Capítulo 48 - Um pedido

Acordei nove e meia da manhã, muito feliz com o dia que era hoje. 2 de fevereiro, o meu aniversário.

Germán não estava mais ao meu lado, mas vi que ele deixara algumas flores e um cartão. Lindas flores coloridas e perfumadas. Sorri.

Peguei o cartão. Abri. Só dizia "Bom dia!!!".

Fui ao banheiro e fiquei muito feliz ao ver aquilo que vi: Com canetinha vermelha, Germán escreveu no espelho: "Feliz Aniversário, princesa! ♥"

Desci. No momento não vi ninguém, mas no instante em que tirei meu pé do último degrau da escada, Violetta, Olga e Ramalho vieram me abraçar e cantar parabéns. Fiquei extremamente feliz, mas uma pergunta não parava de soar na minha cabeça: "Cadê ELE?"

Depois da algazarra toda fui até a cozinha e estranhei a bagunça que a mesma se encontrava.

Tudo fora do lugar. Migalhas por todo chão, louça suja... Foi aí que notei que o açúcar espalhado pelo balcão formava uma frase: "Te amo!!!" E só podia ser coisa DELE. (Claro, quem mais estava espalhando recadinhos para mim por toda casa?) Não conseguia parar de sorrir. Mesmo estando longe, ele consegue tornar meu dia mil vezes melhor.

Onde ele estaria?

Voltei para sala depois de tomar café e passei a manhã me divertindo com a minha sobrinha.

- Vilu, onde está seu pai?

- Não.. não faço ideia... - ela disse insegura. Alguma coisa essa menina me esconde.

Depois do lindo almoço que comemos, Violetta me levou até o escritório de seu pai. Sei lá pra que. Do nada ela me abraça e diz:

- Te amo muito muito muito, tia!

- Eu também! - ri.

- Saudades de alguém? - ela riu.

- É... - eu disse fitando o chão.

- Fica tranquila, pois sinto que algo muito bom vai acontecer hoje. - ela disse e deu um sorrisinho suspicaz, como se soubesse de alguma coisa.

- Violetta...!

- Que foi?

- O que esconde?

- E-eu? N-n-nada...

Eu apenas ri e resolvi deixar quieto. Me sentei na cadeira de Germán e fiquei extremamente feliz ao ver que ele tinha um porta-retrato com uma foto de nós dois abraçados.

- Angie?! Que tal você ir tomar um banho para sairmos? - Violetta diz com uma carinha fofa.

- Claro, por que não?

Fui. Tomei um banho gostoso e quando saí coloquei uma roupa de verão, já que fazia um dia ensolarado.

Violetta quis que fossemos para o parque, sem mais nem menos. Concordei, pois não queria ficar presa em casa no dia do meu aniversário.

Para minha surpresa chegamos na praça, onde estavam todos do Studio, tanto professores quanto alunos, dando uma festa, ao ar livre, PARA MIM!

- Feliz Aniversárioooo, Angieeeee!! - meus alunos disseram pulando em cima de mim.

Logo vieram Pablo, Jackie, Beto e Antônio me cumprimentar.

- Parabéns, amiga!!! - Pablo me abraçou, seguido por Jackie, e depois o resto.

Logo mamãe saiu da multidão.

- Mamãe!

- Angeles! Oh, minha filha, feliz aniversário!! Muitas felicidades, que seus sonhos se realizem... Tudo de bom... Te amo muito...! - ela começou com aquele discurso lindo e me abraçou. - Parabéns, viu?

- Obrigada, mamãe! Também te amo muito!

E a festa seguiu, com muita música e declarações de alunos à mim. Me emocionei, levei ovada...

Comemos o bolo e depois que começou a escurecer as pessoas começaram a ir embora. Fim da festa e NADA do Germán. Nem um sinal dele, além dos recadinhos que deixou para mim de manhã.

Voltamos para casa e eu tomei outro banho, pois estava suja de ovo.

Quando saí do banheiro para o quarto, ainda enrolada na toalha, vi que alguém separara minha roupa. Um vestido extremamente lindo e chique. O vesti.

Violetta subiu logo depois e começou a me maquiar. O que estava por vir?

Depois de arrumada - arrumada até demais... - Violetta e eu saímos. Eram sete da noite, caminhávamos na praça.

- Que foi, Angie? Não está gostando do seu dia? - Violetta notou minha cara meio chateada por um certo motivo.

- Sim, mas é que... Sabe... Estou meio triste, porque... Seu pai não apareceu. Nem o vi hoje... Germán é importante para mim, sabe? Então... - respondi meio sem jeito.

- Bom, se é isso, acho que está na hora! - ela disse sorrindo.

- Hora de quê? - não entendi de verdade.

Violetta apenas me entregou um papel, me deu um beijo na bochecha e saiu andando sorridente.

A esta altura eu estava tipo "o que está acontecendo aqui???"

Resolvi ler o papel. Poucas palavras, porém me intrigaram. Dizia: "Ache a bandeira vermelha."

