— Senti saudades! — Madge disse ao me abraçar quando desembarcamos no aeroporto.

— Também senti! — Sorri de volta e Gale me abraçou.

— Ocorreu tudo bem? — Gale perguntou.

— Ah, tudo ótimo.

Nesse instante Peeta passou por mim e sorriu. Ah, e como havia sido ótima essa viagem.

Quando cheguei ao meu apartamento, Gale deixou que Mag e eu tivéssemos uma noite das garotas para eu contar cada detalhe da viagem. É claro que eu não contei nada que havia acontecido entre Peeta e eu porque eu ainda tinha minhas duvidas sobre o que foi aquilo em verdade.

Na quinta-feira bem cedo Peeta veio me buscar para irmos para a reunião que havíamos marcado com Haymitch para discutir sobre a viagem.

— Oi. — Peeta me beijou assim que me viu arrancando de mim um sorriso bobo.

— Oi. — Ele sorriu ao ver minha expressão.

Fomos ao estacionamento de mãos dadas. Estávamos parecendo um casal e sei lá. Aquilo era bom e ruim ao mesmo tempo por que... Peeta era perfeito, mas de fato, eu não estava pronta pra um relacionamento. Ele abriu a porta para mim e nos dirigimos ao escritório. Chegamos cedo como de costume e então ficamos conversando sobre coisas em comum na nossa sala e trocando uns beijos claro. Aquilo era contra as políticas do escritório, mas... Estava tão bom! Peeta me imprensava contra a parede enquanto me beijava com vontade. Como ele conseguia ser tão... bom naquilo? Fiquei perdida nos meus pensamentos até Peeta parar de me beijar e perguntar “Quer jantar comigo hoje?” Eu estava tão perdida que meio sem pensar aceitei. Peeta me encarou por mais meio segundo e quando ia finalmente voltar a me beijar a secretaria de Haymitch nos chamou a porta. Afastamos de forma rápida e ela nos avisou que Haymitch nos esperava na sala de reuniões.

— E aí casal! — Haymitch sorri sarcástico ao nos ver. Senti minhas bochechas corarem.

— Err... Oi. — Respondi.

— Como foi a lua de mel?

 Haymitch se divertia com a situação, Peeta ria e eu apenas corei.

— Foi legal. — Peeta respondeu. — A Hannah é bem comunicativa.

De envergonhada passei a ficar com raiva. COMO ELE PODIA DIZER, NA MINHA FRENTE, QUE HANNAH BANANA ERA “COMUNICATIVA”? Ela era uma vadia. Isso sim.

— Você também achou a Hannah comunicativa, Katniss? — Haymitch perguntou.

— Comunicativa? Se ser vadia virou comunicativa, achei sim. — Sorri sarcástica também.

— Uh. — Haymitch gargalhou.

— Será que dá pra gente começar essa reunião ou o que? — Perguntei.

Peeta e Haymitch trocaram sorrisos e eu olhei para eles brava. Idiotas.

Seguimos pela reunião e foi BEM chato. Até a hora do almoço não tínhamos discutido nem 57% do que precisava ser discutido. Droga. Descemos nós três para um restaurante que tinha perto da empresa e ficamos conversando bobagens.

— Licença crianças, já volto. — Haymitch se retirou e nos deixou a sós na mesa.

Peeta segurou minha mão, mas eu a retirei de perto da minha.

— Que foi? — Ele perguntou.

— “Bla, bla, bla, Hannah é muito comunicativa, bla, bla” — Revirei olhos e tomei mais um pouco do meu suco enquanto Peeta gargalhava.

— Katniss, eu te amo.

ELE O QUE?

(...)

— Katniss! Você é idiota ou só finge? — Madge me perguntou.

— Não diz isso Madge. — Eu disse ao enfiar minha cabeça embaixo do travesseiro.

— Ele diz que te ama, você COSPE SUCO NA ROUPA DELE e sai correndo de volta pra empresa e age como se nada tivesse acontecido? Você é retardada. DEFINITIVAMENTE. Você. É. Retardada. Não há outra resposta pra isso.

