O Homem que Eu Amo escrita por Angel_Nessa


Capítulo 2
O HOMEM QUE EU AMO - Parte II




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Quando acordei não sabia dizer que horas seriam, ainda deitada de bruços sobre o colchão e com os olhos entreabertos vi que os últimos raios de sol iluminavam o quarto... o quarto de Naruto.


Ao dar-me conta que estava no quarto de Naruto eu me levantei num impulso e me sentei na cama, olhei para o lado e vi que estava sozinha.


Meus cincos sentidos se despertaram naquele momento me fazendo reviver meu momento ao lado de Naruto: em minha boca senti o gosto de um beijo tão apaixonado e urgente, em minha pele senti o toque suave de mãos cálidas e protetoras, em minhas narinas senti o cheiro de um perfume tão conhecido, através de meus olhos vi um par de olhos azuis que me olhavam com ternura e em seus ouvidos escutei ressoar uma voz longínqua que dizia “eu te amo”. Era estranho poder sentir tudo e ver tudo isso, era como se meu cérebro resgatasse cada momento real e o transformasse num sonho eterno.


Um sonho... teria sido tudo isso apenas fruto de minha imaginação? Uma resposta logo veio a meus lábios.


- Foi real – eu disse num sussurro enquanto olhava as paredes do quarto.


Dizem que as paredes têm ouvidos, mas naquele momento eu desejei que elas tivessem boca para me contar se tudo o que eu vivera fora mesmo real. Era difícil aceitar que existisse no mundo uma felicidade tão grande proporcionada por momentos reais; meu corpo estava excitado como se uma corrente elétrica o atravessasse.


Eu respirei fundo e voltei a olhar para o lado da cama, passei a mão sobre o colchão no lugar onde Naruto dormira abraçado a mim, mas agora Naruto não estava mais lá.


Fiquei um pouco preocupada e ao mesmo tempo brava por ter sido deixada sozinha na cama depois de um momento tão surreal como havia sido a nossa primeira vez, no entanto, no fundo eu sabia que não podia esperar galanteios da parte de Naruto como, por exemplo, deixar uma rosa vermelha sobre a travesseira, e nem tampouco um café fresco a meu lado. Naruto não era assim, jamais se tocaria desses pequenos detalhes românticos; porém eu o amava por ser simplesmente ele, sem fingimentos e nem máscaras. Eu o amava pela sua sinceridade, pela sua amizade, pelo seu companheirismo, pela sua força de lutar por seus sonhos, e acima de tudo por ser ele capaz de me fazer amar sem medo do futuro.


- Naruto... – decidi chama-lo


O apartamento continuou silencioso, apenas o eco da minha voz ressoou pelas paredes mudas. Eu me levantei da cama e me enrolei no lençol, foi quando escutei alguém mexer na maçaneta da porta.


Ajeitei o lençol rapidamente envolta de meu corpo e peguei uma kunai de minha bolsa, fiquei escutando o lento girar da maçaneta da porta; a adrenalina subiu em meu sangue e em conseqüência disso meu coração disparou.


Decidi me ocultar e por isso encostei-me na parede do quarto e fiquei de tocaia pronta para atacar quando fosse preciso. Escutei um “clec” feito pela trava da maçaneta que havia se soltado e depois escutei o rangido da porta se abrindo, segurei minha respiração, eu não podia denunciar a minha presença.


Uma batida forte; a porta havia sido fechada, em seguida, o barulho de passos sobre o assoalho se tornavam mais fortes a medida que se aproximavam do quarto; eu apertei forte a kunai entre meus dedos e virei o rosto para o chão, vi uma sombra se aproximando.


Quando a misteriosa sombra pôs o pé no quarto, eu apareci a sua frente com a kunai em mãos, pronta para atacar.


- Sakura-chan!


Naruto caiu para trás com o susto que eu lhe dera. Ao ver que era Naruto a tal sombra misteriosa eu deixei a kunai cair no chão a meus pés.


- Naruto você me assustou! – reclamei com ele.


- Foi você quem me assustou – retrucou ele começando a se levantar – por que estava de tocaia?


Eu sorri nervosamente.


- Força do hábito. Sabe como é...


O fato de ser uma kunoichi me mantinha em alerta total quase que em tempo integral; se alguém entra num ambiente de forma inesperada a minha primeira reação é pensar que pode ser um inimigo, e nunca um aliado. Foi por isso que eu quase ataquei o Naruto em seu próprio apartamento.


- Acho que vou ter que avisar da próxima vez quando chegar no meu apartamento – disse todo sorridente colocando a mão atrás da cabeça.


- Eu te ajudo a levantar – estendi minha mão na direção de Naruto que logo a segurou – saiba que a culpa disso tudo é sua.


- Minha culpa!? – me perguntou espantando enquanto se firmava em seus pés.


- Isso mesmo, sua culpa – eu coloquei as mãos na cintura – se tivesse me avisado que sairia, ou ainda se tivesse avisado que era você que estava entrando eu não te atacaria.


- Desculpe, Sakura-chan eu não quis te acordar.   


