Acho Que Estou Ficando Louca escrita por ladyjane


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

E finalmente o capítulo 5!!



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Não, não, não! Isso não pode estar acontecendo! Minha batalha seria com o Drew! E iria ser a primeira batalha! Vai acontecer agora mesmo!

Não vai dar tempo de trocar algum Pokémon, não vai dar tempo de formular uma estratégia, não vai dar tempo nem de respirar!

– Então é isso? – ele disse, indignado – E quando eu vou batalhar com um coordenador forte?

– Pare de se achar! – me levantei e fingir não estar abalada – Eu vou ganhar de você rapidinho!

Só que não...

– Eu não vou nem discutir com você sobre isso.

“E a primeira luta é May VS Drew! Compareçam ao palco, coordenadores.”

– Batalha mais fácil da minha vida, aqui vou eu!

Drew entrou no palco e no momento em que as fãs o viram, começaram a gritar coisas retardadas e obscenas, e ele, claro, jogava beijinhos para elas.

Respirei fundo e entrei também. Recebi algumas aclamações, mas não muitas. Eu estava tremendo. Qual Pokémon deveria usar? Pense, May! Pense!

Então, tive uma ideia.

“Escolham seus pokémons!”

– Glaceon, assuma o palco! – estava confiante de que o Glaceon seria uma boa escolha.

Vi Drew dar um sorrisinho irônico do outro lado do palco.

– Flareon, vai!

Não! Mas... eu não sabia que ele tinha um Flareon...

– Comecem! – não deu nem tempo de eu me lamentar e o juiz já anunciou o começo da partida.

– Glaceon, dig! – talvez fosse uma boa escolha começar com esse ataque, e talvez não.

Glaceon cavou um buraco e entrou dentro dele. Atacaria no próximo turno, e se Flareon fosse atingido, sofreria muito dano.

– Flareon, protect!

Droga!

Glaceon saiu de baixo da terra, mas não conseguiu atingir Flareon por causa do protect. Maldito Drew!

– Flareon, fire blast!

Foi uma cena horrível. Glaceon foi atingido rapidamente, já que estava muito próximo de Flareon.

Ele foi jogado longe com o impacto do ataque e ficou caído no chão por algum tempo. Ele não podia estar nocauteado... quanto mais eu pensava nisso, mas eu acreditava que a batalha havia terminado aqui.

– Glaceon está fore de – o juiz parou de falar quando Glaceon se levantou – Alarme falso! Continuem!

Fiquei muito feliz quando Glaceon conseguiu se levantar, mas ele estava muito fraco. Não iria aguentar por muito tempo.

– Glaceon, rest!

Aquilo foi a única coisa em que eu consegui pensar na hora. Mas depois de comandar o movimento, percebi o quanto ele seria inútil.

Glaceon adormeceu no campo de batalha e Drew aproveitou sua grande chance.

– Flareon, smog!

Glaceon foi atingido, é claro. Ele acordou, mas foi envenenado na hora pelo smog de Flareon.

– Glaceon...

A multidão na plateia olhou para mim. Com certeza devem ter achado que eu iria comandar algum movimento, mas tudo o que eu fiz foi cair de joelhos.

Senti uma lágrima escorrendo pelo meu rosto.

Não, pensei, não pode acabar assim.

Me levantei na hora e olhei diretamente para Drew. Percebi que ele estava à ponto de começar a rir pelo fato de eu ter quase desistido.

– Glaceon – tomei coragem – Synchronoise!

Um ruído agudo atingiu todo o estádio. Tapei meus ouvidos, e por reflexo, fechei meus olhos até o ataque ser totalmente realizado.

Quando o barulho terminou, vi Flareon arfando e Drew estava de joelhos, com as mãos no ouvido.

Drew abriu os olhos lentamente e se levantou.

– Flareon – Drew olhava diretamente para mim com uma expressão vazia no rosto. – Last resort!

Fechei os olhos. Dizia para mim mesma que aquilo não seria o fim; que o Glaceon conseguiria resistir ou desviar do ataque. Por uma fração de segundo, me imaginei no lugar mais alto do pódio, segurando o troféu de ouro, com a multidão gritando o meu nome. Eu finalmente era uma coordenadora. Meu sonho havia se tornado realidade.

Mas esse sonho apenas seria o que sempre foi: um sonho.

