Sarah morava com sua avó desde os 13 anos, quando perdeu seus pais Marta e Paul em um assassinato misterioso. Sempre se questionava e perguntava para a avó sobre isso, pois na sua cabeça tudo era muito confuso. Quem matou os dois? Por que o assassino teve essa intenção? Qual foi a verdadeira causa da morte? Essas perguntas mexiam com Sarah. Sua avó só dizia que eles tinham sido assassinados e cremados, mas a pobre menina ficava confusa pois ninguém a deixou ir no crematório no dia.

Aos 13 anos, só sabia chorar e sentir saudades mas aos 14 experimentou uma coisa que hoje se arrepende profundamente mas não consegue parar: cortes. Era uma forma de passar a dor psicológica para a física e esquecer um pouco os problemas. Era fácil de esconder os cortes pois só fazia nos pulsos e nos braços e morava em um local bem frio. Só usava agasalhos.

Sarah tinha um diário, onde anotava tudo. Inclusive nesse mesmo diário, tem a sua primeira mancha de sangue do corte. Era lá que ela fazia as suas perguntas confusas a si mesma, era lá que ela desabafava. Sarah estava desposta a descobrir tudo, tudo mesmo a respeito da morte de seus pais e não iria medir esforços para isso.

Certo dia, Sarah estava lavando a louça quando sua avó chegou e viu cicatrizes em seu pulso.

– O que é isso nos seus pulsos?

Nervosa, Sarah esconde o braço e diz:

– Nada vó. São as pulseiras, eu hein.

Foi por pouco.

Indo para seu quarto, Sarah vê um vulto em sua janela. Quando vai olhar de perto não tem nada. Depois vai deitar. Barulhos ela ouve e começa a sentir medo, levanta e vai tomar um copo d'água.

– Sarah...

Ela olha pra trás e se assusta.

Continua...