Breakaway escrita por ChocolateQuente


Capítulo 49
Capítulo 46


Notas iniciais do capítulo

Oláááááá´. Mais um cap pra vocês.
Leitores fantasmas apareçam gatinhos. *-------* Eu não mordo [ mt forte]...



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- Oláááááááááá. - o grito vindo da porta me fez rir. Estava com saudade disso, pensei.

- Estou na cozinha. – falei e logo vi a figura impecavelmente arrumada aparecer. – Nossa, você está linda. Não que isso seja alguma novidade. – saudei-a e ela deu de ombros sorrindo logo depois.

- Tenho um encontro. – ela disse sentando-se no banco alto em frente ao balcão. Ela encarou e eu devolvi o olhar sorrindo.

- Taylor.

- É. – ela confirmou fazendo-me sorrir.

- Ai Chloe, que bom. Voce o convidou?

- Sim, fiz o que me disse. Tomei uma decisão. Eu gosto dele sabe? E sei lá... Quero que ele goste de mim também.

- Ah meu Deus minha amiga tá apaixonada. – eu falei alto depois de pegar uma latinha de refrigerante na geladeira.

- Não exagere. Eu apenas gosto dele.

- Já é um começo. Considerando que você nunca gostou de garoto algum.

- Porque nenhum garoto foi como ele... Digo... Taylor é como um desafio sabe? Nunca tive que conquistar ninguém, e agora... Ele me faz sentir diferente. – ela sacudiu a cabeça me fazendo sorrir ainda mais.

- Isso é bom. Muito bom. – eu disse começando a comer as batatas fritas que tinha colocado em um pote. Chloe me olhou parando de repente.

- O que é isso aí? – ela perguntou apontando para o balcão.

- Meu jantar. – eu disse naturalmente.

- Coca com batatas? Sério? Acabou de sair do hospital...

- Não foi por causa de nenhuma doença de estomago ou coisa assim. Me deixe comer. – dei de ombros.

- Mas... Você vai mesmo comer isso? Não tem nada mais saudável aí?

- Não. Não tem nada aqui. Comi bolinhos de doce de leite com coca no café, pizza como Coca no almoço, e batatas com coca agora. – sorri cínica e ela revirou os olhos.

- Já deve estar intoxicada de tanta Coca.

- Vou fazer compras amanhã de manhã. – prometi piscando pra ela.

- E hoje? Sábado à noite... Que tal seguir seu próprio conselho e tentar se redimir com seu italiano? – ela sorriu e eu sacudi a cabeça em negação.

- Não posso ficar forçando nada. Tenho que dar um tempo pra ele. Não acredito que vamos voltar algum dia, mas... Sei lá. – olhei para o pote de batatas e suspirei. – Ele não me ligou. Nem mandou mensagem, ou coisa parecida. – murmurei.

- Tenho certeza que ele está preocupado.

- Como pode saber? – perguntei e ela mordeu o lábio. – Fala...

- Tá. Ele me procurou no prédio de Moda hoje. Ficou uma fera quando te viu toda engessada no campus. Me pediu pra te trancar em casa e tudo.

- Sério? Ele...

- Sério. Qual é Sarah, Matteo é doidinho pro você. Não seja idiota e vá logo atrás dele.

- Não posso. – eu disse ainda sorrindo pelo que ela tinha dito.

- Claro que pode. – ela falou pendurando a bolsa nos ombros. – Tenho que ir agora.

- Tá bom.

- Você foi ao hospital hoje?

- Fui. Eles tiraram aqueles troços da minha barriga. Disse que minhas costelas estão bem, em palavras de médico é claro. Mas vou ter que ficar bastante tempo com o gesso no braço.

- Ok. Vê se não fica pegando peso ou comendo essas porcarias o tempo todo.

- Tá bom, mamãe.

- Tchau.

- Tchau. Bom encontro. – gritei, ela riu abrindo a porta.

- Ah, Sarah? – ela gritou da sala.

- Que? – Gritei de volta.

- VÁ PROCURAR O MATTEO LOGO. – ela berrou antes de bater a porta. Gargalhei.

