– Qualquer coisa ? – Pergunta.

Aos poucos suas lagrimas vão se esvaindo dando-lhe um ar de menina sapeca. Bem, se fosse para mim definir a grande deusa do amor, Afrodite. Me faltaria qualidades para descreve-lhe. Mas vou tentar. A mesma tinha mais o menos um metro e setenta de altura. Longos cabelos castanho-escuro. Sua pele era de um tom cremoso. Olhos de um azul tão profundo quanto o céu. Sua boca era carnuda e bem desenhada. Cílios longos e curvados. Suas curvas com certeza faria qualquer homem enlouquecer. E fez muitos homem enlouquecer, pois Ares e Hefestos eram louquinhos por ela. Resumindo, ela era tudo o que eu não era.

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Em compensação. Eu era branca, quase transparente. Meus cabelos eram loiros longos e cacheados, iam mais o mesmo até a minha cintura. Meus olhos eram cinza, uma cor nada comum, mas faze o que. Meus cílios eram longos e levemente curvados. Minha boca e pequena mais carnuda. Pelo menos isso ! Não gosto muito de falar do meu corpo, pois não o acho atrativo o suficiente para ser descrito.

Atena:http://www.polyvore.com/atena/set?id=77000558

Ártemis vive dizendo que eu parece uma daquela bonequinhas de porcelana que ela tinha quando criança. Isso me deixa super irritada.

– Tudo que eu quiser Atena ? – Uma voz doce, mas levemente embargada pelo choro recém parado me desperta dos meus devaneios.

– Hã ?

– Você disse que se eu parece de chorar você fazia tudo o que eu quisessem – Sua voz tinha um leve tom de divertimento.

– Não. Eu disse que faria algo para que você se sentisse melhor, não que eu ia ser sua escrava ou algo parecido.

– Tanto faz – Fala indiferente. Ela abre um sorriso um tanto macabro – Ateninha, você já brincou de boneca ?

Hã ? Pronto ! O pouco de juízo que a coitadinha tinha acabou de evaporar, penso.

– Afrodite, se você não lembra eu nasci da cabeça de Zeus. E já nasci adulta. Apesar deu usar mais essa aparência de menina de 20 anos.

– Hum... Então você nunca brincou de boneca ? – Pergunta mais uma vez.

– Não, eu nunca brinquei de boneca.

– Então a parti de agora eu estou encarregada de fazer com que você conheça as maravilhas que é brincar de boneca.

Ela enlouqueceu completamente, penso.

– Minha querida Afrodite... EU NÃO VOU BRINACAR DE BONECAS COM VOCÊ.

– Isso e o que nos vamos ver.

E com isso ela simplesmente desaparece em uma fumaça rosa. Me deixando completamente confusa.

Mais essa agora, penso.

Assim que me deito depois de ter tomado um longo banho para meus músculos relaxarem mais, apago completamente.

*-*-*-*

Acordo aos poucos me sentindo mais disposta. O sol brilhava ao auge do seu esplendor lá fora.

Alguém acordou inspirado hoje, penso divertida.

Por um longo tempo minha cabeça permanece em branco. Mas logo a conversa que tive com Afrodite vem a minha mente.

– Droga ! Ela com certeza vai aprontar alguma coisa. Eu tenho que me manter longe dela – Falo para mim mesma.

Me levanto da cama, me espreguiço e vou rumo ao banheiro. Faço minha higiene matinal. Assim que saiu do banheiro dou de cara justamente com quem em menos queria ver.

– Bom Dia Atena – Afrodite esta sentada na mesma poltrona ao lado da minha cama.

Mas o que mais me chamou a atenção foi o monte de caixas de tamanho e cores varias que estavam espalhadas pelo meu quarto.

– O que significa esse monte de tralhas espalhadas pelo meu quarto, Afrodite ?

– Ah ! Isso, são apenas algumas comprinhas.

– E por que estão no meu quarto ? Já que esse monte de coisas são suas.

– Essas coisas não são minhas.

– Então de quem são ?

– São suas.

– O que ?

– Eu comprei um monte de roupas para você Atena. Você tem que ver as lingeries que eu trouxe, são simplesmente lindíssimas.

– Não obrigada Afrodite. Eu já tenho roupas e lingeries o suficiente.

– Bem, você tinha, porque todas aquelas coisas ridículas que você chama de roupas eu joguei.

