O Homem que Eu Amo escrita por Angel_Nessa


Capítulo 1
O HOMEM QUE EU AMO - Parte I




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Os primeiros raios de sol que surgiam no horizonte tocavam a terra molhada e faziam evaporar as gotas de orvalho das folhas. O vento soprava forte e com ele levava as folhas e as pétalas das flores das árvores de cerejeira que ladeavam o caminho.


À noite havia sido escura e tempestuosa, todavia depois da tormenta o sol surgia no horizonte e iluminava a paisagem proporcionando um espetáculo o qual poucos assistiam. Eu era uma dessas raras espectadoras que assistiam ao nascer do sol; no entanto ainda que o sol surgisse no horizonte, meu coração ainda vivia a inquietude da tormenta e medo do escuro da noite.


Com minhas mãos atadas junto ao peito, como quem faz uma prece em silêncio, eu olhava para o caminho pelo qual ele viria, sim, se ele voltasse viria por aquele caminho ladeado pelas árvores de cerejeira.


O homem que amo viria por aquele caminho; e eu estaria ali no final daquele caminho esperando por ele, da mesma maneira como ele sempre me esperou por todos esses anos.


 Cada vez mais o sol se levantava e uma porção maior da paisagem era iluminada por seus raios que traziam calor e vida, mas ele não vinha pelo caminho o qual eu esperava que ele viesse; e a noite fria e tormentosa se tornava ainda mais vivida em meu coração a cada minuto que se passava, e entre minhas orações eu me perguntava se essa noite seria eterna.


Como uma prece atendida eu o vi surgir em meio às árvores de cerejeira. Ele vinha sozinho pelo caminho, com os cabelos curtos e loiros balançando ao ritmo do vento e sendo iluminado pelos raios de sol que resplendiam em seu rosto. Em seus lábios ele trazia um sorriso doce e terno que se ampliou a me ver ali no final do caminho esperando por ele.


De repente a noite foi embora e o sol aqueceu meu coração que pulsou forte ao vê-lo se aproximando. Ele abriu os braços, disposto a me aconchegar neles, e como um imã eu fui atraída em sua direção. Eu me agarrei firme a seu tronco, com o desejo na alma de nunca mais me separar dele, de nunca mais ter noites tormentosas habitando meu coração; e ele me envolveu em seus braços fortes e protetores e pude sentir que partilhávamos o mesmo desejo.


- Sakura-chan, eu voltei.


- Naruto... que bom que voltou.


Uma lágrima escorreu por minha bochecha como se essa fosse um tobogã, e caiu na blusa dele, mas ele nem viu essa pequena gota de água umedecendo o tecido. Eu me afastei para poder olhar em seu rosto e desfrutar um pouco mais de seu sorriso sempre tão bobo e infantil.


- Você está machucado? – perguntei preocupada.


Ele me pareceu um pouco sem jeito em me dizer a verdade, porém assim que ergueu o braço e colocou a mão atrás da cabeça eu já sabia a resposta de minha pergunta.


- Eu estou bem, são apenas alguns arranhões.  


Eu sorri tão bobamente como ele me sorria.


Sem esperar senti meus lábios presos aos lábios dele, ele me havia beijado. Seu beijo era doce e apressado, não dava espaço para respirar, parecia querer compartilhar o mesmo ar que estava em meus pulmões; um beijo que trazia oculto sentimentos de medo e saudades.


Quando por fim nossos lábios tão firmemente unidos se  separaram eu vi meu reflexo nos olhos azuis e brilhantes de Naruto.


- Eu precisava devolver isso para você.


Eu comecei a rir da expressão de alivio que ele esboçava; respirando fundo eu me pus uma cara séria e apontei o dedo indicador direito em sua direção.


- Então quer dizer que só voltou para devolver o meu beijo.


- Eu prometi que o devolveria.


- Nesse caso, acho que foi bom ter pedido que guardasse meu beijo para que depois o pudesse devolver.


