Pov. Madge

- Mad tem um garoto aqui na sala querendo falar com você. – ouvi meu irmão gritar.

Eu estava em casa deitada pensando no que eu iria fazer hoje, as meninas queriam dar uma volta e eu achei uma ideia ate boa. Quando meu irmão me despertou. “Um garoto?” “Que garoto?”.

Arrastei-me pra fora da cama e sai do quarto.

- pode esperar ela aqui na sala.

- obrigada garotinho. – opa eu conhecia essa voz. Esse jeito gracioso de falar, essa voz rouca e maravilhosa.

Parei no mesmo estante. O que o Gale estava fazendo na minha casa? Achei que depois do show ele nunca mais iria me procurar. Fiquei alguns minutos parados, voltei correndo pro quarto. Eu estava apenas com um moletom e com um shortinho de dormir. Troquei o mais rápido que pude é desci pra ver o que ele queria.

- é... Oi – falei ajeitando o cabelo em um rabo de cavalo

Ele me olhou e abriu um sorriso.

- Oi...

Ficamos uns minutos nos encarando.

- Então? – perguntei quebrando o gelo.

- Então o que?

Ai meu deus que Tonto.

- O que você veio fazer aqui? – perguntei cruzando os braços.

- ah claro. – Ele limpou a garganta. – Eu vim me desculpar.

- aah.

- Madge, eu sei que fui um tosco... N-não foi minha intenção agir daquele jeito. –ele esfregou as mãos na calça. – Eu não quis tentar nada...

- Mas tentou. – falei sentido meu estomago embrulhar – Você tentou Gale, você quis me obrigar a fazer algo que eu não queria. Eu fui me abrir com você, mas em vez de escutar o que eu tinha pra falar.

- Madge, eu tava bêbado, me desculpa.

- Nossa grande desculpa. – fiquei de costas pra ele – V-vai embora. Você já se desculpou.

- Não. Eu ainda não acabei. - ele disse. – Madge, eu sei que não e desculpa eu estar bêbado, do mesmo jeito eu tentei te agarrar... Tentei te forçar, sei que estava errado, v-voce não sabe como eu to me sentindo.

- EU NÃO SEI COMO VOCE SE SENTE? E COMO EU TO ME SENTINDO GALE? VOCÊ NÃO TEM QUE ESTAR SENTINDO NADA – explodi. – EU TENHO NOJO DE VOCÊ. SABE COMO É ACORDAR TODO DIA E SABER QUE E O CARA QUE EU SEMPRE GOSTEI, AMEI E ADMIREI TENTOU ME FORÇAR A TRANSAR COM ELE? SABE? –eu lhe encarei, ele ficou quieto. – NÃO, você não sabe... Agora, VAI EMBORA DAQUI.  SAI! ANDA!

Ele me olhou, foi ate a porta e antes de sair sussurrou:

- desculpa.

Corri pro quarto e me tranquei la. Joguei-me na cama em prantos.

- Madge, abre a porta filha. – minha mãe com certeza ouviu a conversa.

Simplesmente não respondi, continue a chorar. Não queria falar nem ver ninguém.

Pov. Katniss.

Bati a porta do quarto. Era só o que me faltava, eu ter que passar a semana toda na escola e ainda no final de semana ter que ficar nessa prisão que minha mãe chama de casa, enquanto o Finnick ia se divertir com os amigos dele. Não era justo comigo isso. Mas se minha mãe acha que eu vou aceitar isso fácil ela esta muito enganada.

Mandei uma mensagem pra Clove:

“minha mãe não quer me deixar sair, posso me refugiar na sua casa?”

Peguei minha mochila e coloquei sobre a cama, fui ate o peguei umas roupas.

Meu celular vibrou. Era a Clove.

“ixiii.. pode vir sim”

“ok, to ai em 20 minutos”

Peguei tudo o que precisava e coloquei dentro da mochila. Troquei de roupa e sai do quarto. Fui andando de vagar pelo corredor, sem fazer barulho nenhum. Passei pelo quarto da minha mãe e ouvi sua voz. Sorri comigo mesma. Desci as escadas rapidinho, peguei a chave da moto e zarpei pra fora de casa. Peguei a moto e segui pra casa da Clove.

Estacionei em frente da casa da Clove. Casa não, mansão. A casa dela era gigantesca. E bonita. Toquei a campainha.  

 Após segundos, uma mulher veio abrir a porta. Ela devia ter uns 30 ano tinha um alargador na orelha, cabelos curtos e vermelhos, e tatuagem por todo o corpo.

- ola, você deve ser a katniss? Estou certa?

- ah sim.

