Hail The Rebels escrita por dothewindything


Capítulo 1
Prólogo - Diferenças


Notas iniciais do capítulo

Notas: Isso é tipo Humanstuck só que não? Quero dizer, eles tem fisionomia humana, vivem em um mundo humano mas a cor do sangue deles é igual canon? Sei lá. Acho que é isso.



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Hail the Rebels

Prólogo - Diferenças

Anos no passado, mas nem tantos...

Os murmúrios da praça iniciaram quase inauditíveis, mas logo se tornaram uma confusão de palavras. Eram assim os dias na Grande Praça do centro do Reino de Alternia, onde todos se reuniam, seja para comprar algum alimento dos Grandes Mercados ou apenas para fazer fofocas entre uns e outros. Um lugar onde todos – literalmente todos – reuniam-se seja este um lowblood ou highblood. O hemospectro era a menor preocupação de qualquer um que estivesse ali. Naquela praça, as leis mais severas quase não eram aplicadas. Ironicamente, a Grande Praça ficava exatamente na frente do Palácio Real, onde toda a aristocracia de Alternia vivia, formando quase que uma mini-cidade. Obviamente, o Palácio Real, mesmo que fosse enorme, era insignificante ao comparar-se com o tamanho de qualquer cidade.

Um dos pontos mais visitados no centro de Alternia era definitivamente a Taverna da família Megido. Todos sabiam que em Alternia, aquela era a família com a representação mais baixa em toda a história do hemospectro. Mas eles – bem, agora elas, no caso – mostravam-se totalmente indiferentes com qualquer destes aspectos fúteis, como cor de sangue. De qualquer forma, não havia ninguém em todo o reino que não gostasse delas. Claro, Damara podia ser muito bem grossa e ríspida com todos que cruzassem seu caminho, mas ainda assim ela sempre fora gentil com todos que mereciam. E Aradia, bem, ela sempre foi carinhosa e gentil com qualquer pessoa. O bom coração das duas ganhou a popularidade e o amor de todos. Eram tantos os seus fãs que tal bondade tornou-se um problema. A popularidade das Megidos tornou-se assunto da corte, o que atraiu a atenção de certos highbloods para a tal taverna. Ora essa, não se podia embriagar-se no Palácio Real, então porque não poder embriagar-se em outro lugar? Essa teimosia e quebra de regras fez com que muitos highbloods tornassem renegados pela aristocracia por tal ato. “Mas e daí?” eles contestavam “Beber é viver!”, eles diziam, brindando com seus grandes e transbordantes copos de cerveja. Mas certamente havia pessoas mais inteligentes do que os renegados. Aqueles que saiam escondidos e ao amanhecer já se encontravam confortáveis em suas camas. É claro, era preciso ser muito estratégico para fazer tais coisas. O que era simples se você tivesse apenas uma coisa: dinheiro. Os guardas – todos eles lowbloods – eram facilmente subornados com dinheiro. Na verdade, a maioria esmagadora dos lowbloods era facilmente subornada com dinheiro.

Um desses grandes sabotadores era um dos chefes da família Zahhak, um dos grandes poderios de Alternia. Mas um dia, os seus aguçados sentidos o enganaram espetacularmente e ele acabou por dormir, completamente bêbado e com os sentidos nulos, teve que passar pela “humilhação” de precisar que seu filho, Equius fosse buscá-lo. Equius no início foi totalmente relutante, dizendo que se o homem havia se perdido nas doses de cerveja, aquilo não era problema dele. Mas mesmo assim ele foi, suspirando. Uma dos lugares que ele mais odiava em todo o reino era aquela praça. Qualquer contato com um lowblood, o menor contato possível mexia com os nervos dele. Não demorou para que ele chegasse até lá. Colocou seus óculos escuros – para evitar qualquer contato visual – e entrou no local. O cheiro de cerveja e bebida alcoólica era repugnante ao nariz do Zahhak. Ele, tão acostumado a viver de leite – quase como um bebê, embora estivesse no auge de seus 16 anos, sentiu quase vomitando. Mas controlou seus nervos. Ele ainda era um highblood – um aristocrata – e não se deixaria vencer por algo tão supérfluo como cheiro. “Bom dia” ele disse, ríspido, embora no fundo, seu coração batesse em uma velocidade descomunal e as primeiras gotas de suor começassem a escorrer de sua face. “Ora, bom dia!” Aradia sorriu até ele, girando em seu vestido vermelho “Será que posso ajudá-lo?” ela agarrou uma bandeja em cima do balcão. Ela não sentia-se muito bem ao conversar com highbloods – mas mesmo assim ela foi gentil, afinal não é a cor de sangue que define o caráter de alguém. Tanto isso era verdade que sua melhor amiga era, simplesmente, uma das herdeiras do trono. “B-bem, eu apenas vim buscar o meu pai e...” ele engoliu as palavras quando olhou a garota. Ela era simplesmente a garota mais bela e gentil que ele havia conhecido. Antes que percebesse, era amor à primeira vista. Ela examinou a mesas – sem dúvida o grande Zahhak não era o único que estava deitado inconsciente naquele lugar. Alguns outros homens – quinze, para ser exato – ainda permaneciam ali, longes de retomar os sentidos tão cedo. “Bom, eu imagino que seja... Este?” ela apontou para o pai do garoto “Francamente, vocês realmente são parecidos!” ela exclamou “Oh, em um sentido de aparência, claro...” reorganizando as palavras, ela ficou muda por alguns segundos. Com um movimento súbito, Equius agarrou a mão da jovem e se prostrou de joelhos no chão “C-case-se comigo!” ele exclamou, em bom e alto som, acordando alguns dos homens e chamando de algumas pessoas na rua. “M-mas o que?!” ela tentou se soltar, mas foi um ato totalmente inútil. “P-por favor, case-se comigo!” ele apertou um pouco mais forte a mão dela, que já estava começando a doer. “Me solta!” ela gritou, soltando a bandeja e lançando um ardido tapa no rosto dele.

