Mochileiros Em Misericórdia escrita por Ghefrentte


Capítulo 6
Capítulo 6 - Em nome do Ghe.


Notas iniciais do capítulo

No capítulo anterior, Robotnik iria executar Gariwald, quando houve uma pequena interrupção...



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Robotnik abriu os olhos, mas não quis se levantar, estava muito assustado pra isso.

– Como ousa me enfrentar, seu verme? – Murmurou ele, ainda sem sair do lugar.

A essa altura, Gariwald já estava longe: Ele havia fugido logo após um rápido “Obrigado” à Clock.

Robotnik tentava lentamente se arrastar até sua arma, quando seu braço foi atingido por um dardo tranquilizante.

– Indo à algum lugar? – Perguntou Cobra, recarregando sua arma de dardos.

Robotnik ficou parado, incrédulo, olhando para todos à sua volta.

– Odeio todos vocês. – Murmurou, antes de desmaiar por efeito do tranquilizante.

Todos aplaudiram alto.

– Como conseguiu montar isso, Clock? – Perguntou Rodrigo, admirado.

– Vê? Foi por isso que demorei. – Disse ele. – E tive e ajuda de um amigo.

Clock retirou um walkie-talkie do bolso, apertou o botão e falou “Pode vir”.

Entre a multidão, surgiu uma enorme van pintada de amarelo e vermelho. A pintura representava, por incrível que pareça, uma dentadura.

De lá, saiu um dos pinguins mais estranhos que eu já vi em todas as minhas centenas de anos viajando entre planetas. Tratava-se de um pinguim quase comum, porém ele utilizava uma estranha máscara de palhaço sorrindo sadicamente e... sua cabeça estava pegando fogo. Mas ele não parecia se importar com isso.

– Pessoal, esse é Dente Doce, mecânico e ex-palhaço. Foi ele que me forneceu peças e me ajudou a montar o tanque. – Apresentou Clock.

– Implantei o motor mais veloz que eu tinha na oficina nesse tanque. – Disse Dente Doce. – Inclusive... ele ainda está ligado?

– Sim. – Respondeu Clock. – Por que?

– Clock, desligue isso rápido! O motor é muito bom, mas sobrecarrega rápido, e se ele explodir, as consequências podem ser catastróficas! – Exclamou Dente Doce.

– Ah, relaxa... – Disse Clock. – Ele nem está ligado à tanto tempo assim...

O tanque começou à fazer um barulho estranho e à pulsar.

– CORRAM TODOS! – Berrou Dente Doce. – Vocês, entrem na van! Vamos dar o fora daqui!

Entramos na van e fugimos no meio da multidão.

– Estão todos aqui? – Perguntou Clock.

Olhei em volta.

– Está faltando o Azul! – Respondi.

– Droga, vamos voltar! – Disse o Doutor.

– Não dá tempo! – Gritou Dente Doce.

Ouvimos o tanque explodir atrás de nós. A van pulou e capotou.

Quando acordei, estavam todos dormindo em sofás no salão de estar da antiga mansão do Robotnik. (Acho que começarei à parar e chama-la assim, pois tomamos ela para nós faz tempo)

– Como chegamos aqui? – Murmurei. – Alguém?!

– Eu! – Disse uma voz familiar, vinda de lugar nenhum.

– Pera, eu conheço essa voz... Azul?

– Sim! – Respondeu Azul, aparecendo do nada na minha frente.

– WOW! – Gritei, surpreso. – Como chegou aqui assim de repente? Aliás... como sobreviveu à explosão e... como nos trouxe pra cá?!

– Tantas perguntas – Disse Azul. – Eu explico. Tropecei enquanto tentava fugir do tanque prestes à explodir. Quando ele explodiu e todos já estavam longe demais, realmente achei que seria o meu fim. Mas não. A explosão me atingiu em cheio, e, junto à ela, um líquido verde brilhante me atingiu e acabei ingerindo. Oh, ele também penetrou nas minhas feridas, entrando em meu sangue. Por motivos inexplicáveis, e acho que se deve ao fato daquele ser o líquido do motor superpotente do Dente Doce, fiquei muito mais rápido do que eu era antes. Agora posso correr tão rápido que é praticamente impossível me ver durante o percurso. Veja!

Azul sumiu do nada. Pisquei e ele já havia voltado.

– Acabei de dar três voltas na cidade. – Explicou ele.

– Isso é... fantástico! – Disse o Doutor, que havia acordado sem eu perceber.

– Chamarei-a de “Magia da velocidade”. – Disse Azul.

Dente Doce estava acordado.

– Mmmm... onde estamos? – Perguntou ele.

– Nosso esconderijo. – Expliquei.

– E cadê a minha van?! – Perguntou ele, meio bravo.

