This Sadness Is Unbearable escrita por Lasanha4ever
Já estamos de férias há dois dias, e não saí do quarto dele desde então.
- Ei, Lu, você pode acabar de mexer na minha bermuda e parar de beber a minha vodca?
- Sua vodca é boa.
- Isso não é motivo para você bebê-la todos os dias!
- Você é careta, beber é bom demais.
- Você tem só quinze anos, Lu. Nem deveria estar deixando você beber.
Reviro os olhos e dou o ultimo gole da garrafa, acabando com, no total desses dias, sete garrafas de vodca. Levanto da cama dele e procuro no esconderijo outra garrafa, mas não tem mais nada.
- O que aconteceu com as garrafas de vodca, Lucas?
- Você bebeu todas, Lu.
- Quando você vai comprar mais?
- Pra você? Daqui a três anos, no mínimo.
Ele ri da minha cara e deita na cama, ao meu lado. Eu fico sentada e faço biquinho para começar a parte da persuasão.
- Você é tão fofa, Lu. – ele entrelaça seus dedos com os meus e fica brincando com nossas mãos.
- Não sou nada!
- É sim. Eu sou mais velho, não discuta.
- Velhote isso sim.
- Lucas, aquela menina está aí no quarto com você? Porque a porta está trancada? Já passam de meia noite, meninos e meninas não podem dormir juntos! – uma freira bate na porta e começa a resmungar, irritando tanto a mim quanto ao Lucas.
- Sim. Porque sim. E foda-se.
- O que você disse, Lucas? – freiras irritadas, a gente vê por aqui.
- Estou apenas respondendo suas perguntas. Agora, se nos der licença, eu e a Luana voltar ao que estávamos fazendo, sem interrupções, falou?
- Seu baka, ela vai pensar que estamos transando que nem coelhos! – resmungo, fazendo-o rir baixinho.
- Deixa, coelhinhos são fofos.
- Baka.
- Vai logo tomar um banho e tirar esse cheiro de vodca de você, porque senão eu te expulso do meu quarto e te deixo sozinha com as freiras.
Mostro a língua para ele, que ri e me abraça.
- Golpe baixo, Lucas.
Vou para o banheiro dele e tomo um banho relaxante. O shampoo dele tem um cheiro gostoso, mas não identificado. Meu cabelo fica com cheiro de Lucas... Enrolo-me na toalha e então percebo que minhas roupas estão encharcadas. Maldita cortina de plástico que deixa a água do box molhar o banheiro!
- Lucas!
- Que foi, Lu?
- Não tem roupa pra eu vestir!
- Quer que eu pegue as suas?
- Nem pensar que você vai pegar calcinha e sutiã para mim!
Escuto a risada dele.
- Vou te emprestar umas roupas minhas, falou? Só não tenho sutiã.
- Tá. Posso sobreviver sem ele.
Enquanto ele procura uma roupa para mim, vou me arrumando. Penteio meu cabelo e seco-o o máximo possível.
Ele bate na porta.
- Sua roupa, Lu. – a mão dele entra no banheiro com a roupa. Pego e fecho a porta rapidamente.
Acho que ele notou a minha tara por cueca box preta, porque ele me entregou uma e uma blusa de manga até o meu cotovelo, e acaba no meio da minha coxa, de uma malha macia e quentinha. Ah, e melhor de tudo, a camisa é da banda The Beatles.
- Tá bom ou você quer outra roupa?
- Tá bom, valeu.
Assim que eu saio do banheiro, ele fica paralisado. Deve ser muita feiura em uma só pessoa.
- Agora é definitivo, roupas masculinas ficam melhor em meninas! – taco um travesseiro no rosto sorridente, e meio safado, dele. – Tô falando a verdade, pô!
Deito na cama dele enquanto ele toma um banho. Fico usando seu laptop até acabar a bateria e eu precisar fuçar o quarto todo até encontrar o carregador. Encontro-o embaixo de uma montanha de roupa suja, inclusive meia e cueca, portanto me mantenho longe do carregador.
Assim que ele sai do banho, molhado e com a toalha na cintura, eu peço para ele pegar o carregador.
O pijama dele na verdade, é só uma cueca box preta. Porra, ele só tem cueca box preta! Só pode ser! Velho, na boa! É muita sedução...
Passamos o resto da noite brigando para usarmos o laptop, cada um em um tumblr, mas no final da noite, cada um já postava coisas no tumblr do outro e chegamos ao limite de post, o que é uma merda, então ligamos a televisão.
- Pode ser de terror? – ele pergunta.
- Não.
- Aventura?
- Não.
- Mistério?
- Não.
- Quer o que então, Luaninha?
Eu já expliquei que quando fico com ele, esqueço todos os meus problemas e viro uma garota totalmente diferente da que as outras pessoas conhecem né.
- Comédia romântica.
Depois de tanto pedir, ele me deixa ver o meu “Amor e Outras Drogas”. Aconchego-me embaixo do cobertor – porque o ar condicionado tá ligado e tá muito frio – e abraço um travesseiro. O Lucas se deita ao meu lado, mas está por fora das cobertas, e está brincando com o meu cabelo ao invés de ver o filme.
Assim que o filme acaba, eu mal consigo deixar meus olhos abertos por mais de dez segundos. Deixo o travesseiro de lado e abraço o Lucas, sem malícia, ok, talvez com um pouco de malícia. Mas deixando bem claro que ele não se incomoda, e foi ele que começou com a história de dormimos abraçados. Eu só aderi à ideia.
- Boa noite, pequena. – escuto a voz rouca dele e sorrio.
- Boa noite, Lucas. – impressão minha ou ele me chamou de pequena? Impressão minha eu meu coração tá batendo rápido por causa disso? Impressão minha ou eu estou- não, não é impressão minha.
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