchar.

-Queria eu.-Ele respondeu,enxugando o suor da testa com as costas das mãos.

-Não está com frio?-Perguntei.Ele balançou negativamente a cabeça.Parecia chateado.-Que foi?

-Finnick vai me odiar.-Ele respondeu,batendo os punhos contra o metal.-Eu estou há tempos sem vê-lo,e ainda tenho o descaramento de faltar ao seu jantar.Eu sou a droga do padrinho.

-Não foi sua culpa.

Ele riu sarcasticamente.

-Okay,e vai todo mundo acreditar.-Ironizou.-Katniss,pensa bem: somos só nós dois,em um caminho deserto e nos atrasamos praticamente uma hora.É só juntar dois mais dois nas cabeças maliciosas deles.

Ponto para ele.

-Você está noivo.-Lembrei a ele,com veemência.

-Podemos ter um diálogo normal sem você me lembrar que estou prestes a me casar?-Ele murmurou.-Até eu mesmo evito pensar nisso ás vezes.

Ponto para ele,mais uma vez.

-E quanto á Jason?-Ele tornou,girando a cabeça para me olhar.

-Que tem ele?-Perguntei.

-Não pensa em casar?

-Não sei.-Respondi.Ele voltou a encarar o motor.

-E você?O que acha?

-Loucura.-Respondi,sem pensar.

-Sua sinceridade me comove.

-Você não me deixou terminar.Quero dizer,-Continuei.-temos uma vida toda pela frente e...Casar na adolescência não me parece propício.

-É mesmo,é?-Ele respondeu,com um tom divertido.Dei um empurrãozinho em seu braço.

-Nem vem...O seu caso é especial.-Sorri.-Você está casando para ajudar seus pais,e isso é legal.

-Acho que é,né?-Ele respondeu,sem muita certeza.-Só acho que poderia ser com a pessoa certa.Casamento é um longo compromisso,e esse pode ser para a vida toda.

-Você vai acabar se acostumando.

-Não quero viver de comodidade.As pessoas que vivem assim acabam amarguradas.

-E o que você quer?-Perguntei,mas estava com medo da resposta.

-Eu quero a pessoa certa.-Ele olhou para o paninho sujo em sua mão e sorriu,tranquilo.-Por mais inalcançável que ela possa ser.

-Está pronto?-Perguntei,louca para mudar de assunto.

-Quase.-Ele girou um parafuso.-Tenta ligar o carro para mim?-Pediu,se levantando e soltando um gostoso suspiro.

Assenti e abri a porta,me sentando com desajeito no banco macio.Girei a chave,e o motor fez o tradicional ronco.Peeta ergueu a cabeça,incrédulo.

-Não acredito.Deu certo?-Ele perguntou,enquanto um sorriso se abria.

-Deu certo.-Respondi,a felicidade se inchando dentro de mim,sobrepondo o pavor.-Você conseguiu!

Eu saí do carro,rindo também.Era algo sem propósito,sem razão,mas de alguma forma bom de se sentir.

-Eu consegui!-Ele gritou,e se lançou sobre mim,me envolvendo em um abraço.

Durante alguns segundos,eu apenas encaixei minha cabeça em seu ombro e senti o calor de sua pele sob meus dedos.Ele deslizou as mãos pelos meus cabelos,ainda sorrindo,seu hálito em meu pescoço.

Senti seu aperto afrouxar e me afastei um pouco.Suas mãos não deixaram minha cintura.Justo.As minhas tampouco deixaram seus ombros.Estávamos tão próximos que eu sentia sua respiração entrecortante sobre meu rosto.

Pensei em me desvencilhar,mas já era tarde demais.

Nosso olhar se encontrou durante um segundo,e isso foi o suficiente para que uma faísca se acendesse e tomasse conta.
Ficamos ali,parados.Olhando um para o outro.Lutando contra a força da atração de uma linha invisível que não conseguiríamos mais ignorar.

Meu nariz tocava o dele,tal era o nosso esforço para maior proximidade,e eu vi seu olhar descer até meus lábios.Ele sorriu de leve.

-Olha...Um dia a gente cria juízo.-Sussurrou,me arrepiando.-Um dia.Não precisa ser agora.

Dito isso,minhas mãos deslizaram até seu rosto e eu o beijei.

Queria dizer que sinto muito.

Mas não sinto.

POV Peeta

Ela era meu fruto proibido.Minha perdição.Minha criptonita.

Porque era tão fácil me encurralar?Eu respondo a mim mesmo: porque eu era incapaz de resistir á ela.Eu acabava caindo em tentação.

Seus lábios se encaixaram com delicadeza nos meus.Logo passou para algo mas selvagem,expressando nosso louco desejo de pertencer um ao outro.Jason sumiu de minha mente.Debby desapareceu da minha cabeça.

Ela sorriu fracamente entre meus lábios.O que eu sentia era intenso: com pouco derrubaria o mundo,e com o mesmo pouco –ou até menos- reconstruiria o céu,a terra e as estrelas.

Porque eu sou egoísta,e a quero só para mim.

Suas mãos foram até meu pescoço,arranhando minha nuca,e meus músculos se retesaram enquanto seus dedos se enrolavam no meu cabelo.Meu pesadelo loiro me empurrou contra o capô e eu senti suas unhas afundarem sobre minha pele.
Minhas mãos subiram de encontro á seu rosto,pois continuar puxando sua cintura era decerto inútil: não havia mais espaço para proximidade.