– Estacionei-a do lado de fora. Aliás, belo nome, “A Dentadura”, combina com a pintura. – Disse Azul.

– Como... você...? – Perguntou Dente Doce.

– Oh, o nome? Você fala enquanto dorme. – Explicou Azul.

Os outros já estavam acordando.

– Ghe... – Disse Justin, num tom meio assustado.

– Sim? - Perguntei.

– Er... como posso explicar... sua cabeça está sangrando. – Disse ele.

Olhei para cima e pude vislumbrar um pequeno filete de sangue descendo do chapéu.

– Oh, eu cuido disso. – Falei, e tirei o chapéu.

Foi quando todo mundo deu um grito de horror.

– O que foi? – Perguntei.

Rodrigo, assustado com a situação, pegou um prato que estava numa mesinha da sala e me passou.

– Olhe o seu reflexo. – Disse ele, meio gago.

Olhei o reflexo no prato. Eu estava com um pedacinho do motor cravado na minha testa.

– Oh, isso é ruim. – Falei.

– Teremos de operar. – Disse o Doutor. – Tem alguns aparelhos médicos lá no porão.

– Tem certeza? – Perguntei.

– Confie em mim. Sou o Doutor. – Clamou o mesmo.

Descemos para o velho porão onde havíamos anteriormente clonado Cobra. Realmente, lá havia, num canto empoeirado, uma maca e alguns aparelhos médicos que eu não havia reparado antes.

Deitei na maca.

– Droga, não tem anestesia aqui... – Disse o Doutor, fuxicando os aparelhos médicos.

– Oh, não tem problema. – Disse uma voz, que vinha descendo à escada do porão. Era Cobra. – Eu dou um jeito.

Então ele sacou sua pistola tranquilizante e deu um tiro em mim. Adormeci.

Acordei. Não estava mais no mesmo lugar. A maca e o porão da mansão haviam sumido, e agora eu estava deitado num chão rosa-acinzentado e molenga. Foi então que percebi que eu estava deitado no meu próprio cérebro e me levantei com o susto.

O Doutor, Cobra, Rodrigo, Azul, Moe, Justin e Dente Doce também estavam lá, por um motivo desconhecido. O “céu” do meu cérebro era avermelhado.

– Aonde estamos? – Perguntou Justin.

– Por incrível que pareça, dentro do cérebro do Ghe. – Respondeu o Doutor. – Quando consegui retirar o pedaço do motor da testa dele, abri uma fenda temporal que nos trouxe para cá.

- Eu poderia estar dormindo agora... - Reclamou Moe.

Olhei em volta. Haviam várias... versões alternativas de mim.

O Ghe Reverso estava lá, um Ghe humano, um Ghe urso polar, um Ghe puffle, um Ghe mulher, um Ghe robô, um Ghe puffle... e eu conhecia todos eles de aventuras passadas. Todos estavam interagindo positivamente entre si, jogando videogame, xadrez ou palavras cruzadas. Havia apenas um “Ghe” que não estava fazendo nada. Estava de costas para tudo. E eu sabia quem e por que.

– Quem é aquele? – Perguntou Dente Doce, vendo que eu estava olhando.

– Sabe, Dente Doce, essas são minhas versões alternativas. Algumas não eram muito boas, outras eram até malignas, é verdade, mas se redimiram do que fizeram no final. Excerto aquela ali, de costas. Aquela ali é a versão do Ghe mais maligna que você poderia imaginar. Cometeu atos hediondos e não se redmiu.

– Tudo o que eu fiz, eu fiz sem escolha. – Disse o Ghe Renegado, sem se virar, com uma voz robótica. – Em nome da paz e sanidade.

– Mas não em nome do Ghe. – Sibilei.

Ele se virou. Era similar a mim, porém trajava um terno azul, seu chapéu estava desfiando-se e seu bico estava com barba rala à fazer, e com uma rachadura. No lugar do olho direito, um olho mecânico vermelho. Eu o conhecia. Era o Ghe que utilizou seu conhecimento para o mal, expandindo a LaddoWare para uma empresa multiplanetária com propósitos malignos e autoritários. O GHE 9000.


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Notas finais do capítulo

Referências usadas no texto:
— O episódio, (Em nome do Ghe) o contexto final e as últimas falas do capítulo foram baseadas em "The Name of the Doctor", episódio de Doctor Who.
— Dente Doce foi baseado em Sweet Tooth, personagem da série de videogames Twisted Metal.
— A Magia da Velocidade de Azul já havia aparecido anteriormente em outras fanfics de amigos e nos gibis do próprio, só demos aqui uma origem diferente. É baseada em Sonic the Hedgehog.
— GHE 9000 já havia aparecido em minha fanfic anterior, "A Sociedade de Investigação dos Pinguins", e é baseado em HAL 9000.



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