Capítulo 66 - Gripe

Ambos abriram os olhos assustados e olharam para os lados no mesmo instante. Angie olhou para esquerda e não viu nada, Germán olhou para direita e também nada avistou. Mas ele subiu o olhar e viu Jade, com seu semblante ciumento, parada na escada, os encarando.

Angie olhou também e disse à Germán:

- Eu disse que ouvi a voz dela.

Germán se levantou e caminhou até Jade. Ele estava sério, provavelmente bravo. O que essa morena metida estaria fazendo na festa de Violetta?

Angie foi junto com ele para perto da mulher que ali continuava parada. A loira estava tão intrigada e brava quanto Germán, também se perguntava o que Jade fazia ali.

- Escuta, Jade, você por algum acaso foi convidada para esta festa? - Angie já foi dizendo nervosa.

- Calma, amor, eu resolvo isso. - Germán acariciou a mão de Angie. - Jade, o que faz aqui?

- Eu? Er... er... - ela pensava em uma mentira convincente.

Angie, com sua astúcia de sempre, já viu que uma desculpa esfarrapada viria por aí, então logo disse:

- A verdade, Jade. Diga a verdade. Se não será pior pra você.

Jade lançou um furioso olhar para a loira. Respirou fundo e respondeu com simplicidade:

- Eu vim para fazer a Violetta pagar por tudo o que ela me fez. Violetta é o motivo de tudo isso. Se não fosse ela, suas ameaças e seus planos, vocês dois nunca estariam aonde estão e eu estaria casada com o Germán. - após dito, a loira arqueou a sombrancelha, surpresa pela sinceridade de Jade.

Um silêncio prevaleceu. Nem Germán e nem Angeles sabiam como responder a isso. Ambos continuavam sérios. Até que finalmente, Germán se pronunciou:

- Jade, retire-se daqui. Não vou deixar você estragar a festa da minha filha. Violetta não teve nada a ver com isso, a decisão de acabar com o nosso relacionamento foi minha e ninguém me influenciou.

Angie espirrou.

- Saúde. - Germán falou a ela e acariciou suas costas.

- Não importa de quem foi a decisão. Eu ainda vou destruir a vida de vocês três. Vão pagar pelo o que fizeram comigo. E vai ser agora.

Jade desceu as escadas correndo e foi até Violetta com cautela. Angie e Germán observaram sem entender o que ela ia fazer. Até que a loira analisou a morena por completo e notou um canivete em suas mãos. Um desespero tomou conta de Angeles.

- PARADA, JADE! - ela gritou e chamou a atenção de alguns que ali estavam presentes. Jade olhou para trás e sorriu com maldade.

Nesse momento, Angie sentiu um braço a abraçando. Não era Germán, o braço era fino demais para ser de Germán. Ela olhou para trás e gritou:

- Pedro?!

- Oi, gatinha. - sorriu com malícia.

"O dia está ficando cada vez pior" ela pensou. Angie olhou mais para trás e viu Germán os olhando com raiva.

- Você viu que ele que me abraçou. - Angie falou alto para Germán escutar e se soltou dos braços de Pedro.

- Para falar a verdade, eu não vi, estava desatento. Mas confio em ti. - Germán falou para Angie. - Agora saia da minha casa. - agora ele falou para Pedro.

- Por quê? - Pedro respondeu. Ele tinha uma voz um tanto fina e tinha um sotaque engraçado.

- Escuta, Pedro, o que você faz aqui? Ninguém te chamou e aliás, já ficou bem claro que eu sou noiva dele e isso não vai mudar. - Angie se expressou.

- Eu não vou embora. Vim acompanhado dela. - ele apontou para Jade. Agora um nó se formou na cabeça de Angie. Jade e Pedro lá se conheciam?

- Hã? Vocês se conhecem?

- Sim, há pouco tempo, mas somos amigos. Vamos dar uma voltinha? - ele segurou na mão de Angie, esgotando a paciência dela.

- Não! Que saco, saia daqui! Você e sua amiga! Não quero mais ver nem a sombra de vocês dois.

Angie pegou o braço de Pedro e desceu correndo em direção a Jade. Pegou o braço dela também e os puxou até a porta.

- Sumam daqui ou eu chamo a polícia.

- Ok, eu vou, mas volto. - Jade jogou seus cabelos e se retirou junto com Pedro.

Germán se aproximou lentamente e a abraçou. Angie achava engraçado como ela ainda se arrepiava com a proximidade com ele, com os abraços e com os beijos.

Ela espirrou duas vezes seguidas. E Germán passou a mão pelo seu cabelo.

- Você está quente. - ele disse enquanto colocava a mão na testa dela.

- Eu tô passando mal, isso sim.

- Vai deitar um pouco, a festa já está acabando mesmo. Já, já eu vou lá cuidar do meu bebê. - Germán apertou as bochechas dela e depositou um beijo em sua testa.

- Não sou bebê! Mas vou lá. - Angie subiu.

Ela se deitou na cama e fechou os olhos. Estava morrendo de tanta dor de cabeça e mal estar.

[...]

Fim da festa. Convidados indo embora. Olga começando a limpar toda a sujeira. Palco sendo desmontado... Germán deixou para que Violetta ficasse ali no comando enquanto ele subia para ajudar a Angie.

- Angie, está acordada? - ele falou entrando no quarto.

Angie murmurou um "sim" e ele se aproximou. Germán notou um caixa de lencinhos ao lado de Angie e vários deles amaçados e jogados pela cama. Ele pegou um termômetro e mediu a febre. Estava um pouco alta, mas nem tanto. Germán levantou-se e pegou um comprimido.

- Toma isso.

- Remédio? Ah, não.

- Angie, você precisa melhorar, está gripada. É normal estar gripada, mas nós nos casamos em oito dias, é importante que esteje bem.

- Com certeza em oito dias já terei melhorado. - a loira afundou a cara no travesseiro.

- Angie, toma o remédio. Nem é tão ruim assim.

A loira levantou a cabeça e suspirou. Pegou o remédio e tomou de uma vez. Logo ela estava deitada no colo de Germán, enquanto ele acariciava o macio cabelo dela. E assim adormeceram... torcendo para que Angie acordasse melhor.