- E por que saiu? Foi fazer compras? – perguntei olhando para umas sacolas brancas cujo conteúdo havia se espalhado pelo chão do quarto.


Naruto começou a recolher os produtos do chão e voltou a colocá-los nas sacolas.


- Pensei que estaria com fome quando acordasse.


- E precisava ir fazer compras? – eu perguntei recolhendo do chão um vidro de compota de frutas.


- É que só tinha ramen em casa... – disse sem jeito.


Eu comecei a rir, e quando Naruto se virou de costas para mim eu o abracei.


- Eu podia ter comido ramen com você.


Naruto se virou em meus braços, e eu o soltei.


- Eu vou fazer um jantar delicioso para você.


Eu olhei desconfiada para Naruto que logo notou meu olhar.


- Naruto, não quer deixar que eu cozinhe?


- E você sabe cozinhar? – me perguntou num tom de incredulidade.


Eu lhe dei um soco no estomago e ele se curvou.


- Como se atreve a me perguntar se eu sei cozinhar – retruquei orgulhosa e tomei as sacolas da mão de Naruto que logo as soltou – eu posso ser uma kunoichi, mas sei cozinhar muito bem.


Na verdade eu não era nenhuma especialista na cozinha, mas eu estava firmemente convicta de que era melhor cozinheira do que Naruto.


- Não quer que eu te ajude – se ofereceu Naruto.


- Não! – respondi briosa.


 


[i]O homem que eu amo


Pode não saber cozinhar


Mas faz tudo para me agradar[/i]


 


 


 


Uma hora depois eu tinha preparado um belo jantar; não era assim tão belo; era até que bem simples, mas estava muito gostoso. Naruto e eu sentamos um de frente para o outro a fim de saborear a apetitosa refeição.


- Naruto você não me disse nada sobre a missão.


Naruto parou o trajeto do seu hachi do prato para a boca, o macarrão que era erguido escorreu e voltou ao prato espalhando um pouco de liquido na lateral do recipiente.


- Não tem nada para contar Sakura-chan – abriu um sorriso nervoso – foi bem chata.


- Mas você estava machucado


- Foram alguns arranhões bobos! É que eu às vezes sou um pouco desajeitado.


Eu notei que Naruto não estava disposto a falar sobre o que aconteceu realmente na missão; e a fim de tranqüilizar meu coração preferi acreditar na mentira que claramente Naruto me contava.


- Foi uma pena eu não ter podido ir junto – suspirei – a Tsunade-sama vem me mantendo bem ocupada no hospital... Mas da próxima vez nós iremos juntos! – exclamei toda feliz.


Dessa vez foram os hachis de Naruto que caíram dentro do prato e esparramaram um pouco de liquido para fora do prato.


- Naruto, está tudo bem com você? – perguntei preocupada ao que o sorriso dele desaparecera de seu rosto.


Naruto apressadamente pegou os hachis e com eles começou a cutucar o peixe que estava numa bandeja ao lado.


- Então o peixe queimou – disse Naruto virando o peixe todo carbonizado de um lado para o outro.


Naruto decidira mudar o assunto da conversa.


- Cala a boca! – retruquei a contra gosto.


- Não precisa ficar brava, Sakura-chan. Só porque você não conseguiu salvar o peixe de ser queimado – disse rindo.


Eu o olhei de soslaio e mantive a expressão séria em meu rosto.


- Não precisa comer o peixe se não quiser – respondi enviesada – ainda tem ramen no armário.


Naruto riu mais alto. Pouco a pouco eu me deixei levar pelo novo assunto da conversa.


- Sua comida está deliciosa! – eu abri um discreto sorriso ante o elogio de Naruto – só o peixe que ficou muito bem passado.


Eu fechei a cara, e espalmei a mão aberta na mesa. A comida se deslocou do prato caindo um pouco sobre a mesa. 


- Olha aqui Naruto, não vou permitir que fique me gozando por causa do peixe ter queimado...


Eu sai da mesa e me dirigi para o quarto; senti meus pés se levantando do chão, e num piscar de olhos me vi no colo de Naruto.


- Hey, não precisa ficar brava.


- Eu só queria fazer uma comida especial para você – disse num tom de desânimo.


- Eu adorei – disse sorridente – quando quiser pode vir aqui em casa cozinhar


- Naruto...


- Só que temos que avisar os vizinhos que a fumaça que sair não é um incêndio.


-Naruto! – eu gritei furiosa e ele me jogou na cama sobre o colchão.


Naruto se ajoelhou sobre o colchão e se posicionando sobre mim, me beijou.


- Eu queria que você sempre estivesse aqui – me confessou em meio aos beijos que me dava.


- Eu também – respondi enquanto Naruto se ajeitava melhor sobre meu corpo de maneira que não me machucasse.


Nós ficamos ali juntos nos beijando mais algum tempo. E quando as estrelas já estavam altas no céu, e a lua iluminava toda Konoha eu voltei para casa baixo o olhar protetor de Naruto que fez questão de me acompanhar ao longo do trajeto.


 


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Notas finais do capítulo

nota da autora: uma vida simples compartilhada a dois...porém um segredo pode mudar tudo...