Depois,devagar,ela acabou por me soltar daquele contato voraz e faminto.Não me encarou.Afundou o rosto em meu pescoço,como se sentisse necessidade de me sentir ao menos uma última vez.
Eu segurei sua mão.Era quente e macia,contra meus dedos gélidos,e suspirei perto de seu ouvido.

Foi aí que percebi que percebi que queria ela comigo naquela noite,e talvez pelo restante das outras noites.

Ela me olhou,e havia curiosidade refletida em seus olhos claros.Sua boca não decidia entre o esboço de um sorriso e a seriedade,então tremulava.

Abri minha boca uma ou duas vezes,procurando o que dizer,mas nada saiu.Existem momentos em que palavras não se mostram excessivamente necessárias,e tampouco deploravelmente presentes.Eu estava sem reação.

Até que ouvi um toque abafado dar lugar ao silêncio,e me sobressaltei,levando a mão ao bolso.Olhei o visor e meu coração saltou em remorso.Finnick.

-Estava com o telefone o tempo todo?-Katniss disse,um pouco alto demais.-Poderíamos ter ligado pra alguém.

-O sinal está tão fraco que duvido que possamos falar uma palavra.-Respondi.-É Finnick.Eu vou subir no teto do carro e alcançar sinal.Uma barrinha eu não falo nem oi.

Ela assentiu e jogou meu próprio blazer sobre meus ombros.Subi a lataria com receio de arranhar,mas acabei chegando  ao teto sem maiores problemas.Me ergui e olhe o sinal: 3 barras e meia.Dava para conversar.

-Alô?Finnick?-Eu disse,alto.O som de música eletrônica soava alto do outro lado da linha.

-Vai tomar no seu cu,Peeta Mellark.Cara,você é ridículo.-Meu estômago pesou.-Pode me explicar onde raios você está?

-História engraçada.

-Meu humor está ótimo para isso,continue.-Ele prosseguiu,furioso.

-Seguimos a estrada errada e meu carro quebrou.Tive que consertar ás pressas e só agora terminei.Já estamos indo para aí.

-E onde fica a parte engraçada?

-Finnick,por favor...limpa minha barra aí,vai.

Ouvi Finnick suspirar no bocal.

-Annie está subindo pelas paredes.Cato acha que vocês dois estão trepando no meio do mato...

-Qual o problema do Cato?Ele sempre acha que estamos trepando.

-Katniss,cadê ela?Tem um cara aqui querendo falar com ela.

-Quem?-Perguntei,desconfiado.

-O dono de uma super empresa de publicidade.Eu falei sobre ela para ele,e ele quer oferecer uma entrevista e etc.

-Quando chegarmos aí ela fala com ele.-Respondi.Katniss me olhava,apreensiva.

-Não,não,meu filho.Ele vai embora daqui a pouco,e volta só segunda.Passa o telefone para ela e eles arranjam isso assim mesmo.

-Você manda.-Eu disse.-Ah,e...peça desculpas á Annie.

Depois,desci para o capô e ofereci a mão á Katniss,para que esta subisse.

-E então?

-Foi o que eu disse: estão todos putos conosco.Cato acha que estamos trepando.

-Ele é doente.-Ela riu.

-Telefone para você.-Disse,entregando o iPhone e descendo do carro.

**

Foi uma conversa longa.

Eu me sentei na beirada do penhasco,sobre a mochila,e recoloquei a camisa e o blazer.Passei cerca de 20 minutos enrolando e desenrolando a gravata entre os dedos,jogando pedrinhas no penhasco e batendo os sapatos contra o barranco irregular e erodido,pelo simples prazer de ver as pedrinhas rolarem morro abaixo.

Eu não consegui escutar quase nada da conversa,mas ela parecia intrigada quando desceu novamente até mim e entregou o celular,ainda quente.Ao olhar em meus olhos,sua expressão se tornou nervosa.

-O que ele queria?-Perguntei,entregando á ela a gravata.

-Ele me ofereceu uma entrevista para um estágio.-Ela respondeu,começando a amarrar o nó.-Com direito á tranca de minha vaga em Stanford,e abertura de bolsa temporária em uma nova faculdade.

-Wow,isso é...INCRÍVEL.Meus parabéns,Kat.Quero dizer,você aceitou,não é?-Falei,animado.

-Sim.-Ela respondeu,concentrada no tecido fino.-Mas eu tenho até segunda para dar a resposta definitiva.

-Ficou doida?Você tem que aceitar isso.

-Não se trata só de um emprego incrível e uma carreira promissora.Se trata de algo muito maior.Eu quero,mas...-Ela suspirou,apertando o nó já feito.

-Mas o quê?Do que isso se trata?

-Se trata da vaga ser na Europa.-Katniss respondeu,me encarando.-Eu vou para Paris na terça-feira.


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Notas finais do capítulo

GENTE MAS ESSE PEETA É MUITO TARADO MDS [okay,chega]
~O~ Katniss,só aproveitando o escurinho.
VIIIISH,SERÁ QUE ELA VAI?OU VAI FICAR POR ELE?QUEM SABE?Ah,é,eu...Okay,parei.

Então pessoal,esse eu atrasei porque: Esse beijo e esse final demoraram 3 dias para serem definidos.Eu mandava os cap. pro Gui e ele dizia "aceitável" "não" "vai tomar no cu" "morra" "merda".Custei a acertar e chegar nesse,e mesmo assim ainda não sei se vai agradar vocês.
Anyway,espero que tenham gostado.

MEREÇO REVIEWS?E O QUE ACHARAM DA NOVA CAPA?