Fui abrindo lentamente os olhos e voltando para a realidade à medida que começava a ver as coisas novamente.

A primeira coisa que vi foi Glaceon um pouco ferido por causa do veneno, mas não pareceu que ele foi atingido pelo last resort do Flareon.

Comprovei aquilo quando olhei para o Drew. Ele continuava com aquela expressão vazia, mas dessa vez olhava para Glaceon.

E por fim, olhei para Flareon, que ainda estava arfando.

“Vejam só o que acabamos de presenciar! Glaceon desvia do last resort com muito estilo.”

Por um momento me arrependi por ter fechado os olhos na hora e não ter visto essa evasiva estilosa do Glaceon. Mas eu não tinha tempo para arrependimentos, e a batalha tinha que continuar.

– Glaceon, Blizzard.

Sei que pode parecer burrice usar um ataque do tipo gelo contra um Pokémon de fogo, mas era o único ataque que eu não havia usado e era muito poderoso. E isso não era uma simples batalha; era uma apresentação de coordenadores, eu tinha que mostrar a beleza de meus ataques para os jurados.

Glaceon conseguiu realizar o ataque apesar do veneno. Em poucos segundos, o chão do palco foi congelado e um feixe de luz bateu no gelo, fazendo-o reluzir, o que me fez ganhar muitos pontos pela apresentação.

Drew não perdeu nem um segundo e logo em seguida, comandou um ataque.

– Flareon, fire blast!

O ataque não funcionou. Foi um susto para todos, mas para mim foi um alívio.

– Glaceon, synchronoise!

Mais uma vez o estádio se encheu de um som agudo e irritante. Várias pessoas levaram às mãos aos ouvidos e o gelo se quebrou.

Uma luz reluziu nos pedacinhos de gelo e eu ganhei muitos pontos por aquilo.

No momento seguinte, Flareon estava caído inconsciente. Quase não acreditei. Achei que estava sonhando, mas felizmente, aquilo era a mais pura realidade.

– Flareon está fora de combate. May é a vencedora!

Gritos vieram da plateia. Muitas pessoas começaram a aplaudir, e depois a plateia inteira aplaudiu.

Não pude me conter. Dei um sorriso e acenei para as pessoas.

Drew ainda me olhava com aquela expressão vazia e fria. Ele pegou o Flareon e saiu do palco; nem quis esperar para ouvir os comentários finais dos jurados.

– Uma luta incrível! Os dois coordenadores foram muito bem, mas infelizmente, só um pode ganhar. Se eu pudesse, passaria os dois, mas como não posso apenas digo que May fez uma ótima batalha e mereceu a vitória – Senhor Contesta se levantou e começou a bater palmas. A plateia o acompanhou e eu tive o prazer de contemplar mais alguns minutos de fama.

– Notável! Simplesmente notável!

– Não é qualquer pessoa que consegue derrotar o Drew – começou enfermeira Joy – as fãs dele com certeza devem estar muito desapontadas.

E estavam mesmo. Mas pior, elas estavam com raiva de mim. Imaturas.

Gritavam “VADIA!”, “FILHA DA PUTA!”, “VOU TE MATAR, SUA CADELA!”, “VACA!”, etc.

Como se eu tivesse alguma culpa de ele ter perdido... mas pensando bem, eu tenho mesmo. Fui eu quem ganhei e o desclassifiquei da competição. Mas alguém tem que ganhar, né?

“Muito bem! Agora vamos para a penúltima batalha do dia! Marina VS Susie! Quem ganhar essa batalha vai batalhar contra a May para concorrer ao cobiçado título de Top Coordenador!”

Botei meu Glaceon na pokébola e saí do palco ao som dos aplausos da plateia.

Quando cheguei na sala de concentração, Solidad estava esperando por mim.

– Parabéns! Eu não acredito que você conseguiu!

– Muito obrigada – respondi e a abracei.

– Agora anda logo! Vá buscar outro Pokémon! Ouvi dizer que a Marina sabe de todos os pokémons dos coordenadores. É assim que ela monta sua estratégia.

– Ela ainda está batalhando. Como você sabe que é ela quem vai ganhar?

– Mas é lógico que ela vai, May. A Susie não é uma boa coordenadora comparada à Marina. Ela chegou até aqui por sorte.

– Bom, se é assim, acho melhor eu me apressar.