Naruto pegou na minha mão ainda estendida, e segurando-a virou-se de costas, depois puxou meu braço me fazendo se aproximar de seu tronco.


- Naruto o que pretende.


Sem me responder, ele pegou no meu pulso esquerdo e tombou para frente fazendo eu me deitar sobre suas costas.


- Vamos para casa.


- E pretende me levar?


Naruto voltou a erguer o tronco e com a força que fizera para se levantar minhas pernas balançaram para a frente pela lateral do corpo dele. Ele habilmente segurou em minhas pernas projetadas para a frente.


- Ficou a noite inteira me esperando, quero te oferecer uma carona.


Eu envolvi meus braços ao redor de seu pescoço e deixei Naruto me levar em suas costas; encostei a cabeça em seu ombro e senti o calor do corpo dele me aquecendo.


Ele caminhou por um pequeno trecho comigo em suas costas. As ruas da cidade estavam vazias aquela hora da manhã, mas logo as lojas abririam e as pessoas começariam a circular pelas calçadas.


- Estou cansado, se incomoda se eu for mais rápido? – disse virando o rosto para me olhar.


- Desde que não me derrube... – respondi entre risos.


- Nesse caso é melhor se segurar bem firme – retrucou Naruto sorrindo.


Por entre os telhados Naruto me levou em suas costas para seu apartamento.


 


Ao adentramos pela janela aberta Naruto parou no meio do quarto, e eu desci das costas dele. Ele se jogou sobre a cama cujos lençóis estavam amarrotados e as travesseiras espalhadas. Eu me sentei ao lado dele, e agarrei em sua blusa, e comecei a abri-la. Naruto me olhou com espanto e voltou a sentar-se na cama.


- Eu quero ver – eu disse num tom firme de voz.


- O que? – me perguntou inocente e um pouco assustado.


- Eu quero ver seus ferimentos.


Naruto pareceu mais aliviado ao ouvir isso.


- Eu estou bem! – foi logo me respondendo.


- Ah é!? – fiz uma cara bem séria.


Coloquei meu dedo sobre um corte no peito de Naruto.


- Ai – reclamou.


- Pensei que estivesse bem – debochei.


Eu espalmei a minha mão e a coloquei suavemente sobre a ferida, comecei a emanar o meu jutsu médico a fim de fechar o corte. Naruto me olhou com ternura e colocou a mão dele sobre a minha apertando-a.


- Sakura-chan obrigado.


Como ninguém eu conheci a solidão de Naruto, sabia o quanto ele sentia falta de ter alguém a seu lado que cuidasse e se preocupasse com ele. E eu quis ser esse alguém, no dia que Naruto me abraçou e disse que me amava, eu prometi a mim mesma que sempre o cuidaria e o amaria tanto quanto ele me amava; amá-lo de igual intensidade seria uma tarefa árdua, pois o amor de Naruto por mim não tinha peso e nem medida.


Eu me inclinei para frente e o beijei, Naruto logo correspondeu ao meu beijo que era capaz apenas de mostrar um pouco de todo o meu sentimento por ele; um sentimento que crescia cada vez em meu coração e me fazia acreditar que meu coração já não era mais capaz de bater sozinho.


Sem que percebêssemos nosso beijo se intensificou mais e mais, minha mão escorregou até a cintura de Naruto e senti a mão dele deslizando também por minhas costas e me empurrando suavemente para junto dele. Tão rápido quanto esses movimentos aconteceram, Naruto interrompeu nosso beijo e tirou sua mão das minhas costas.


- Me desculpe, Sakura-chan.


Naruto estava corado, com certeza deveria estar com vergonha por achar ter sido atrevido demais ou ainda pela situação que nos encontrávamos. Aquele era o momento para recuar, mas não era isso que meu coração desejava e pelo beijo de Naruto sabia que ele também não desejava recuar. Eu voltei a me inclinar sobre ele.


- Está tudo bem Naruto...


