Dark Paradise escrita por liina


Capítulo 8
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

OLAASSS.
eu ia até postar ontem a noite mas parei pra ver aquela novela (ridicula) das nove que é tão boa (lê-se imbecil) que me deixou morrendo de raiva deopis kkk serio, vi as tres primeiras semanas e parei de ver, e até hoje, toda vez que paro pera ver um cap eu lembro porque eu parei de ver kkkk. enfim.... boa leitura kk :)



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Mr writer, why dont you tell it like it is

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EMILY’S P.O.V.

- ele não usou drogas de verdade, Peter– rolei os olhos.

- ah, é mesmo? Então ele fingiu que usou só para ser desclassificado? – Peter perguntou impaciente, olhando para a rua enquanto dirigia até a casa de Carrie na manhã seguinte.

- claro que não! Armaram pra ele, por isso aquelas drogas estavam lá... – dei de ombros.

- e quem te contou isso? Ele? – deu uma risada e revirou os olhos – você é muito ingênua mesmo, Ems... E é exatamente por isso que eu não quero que você leve ele lá em casa quando estiver sozinha, ou que vá na casa dele.

- claro, pai, você não quer me proibir de falar com ele na escola também? – perguntei ironicamente com um sorriso.

- não, isso eu sei que você não vai fazer de qualquer jeito, então... – deu de ombros e eu arregalei os olhos.

- espera, você está achando mesmo que eu vou obedecer as suas regras? Por favor né, Peter, você não é meu pai.

- você não sabe se pode confiar nele, Emily, eu só estou tentando te proteger, não quero que se meta com drogas e acabe como da ultima vez, fazendo uma... – hesitou por um segundo. Tinha entrado no assunto proibido e só percebeu tarde demais.

- fazendo o que, Peter? Uma burrada maior do que da última vez? Vamos, pode dizer... – disse e ele respirou fundo.

- Emily, eu só quero que você não se machuque, está bem?

- eu confio nele, Peter, e é melhor mudar de assunto, porque Finn é seu melhor amigo – disse olhando pela janela e pude ver, pelo reflexo, que  Peter fechou e apertou os olhos.

- só fica longe da casa dele, ok?  - disse ainda de olhos fechados – bom dia – sorriu olhando para trás, para Finn e Carrie que estravam no carro.

*****

- Emily, pode soltar agora – Lucas disse, segurando a ponta oposta do diário à que eu segurava.

- eu sinto como se estivesse traindo ela – disse mudando o olhar do diário para os olhos dele, que sorria para mim.

- não tá – puxou um pouco mais o diário, mas eu continuava firme. Ele riu – ok, então – soltou e eu respirei fundo.

- não, tudo bem, pode ler, acho que não vou conseguir decifrar sem a sua ajuda mesmo – coloquei o diário na mesa e arrastei até o lado que ele estava.

- estou escutando direito? Você tá implorando pela a minha ajuda, Westwick? – disse pegando o pequeno caderno e levantando a sobrancelha.

- eu não implorei coisa nenhuma, Skylar – rolei os olhos e ele sorriu, abrindo o diário enquanto eu terminava de pintar nossa maquete de geografia.

Ele puxou os óculos da ponta da mesa e colocou-os, fazendo seus olhos caramelos parecem ainda mais brilhantes. Isso dava um ar intelectual nele, um ar sério, como se, junto com as sardinhas espalhadas pelas bochechas, ele se tornasse um menininho de 10 anos novamente. Tudo bem, isso foi contraditório, uma criança intelectual não foi bom o que eu quis dizer, mas ele meio que ficava com as características de ambas, eu não sei explicar.  Para falar a verdade, eu não consigo explicar o Lucas noventa por cento do tempo que passo com ele...

- o que é? – perguntou sem tirar os olhos das folhas do caderno em suas mãos, mas provavelmente por sentir meu olhar nada discreto sobre ele.

- nada. É que você fica diferente de óculos – dei de ombros e ele torceu o nariz, em um gesto incrivelmente adorável, voltando a ler logo em seguida.

Estávamos no quintal de sua casa, em uma mesinha de madeira, e tínhamos passado as ultimas três horas recortando, colando e pintando papelão no que era para ser uma imitação das curvas de nível de algum lugar que eu não tinha prestado atenção. Sim, matéria do capeta.

Lucas começou a ler do meio para frente enquanto eu terminava os detalhes do trabalho, e ia falando quem ele achava que era cada pessoa.