– Não há tempo. – Drew apareceu e começou a se aproximar. – Se quiser um Pokémon, eu posso te emprestar agora.

Pensei por um momento. Ele estava tentando ser bonzinho comigo ou queria mesmo me ajudar? A primeira opção era mais sensata.

– Eu acho que não – eu disse – Se não há tempo de eu conseguir outro Pokémon, então é melhor usar um meu.

– Você vai perder.

– Está dizendo que meus pokémons são fracos?

– Não. Estou dizendo que você precisa de um Pokémon que ela não sabe que você não tem. Estratégia você já tem. Tudo de que precisa agora é de tática, e tática é escolher o Pokémon certo.

Pensei mais um pouco. Será que valeria a pena?  Mas eu não tinha escolha. Eles estavam certos; eu jamais conseguiria vencer sem um Pokémon novo.

– Tudo bem. Eu vou escolher um Pokémon seu para batalhar.

Ele abriu um sorriso deslumbrante. O mais lindo que eu já vi em minha vida. Então pegou as suas pokébolas.

– Bom, – ele começou – aqui temos Arcanine, Flareon, Flygon, Roserade, Masquerain e Absol.

Pensei, pensei e pensei de novo e quando menos percebi, a penúltima batalha havia acabado, e a vencedora foi ninguém menos que Marina, como Solidad havia previsto.

“E agora teremos a última batalha do dia, que decidirá de uma vez por todas quem vai ser a nossa Top Coordenadora!”

– Ah, não! – me desesperei.

– Anda logo, May! – Solidad me apressou. – Você tem que se decidir nesse instante.

“Compareçam ao palco para a luta final Marina e May!”

– Caramba! Qual eu escolho?

– Agora não é hora de pensar mais! Pegue um! Agora!

Peguei uma das pokébolas e entrei no palco. Sim, eu sabia que Pokémon estava dentro dela e eu confiava bastante nele.

Quando cheguei no palco, Marina já estava lá. Ela tinha uma expressão bastante confiante no rosto. Fiquei meio nervosa quando a vi, mas eu confiava no Pokémon do Drew.

– E... comecem!

– Feraligatr, eu escolho você! – foi ela quem lançou a pokébola primeiro.

Não! Um Pokémon aquático? Isso era a pior coisa que poderia acontecer comigo agora.

Respirei fundo e lancei minha pokébola.

– Flygon, assuma o palco!

E lá estava ele. O lendário Flygon do Drew que mais parecia um Pokémon fraco e indefeso na frente do Feraligatr da Marina.

Então eu botei minha cabeça para funcionar por um instante. Flygon era do tipo ground/dragon. O tipo ground sozinho é fraco contra o tipo aquático, mas o flygon também era do tipo dragon! Isso acaba completamente com a fraqueza de água do flygon! Como eu não havia pensado nisso antes? Fiquei bem mais confiante depois daquela análise. Agora era só usar os ataques, movimentos e contra ataques certos para eu ganhar essa batalha!

– Feraligatr, ice fang!

Mas é claro! Eu devia ter adivinhado que o feraligatr, assim como todos os bons pokémons aquáticos, tem pelo menos um ataque do tipo gelo, o que significa PERIGO para um Pokémon do tipo dragon E ground!

Felizmente, Flygon conseguiu desviar. O feraligatr da Marina não era tão rápido assim. Isso era uma coisa que está a meu favor. Max estava certo sobre a velocidade ser o aspecto mais importante de um Pokémon.

– Flygon, solar beam!

E... acertou em cheio! Mal pude acreditar que as coisas estavam dando certo para mim no começo da batalha.

– Feraligatr, ice fang!

Ela aproveitou o momento pós-ataque do Flygon e comandou mais uma vez o ice fang, e dessa vez, feraligatr conseguiu morder o Flygon.

É claro que o Flygon levou MUITO dano. Ele era extremamente sensível a ataques de gelo. Eu tinha que arranjar algum jeito de compensar todo esse dano.

– Flygon, outrage!

Por incrível que pareça, Feraligatr conseguiu desviar do primeiro ataque.

– Feraligatr, Blizzard!

O que? Ele também tem blizzard? Eu ficaria surpresa se esse feraligatr tivesse algum ataque do tipo água.

A cena seguinte foi horrível. Uma tempestade de neve atingiu o estádio inteiro, e é claro, Flygon foi atingido. Mas que maravilha!

