O Homem que Eu Amo escrita por Angel_Nessa


Capítulo 16
O HOMEM QUE EU AMO PARTE XIV




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Levantei-me e voltei para a cozinha. Ao chegar lá encontrei Naruto com uma panela na mão, da panela saia uma fumaça preta; o cheiro de queimado invadiu minhas narinas e meu enjôo ficou ainda pior, tampei o nariz com as pontas do dedo.


 


- Sakura-chan, sua comida queimou – disse Naruto olhando-me como se estivesse chateado por isso.


 


Eu sorri sem jeito e destampei meu nariz. Fiz força para controlar o enjôo.


 


- Que distraída! Eu me esqueci de deslizar o fogo.


 


Meu riso era tão falso que não enganaria nem uma criança.


 


- Que bom que você não se machucou – disse Naruto sorrindo-me de volta.


 


Seu sorriso era demais verdadeiro.


 


- E por que eu me machucaria? – perguntei confusa.


 


Num primeiro momento não entendi seu comentário, no entanto passei a entendê-lo quando percebi que ele estava mais zeloso por mim nos últimos tempos.


 


- Poderia ter se queimado, não devia ter deixado a panela ligada sozinha... – qualquer sinal de alegria desapareceu completamente de seu rosto - Se eu não estivesse aqui a panela poderia ter pegado fogo.


 


Naruto estava me dando uma bronca por minha distração, e em meio as suas palavras que mostravam uma mescla de severidade e ternura, chamou-me a atenção sua frase “se eu não estivesse aqui”. Pode ter parecido uma frase de praxe dita comumente em situações como essa, mas tal frase deixou transparecer que ele estava preocupado comigo sem ele ao seu lado, essa era a verdadeira razão da bronca.


 


Naruto colocou na panela na pia, e eu o abracei pelas costas.


 


- Por isso eu preciso que fique comigo, para me proteger...


 


Naruto ficou irredutível diante de minhas palavras que haviam sido proferidas justamente para causar esse efeito impactante.


 


A preocupação de Naruto em pensar quem cuidaria de mim quando ele não mais estivesse ao meu lado era a mais antiga de suas preocupações desde soube do rompimento do selo. Eu era a pessoa que ficara tão intima a ele após muitos anos de solidão.


 


De repente, lembrei-me vagamente de um pequeno trecho de uma conversa que tivemos antes dele me conta de toda essa história do selo; Naruto me disse que eu tinha que tomar mais cuidado nas missões e não podia ficar me arriscando sozinha, eu brinquei com ele na ocasião dizendo que ele tinha tirado isso de um dos meus discursos direcionados a ele, mas ele não riu, apenas pegou em minha mão e disse olhando para frente que ele nem sempre estaria ao meu lado me protegendo. Acredito que naquele momento que ele me disse isso, já soubesse que em breve morreria.


 


Depois de ficarmos um tempo na mesma posição, Naruto colocou sua mão sobre as minhas e disse num tom baixo de voz.


 


- Não precisa que eu te proteja. Você já é muito forte sozinha, Sakura-chan.


 


Eu o apertei ainda mais contra meu corpo.


 


- Eu não sou forte sem você.


 


Senti a mão de Naruto tremer sobre a minha, e ele ficou um longo tempo olhando para nossas mãos uma em cima da outra. Eu fechei meus olhos.


 


O nosso tempo junto parecia se esgotar mais a cada minuto, e pensar nisso me deixava angustiada; era uma mescla de sentimentos em meu peito que eu sentia que não podia controlá-los. Eu me separei de Naruto, como disse ficar ao lado dele estava começando a me fazer mal, ainda que esse fosse um mal do qual eu era a cada dia mais dependente.


 


- Eu vou para o hospital – disse limpando as lágrimas de meus olhos que estavam a ponto de cair novamente.


 


Naruto continuou olhando para a panela que quase incendiara.


 


- Vai voltar aqui à noite? – perguntou num tom de voz baixo.


 


- Quer que eu volte? – questionei-o.


 


Naruto pareceu titubeante em contestar a minha pergunta, mas depois de algum tempo me respondeu.


 


- Sim...


 


- Então, quando sair do hospital eu voltarei aqui.


 


Esforcei-me para abrir um largo sorriso, mesmo que Naruto não estivesse olhando diretamente para mim, a panela com o alimento queimado parecia-lhe atrair-lhe mais a atenção no momento, porque era apenas isso que Naruto tinha em seu campo de visão.


 


 


- É melhor jogar isso fora – eu disse para Naruto antes de me dirigir a porta.


 


- Sim – escutei sua resposta pronunciada num tom de voz tão fraco que mais parecia um sussurro.


 


Realmente não havia mais salvação para o nosso café da manhã, afinal a comida não é como a fênix que renasce das cinzas. Saí do apartamento de Naruto.


 


Desejei que Naruto fosse uma fênix capaz de renascer das cinzas e voltar voando envolta no fogo da paixão direto para meus braços; mas tal tipo de magia não existe na vida real; essa magia era restrita as páginas dos livros onde tudo é capaz de acontecer, onde o impossível se torna possível.


 


Alegrou-me ver que Naruto não havia insistido para que eu comesse nada no café da manhã, eu não sei como poderia ter lhe explicado sobre minha falta de apetite e meu enjôo matinal.


 


O dia passou calmo no hospital. Havia poucos pacientes e a quantidade de enfermeiras era suficiente para atendê-los tranquilamente.


 


O sol já começava a baixar no horizonte, em poucas horas meu turno no hospital terminaria e eu iria para o apartamento do Naruto; tudo como nós havíamos combinado.


 


Sempre que chegava perto o momento de me encontrar com Naruto, eu sentia uma ansiedade incontrolável e um logo vinha um friozinho na barriga; eu pensava que era uma boba por me sentir assim, mas não podia evitar sentir-me desse modo, era tão bom.


 


Eu transportava alguns frascos de medicamentos numa bandeja até o depósito de materiais quando ao passar pelo quarto cujos leitos estavam vazios eu senti uma forte contração em meu ventre. Joguei a bandeja sobre um leito desocupado e me segurei na estrutura da cama; meu corpo cedeu à pressão da dor e eu fui escorregando até chegar ao chão de joelhos.


 


Minha visão ficou temporariamente embaçada e nem percebi Shizune entrando no quarto, quando eu notei sua presença, ela já me amparava.


 


- Sakura-chan, você está bem?


 


- Shizune... – eu mal tinha forças para falar.


 


Eu me agarrei com mais força ao lençol e tentei me erguer, sentia meu corpo escorregando e indo em direção ao chão; com a ajuda de Shizune consegui sentar-me na cama, nesse momento minha visão já tinha retomado seu foco e o ar voltado aos meus pulmões.


 


Sem que eu esperasse Shizune colocou a mão sobre meu ventre, ao perceber tal movimento eu passei meu braço por dentro do dela para afastá-lo de meu ventre; no entanto, era tarde demais.


 


- Sakura-chan, você está grávida!- exclamou fazendo uma expressão de extrema surpresa.


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Notas finais do capítulo

nota da autora: Shizune descobre o segredo de Sakura. E agora? Será que ela vai contar para o Naruto ou para a Tsunade?