Meu Querido Assistente escrita por Laura Penha
Eu estava totalmente acabada. As reuniões com aqueles velhos babões me davam nos nervos. A pior parte é que eu mesma é que anotava recados, conferências, reuniões e... Bem, isso não deveria ser função da poderosa chefona. Pedi a Shizune que me arranjasse uma nova secretária, mas a incompetente não conseguia providenciar as coisas tão rápido quanto o esperado.
Tudo que eu mais queria agora era ir para casa e tomar um relaxante banho, mas eis que a empregada do qual eu acabara de pensar entra pela porta.
– Senhora Haruno, sobre o assistente...
– Estou sem paciência agora, Shizune. – Levantei apressadamente pegando minha bolsa e sobretudo. – Quem quer que seja, contrate e ensine o que fazer. – Antes de sair, tratei de frizar: - E, por favor, ensine direito.
Acho que meu motorista é o único empregado com o qual me dou bem. O único que tem competência a altura. Uma pena que não entenda nada sobre contabilidade ou bolsa de valores. O contrataria como secretário na mesma hora.
Graças a ele pude chegar rápido e em segurança a minha casa enorme, magnífica e confortável. A casa de tapetes felpudos vermelhos e um jardim tão grande quanto a própria casa.
– Ainda vai precisar de mim? – Perguntou como um verdadeiro subordinado. Adorava isso.
– Não, pode descansar o resto da noite, Sai. – E depois dizem que sou egoísta e egocêntrica.
Já em meu quarto pude finalmente tirar a poeira que aquela empresa jogava em meus ombros. Tomei, enfim, o melhor dos banhos. Depois encarei meu reflexo no espelho do banheiro.
Aos 23, beleza descomunal, dona de um império automobilístico... Cabelos longos cor-de-rosa, grandes olhos verdes, um corpo bonito... Nada mal. E pensar que eu já fui pobre.
Balancei minha cabeça espantando estes pensamentos. Hoje sou eu e somente eu. Qualquer passado remanescente deve ser esquecido. A começar das minhas raízes.
Deitei em minha cama de casal que, ironicamente, só tinha a mim. Como eu mesma só tive a mim a vida toda. Nunca precisei de mais que isso.
*****
– O secretário chegou, senhora. – Shizune notificou.
– Espere... – Tentei digerir. – Secretário? Um homem?
– Sim, senhora. - Ri com aquele divertimento. Essa eu queria ver.
O homem que entrou pela porta não era nada do que eu esperava. Alto, forte, cabelos bagunçados e olhos negros penetrantes. Pose desleixada. Estava mais para um guarda costas do que para um assistente. Ainda assim me atraiu a atenção.
– Este, senhora, é-
– Cale-se. – ordenei. – Ele tem voz própria. Consegue dizer o próprio nome. – Vendo-se sem saída, Shizune me deixou a sós com meu mais novo secretário.
– Sou Sasuke. Uchiha Sasuke. – A voz grave provocou arrepios em meu corpo.
– Sou Sakura, sua patroa, mas acho que já sabe disso. – Fiquei feliz em perceber um reflexo de indignação em seu olhar. – Seu serviço é simples, como Shizune deve ter lhe explicado. Anote recados, marque reuniões e me obedeça. - Sorri confiante ao ver que ele não falava nada. – Entendeu, Sasuke?
– O que te faz pensar que sou seu escravo? – Perguntou.
Ele era engraçado, eu tinha que admitir. “O que me faz pensar que ele é meu escravo?”
– Se está aqui é por que precisa, seu bobo. Quer ou não o dinheiro? – Ele não respondeu. – Sua mesa é do lado de fora, bem em frente a esta sala. Use o telefone para se comunicar comigo.
– Mais alguma coisa, senhora?
Eu realmente não gostava disso. Não sou velha, muito menos aparento, então por que insistem em me chamar de senhora? – Mais nada. Vá embora. – Respondi girando-me na cadeira.
Intrigante, irritante, mas extremamente atraente. Ele poderia me processar por assédio sexual?
*****
Na volta pra casa, Sai parecia preocupado. O que não era de seu costume. Ficou enrolando até conseguir falar alguma coisa.
– A senhora poderia me liberar?
– Claro, não preciso mais de você hoje.
– Não, senhora, digo... – Ele suspirou pesadamente. – Por uma semana. Minha irmã está internada no hospital, não tem mais ninguém que possa-
– Então vai me deixar só? – Ele pareceu envergonhado. Puxei todo o ar que consegui para meus pulmões e depois o expulsei. Como eu ficaria sozinha, a esmo? – Gosto de você. Está liberado e – Peguei um maço de dinheiro da bolsa e entreguei para ele. – Inicie o tratamento da sua irmã, antes que ela continue atrapalhando seu trabalho.
– A senhora ficará bem? – Ele perguntou gentilmente, parecendo realmente preocupado.
– Não se preocupe comigo, - Depois completei sorrindo - sei me virar.
*****
– Alô, Sasuke? Você sabe como se liga um carro?
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Gostaram? Em breve a continuação ;9