Que bandeira vermelha??? Olhei em volta, e para minha surpresa, avistei uma bandeira vermelha pendurada na árvore. Corri até ela.

Estava escrito: "Primeiro beijo". Desta vez demorei um pouco para entender, mas enfim cheguei a conclusão de ir ao lugar onde eu e Germán nos beijamos pela primeira vez. Pracinha em frente ao Studio.

Lá encontrei outra bandeirinha vermelha. "Maçãs carameladas" era a única coisa que dizia. Essa foi fácil, corri para o lugar onde comemos as maçãs carameladas.

Eu estava certa, lá tinha outra bandeirinha dizendo "Primeira vez que fomos a um evento". Pensei um pouco. Eu sabia onde era, mas não lembrava de como chegar lá.

Mas que coisa hein, qual é a desse joguinho? Ele podia dizer logo onde está em vez de ficar me fazendo correr pela cidade!

Arrisquei um caminho. Por sorte consegui chegar! Não tinha mais nada. Olhei em volta, nenhuma bandeira. Desanimei, mas de repente vi Germán, de terno e gravata, parado em frente a um restaurante. Abri um sorriso imenso e corri até lá.

Quando ele me viu, sorriu como eu, correu e me abraçou com saudade.

- Meu amor!!! Feliz aniversário, meu amor! Felicidades pra você, meu amor! Tudo de bom, meu amor! - ele repetia toda hora "meu amor" e me encheu de beijos, tanto na boca quanto no rosto.

Eu não conseguia parar de sorrir.

- Você finalmente apareceu! Estava com tanta saudade! Obrigada, meu amor!

- Não sabe o quanto foi difícil ficar longe de você hoje. Mas estamos aqui agora, né, e nada vai nos atrapalhar. - ele disse e me puxou pela mão até o restaurante.

Um restaurante de massa. Muito chique, romântico, com músicas lentas sendo tocadas ao vivo.

Me levou até uma mesa arrumada para dois, com uma vela no centro, e um vaso de rosas.

Puxou a cadeira e eu sentei.

- O que é tudo isso? - eu sorri.

- Você merece, é um dia muito especial. - ele me disse carinhoso.

O lugar era meio escuro, velas que o iluminavam. Era um lugar feito para este tipo de coisa, romântico. Apenas casais se encontravam aqui.

O garçom trouxe duas taças de champanhe para nós e Germán ficou nervoso de repente. Estranhei, mas deixei quieto.

Pedimos a comida. Lasanha à bolonhesa. Enquanto esperávamos, conversamos um pouco. Falei do meu dia e tudo mais... E o resto da conversa foi melosa, mas eu amava isso.

Trocamos alguns selinhos e beijos curtos. Até que finalmente a comida chegou.

Comemos, e nos divertimos.

- Foi difícil chegar aqui? - ele disse rindo.

- Um pouco! A Violetta me abandonou sozinha lá na praça sem dizer uma palavra, sem mais nem menos. Levou um pouco de tempo para eu raciocinar as coisas e entender o que estava acontecendo.

Ele riu de novo.

- Nossa a comida daqui é ótima! - comentei.

- Sim, por isso escolhi aqui. Gostou da festa surpresa no parque?

- O quê? Você também foi responsável por isso? - eu ri. - Mesmo longe consegue me alegrar!

- É porque você merece. Eu te amo. - ele disse acariciando meu rosto que logo ficou rubicundo.

Pov Germán

Fiquei o dia inteiro preparando a minha surpresa e ensaiando para que eu faça tudo certo.

Foi difícil ficar longe dela no seu aniversário, mas tudo valeu a pena, Angie estava tão bela...

Fiquei nervoso quando chegaram as taças de champanhe, pois era no fundo da taça dela que estava todo o motivo disto tudo. Quando ela terminasse de beber tudo, ela veria aquilo, e entenderia. Só espero que dê tudo certo.

Pov Angie

Eu estava curtindo a música que tocava e terminando de comer.

Estava muito divertido. E como fiquei com sede, fui beber o resto do champanhe, mas vi um objeto brilhante no fundo da taça.

O peguei. Estranhei. O que um anel fazia ali?

- O que é isso? - eu perguntei.

Foi então que Germán pegou o anel da minha mão e o enxugou com o guardanapo delicadamente. Logo ele se levantou e foi até mim.

- Isso? - ele disse e me puxou. Agora de pé, eu continuava sem entender. - Angie, sabe aquela briga que tivemos durante três semanas? Então, aquela briga me fez perceber que sem você, eu não sei viver, eu preciso de você. E isso... isso é o quanto eu te amo.

E ele se ajoelhou. Agora eu comecei a entender o que se passava ali. Fiquei emocionada.

- Não... Não pode ser! - eu disse abrindo um sorriso.

- Sim, é isso. Eu te amo muito e quero que você seja minha até o fim. Então... Angeles Saramego, aceita se casar comigo?