– O QUE ? COMO ASSIM VOCÊ JOGOU MINHAS ROUPAS FORA ? AFRODITE EU VOU TE MATAR !

– Isso e impossível, já que eu sou imortal.

Eu olha para ela da forma mais aterrorizante que eu conseguia, só que ao que parecia ela só se divertia com a minha cara. Ela vem em minha direção segurando umas duas caixas, uma de grande e outra mais pequena.

– Toma. São para você usar agora de manhã.

Eu olha para aquelas duas caixas com nojo e ódio. Quem ela pensava que eu era para tentar mandar em mim como se eu fosse uma... Boneca !

Então e isso, penso.

– Afrodite, eu não sou sua boneca, desista. Você não vai conseguir me manipular.

– Atena, eu não quero te manipular. Eu só quero que você entenda que eu também sou uma deusa importante.

– Eu nunca disse que você não era importante.

– Sim, você disse.

– Quando eu disse isso então ?

– Quando você começou a rir de mim só porque eu disse que você esta apaixonada por ele.

– Mas eu não to apaixonada por ele.

– Você pode mentir para você mesma Atena. Mas para mim não, pois eu sei dos seus sentimentos. E sei dos sentimentos dele.

– Afrodite...

– Não Atena, nada de mais ou meio mais. De agora em diante eu vou te provar que eu sou uma das melhores deusas do Olimpo.

– Afrodite, eu não quero que você me prove nada tá. Eu só quero que você pare de dizer que eu amo ele.

– Então diga olhando dentro dos meus olhas, que você não sente nada por ele.

Ela se aproxima de mim. Para na minha frente. Seu olhar era doce, mas obstinado. Eu estava agora cara a cara com ela. Eu só tinha que dizer que não o amava. Mas porque aquilo não me parecia verdade.

Os minutos vão se passando. Eu fazia uma força sobrenatural para dizer que não o amava, mas não consegui. Todas as vezes que eu abri a boca para falar nada saia. Nada. Era como se eu estivesse envolvida em algum tipo de magia poderosa. Magia essa que não me permitia mentir.

– Então ?

– Eu...

– Você ?

– Não...

– Não o que ?

Milhares de fleches se acenderam na minha cabeça. Era como se eu estiver em um filme, em que eu era a protagonista principal.

Aqueles olhos verdes... A jeito sexy e rouco dele falar... A pele morena... O cabelo rebelde bem cortado, que o dava-lhe um ar de bad boy... Todas as nossas brigas...

De repente me vejo o admirando. Não, eu sempre o admirei. A força que ele demonstra ter em ocasiões desastrosas , a inteligência, a arrogância dele, o jeito superior que ele por natureza tem. Tudo nele me encanta. Sempre me encantou.

– Não o que Atena ?

Ela sabia, ela senti o quanto eu gosto dele.

– Eu gosto dele.

– Muito bem ! Pelo menos você admitiu que sente algo por ele. Esse e o primeiro passo.

Ela parecia radiante. Como se estivesse acabado de ganhar um prêmio. Já em compensação, eu estava destruída. Eu tinha acabado de me dar conta da pior coisa possível.

Eu gosto dele.

– Eu não posso gosta dele – Minha voz sai embargada, pelo recém nó formado em minha garganta.

– Horas. Atena você pode gosta de quem quiser.

– Não, eu sou uma deusa casta, não posso me dar ao luxo de gosta de alguém. Principalmente se esse alguém for a pessoa que mais odeia seu pai.

– Primeiro, você ser uma deusa casta não te empata de fazer nada. Castidades podem ser rompidas sabia ?

– O que ? Não eu não posso nem pensa nisso.

– Porque não ?

– Eu jurei pelo Estige.

– Se esse for todo o problema. Eu desfaço seu juramento com ele.

– Como é ?

– Eu sou a deusa do Amor Atena. Eu não só posso fazer pessoas se apaixonarem, como também posso fazer outras coisas.

Ela me lança aquele mesmo olhar Eu-Sou-Foda.

– Como...

– Nossa ! Olha a hora !

Olho para o relógio, 11:51 da manhã. Daqui a pouco seria tarde, mas eu não compreendia o porque do espanto dela com a hora.

– O que e quer tem a hora ?

– Daqui a mais o menos a uma hora e nove minutos nos vamos ter uma reunião.

