Starlight escrita por Stardust
Notas iniciais do capítulo
Outro capítulo. Desculpe-me por causa dos parágrafos, não sei porque não estão ficando certos ): boa leitura!
Estava sentada na grama como na noite passada. Usava um short jeans e um moletom azul escuro. Estava ficando frio e eu sentia o vento bater em meu corpo. Eram 4:30 da madrugada, como na noite passada e mesmo tendo aula no dia seguinte, havia ido até a área verde do prédio.
Logo que Matt saiu de meu apartamento, fiquei olhando pela janela do meu quarto e imaginando porque ele era tão incrível. Eu o conhecia a um dia e já pensava nele, o que não era comum.
Olhei para o céu estrelado, conseguia ver alguns cometas. Estava completamente tranquila, até escutar passos na grama e ver um sombra vindo em minha direção.
- Quem está aí? - me levantei correndo.
- Jess, sou eu.
- Matt? O que faz aqui?
Finalmente consegui ver seu rosto, havia ficado um pouco nervosa.
- Escutei barulhos no seu apartamento e resolvi sair para ver o que era. Bati na porta e você não abriu, então resolvi andar para ver onde estava.
- Estou bem.
- Posso me sentar? Você parece... brava?
- Tudo bem, só me assustei.
Matt sentou-se do meu lado, mas eu continuei olhando para a frente abraçada com minhas pernas.
- Você deve estar achando estranho, né?
- O que? - disse olhando em seu rosto. Estava escuro e eu mal conseguia enxergá-lo.
- Você me conhece a um dia e já apareci no mesmo lugar que você algumas vezes.
- É. - desviei o olhar. - Desde que você não seja um psicopata, por mim tudo bem.
Matt riu. No meio do silêncio, percebi que sua risada era bonita. Ficamos calados por alguns minutos. Tudo o que se ouvir eram grilos.
- Acho que não conversamos direito ainda. Curso advocacia, mas já fui segurança nas horas vagas. Precisava de dinheiro.
Ri do tom de sua voz.
- Estou solteiro, ajudo meu pai em sua empresa, me sinto sozinho e sou apaixonado por rock.
Consegui olhá-lo com um sorriso no rosto. Não sei porque, mas confiava nele.
- Percebi pela camiseta. - apontei para a camiseta da banda Metallica que ele estava usando mais cedo.
- Sua vez de dizer algo.
- Ok, - pensei. - curso medicina, perdi meus pais com seis anos em um acidente.
- Sinto muito. - sua voz saiu baixa e calma.
Sorri como se dissesse que estou bem.
- Conte mais.
- Sou apaixonada por rock, café, cachorros e pelas estrelas. - disse me deitando na grama.
- Acho que nem preciso te perguntar o que você está fazendo aqui essa hora. - acompanhou meu movimento se deitando do meu lado.
- Minha professora de Arte, quando eu tinha 15 anos, disse que essa hora era a melhor para cometas aparecerem. Então as vezes eu saio do meio da madrugada.
- Quando eu era adolescente, costumava pegar a luneta do meu pai escondido e olhar o céu. Eu ficava maravilhado.
Sorri ao mesmo tempo que me virava para ficar olhando-o.
- Gostei de você. - disse, mas logo senti meu rosto queimar.
- Eu também gostei de você.
Matt continuou me olhando. Seu rosto estava próximo ao meu e eu conseguia ouvir a sua respiração.
Virei minha cabeça de modo a voltar a observar o céu.
- Eu não consigo me lembrar de quase nada. - soltei um suspiro. - Depois do acidente, fiquei meses em coma, e perdi parte da minha memória. Não me lembro nem mesmo dos meus pais. Me lembro da minha irmã, não sei porque. - senti meus olhos se inundarem de lágrimas.
Matt não disse nada. Me perguntei se ele estava realmente me ouvindo e obtive a resposta quando senti sua mão passar pelo meu cabelo. Lentamente, ele se sentou e fez sinal para que eu chegasse mais perto. Me encostei em seu peito enquanto o ouvia falar.
- Talvez você não deveria lembrar. Tudo tem um motivo, e espero que o seu motivo seja um bom motivo.
Sorri.
- Acho que você está certo.
Parei para pensar no que estava acontecendo. Eu estava deitada com um rapaz que mal conhecia e já tinha falado da minha vida pra ele.
Me soltei dos seus braços e levantei.
- Já está tarde. Devemos voltar a dormir.
- É... - ele parecia confuso.
Me virei e tornei a andar para perto da porta. Escutava os passos de Matt atrás de mim. Entrei no elevador junto dele e por algum motivo estranho, ficamos calados o tempo todo.
Enfim, o elevador abriu e eu fui andando pelo corredor até parar na frente de meu apartamento.
- Te vejo amanhã? - perguntou.
Permaneci calada.
- Jess?
Silêncio.
Olhei para Matt. Seus olhos me transmitiram uma certa tristeza. Andei alguns passos e me aproximei dele.
- Seus olhos. - disse.
- O que tem eles?
- Me lembram alguém e só agora eu notei isso.
- Quem? - ele sorria, mas continuava confuso.
- Eu não sei. - estava mais confusa ainda.
Toquei seu rosto, mas me afastei. Não queria que parecesse que eu era atirada demais.
- Boa noite. - me inclinei dando um beijo doce em sua bochecha. - E respondendo sua pergunta, sim, nos veremos amanhã.
Observei um sorriso crescer em seu rosto. Me virei e entrei no meu apartamento. Talvez precisasse ficar sozinha e pensar naquele dia estranho.
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Está péssimo, né? ):