- escuta isso – disse pela milésima vez e eu rolei os olhos.

- se você for ler mais algum elogio sobre você, eu não me responsabilizo por vomitar em cima do trabalho – ele riu.

- não, é sério agora, escuta – disse e voltou os olhos para o caderno – eu não sei se devo ou não mostrar a ela o que eu vi ontem à noite. Não acho ser possível ela não acreditar com esse tipo de prova, mas pelo o que andam me contando, sei que tudo pode acontecer... eu só sei que se eu conseguir fazer ela ver isso, mesmo sem presenciar com os próprios olhos, ela finalmente vai ver que eu estava falando a verdade para ela. Você sabe, “o que os olhos não veem, os outros  contam”.

- eu estou perdida, de quem ela está falando? – perguntei e ele levantou os olhos para mim.

- eu não sei. Ela não mencionou nenhum daqueles nomes bobinhos dessa vez... mas olha isso, está um pouco depois desse trecho – voltou a ler – talvez ir ao bar jogar sinuca com Paul ontem noite, tenha sido a minha melhor escolha essa semana

- no que está pensando? – perguntei ao ver seu olhar longe, no jardim.

- Lucas, pode me ajudar com as sacolas um minuto? – uma voz veio de dentro da casa e Lucas me olhou se desculpando.

- só um minuto – levantou-se e seguiu pela porta de vidro que dava na sala.

Hesitei por um instante e então entrei também, me sentindo muito desconfortável sozinha lá fora. Cheguei timidamente à porta da cozinha e vi o garoto ajudando uma mulher que provavelmente era sua mãe.

Estava falando alguma coisa com ele, e não pareceu me notar por alguns segundos.

- ah, olá – disse sorridente para mim e então olhou para Lucas, com um olhar típico de “você não disse nada sobre isso”

- essa é a Emily, mãe – disse e pensei tê-lo visto dar uma leve corada – ela veio fazer me ajudar a fazer nosso trabalho de geografia – ela sorriu para mim mais uma vez.

- a famosa Emily, então? – disse levantando as sobrancelhas e Lucas quase enfiou a cabeça na sacola.

- eu não falo tanto assim dela... – deu de ombros e ela olhou incrédula para filho.

- não seja sem educação! – disse.

- não estou sendo – disse cruzando os braços – mas você está sendo clichê, e só estou desmentindo o que você está fazendo parecer – deu de ombros e ela revirou os olhos.

- desculpa os modos desse aí – disse chegando mais perto para me cumprimentar – eu achei no lixo quando tinha dez anos, por isso não é educado direito – eu ri e ela me abraçou.

- desculpa invadir sua casa assim, Sr. Skylar – disse sem graça e ela sorriu amigavelmente.

- não está invadindo nada, querida, seja bem vinda – sorri e fui ajudar Lucas com as sacolas.

Ele ainda estava um pouco vermelho e eu sorri. Ajudei-o a guardar tudo enquanto sua mãe arrumava a mesa de café.

- já que o trabalho está pronto, acho melhor deixar vocês em paz e ir para casa – sorri.

- é melhor mesmo – Lucas disse ao mesmo tempo que sua mãe dizia que eu ficasse para lanchar – mãe, não incentiva – disse dramático.

- eu não sei... – disse sem graça.

- ah, vamos, eu comprei comida a mais mesmo – deu de ombros.

- tudo bem, então, só tenho que avisar minha mãe – sorri e balancei o celular no ar – licença.

Fui para a sala e disquei o número de casa. Foi Peter quem atendeu.

- chama a mamãe para mim – disse simplesmente e ele fez questão de gritá-la com o telefone bem perto da boca, me fazendo xingar mentalmente.

Falei com ela que chegaria mais tarde que o esperado em casa e ela disse que não tinha problema.

- quer que Peter te pegue de carro aí? – escutei ele perguntando um “aonde” – na casa de Peter Skylar, é na mesma rua da sua tia.

- o que? – escutei ele gritar e encolhi os ombros – eu disse pra você não ir aí, Emily Westwick. O garoto mexe com drogas – disse de uma forma que me fez imaginar uma briga pelo telefone acontecendo na minha sala de TV: sua voz vinha e voltava, ficando mais alta e depois mais baixa.

Já ia protestar quando minha mãe pareceu retomar o controle do aparelho.