Maluca... Sussurrei sorrindo.

- Bom, talvez não seja má ideia. – murmurei tamborilando os dedos no balcão.

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O que é que eu to fazendo aqui? Ele não vai querer falar comigo. Vou embora. Eu repetia as mesmas frases o tempo todo desde que tinha saído de casa. Mas quando me dei conta estava subindo as escadas do galpão. Era sábado. Ele estaria lá. E me mandaria pastar. Pensei.

Vou embora. Decidi começando a descer os degraus, mas antes que eu os descesse completamente, ouvi um barulho de algo se quebrando. Comecei a subir correndo novamente. Mais uma coisa se quebrou e eu corri mais rápido. Minhas pernas estavam latejando quando parei no andar que os sons saíram.

Caminhei devagar em direção a apenas uma luz ligada no canto do salão. Matteo estava com os braços apoiados na parede. A cabeça pendida entre eles. Enquanto eu me aproximava devagar, num movimento rápido ele se abaixou, pegou alguma coisa e a jogou contra a parede fazendo-a se estilhaçar no chão. Pulei para trás assustada. Matteo passou as mãos nos cabelos chorando e virou-se, parou espremendo os olhos pra tentar me ver.

- Sarah? – sua voz soou esganiçada quando ele falou depois de um tempo e eu dei um passo à frente.

- Teo, o que está acontecendo? – perguntei observando-o. Seu peito subia e descia rapidamente. Ele estava ofegante. Seus cabelos bagunçados escondiam parte do seu rosto.

Andei mais rápido chegando mais perto.

- Você está bem? – ele perguntou, e eu ouvi sua voz soar embargada. Cheguei mais perto dele, e ele deu um passo em minha direção olhando-me. – O que... Você... O que está fazendo aqui? – ele perguntou franzindo a testa. Cheguei mais perto dele, pra checar algo e me afastei quando senti.

- Você bebeu? Está bêbado? – perguntei, antes de olhar para o canto da sala e ver mais de dez garrafas de cerveja no chão. – Você bebeu. – eu falei analisando-o. Matteo deu um passo pra trás com a testa franzida.

- Você... Não Sabe... De nada. Nada. Você não sabe de nada. – ele repetiu virando de costas pra mim.

- Teo... Olha pra mim. – Puxei-o pra mim e num movimento quase imperceptível ele me empurrou pra trás. Cambaleei batendo as costas na parede. – AI. – gemi colando o braço engessado ao meu corpo.

- Desculpa. Desculpa. Perdonami. – Matteo veio em minha direção.

- Per favore perdonami. – ele me tirou de perto da parede, analisando-me. Olhei-o de boca aberta, e então ele parou. Franzindo a testa novamente, ele parecia sentir dor enquanto dava passos pra trás. – Hai paura di me. – ele sussurrou. Franzi a testa. – Você está com medo de mim. Eu estou de deixando com medo, Sarah? Enfim eu fiz você ter medo de mim? – ele foi aumentando o tom de voz, antes de pegar outra garrafa e atirá-la contra a parede.

- MATTEO PARA! – Gritei, mas ele ignorou-me pegando outra garrafa para atirar na parede. – POR FAVOR!

- Vai embora Sarah! Eu sou perigoso! Vai embora!– ele berrou entre os sons das garrafas se estilhaçando na parede. Dei as costas pra sair, mas girei nos calcanhares e me voltei para ele. Corri em sua direção, e com um braço envolvi sua cintura, puxando-o pra mim.

- NÃO VOU EMBORA – eu berrei, fazendo-o parar com a mão no ar pronto para jogar a última garrafa. – Você não é perigoso. Eu SEI disso. – minha voz estava soando esganiçada enquanto eu queria parecer forte o suficiente para fazê-lo acreditar em mim.

De repente, Matteo desabou no chão. Pensei que ele tinha desmaiado, mas foi pior. Ele começou a chorar quase que convulsionalmente. Estava ajoelhado, o rosto enterrado nas mãos.