E novamente o beijei, Naruto ficou surpreso no começo, mas logo se deixou levar pelo sentimento; ele deixou-se levar da mesma maneira que eu estava me deixando levar; a partir daquele ponto era nosso coração que nos guiaria a uma união mais profunda que promessas e juras de amor eterno.


Naruto tombou sobre a cama e eu me deitei sobre ele, minha mão permanecia sobre seu abdômen. Ele virou-se para o lado e eu tombei sobre o colchão. Naruto parou de me beijar, ele me olhou sério e levemente corado.


- Sakura-chan, eu... nunca fiz isso antes – confessou meio sem jeito.


- Eu também não – respondi num tom de voz baixo que mais lembrava um sussurro.


Eu estava tão nervosa e corada quanto Naruto; éramos dois jovens inexperientes descobrindo os caminhos do amor, mas estranhamente não estava com medo do que aconteceria e tampouco insegura. Eu estava apenas um pouco ansiosa e temerosa se saberia como me comportar.


Naruto voltou a me beijar, de maneira mais doce e apaixonada do que antes, ele colocou sua mão em minha cintura e não tirou ela de lá. Ele estava tão inseguro quanto eu em tomar o primeiro passo, em começar a tirar a roupa; minha mão também estava imóvel sobre o peito de Naruto. Tomando coragem comecei a deslizar minha mão sobre o abdômen dele, e tal atitude o encorajou a também movimentar sua mão para baixo de minha blusa. Sua mão deslizou timidamente por entre o tecido até tocar minha pele, era provável que ele estivesse receoso que eu não fosse aprovar tal ousadia, mas não me importei e voltei a jogar meu corpo sobre o dele.


Senti Naruto percorrer com as mãos a lateral de meu corpo por baixo na blusa que começava a se enrugar para cima, parando de beija-lo por um momento eu tirei a blusa junto com a bandana a qual joguei para a lateral da cama. Naruto sentou-se na cama e eu acompanhando o movimento de seu corpo me sentei em seu colo; eu ajudei-o a tirar a jaqueta já aberta e depois a camisa preta que usava por baixo. Voltei a me levantar e fiquei de costas para Naruto, ele me agarrou por trás e envolveu seus braços em minha cintura. Ele aproximou a cabeça de meu corpo encostou seus lábios em meu ombro direito.


- Sakura-chan está tudo bem mesmo?


Naruto estava com medo de estar forçando a situação comigo.


- Naruto, eu estou certa do estamos fazendo... eu quero isso porque eu te amo.


Senti os braços de Naruto me envolverem mais forte ainda, e erguendo uma das mãos ele afastou uma mecha de meus cabelos na lateral direita de minha cabeça.


- Eu também te amo.


Voltei a me virar para Naruto e coloquei a mão em sua cintura, nenhum dos dois parecia disposto a dar o passo seguinte, mesmo que estivéssemos certos do que estávamos fazendo, ainda éramos tímidos demais para nos permitir explorar o corpo do outro com a liberdade própria dos amantes. Aquela situação estava se tornando mais constrangedora do que romântica, e era preciso dar o próximo passo antes que sentimentos de incertezas atingissem nosso consciente e nos fizessem desistir.


Como nenhum dos dois se atreveria a fazer isso pelo outro, a solução seria fazermos isso por nós mesmos. Eu comecei a tirar o top que trazia na parte de cima, e Naruto ao me ver fazendo isso começou também a se livrar das poucas peças que lhe restavam; quando terminei de tirar o top comecei a tirar o shorts.


Enfim estávamos livres de nossas roupas; estávamos completamente nus um frente ao outro e isso nos causou um certo embarassamento.


Naruto me puxou para junto de seu corpo e começou a me beijar, realmente aquela era a melhor maneira de espantar nossos medos e nossa timidez. Ele sentou-se na cama e eu me sentei em suas pernas de frente para ele. Numa atitude ousada Naruto desceu seus lábios até a base do meu pescoço e daí até meus seios já rígidos pelo prazer. Senti que Naruto também começava a ficar excitado com as caricias que eu fazia em seus cabelos. Eu o empurrei para trás e me deitei sobre ele, senti que o momento se aproximava e não tive medo do que viria pela frente.


