Depois do primeiro contato com o italiano, eu precisava pensar no que fazer. Chad não havia falado comigo o dia todo e Taylor tagarelava a todo segundo sobre o perigo que eu estava correndo. Ignorei os dois e me pus a pensar no que fazer. No conforto do meu “lar” liguei o notebook da Chloe que estava em cima da mesa do meu escritório e abri um site de busca. Tamborilei os dedos na mesa antes de discar inúmeras palavras chaves para o possível caso do italiano. Não encontrei absolutamente nada. Eu nunca encontraria. Eu precisava de mais informações. De onde ele veio, qual o seu nome, e os nomes das garotas. Peguei um caderno novo na gaveta do armário e comecei a anotar tudo que eu precisaria. Acessei vários sites sobre como iniciar conversas com pessoas introvertidas e blá blá... E nem percebi a hora que o sono me pegou, só senti uma dor quando bati a cabeça na mesa. Acordei assustada olhando ao redor, então suspirei e fui para o quarto. Fechei os olhos, mas o sono já tinha fugido e agora só havia duas coisas na minha cabeça. O italiano e... Um galo.

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- Olha se não é a investigadora. – Chloe saudou-me ao me ver passar pelo portão do campus. Revirei os olhos e passei por ela. – Mal educada. – ela berrou vindo atrás de mim. – Então Sherlock, o que vai fazer hoje?

- Não sei. – eu dei de ombros antes de arrumar a alça da mochila.

- Não vai tentar outra abordagem ridícula? – ela perguntou e eu a encarei. – Ah qual é? Sou seu Watson. Não seja chata.

- Não vou te contar mais nada, Chloe. Você me ferrou ontem, Chad está bravo comigo. – eu disse voltando a andar.

- Não vê que eu só te ajudei? Na verdade eu sempre te ajudo. – ela disse e eu gargalhei enquanto subia as escadas do prédio principal. – É sério. Se eu não contasse agora, você ia ficar escondendo isso dele, e ele ia ficar ainda mais bravo quando descobrisse. – ela falou.

- Que seja. – eu murmurei.

- Aonde vai? – ela perguntou puxando meu braço.

- Vou falar com o diretor.

- Vai perguntar sobre o italiano? – ela perguntou e eu a olhei com um sorriso.

- Não tinha pensado nisso. Ótima ideia, Chloe. – eu sorri e ela bufou. – Você tem razão, está sempre me ajudando. – eu disse de forma debochada antes de entrar no prédio, deixando-a nas escadas. Virei-me para acenar pra ela, mas ela não estava mais, então ri e balancei a cabeça voltando a andar para dentro da diretoria. Mas antes que eu desse mais um passo alguém esbarrou em mim, fazendo-me cair sentada no chão. – Droga. Me desculpa. – eu bufei tentando me levantar.

- Você é mesmo muito educada. Até quando a culpa não é sua pede desculpas. – o sotaque estrangeiro me fez levantar a cabeça para encará-lo. Ele sorria com a mão estendida para mim. – Vem, eu não mordo. – ele chamou e eu balancei a cabeça me dando conta do quanto eu estava parecendo uma idiota sentada no chão. Segurei sua mão quente e me levantei. Ele pegou minha mochila e a colocou em meu ombro de modo cuidadoso.

- O-Obrigada. – gaguejei apertando os olhos. Ele sorriu.

- Você está vermelha. – ele disse e eu passei a mão no rosto rapidamente. – Não dá pra tirar assim. – ele disse e eu senti meu rosto ficar ainda mais quente.

- Fi-Fico vermelha quan-quando estou ne-nervosa. – eu gaguejei e ele riu.

- Está nervosa? – ele perguntou e então eu senti meu rosto explodir de vez só pra ouvi-lo rir de um jeito infantil. – Eu vou parar. – ele disse contendo um riso. – Acho melhor eu ir. – ele murmurou ajeitando o chapéu preto na cabeça. – Ah, me desculpa por ontem, tá? Eu não estava de bom humor. – ele pediu e eu assenti com a cabeça, fazendo-o sorrir. – Foi um prazer conhece-la... – ele se interrompeu esperando que eu completasse. Me dei conta disso longos segundos depois e sacudi a cabeça.

- Sarah. Meu nome é Sarah Funke.

- Ok. Sarah. – ele repetiu antes de dar as costas pra sair.

- E o seu? Qual o seu nome? – Consegui perguntar rapidamente. Ele se virou.

- Matteo. Meu nome é Matteo. – ele respondeu com um sorriso, se virando em seguida.

- Matteo. – sussurrei com um sorriso, vendo-o sair do prédio.