Ficou meio que por cima de mim na cama e me beijou. Ficamos assim até que alguém bateu na porta.

- Bom dia! - era Violetta trazendo o café da manhã na bandeja. Ela olhou estranho, tentando não rir, quando viu o estado em que eu e seu pai nos encontrávamos. Nos sentamos meio sem graça. - Angiiiiiie! Você tá melhor!!! - ela quase largou tudo no chão para vir correndo me abraçar.

Eu retribuí o abraço e ri da animação de minha sobrinha.

- Pois é! Claro, com todos os cuidados especiais que tive. - ri, e pude ver que Germán também.

- Angie, a vovó passou aqui cedinho e deixou uma mala com suas roupas, pra você. - Vilu disse. Fiquei meio chateada por não ter que usar mais as camisetas dele.

Depois nós três decemos. A casa estava silenciosa, vazia... Onde estariam Olga e Ramalho, com suas discussões diárias?

- Preparada? - Germán disse a Violetta.

- Sim, e você? - ela riu, mas com um tom de cansaço na voz.

- Acho que sim.

- Do que estão falando? - me intrometi na conversa.

- Dia 21 de dezembro. - Vilu respondeu. - O dia em que papai dá férias para Olga e Ramalho, para eles passarem o Natal e Ano Novo com suas respectivas famílias.

- E qual é o problema nisso? - perguntei e me sentei no sofá.

- NÓS que teremos que preparar a ceia de Natal e a de Ano Novo. - Germán disse se sentando ao meu lado.

Eu ri só de pensar na cena de nós três tentando cozinhar um peru.

- Mas creio que este ano será incrível, pois Angie e vovó estarão conosco, né papai? - Vilu disse se jogando no colo de seu pai.

- Claro! Antes éramos apenas eu e a Vilu. - Germán riu, talvez tenha se lembrado de algum Natal que passou com ela, ou sei lá.

- Falaram errado. Angélica viajou para Madri ontem. Ela não lhes disse? - os informei.

Fizeram que não e eu dei de ombros. Parece que Violetta e Germán gostaram da ideia de estarmos sozinhos por duas semanas.

Pov Violetta

Logo depois do almoço papai e Angie sairam para ir ao shopping, comprar o meu presente!!!

Eu não estava nem um pouco afim de ficar brisando, olhando para parede branca a tarde toda, então resolvi chamar a Francesca e a Camila para passar a tarde comigo.

Elas logo chegaram e começamos uma mini-festa.

Pov Germán

Eu não tinha a mínima ideia de que comprar de Natal. Nem para Violetta, nem para Angie. Quem sabe eu me deparo com algo interessante para elas no shopping?

Caminhava de mãos dadas com minha princesa pelo shopping movimentado. Passamos em frente a uma loja de brinquedos e nos assustamos: era IMPOSSÍVEL de entrar. (Sorte que não precisávamos entrar lá.)

Cheguei a conclusão de que comprar os presentes quatro dias antes do Natal não é uma boa ideia.

Angie olhava encantada para as vitrines de vestidos de festa. Claro que ela não era como a Jade (Louca por isso), mas, como toda mulher, gostava daquilo.

- Quer ir procurando o presente da Vilu para cá, e eu procuro para lá? - eu disse tentando ficar sozinho, para conseguir comprar o presente da Angie, que tinha que ser surpresa!

- Não sou louca de fazer isso! Já pensou se você esbarra com aquela tal de Esmeralda por aí? Nananinanão.

- Hahaha minha ciumentinha! - a abracei de lado e dei-lhe um selinho.

- Não. Sou. Ciumenta. - ela disse bem pausadamente.

- Ah, você é sim! - e dei-lhe outro beijo.

Teria que arrumar um jeito de comprar o presente da minha princesa sem que ela veja. Como faço isso?