Naruto se ajeitou e eu consegui apoiar meus joelhos no colchão, ele me segurou pelos ombros e com uma expressão de preocupação me disse.


- Eu não quero machuca-la.


- Não vai me machucar mais do que me machucou essa noite me fazendo espera-lo – retruquei deixando um sorriso escapar pela lateral de meus lábios.


Sem dar chance a Naruto de voltar a rebater eu o beijei, e um pouco desajeitados nos posicionamos. Eu me deitei sobre o colchão e Naruto se colocou em cima de mim.


- Sakura-chan eu...


Coloquei a ponta do dedo indicador sobre os lábios de Naruto impedindo-o de continuar falando.


- Não precisa dizer nada, apenas faça o que tem que fazer.


Eu dobrei os joelhos apoiando os pés no colchão, Naruto abaixou o corpo lentamente e senti o inicio da penetração, ele realmente estava com medo de me machucar porque tinha o cuidado de não ser apressado demais. Eu tentei me segurar para não deixar transparecer que eu estava sentindo dor ou incomodo por isso, mas não pude evitar que uns gemidos abafados saíssem por minha boca em meio ao coito.


Nossa inexperiência e timidez impediram-nos de transformarmos aquele momento, num momento ainda mais prazeroso, mas aquela era a nossa primeira vez e por isso era perfeita da maneira como estava sendo; além disso, teríamos tempo para aprendermos a explorar o prazer que nos era proporcionado pelo simples toque de nossos corpos.


Não demorou a que atingíssemos o clímax do prazer, e eu senti Naruto gozando dentro de mim; era algo simplesmente inexplicavelmente bom e um pouco doloroso; uma combinação de sensações que dificilmente podem ser relatadas, apenas sentidas.


Naruto desfez o coito, e deitou-se a meu lado. Eu estiquei as pernas e assim permaneci imóvel com o coração disparado em meu peito.


Naruto colocou sua mão sobre meu rosto.


- Sakura-chan, você está quente. Está com febre?


Talvez eu devesse estar com febre porque sentia meu corpo queimando por dentro.


- Eu estou bem Naruto, só preciso descansar um pouco.


A agitação em meu corpo começou a diminuir ao passo que o coração voltava a seu ritmo normal, eu ajeitei minha cabeça sobre a travesseira e fechei os olhos. Ao sentir um tecido cobrir meu corpo abri os olhos rapidamente e vi que Naruto me cobrira com uma colcha azul; ele deitou-se ao meu lado um pouco encolhido devido ao pouco espaço que a cama tinha para nos oferecer e apoiou sua cabeça sobre seu braço. Ficamos deitados de lado olhando um para o outro, por um tempo até que eu voltei a fechar os olhos, o cansaço por ter passado uma noite em claro começava a me vencer, e a tranqüilidade de ter Naruto a meu lado ajudava na minha translocação para o mundo dos sonhos.


Senti Naruto se encostar mais junto a mim, e num sussurro me perguntou.


- Sakura-chan, vamos nos casar?


Eu abri os olhos e sentei na cama; vi Naruto a minha frente dormindo tranquilamente.


- Naruto – chamei por ele, mas ele parecia já haver se mudado para o mundo dos sonhos.


Ele me pedira em casamento e depois adormecera sem escutar qual seria a minha resposta, me inclinei e depositei-lhe um beijo na bochecha.


Talvez Naruto não precisasse ouvir de meus lábios qual seria a resposta, afinal ele já sabia qual seria.


Fiquei um tempo apenas observando-o dormir a meu lado; tão tranqüilo era seu semblante que por um momento me fez acreditar que fora daquelas paredes do quarto havia um mundo de paz onde as pessoas eram felizes e viviam para sempre.


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Notas finais do capítulo

nota da autora: Espero que tenham gostado desse primeiro capitulo. Originalmente essa fic era uma oneshot que acabou sendo estendida para uma longfic.