- A Clove disse que você viria. Pode entrar – ela abriu passagem e eu entrei. – ela esta no quarto, ultima porta do corredor. .

Agradeci e subi as escadas. Fui ate o quarto da Clove e bati na porta.

- quem é?

- sou eu, katniss. – respondi.

- pode entrar.

Entrei no quarto. E me surpreendi, as paredes eram brancas com caveirinhas brancas. No centro do quarto havia uma cama de casal, e atrás da cama tinha um pôster do símbolo do nirvana que cobria a parede toda. Clove estava sentada na escrivaninha mexendo no netbook. Coloquei a mochila em cima da cama e fui ate ela.

- E ai? – perguntou – alguma ideia do que faremos hoje o dia todo?

- Pra falar a verdade eu achei que você iria sugerir ideias.

- Ah sei la... Eu tava a fim de dar uma volta com as meninas. Que tal?

- É pode ser. À noite poderíamos ir a um barzinho. – sugeri.

- ótimo, vou mandar uma mensagem pras meninas combinando. – ela pegou o celular e digitou algumas coisas – prontinho.

Sorri. Meu celular tocou. O peguei e vi que era minha mãe. Desliguei e coloquei dentro da mochila.

- problemas? – Clove perguntou.

- sempre.

- quer dividir?

Ela ficou de frente pra mim, sentei na cama.

- Minha mãe ta um porre. Des da morte de meu pai, ela mudou muito. Ta eu sei que ela tem medo que aconteça o algo comigo, mas – suspirei. – eu já sou bem grandinha e tenho o direito de receber um pouquinho de confiança.

Ela suspirou.

- kat, o pior e que nem sei como te ajudar. Aqui em casa eu não tenho esse problema com a minha mãe. –disse ela. –  Tenta conversar com ela. Quem sabe ela te escuta.

Gargalhei.

- Effie Everdeen escutando alguém? Eu acho muito impossível.

- bom você que sabe. Meu conselho eu já dei. – disse ela voltando a olhar pro net.

 Deitei na cama. Fiquei uns minutos de olhos fechados. Só pensando no que Clove havia me dito. Será que eu devia mesmo conversar com minha mãe? Eu sabia que ela nunca me escutaria. Já havia tentando conversar com ela antes, mas ela nunca me deixava terminar, dizendo sempre que teria discussão e como e ela que me sustenta eu tenho que obedecer. Claro que eu ouvia calada, mas a raiva sempre esteve aqui junto comigo. As vezes só penso em como seria melhor se eu já fosse maior de idade e morasse sozinha. Acho que seria bem melhor.

Fiquei em silencio. O sono começou a se aproximar.

- AI MEU DEUS. – Clove gritou.

Tomei um susto e dei um pulo da cama.

- que foi guria? – perguntei preocupada.

- a Madge precisa da gente AGORA. – disse ela.

-o que aconteceu? – perguntei enquanto descíamos as escadas.

- quando chegarmos la você saberá – disse ela. – MAE, TO INDO COM KAT NA CASA DA MADGE.

- tudo bem querida.

Saímos de casa e fomos ate o carro. Clove entrou no e eu entrei em seguida. Ela ligou o carro e saiu em disparado. Fomos o caminho todo sem falar nada. Parecia que a coisa estava mesmo seria, pois Clove estava com uma cara horrível. Depois de uns 15 minutos chegamos a casa da Madge. Pulamos pra fora do carro e fomos ate a entrada. Clove tocou a campainha. E um garotinho atendeu.

- fala ai moleque. Cadê sua irmã?

- e ai baixinha – disse ele a abraçando. – ta la no quarto.

Ela sorriu e bagunçou o cabelo dele. Saiu correndo e subiu as escadas. Fui atrás dela meio sem graça. Clove entrou na segunda porta a esquerda, se bater mesmo. Madge estava sentada na cama, com o rosto totalmente vermelho, os olhos inchados e sobre a cama havia varias roupas, algumas rasgadas e outras picotadas. Ela estava com uma tesoura na mão. Havia vestidos rosa espalhados pelo chão. Olhei pasma.

- Madge. – Clove foi ate ela, e lhe abraçou – o que aconteceu?

Madge largou a tesoura e voltou a chorar. Fui ate a cama e sentei na beiradinha. Fiquei olhando as duas. Madge chorava muito, e Clove parecia seriamente preocupada. Ela ficou mexendo no cabelo de Mad, em consolo. Fiquei observando e pensei em como foi a minha relação com a minha ultima amiga. Foi graças a ela que eu perdi a confiança de muitas pessoas, ela me traiu me apunhalou pelas costas, e isso deixou muitas marcas. Depois dela, passei a acreditar qualquer pessoa poderia fazer o mesmo que ela, ou pior ainda.

