Matt's P.O.V. 

Jess não aparecera e nem mesmo respondeu minha carta. Era difícil saber que ela não queria me ver e que não acreditou em tudo o que eu havia dito. 

Levantei da cama com dificuldade e coloquei o terno. Iria começar a trabalhar, mas não estava bem o suficiente. De repente, ouvi batidas desesperadas na porta e fui abrir. Fui surpreendido por um pancada que me jogou no chão fazendo eu perder o sentido.

Jessica's P.O.V.

Dentro do avião, ouvia November Rain e confesso, acabei chorando na música inteira. Não sabia se era o incrível solo que Slash fazia ou se era o que eu sentia. Assim que li a carta, corri para o aeroporto e como a tempestade havia durado apenas aquela noite, comprei minha passagem com destino aos braços de Matt. 

Como fui tão orgulhosa? Por que não o procurei? É. Eu estava magoada e não acreditaria nele, mas lendo suas palavras, percebi que ele me amava e eu o amava a ponto de acreditar em cada vírgula daquele papel. 

Encostei a cabeça na janela avistando o mar lá embaixo. Logo eu estaria junto de Matt para poder beijá-lo e me desculpar por ter sido tão boba. Limpei uma lágrima e fechei os olhos apenas vendo o tanto que sentia sua falta.

*

Ao ouvir o barulho do avião aterrizando acabei acordando. Não pude deixar de sentir meu coração disparado por saber que eu iria vê-lo. Saí do aeroporto correndo e fui em busca de um táxi. Logo estava parada na frente do prédio em que eu morava.

- Oi, Jess. - Samuel estava na portaria. - É bom vê-la de novo. Mas, antes de ficar brava, quero dizer que passei seu endereço para Matt sem te avisar. Ele parecia desesperado para falar com você. - disse rápido, justificando-se.

- Samuel! Não se desculpe, você fez a coisa certa. - sorri e saí andando em direção ao elevador. 

Cade segundo parecia uma eternidade dentro daquele elevador. Pensei que nunca chegaria em meu andar e parecia que minha vida estava passando pelos meus olhos. Finalmente, a porta abriu e eu saí correndo em direção ao apartamento de Matt.

Eu não sei explicar o que eu senti realmente naquele momento, mas só sei que parei na frente do apartamento com a porta aberta e senti meu corpo tremer ao ver o de Matt tacado no chão. No seu rosto havia muito de sangue por causa de um corte na testa e seu olho estava roxo. Lembrei-me da carta. Matt havia brigado com Alex e só ele poderia ter feito aqui novamente. Peguei em sua mão e observei que havia cortes nela, mas fiquei aliviada ao ver que ainda tinha pulso. 

- Matt, acorda! - estava desesperada. - Alguém me ajuda? - gritei. - Socorro. 

O vizinho do lado, um rapaz quase da minha idade, alto e forte apareceu sem camisa e perguntou o que havia acontecido. 

- Meu namorado está desacordado! Me ajude. 

Vi-o correr para perto de Matt, se abaixando para ver se era muito sério. 

- Ele está vivo, mas está muito machucado e perdeu muito sangue por causa da pancada. Ligue pra ambulância, ele precisa de cuidados. 

Enquanto procurava meu celular na bolsa, fiquei pensando na besteira que tinha feito ao ir pra França antes de resolver minha vida naquele lugar.