Sou Sophia tenho 16 anos e moro no Rio de Janeiro em Búzios, amanhã viajarei para São Paulo. 

Estou animada porem triste, irei deixar Carla, minha melhor amiga, afinal somos amigas desde infância, tem a mesma idade que a minha, sou como uma mãe para ela e ela para mim, cuidamos uma da outra, foi uma promessa que fizemos na infância, ela é muito popular na escola, uma loira muito bonita. Seu único defeito é tentar ser superior a todos. Mas sempre fez o melhor por mim, me defendia de tudo, uma verdadeira amiga mesmo.

-Carlinha- Falei passando a mão em seu rosto limpando suas lagrimas- vou sentir mesmo muito a sua falta, não me esqueça, daqui alguns meses estou de volta.

-Sophia, eu não quero que você vá, você sabe muito bem que  sou muito cabeça dura, quem é que vai me ajudar quando eu  precisar?  - Cruzou os braços

-Eu vou cuidar de você e você de mim, pelo celular, internet, cartas, não importa, mais sempre deixarei você informada ta bom?

-Ta bom – Disse abaixando a  cabeça

-Vem aqui loira oxigenada- Nos abraçamos- Vou sentir sua falta.

-Mas porque diabos você não chora?- com uma expressão muito confusa e nervosa me soltando de seus braços.

-Estou sendo forte, mas eu sei que vou voltar – Sorri - Tudo vai ficar bem.

-Porque você vai viajar mesmo? – Disse ela coçando a cabeça.

-Loira burra- rimos- minha mãe vai viajar a negocio, e meu padrasto conseguiu oferta de emprego bem perto também, mas tudo é temporário lembra?

-Ai, isso eu lembro- riu- mas não tinha a opção de trabalhar por aqui mesmo, era obrigatório ir trabalhar logo em São Paulo?

-Não, mas seu salário vai aumentar 80%. você acha que minha mãe iria recusar?

-Não, conheço muito bem a peça. ama dinheiro.

-Sim- rimos

-Quantos anos a Cláudia tem mesmo? 60?

- Hey- rimos- Minha mãe só tem 32, e só porque é nervosa não significa nada.

-Sophia, está na hora de ir embora! – gritou minha mãe no andar de baixo da casa de Carla

-Já vou mãe- gritei

-Vê se não se esquece de mim Sophia

-Nunca amiga, nunca, vamos me acompanhe, vou dar tchau aos seus pais também.

- Sim, vamos.

Descemos a escada, ela mora numa mansão muito bonita, sua mãe Lucia e seu pai George são muito ricos, sempre tem as melhores coisas, uma casa bastante aconchegante por sinal.

-Tchau dona Lucia, Tchau George - Disse dando um beijo e um abraço.

-Tchau queridinha, se cuida, e deixe recados, ok?

-Sim, vou deixar com certeza. Se cuidem.

Realmente hoje o clima foi muito pesado, não queria mesmo que isso acontecesse, minha mãe é muito nervosa, desde o dia em que eu nasci. Ela é divorciada do meu pai, ela foi descobrir que estava gravida de mim depois do divorcio, então parece que ela me odeia. Mas o Andy, meu padrasto, parece gostar bastante de mim, ele vê que eu sofro calada, às vezes ele me agrada, me da um presente, mas nunca conversamos bastante, ele é tímido, e acaba se tornando fofo.

 - Sophia, venha logo jantar para poder se preparar para dormir, amanha viajaremos cedo – Gritou sua mãe.

- Já vou indo!

O jantar foi entediante, todos estavam sérios. Deveria estar todos ansiosos para viajar, eu não estou muito, eu ficava pensando em Carla, em como ela deveria estar, mas ela é louquinha, jajá ela vai esquecer e ficar toda alegre espero que sim.

Subi as escadas da minha casa, ela tem três andares, a minha sorte que meu quarto fica só no segundo. Entrei no meu quarto, pulei na minha cama e observei a janela que é ao lado dela, olhei para o céu, milhões de pensamentos voavam sobre minha cabeça, eu estava exausta, o dia foi realmente muito cansativo.

Tomei um banho na banheira bem quentinha, peguei meu cobertor cheio de pelo roxo que uso desde criança e deitei.

-Só espero que tudo dê certo- Sussurrei

Dormi de vez, não deu tempo nem de virar ao outro lado, pelo menos foi bom, não fiquei a noite acordada triste pensando sobre tudo isso.

