Quarta – Feira. Prova de História e Português. Também era o dia que minha mãe iria pra Londres. Logo de manhã cedo, ela se despediu de mim. E aproveitei pra dar uma última revisada. Quando deu a hora certa, fui tomar banho, coloquei meu uniforme e fui para o ponto de ônibus. Entrei na sala, fiz as duas provas tranquilamente e saí. Quando estava no pátio, estavam todos olhando pra mim. Tentei não ligar, mas fiquei estática quando Nick me chamou.

- Psiu, Alex.

- Nick? - Disse me virando, ele veio até mim. Achei que minhas pernas não iriam responder aos meus comandos.

- Então é isso. - Disse cruzando os braços.

- É isso, o quê? - Tentei ficar séria.

- Você vai embora. - Disse cabisbaixo. Aquilo apertou meu coração.

- Sim, eu vou.

- Pelo menos vai dar pra você ir à festa de final de ano da escola?

- Hum, não. - Disse também cabisbaixa. Era a oportunidade de ver meus amigos pela última vez. - Não vai dar tempo. – Terminei

- Então eu tenho que falar com você agora. - Disse me puxando para o canto do pátio.

- Calma garoto o que você quer? - Aquilo estava me assustando.

- Alex, eu gosto de você. - Como assim? Ele gosta de mim? Então por que estava com a Natalie esse tempo todo? Ah, esse garotos de hoje em dia.

- O quê? - Tentei não deixar que a fúria tomasse conta de mim.

- O que você ouviu! Eu gosto de você. Eu quero ficar com você.

- Tá bom. Lembra-se da Natalie?

- Nós terminamos. - Ele olhou para o outro lado do pátio, e lá estava ela. Espere, com o Eddie? A Lola com certeza deve está sabendo disso. 

- Vocês terminaram, ou ela te deu um pé na bunda?

- Tanto faz, mas a verdade é que... Eu sei que é muito cedo pra dizer isso mas... - Ele chegou perto de mim e colocou sua mão no meu rosto.

- Eu te amo. - Disse isso chegando mais perto, e me beijou.

 Não que ele não beijasse mal, pelo contrário, ele beija muito bem. Mas... Eu não senti NADA. Foi naquele momento que eu percebi que ele não era o garoto certo pra mim. E o que eu realmente sentia, não era amor. Simplesmente era uma fantasia boba. Quando ele finalmente parou de me beijar, eu pude respirar.

- Nossa. - Disse colocando minha mão na testa. Ele sorriu.

- Será que eu tenho alguma chance? - Disse ele mordendo o lábio inferior. Eu estava ficando confusa, a viagem, o beijo, tudo aconteceu tão depressa. Mas eu logo mudei de ideia quando me lembrei de todos os anos que eu tente fazer com que ele me notasse. Participei do coral da escola, fui representante de turma, até fui líder de torcida. E ele, nada. Eu estava cansada de esperar por ele.

- Não. – Disse

- Como assim, não? Não era isso que você queria? - Ah, não acredito que ele disse isso.

- O quê? Como assim era isso que eu queria? Você não me conhece garoto! - Disse o empurrando. - Você não sabe o que eu quero!

- Então o quê você quer? - Perguntou chegando perto de mim. Eu não tinha notado que todos os alunos estavam rodeados, Natalie estava abraçada com o Eddie e Lola, atrás de mim.

- Eu não sei, mas eu sei o que eu NÃO quero de jeito nenhum. - Disse chegando perto dele, como se fosse beijá-lo.

- O quê. - Disse com um sorriso malicioso, eu cheguei mais perto e disse:

- Você! - Gritos de vaia ecoaram pelo pátio da escola. O rosto de Nick “foi no chão". Lola sorria para mim e nós duas fomos para o ponto de ônibus.

Lola não parava de dar gargalhadas dentro do ônibus.

- Caramba amiga! Nessa você me surpreendeu.

- Até eu fiquei surpresa, achei que eu ia acabar cedendo pra ele.

- Isso só prova que a Natalie não é a única safada nessa história. - Ela não estava se referindo só ao Nick, mas também ao Eddie.

- É, ele também superou. - Disse encarando a janela. Por mais que ela esteja tentando mostrar (e muito bem) que ela estava bem com o término do namoro, ela estava triste.

- Tem certeza que você vai ficar bem quando eu for embora? - Perguntei abraçando-a.

- Não. – Disse ela retribuindo o abraço.

 Chegando perto de casa, Lola ia dar o sinal para o ônibus parar, mas eu a impedi. Eu não queria ir pra casa da minha avó. E também não queria ficar sozinha em casa até domingo. Então decidi que iria passar os últimos dias em Porto Rico na casa da minha melhor amiga. Chegando lá, cumprimentamos a mãe dela e fomos para o quarto. Jantamos, vestimos nossos pijamas. Ela pegou uma revista que estava jogada no chão e jogou em cima de mim. Era a mesma revista que a Natalie estava lendo naquele dia.

- Olha só com quem você vai casar! - Disse apontando pra foto do Nate. Nossa, ele realmente era lindo.

- Para com isso, garota. - Disse batendo nela com a revista. Ela tacou o travesseiro na minha cara. Eu não queria ter esperanças, quero dizer, onde que um cara como ele, famoso, ia querer alguma coisa com uma pequena (literalmente) garota latina?

- Amiga, eu não estou dizendo isso pra te deixar esperançosa. Mas pode acontecer. Como aconteceu com a Danielle.

- Quem?

- A esposa do Kevin, dos Jonas Brothers.

- Ah, Lola. - Disse sorrindo. Ela se virou e dormiu, e eu, continuei acordada, olhando a revista e encarando a foto do Nate.