- Peter, pelo amor de Deus, não é como se fosse o pai dela.

- isso aí, mãe – disse animada. Peter mandava e desmandava em mim sempre, exatamente como um pai. Quando eu era pequena ele chegou a me por de castigo e eu chorei a tarde toda até minha mãe chegar e falar que ele não podia fazer aquilo comigo.

- mãe! – escutei seu protesto e tive vontade de rir.

- a mãe dele trabalha comigo e eu já sei sobre todo o mal entendido da droga, agora vai procurar algum bar pra ir e me deixa em paz – disse e eu ri. Ela não estava aguentando mais seus dias sem faculdade que passava em casa – ele te busca aí as sete, querida – sorri e me despedi.

Já ia entrar na cozinha, quando escutei a voz de Lucas.

- mãe, não começa, por favor.

- o que? Só estou falando a verdade. Já estava ficando cansada de ver o Finn aqui em casa. É bom ver que fez mais amigos, ou amigas – disse em uma voz diferente e o garoto soltou um grunhido que a fez rir.

- mãe, eu não tenho mais dez anos, ok? Não é só porque sou amigo de uma garota que vamos namorar e casar. E mais, ela só veio pelo trabalho de geografia.

- larga de chatice, Lucas. Só estou falando que agradei dela, caso alguma coisa venha a acontecer...

- mãe! Pelo amo de Deus! – reclamou e ela riu mais uma vez.

Esperei mais algum tempo antes de entrar na cozinha, para não dar muita bandeira de que estava escutando conversa alheia.

- minha mãe disse que tudo bem – sorri e ela abriu um sorriso enorme.

*****

Dei mais uma checada no espelho quando meu celular vibrou. Era Lucas perguntando se já estava pronta e dizendo que estava me esperando na frente da sorveteria.

Chequei mais uma vez meu vestido branco florido e soltinho, minhas sapatilhas, e meu cabelo no espelho.

Peguei minha bolsa, despedi de meus pais na sala e desci para a pracinha.

- 212 VIP – Lucas disse assim que cheguei perto e fiz uma cara confusa – o seu perfume – esclareceu com um sorriso – parece que hoje você ficou cheirosa para me ver, Loirinha... – deu de ombros.

- seu sonho... – disse rolando os olhos – primeiro que eu vou ir a um bar, ver muito mais gente mais bonita do que você. E segundo que é a primeira vez que te encontro sem cheirar a cloro, então você não pode dizer muita coisa... – dei de ombros.

Ele teimava em usar camisas com as mangas compridas puxadas até os cotovelos, ao invés de simplesmente colocar uma camisa de mangas curtas. A daquela noite era verde clara e contrastava com seu jeans escuro.

Mais cedo, na aula de geografia, Lucas tinha me jogado uma pergunta um tanto quanto tentadora.

- se eu dissesse que só tem um bar com sinuca da cidade, você ia concordar em ir até lá?

Digamos que não pensei muito antes de responder. E era isso que tinha nos levado até a pracinha naquela noite.

Descemos a rua depois de ele resmungar uma coisa qualquer e chegamos ao tal bar.  

Olhamos um para o outro por alguns instantes e então entramos.

Apesar de por fora você não dar nada pelo bar, era uma coisa gigantesca por dentro. Tinha varias mesas, paredes repletas de quadros com discos de vinil, pôsteres de filmes velhos, propagandas antigas, fotos de bebidas... Um balcão enorme ficava em uma das paredes e, mesmo sendo segunda-feira, estava bem cheio. 

Lucas pegou em minha mão de repente, entrelaçando nossos dedos, e o olhei assustada.

- se não fingir que estamos juntos, dou três minutos para aqueles caras pagarem uma bebida para você - se esclareceu, apontando com a cabeça para um grupo de garotos mais velhos sentados no bar.

Fingiu falar alguma coisa em meu ouvido e me deu um beijo na bochecha (fazendo parecer ser um selinho) ao ver que eles continuavam olhando e eu sorri docilmente, entrando em seu joguinho. Poucos segundos e o grupinho estava interessado em sua conversa novamente.

- vem, a sinuca é lá em baixo - me puxou pelo meio das pessoas até uma escada no canto.

Descemos alguns degraus e logo estávamos em uma sala de paredes vermelhas, com uma mesa de pôquer em um canto e uma de sinuca em outro.