Quando acordo assustada com a minha mãe

-Sophia, acorda- Disse gritando abrindo a porta exageradamente- Podemos nos atrasar, levante.

-Como assim nos atrasar?- Um pouco sonolenta- São exatamente 4 horas da manhã como pegaremos transito?

-Anda logo e pare de reclamar. -Falou saindo do meu quarto.

Eu realmente não podia acreditar acordar com minha mãe gritando desse jeito me deixou completamente de mal humor.

Tomei um banho, peguei a peça de roupa que avia separado, me arrumei, peguei o meu celular e fui para o carro, coloquei o fone de ouvido em uma musica bem alta, e fiquei uns 30 minutos da viagem escutando e olhando para janela, não queria mesmo nem imaginar como seria São Paulo e as pessoas de lá, será estranho, pois não me enturmo tão fácil assim. Seja o que Deus quiser.

Cheguei exausta, mas quando vi minha nova casa, fiquei boquiaberta, a casa era linda, enorme, de cor salmão, tinha uns arbustos decorado, e tinha até espaço para piscina.

-Uau-Disse enquanto reparava a casa

-Bonita casa, não é? – disse Andy, abrindo a porta do carro pra mim.

-Nossa, demais, nunca pensei que fosse tão bonita assim.

-Vocês dois parem de conversar, e venham pegar as suas coisas- disse minha mãe abrindo o porta-malas- não temos o dia todo para conversa.

-Qual é ein mãe só estava observando. – Disse indo em direção ao porta-malas.

-Você terá tempo o suficiente para observar o quanto quiser, agora venha ajudar.

Peguei a minha mala e fui em direção a casa, era realmente uma casa muito moderna, havia vários lustres, alguns quadros famosos, tudo bem bonito e luminoso, uma casa muito bem aconchegante.

-Venha, vou te mostrar seu quarto- disse minha mãe subindo as escadas.

Nossa não podia nem imaginar, a casa era linda, meu quarto deveria ser mais ainda.

-É esse, se acomode.

-Mas mãe – Falei boquiaberta olhando para o quarto – Este quarto é muito I-N-F-A-N-T-I-L, como a senhora quer que eu cresça vivendo em um quarto de uma criança de sete anos? Eu tenho dezesseis.

Realmente, o quarto tinha vários ursinhos de pelúcia, guarda roupa branca e rosa, abajur rosa, enfim, era o mundo Pink, a única coisa maravilhosa era sua varanda que dava de frente a vista da Praia Grande de São Paulo.

-Tem como parar de reclamar? Nunca é satisfeita com a vida ein. Arrume suas coisas, irei a sua nova escola, você começara amanha.

Realmente não tinha como ficar pior, acabei esquecendo o fato de que hoje era domingo e começaria amanha as aulas, ainda bem que não vou precisar entrar no meio do ano, começarei normal como alguns alunos ou quase todos. Eu queria tanto tempo para descansar, mas a única coisa que poderia fazer era organizar meu quarto para que não ficasse tão infantil assim.

-Vou dar uma volta por ai Andy.

-Vê se não demora, se sua mãe descobrir, você sabe oque acontece.

-Falou.

Peguei um casaco, era frio em São Paulo, peguei meu fone de ouvido e saí, e andei sem destino, mas não tão longe da minha casa.

Abaixei a cabeça e comecei a lembrar de Carla e todos nossos momentos juntos, e para piorar começa a tocar Te voy Amar do Axel Fernando, simplesmente comecei a chorar, quando de repente tropecei e cai num garoto que estava a minha frente.

Era um moreno alto, dos cabelos lisos e olhos castanhos esverdeados, um garoto muito lindo, já cheguei à cidade vendo as coisas lindas, como também pagando o pior dos micos.

- O MEU DEUS, me desculpe- Falei saindo de cima dele imediatamente e estendendo a mão – Eu estava distraída, sou nova por aqui.

-Percebi – Falou dando um sorriso muito meigo- Qual o seu nome?

-Sophia – falei toda vermelha- e o seu?

- Matthew- Disse limpando as lagrimas do meu rosto- Seja bem vinda Sophia.

-Obrigada- disse sem graça.

Ai meu deus ele tinha que me ver logo chorando?

-Seu nome é lindo- sorriu.