O que mais me surpreendeu depois foi que o Flygon continuou na ativa mesmo depois daquele ataque. Os pokémons do Drew eram resistentes ao extremo. Ainda não consigo descobrir como consegui ganhar dele.

Flygon realizou o outrage novamente. Outrage é um ataque poderosíssimo de pokémons do tipo dragon que se repete, no máximo, até o terceiro turno. Eu torcia para que ele conseguisse atingir seu máximo.

Dessa vez feraligatr foi atingido e caiu, mas para minha infelicidade, ele ainda não havia ficado inconsciente depois do ataque.

– Feraligatr, blizzard!

De novo, vadia? Eu já estava de saco cheio de “Marina e seus ataques de gelo”. Felizmente, feraligatr já estava muito cansado e não conseguiu realizar o ataque.

Era a minha vez. Torci para que Flygon conseguisse usar o outrage pela terceira e última vez, mas isso infelizmente não aconteceu. Ele ficou confuso. Outrage é um ataque muito poderoso, e por isso traz um efeito colateral; o Pokémon fica confuso quando termina seus ataques.

Ainda era a minha vez. Eu precisava comandar um ataque, mesmo correndo o risco do Flygon se machucar.

– Flygon, dig!

Marina provavelmente iria usar o blizzard de novo, e eu tinha que arranjar um jeito de proteger o Flygon.

Infelizmente não deu. Ele se machucou ao invés de conseguir realizar o ataque e caiu. Meu coração deu um salto nessa hora. Só faltava um pouco! Flygon não podia estar inconsciente agora! Não agora quando eu estava tão perto de realizar o meu sonho.

– Flygon! Flygon, você está bem?

Ele se mexeu. Depois fez um esforço enorme e voltou a se levantar. Estava arfando. Se eu comandasse um ataque, seria o último que ele conseguiria realizar, com certeza. Mas agora não era a minha vez. Era a vez da Marina, e se o ataque dela atingisse o Flygon, estaria tudo acabado.

– Feraligatr, scald!

Finalmente um ataque de água! Mas eu não devia estar comemorando!

Flygon milagrosamente desviou. A plateia o aplaudiu de pé! Realmente foi incrível ele ter conseguido desviar estando tão fraco e confuso.

– Flygon, dragon tail!

Por favor, dê certo! Por favor, Flygon! Você só precisa fazer mais um esforcinho! Só mais um. Eu prometo que vai valer à pena.

Ele caiu. Simplesmente caiu antes de conseguir realizar o movimento. Dessa vez não havia engano. Ele estava inconsciente.

– Flygon está fora de combate. Feraligatr é o vencedor!

Aplausos. Muitos aplausos. Me ajoelhei ao lado de Flygon e o embalei em meus braços.

– Muito obrigada – lágrimas escorriam pelo meu rosto enquanto eu o agradecia. – Mesmo. Eu não teria chegado tão longe nessa batalha se não fosse por você.

Me levantei e botei Flygon dentro da pokébola. Enxuguei minhas lágrimas e voltei para a sala de concentração.

A primeira pessoa que veio até mim foi o Drew.

– Eu sinto muito. – ele disse. – sinto muito mesmo, May.

– Tudo bem – forcei um sorriso – sempre posso tentar de novo ano que vem.

E então ele me abraçou. Um abraço quente e confortador. Fechei os olhos e apenas senti o corpo quente dele contra o meu. Senti o seu cheiro. Tão doce, tão aconchegante, tão...

Me afastei. Não queria que ele percebesse que eu estava gostando.

– Muito obrigada, Drew – entreguei a pokébola do Flygon para ele. – Eu não teria conseguido tanto se não fosse por você.

Ele continuou me olhando por um bom tempo e quase voltou a tentar me abraçar, mas aí a Solidad chegou.

– May... foi quase.

– Não se preocupe. Eu vou tentar novamente ano que vem.

– Não desista.

– Muito obrigada por me apoiar.

– De nada. E agora, – ela abriu um grande sorriso. – vamos esquecer dessa derrota. Você vai para a festa, não é?

– Mas é claro. – respondi.

– Então vamos logo nos arrumar. Vai começar daqui a duas horas!


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Notas finais do capítulo

O próximo provavelmente será o último. Espero que tenham gostado da história.



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