Entramos em uma joaleria. Tinha um cartaz bem grande na porta, dizendo: "MANDE FAZER UM COLAR COM O SEU ESTILO!" e tive uma ideia...

Enquanto Angie estava distraída, experimentando brincos de pena - que ela tanto gosta - resolvi por meu plano em ação.

Cheguei em uma vendedora e disse:

- Quero mandar fazer uma correntinha de ouro com... - eu estava falando, mas a moça me interromepeu:

- Espera, vai falando com calma. - então ela pegou um bloquinho do bolso, para anotar tudo o que eu dizia.

Dei uma olhada para trás pra ter certeza que Angie não estava olhando, então continuei:

- Corretinha de ouro puro, com um pingente de coração, gravado as letras "A & G" e com o desenho de uma nota musical atrás.

Achei que estava pedindo demais, só que escutei um cara pedindo algo bem mais complexo para outra vendedora.

- Ok, sai cento e cinquenta reais, pelo fato de ser ouro puro.

- Ok, quando fica pronto?

- Daqui dois dias.

- Tá, venho buscar dia 23 em tão, obrigado.

E voltei a me aproximar de Angie, que estava de costas para mim - aliás, estava muito distraída com os acessórios que experimentava. - e cheguei por trás, tapando seus olhos com minhas mãos, e beijei seus lábios com delicadeza.

Ela riu e eu tirei as mãos de seus olhos.

- Só você mesmo para fazer isso num shopping! - ela disse me roubando outro beijo curto. - Mas já que não tem ninguém olhando, né... - tentou se justificar, e eu ri mais ainda.

Logo avistei umas cestinhas onde as mulheres colocavam as coisas que iam levar. Então, peguei uma cestinha, peguei da mão de Angie todos os brincos e pulseiras que ela estava admirando e coloquei na cestinha dizendo:

- Vamos para o caixa.

- Não Germán, você não precisa levar isso, eu já tenho um monte, só estava olhando...

- Eu compro pra você, sem problemas. - insisti.

- Não posso aceitar. - ela fez uma carinha fofa.

- Vamos logo para fila, meu amor. - ri e a puxei pela mão.

Assim que compramos, Angie me agradeceu com um beijo na bochecha e seguimos nosso caminho.

Procuramos por mais de horas algo para Vilu, mas nada tinha a cara dela.

Decidimos, então, tomar um café com chocolate na cafeteria mais gostosa de Buenos Aires´, já que fazia um dia bem frio.

Depois voltamos a busca. Estava realmente difícil, mas do nada, Angie para de andar, arregala os olhos fitando o presente perfeito.

Concordei plenamente com ela, Violetta iria adorar! Compramos isso e quando estávamos indo para o carro, Angie cisma que ela é a tia dela e por isso que tem que dar mais alguma coisinha.

Lá voltamos nós a nossa procura... Sorte que desta vez foi fácil, levamos uma pulserinha bonitinha que estava escrito "Cantar es lo que soy".

Finalmente, fomos para o carro.

- Finalmente, meus pés estão doendo! - eu disse.

- Isso porque não é você que está com uma bota de salto! Deixa de ser preguiçoso! - Angie riu.

Pov Angie

Estava muito frio fora do shopping, estava chovendo. Então coloquei minha jaqueta - e como não tínhamos guarda-chuva - Germán me abraçou fazendo com que eu deitasse a cabeça em seu peitoral, e cobriu minha cabeça com seu braço.

E corremos para o carro nesta posição. Se molhar era inevitável, só que tentamos nos molhar o quanto menos.

Germán foi rápido. Abriu o porta-malas e colocamos tudo de um jeito nada cauteloso - é a pressa... - Fechamos e quando íamos entrar no carro, mãos cobertas por luvas pretas agarraram meus braços e os de Germán, brutamente, e nos apertaram até doer de verdade.

- Fiquem quietos e sigam-me. - o sujeito (ou sujeita), mascarado disse. O que deu medo era que a voz era familiar.