As pessoas ao redor observaram a cena e exclamaram bem alto quando tal ato foi cometido. Uma lowblood agredindo e manchando a honra de um dos maiores aristocratas de Alternia. Aquilo era quase uma heresia. Aradia afastou-se lentamente e cobriu a boca com as mãos. Equius levantou-se, acordou seu pai e o arrastou o mais rápido que pode, sem deixar uma palavra para trás. Os murmúrios intensificaram. Aquilo estava muito mais do que claro. Aquele ato, embora singelo, iria ultrapassar toda e qualquer escala de crime que um dia ocorreu.

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Na Grande Corte, as pessoas gritavam, todas ansiosas com os julgamentos. Domingos eram sinônimos de julgamentos. Embora aquilo pudesse ser considerado um crime de alto calibre se fosse cometido fora da Arena da Grande Corte, dentro do recinto era uma forma de punição em nome da lei. A lei era suprema ali dentro. Qualquer deslize poderia fazer qualquer um - exceto a Imperiosa Condescência e suas filhas – tornar-se um escravo pelo resto de suas vidas. Todos estavam ansiosos com o próximo julgamento. Quem iria imaginar que ainda houvesse mutantes em Alternia. Certamente, quando um dos grandes rebeldes foi pego, logo foi constatado que este era mutante. Um grande choque, e ainda assim, um grande motivo de alegria e euforia tomou conta do reino. “Será que ainda existem mutantes?”, “Como ele conseguiu se disfarçar por tanto tempo?”, “Porque esse tipo ainda existe?” eram as perguntas que mais circulavam pelo reino. Kankri Vantas, árduo defensor dos direitos sociais, havia sido condenado com sentença de morte imediata pela Corte. Suas palavras de conhecimento e justiça foram, ironicamente, ignoradas pela própria Justiça de Alternia. De repente, um grande sino ressoou, estrondoso, ecoando por todo o reino. Meio-dia. Onde todos os condenados estavam mortos. A guilhotina soltou-se e, em questão de segundos, sangue vermelho-doce espirrou por todos os lados. O grande defensor da justiça, o Insofrível, estava morto. Urras e gritos de alegria ecoavam e expandiam-se pela arena. Demorou algumas horas para que o estádio ficasse vazio. O corpo foi recolhido e jogado em uma lareira, onde apenas restaram as cinzas de alguém que outrora fora um herói.

“Ei, Pyrope” Equius aproximou-se da garota, que demorou alguns segundos para virar até ele. “Não esperava você por aqui” Terezi disse, em um tom de ironia. “Bom, eu tenho um pedido para você” ele entregou alguns documentos a ela “Faça disso uma lei”, ele já se preparava para partir quando ela o chamou de volta “Ei espere! E porque eu deveria fazer isso? Você não manda em mim, ou melhor, você não tem direito de influenciar em nenhuma lei daqui” ela contestou, um pouco confusa com a situação. “Em primeiro lugar, se eu quiser, eu posso mandar em você a qualquer momento” ele contou os itens de seu discurso nos dedos “Segundo, essas são ordens. Ordens da própria Condescência” . Ela esboçou um olhar de desgosto, enquanto ele se afastava. “Então é isso, não...” ela suspirou. Não era preciso ser uma vidente para entender. Aquilo iria facilmente desencadear uma rebelião. “Parece que eu vou ter muito trabalho pela frente...”


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