- bom, estamos aqui, Sarah - disse olhando em volta - o que você viu? - falava como se ela realmente pudesse escutar e Lucas soltou uma risadinha.

- Você prefere ficar aqui parada só olhando, ou prefere perder para mim na sinuca? - perguntou  abrindo os braços e andando de frente para mim, indo devagar até a mesa.

- boa piada, Skylar, mas acontece que não sou tão ruim assim... - dei de ombros já pegando um taco e ele sorriu.

Não tinha ninguém além de nós lá em baixo, por um motivo simples na verdade: ninguém estava bêbado o bastante ainda para descer e apostar seu dinheiro todo em um daqueles jogos.

- vamos ver se você aguenta, Loirinha - abriu um sorriso torto que fez minhas pernas vacilarem por um instante e então se inclinou sobre a mesma, fazendo a primeira jogada.

Não demorou muito e estávamos em um jogo mais competitivo do que eu esperava, esquecendo completamente o motivo de estarmos ali, e eu me inclinei pela decima vez para jogar. Fechei um dos olhos, mirando a bola que queria acertar e pude ver que do outro lado da mesa, Lucas me observava com uma cara de deboche. Decidi que acertaria aquela jogada nem que fosse a ultima coisa que fizesse, só pra poder esfregar na cara dele. Empurrei o taco, fazendo a bolinha verde cair dentro da rede.

- ops, acertei - disse fingindo de boba e ele revirou os olhos - acho que estamos empatados, skatista - disse andando por ele e passando a mão por seu ombro. Ele riu e se arrumou para jogar.

Me peguei olhando para suas costas largas acertando o angulo do taco e desviei o olhar antes que ele percebesse.

Cheguei mais perto de "esbarrei" em seu ombro na mesma hora que empurrou o taco e ele errou completamente a jogada.

Pronto, agora eu não podia mais reclamar. Nosso jogo passou de serio para "vale-tudo" em apenas uma jogada e começamos a fazer de tudo para atrapalhar o outro (Lucas colocou a mão em frente ao buraco, eu mudei todas as bolas de lugar, ele começou a fazer cosquinha na minha barriga, eu tapei seus olhos...) e isso rendia boa risadas.

Estava pronta para marcar um ponto realmente bonito e sambar na cara daquele metido quando Lucas de encostou na parede atrás de mim, como quem não quer nada, e esperou que eu me inclinasse para dar apenas uma empurradinha com o pé em minha bunda, me fazendo cair literalmente de cara na mesa de sinuca depois de ter perdido  totalmente o equilíbrio, já que estava na ponta dos pés.

Escutei sua risada rapidamente e antes que eu conseguisse começar a rir ele já estava ao meu lado, me ajudando a voltar para fora da mesa.

- desculpa, eu sei que está de vestido, mas eu não podia perder a oportunidade - disse ainda rindo.

- babaca - disse rindo também e ajeitando meu cabelo e checando meu vestido.

- você faria o mesmo...

- não se você estivesse de vestido - dei de ombros e andei até a bolinha que eu queria acertar minutos antes, colocando-a com a mão para dentro da rede, rindo.

- e eu que sou o babaca... - disse negando com a cabeça - pelo menos jogo limpo... - deu de ombros escorando em seu taco.

- você vai mesmo falar isso depois do que acabou de fazer? - disse e ele abriu a boca para falar alguma coisa idiota o bastante, bem nos padrões de Lucas Skylar, quando parou e encarou o teto, além de mim - o que foi? - disse me virando.

- eu estou sem óculos... Mas aquilo ali é uma câmera de segurança? - perguntou e eu a vi. Preta e tímida no canto da parede, mas estava lá.

- "ela não vai ver pelos próprios olhos" -  citou o diário de Sarah e eu concordei - você acha que ela... - deixou a frase no ar.

- Sarah viu alguma coisa aqui que valia a pena mostrar a alguém. - disse ainda encarando a câmera - acho que descobrimos o que ela queria dizer com aquilo.

- agora só temos que descobrir o quê ela viu... - falou baixinho, quase como se não tivesse certeza de que queria ver quem Sarah tinha flagrado aquela noite.

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Notas finais do capítulo

MUSICA DO CAPITULO (ou melhor dizendo, cover que eu amo da musica do capítulo kkk): http://www.youtube.com/watch?v=bOtGSBngV74

E AI O QUE ACHARAM? podem falar comigo, eu não mordo, juuuuro! :))