– Como assim ?

Como e que eu não tava sabendo daquela reunião ?

– Bem, eu fiquei encarregada de te avisar hoje de madrugada, só que você tava muito histérica.

– Tudo bem ! Sobre o que a reunião ?

– E alguma coisa a ver com...Deméter... Colheita ruim... Hades querendo estrangular Deméter.

Suspiro.

Nada muito importante.

– Se a reunião vai ser daqui a uma hora e... – Olha para o relógio que ficava no criado mudo ao lado da minha cama – cinco minutos. O porque de você tá tão afobada assim.

– Horas, nos precisamos nos arrumar – Fala sorridente.

Vou em direção ao meu closet, mas quando o abro para a minha infelicidade estava vazio. Ela falo a verdade, quando disse que tinha jogado todas as minhas roupas fora. Escuto um pegarei vindo da parte dela. Ela aponta para as duas caixas que antes estavam nas mãos dela, e agora estavam em cima da minha cama.

Suspiro.

Bem, não pode ser tão ruim assim.

*-*-*-*

– Por que todo mundo tá me olhando assim Afrodite ? – Sussurro para a morena ao meu lado. Nos nós encaminhávamos apressadamente para sala do trono. Onde todos já deviam estar reunidos, já que nos estávamos exatamente 20 minutos atrasados. Culpa de quem ? Isso mesmo, Afrodite. Que passou mais de meia hora para decidir que vestido colocar em mim. Isso mesmo. Eu fui submentida a um monte de tratamentos cosméticos nessa ultima hora. Ela me fez de gato e sapato. Tudo bem que eu achei o vestidinho e a sapatilha que ela escolheu pra mim bonitos. E que essa trança no meu cabelo ficou super linda. E que a maquiagem ficou maravilhosa. Mas mesmo assim. Eu estava me sentindo nua, pois o vestido além de ser de um tecido muito leve, mas leve até do que seda, era curto. Não um curto vulgar, mas um conto desnecessário, na minha opinião. Ele nem mangas tinha. Era de alcinha. Eu estava me sentindo super exposta. E para piorar. A cada pessoa que no encontrávamos, elas me olhavam como se eu tivesse criado mais duas cabeças. Eu estava me sentindo um animalzinho raro em um zoológico. Tudo bem , que eu só uso vestidos longos e tal. Mas precisa eles me olharem como se eu tivesse criado mais duas cabeças ?

– Relaxe. Você esta linda de morre – Ela tenta me tranquilizar.

Look Atena: http://www.polyvore.com/cgi/set?id=77145595&.locale=pt-br

– Porque eu tenho que usar essa coisa ? – Falo amostrando uma linda carteira de mão vermelha.

– Porque e chique, e combina com o vestido. Sem contar que ela foi mil dólares.

– O QUE ?

– Não faça escândalos. Apenas use essa carteira tá – Fala com uma pitada de divertimento na voz.

Assim que chegamos a sala do trono, cabeças se viraram para olhar quem avia chegado. Afrodite toma a minha frente, impedindo os outros de me ver. Ao que eu notei todos estavam lá, até mesmo Dionísio.

Droga. Por isso eu odeio atrasos.

Assim que ela sai da minha frente possibilitando minha passagem e ao outro me verem o espanto e geral.

Será que eu to tão feia assim ?

Bem, feia ou não, eu não posso ficar aqui feito uma estatua. Me dirijo ao meu trono, que ficava a direita de Zeus e ao lado do trono de Hera.

Assim que me sento me sinto mais desconfortável ainda, pois meu vestido sobe um pouco, sinto olhares nada puro olhando minha penas. Cruzo as penas nua tentativa de fazer o vestido descer e ficar firme no canto, mas para o meu azar ele sobe mais.

Droga de vestido ! Afrodite você me paga.

Me remexo para uma lado, depois para outro e por fim decido deixar minhas penas unidas uma na outra, sem cruzar. Ponho minha duas mãos mo meu colo, para impossibilitar o vestido de subir. Até em tão eu não tinha percebido que todos olhavam minha pequena briga, com aquele vestido. Mas uns não estavam nem interessados na minha briga com o vestido. Mas sim em ver minha coxas levemente amostras.

Pigarreou tentando fazer com que parem de olhar para mim.

Essa reunião vai longe, penso cansada.