— Cala essa boca Madge.

Meu celular tocou. Era Peeta.

— Oi. — Eu disse envergonhada.

— Você tá pronta? — Ele perguntou do outro lado da linha.

— Pronta? Pra que? — Perguntei confusa.

— Nosso jantar. Você não achou que depois do incidente do almoço eu iria desmarcar né? — Ele ria do outro lado da linha.

— Ah é! Nosso jantar. Me dá uma meia hora?

— Claro. Daqui a meia hora estou ai.

— Beijo. — Falei.

— Eu te amo. Não esquece. — Peeta disse e desligou na minha cara.

Levantei meio atordoada da cama e segui correndo para o banheiro para tomar um banho rápido.

— Que foi? — Madge perguntou rindo de mim.

— Peeta. Jantar. Meia hora. — Falei enquanto escovava os dentes dentro do chuveiro.

Sai do banho e vesti um vestido preto colado com um salto. Fiz uma maquiagem legal e deixei meus cabelos soltos. Em exatos trinta minutos Peeta chegou.

— Katniss, é pra você. — Madge gritou.

Quando apareci à sala Peeta riu da minha cara.

— Porque você está vestida assim?

Olhei para ele e depois para mim. Eu, de fato, estava muito chique e Peeta estava... De jeans, camiseta e blusa de frio. Revirei olhos.

— Aonde nós vamos? — Perguntei.

— Comer alguma besteira e dar uma volta. — Ele respondeu.

— Beleza. Me dá mais quinze minutos.

Voltei ao quarto e coloquei um vestido mais simples, havaiana e blusa de frio.

— Ótimo. Vamos logo. — Arrastei-o porta a fora e quando finalmente chegamos no elevador, ele me beijou.

Ficamos nos beijando até o elevador chegar ao térreo. Quando finalmente nos separamos seguimos para o carro dele onde acabamos de ir a um fast food qualquer. Depois ficamos nos namorando por um tempo e enfim resolvemos ir caminhar pela cidade.

— Desculpa. — Eu disse encarando o chão.

— Pelo que? — Peeta perguntou rindo.

— Por hoje... Na hora do almoço. — Eu disse envergonhada.

— Ah aquilo... — Peeta falou meio vago. — Tudo bem. — Ele sorriu para mim.

— É que... É que... Eu gosto de você e essa coisa de amar me assusta e...

Não terminei a frase e Peeta me beijou. Novamente.

— Olha, — Ele começou. — eu gosto de você. E gosto muito de você. Nunca senti isso na vida e queria falar antes que sei lá... Fosse tarde.

— Tarde? — Eu ri.

— É! Você é linda... Deve ter mil homens aos seus pés. — Eu gargalhei.

— Da onde você tirou isso? — Perguntei.

— Deduzi. — Ele sorriu para mim e eu selei nossos lábios.

— Mas eu gosto de você. De verdade.

— Então... O que você acha sobre nós namorarmos?

— Mas... Já? — Perguntei um tanto assustada.

— Já Katniss? — Ele riu. — To brincando.

— Que susto. — Eu ri e continuamos a caminhar.

Não é que eu não queira namorar com ele, eu quero. Eu só tenho medo... Pode ser bobo, mas é a verdade. Caminhamos, conversamos mais e enfim Peeta resolveu me deixar em casa.

— Ér... Boa noite. — Peeta disse enquanto pousava um beijo na minha bochecha.

— Na bochecha? — Reclamei. Aproximei-me para beijá-lo, mas ele virou o rosto. — É sério isso? — Perguntei.

— Katniss, olha. Eu disse que era brincadeira, mas não era. E você ter dito “que susto” me irritou um pouco. Você fica comigo por quê? Por falta de opção, pra matar seu tédio ou porque eu sou insistente? Quando eu perguntei se você queria namorar comigo era sério. Porra. Olha... Eu já vou indo tá? — Ele beijou minha testa e saiu antes que eu pudesse pronunciar alguma coisa.

Parabéns Katniss. Você tinha mesmo que estragar tudo.