- O Gale é um tremendo idiota. – fui despertada de meus pensamentos com a voz de Madge. 

- como assim? – perguntei sem entender.

- o que ele fez mad? – perguntou Clove.

- logo depois que você foi pegar as bebidas com o Cato. – ela disse. – aproposito, quero saber o que aconteceu, pois você voltou muito tempo depois sem bebida e com um sorriso enorme no rosto. – Clove corou e concordou com a cabeça. – continuando, eu fui falar com o Gale, fui me abrir com ele e contar que... – ela suspirou – Que eu sou loucamente apaixonada por ele. Assim que eu falei tudo o que tinha pra dizer, ele me beijou. Claro eu achei maravilhoso, só que na verdade tudo o que ele queria era... – ela engoliu em seco.

- Não me diga que é o que eu to pensando – perguntou Clove pasma.

- Ele tentou me forçar a transar com ele. – ela disse. Pude ver um ar de tristeza em sua voz. Lagrimas voltaram a escorrer por seu rosto. – Eu achei que ele gostava de mim, mas me enganei.

Fui ate ela e a abracei também.

- A partir de hoje Gale Hawthorne e um cara morto – disse Clove com raiva. – pois vou matar aquele canalha desgraçado do inferno.

- E eu ajudo Clo. Ele e muito canalha mesmo.

- meninas, Não precisa eu já falei com ele. Ele não vai mais me procurar, nem tentar algo comigo de novo. – ela disse. – eu só preciso de uma ajuda de vocês.

- Pode pedir.

- eu preciso que as duas me acompanhe em uma jornada pelo shopping pra eu poder renovar meu guarda-roupa. – ela disse nos olhando. – vocês topam?

- se é por uma causa nobre, nos topamos não é Clove?

- ai, não gosto de shopping. – ela disse. Madge fez a carinha do gatinho de sherek e Clove suspirou. – ta bom você me convenceu.

Madge deu pulinhos de alegria e Clove caiu na gargalhada. Eu ri junto com elas.

 Pov. Peeta

- Peeta, temos que ir comprar o presente da Prim hoje. – disse Annie pela milésima vez. – o aniversario dela e amanha e nos ainda não comprarmos nada. 

Nos estávamos deitados no sofá da sala. Assistindo TV. Annie me lembrava desse tal presente a cada dois segundos. É isso já estava enchendo. Amanha seria o aniversario da nossa prima Prim que vai fazer quinze anos. Mas nos dois ainda não compramos o presente.

- Eu sei Annie. E se nos formos ao shopping hoje comprar? – sugeri.

- Boa ideia – disse sorrindo – Nos vamos que horas?

- sei la. Depois que o filme acabar. – estávamos assistindo Harry Potter e a câmera secreta. Mas já estava no final. – pode ser?

- claro, seu viciado. – disse rindo.

Joguei a almofada nela. E ri com sua cara de espanto.

- vai ter troco mellark. – disse brava. Ri mais ainda.

x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x-x

- então o que nos vamos comprar? – perguntei encarando Annie.

Estávamos parados do lado de fora de uma loja.

- ah sei la. Acho que devíamos dar alguma coisa simbólica. – disse coçando a cabeça – algo que ela lembre sempre de nos.

- podíamos dar um porta-retratos meu e seu? Ou só meu mesmo, que você pode acabar estragando a foto.

- nossa como você e engraçado. – ela disse sem humor.

Eu ri e baguncei seu cabelo.

- que tal se nos déssemos a ela um abajur novo pro quarto dela? – sugeri.

- Ó animal que tipo de pessoa da um ABAJUR pra uma adolescente? – ela deu um tapa em minha cabeça. – eu vou dar uma olhada nas lojas.

- eu vou na praça de alimentação pois to com fome. – falei me afastando. – me encontra aqui de novo em trinta minutos.

Ela concordou com a cabeça e sumiu. Fui ate a praça de alimentação e comprei uma cochinha. Sentei em uma das mesas em quanto comia. Comi calmante e tomei minha coca. Paguei a conta. Eu estava saindo da praça de alimentação. E avistei minha ex-namorada. Delly, mas o que ela ta fazendo aqui? Ela parecia ter me notado, pois estava vindo em minha direção. Virei pro outro lado e sai andando rápido. Toda hora eu olhava pra trás e a via me seguindo. Apressei mais ainda os passos quando esbarrei em alguém.

- ai – disse a garota.

- descul... – parei de falar quando vi que era a Katniss. Olhei pra trás e pude ver Delly se aproximando cada vez mais. – kat. Desculpa mas eu tenho que fazer isso.

Ela não entendeu nada, mas antes que ela pudesse protestar a beijei.