- Eu não sou um assassino, Sarah. Agora eles sabem. Eles sabem. – ele berrava entre soluços. Me joguei ao seu lado, e o puxei pra mim.

Não sabia do que ele estava falando, mas não era o momento pra perguntar. Ele estava bêbado.

- Eu vou te levar pra casa. – eu disse forçando-o a levantar. Vagarosamente Matteo se levantou. – Vem, vamos. – eu o puxei, e cambaleando ele foi andando comigo.

Sua casa não era longe dali. Tive dúvidas se acreditava que ele podia me mostrar sua casa, mas o segui. E chegamos a um prédio pequeno de tijolinhos vermelhos.

Segui-o escada a cima, e agradeci mentalmente por sua casa ficar no primeiro andar. Na porta 325, ele parou. Os olhos perdidos.

- Onde está sua chave? – perguntei, e ele ficou parado encarando a porta, depois enfiou a mão no bolso e pegou a chave. Abriu a porta e entrou. Demorei, mas entrei. O apartamento dele era exatamente o que se esperava.

Tinha quadros, tintas, pincéis, sujeira de tinta no chão, telas inacabadas em tripés... A sala estava uma bagunça.

Matteo parou em frente a um balcão semelhante ao da minha casa.

- Pode ir. – ele murmurou antes de passar as mãos no cabelo.

- Não vou. – eu disse indo em sua direção. – Não até você me contar o que houve pra você estar assim. Precisa tomar um café amargo e um banho gela...

- Vai embora Sarah. – ele me interrompeu e parecia que ele estava implorando.

- Eu não vou. A menos que me expulse. – eu disse estendendo a mão para pegar a sua. – Quer mesmo que eu vá?

- Querer não significa nada. Estou tentando parecer racional... Até nesse estado. – ele desviou sua mão da minha, rodeando o balcão.

- Pra mim significa. Eu quero ficar aqui. E vou. – eu disse jogando minha bolsa em cima do balcão. Matteo não me olhou, e eu rezei pra que ele não me tirasse de lá. Não sabia de onde estava vindo da impetuosidade de minha parte.

- Faça o que quiser. Não me interessa. – ele disse depois de um tempo. Rispidamente. Mordi o lábio tentando não me ferir com aquelas palavras.

Matteo encheu uma chaleira com água e se virou pra coloca-la no fogão, mas antes que o fizesse ela caiu no chão. Ele murmurou um xingamento e eu fui para seu lado.

- Não preciso...

- Cala a boca. – eu disse empurrando-o. - Vai tomar um banho. – eu disse e ele se levantou. Da onde estava vindo tanta coragem? Eu não sabia, mas tinha funcionado. Depois de um tempo em pé, Matteo saiu em direção à outra porta.

Coloquei a chaleira com água para aquecer e comecei a fazer o café.

O que estaria acontecendo com ele? Porque ele tinha bebido tanto? Porque estava naquele estado?

Antes que eu pudesse responder as minhas próprias indagações, ouvi algo cair. Droga, ele iria quebrar tudo?

Passei pela porta que ele tinha entrado e me deparei com um quarto. Uma cama de casal bem arrumada estava no centro. E além dela, só tinha um guarda roupa e uma escrivaninha. Olhei ao redor.

- Matteo? – chamei, e ouvi o barulho do chuveiro. Segui para outra posta dentro do quarto, mas antes de entrar me detive. – Você tá bem? – perguntei da porta. Ele não respondeu. Será que tinha desmaiado, ou coisa assim? Droga, droga.

Entrei no banheiro com a mão no rosto e me senti uma adolescente idiota.

- Matteo, dá pra me responder? – berrei.

- Eu estou bem, e tira essa mão do rosto. – ele retrucou, e eu tirei a mão deparando-me com ele do outro lado do box embaixo do chuveiro, de calça. O cabelo pingando jogado para trás, o corpo... Sacudi a cabeça e cheguei mais perto do box, encostando-me a lateral. Da distancia que eu estava podia tocá-lo se me esticasse. Encolhi-me. Há quanto tempo eu não o abraçava de verdade? – Porque está me olhando assim? – ele perguntou me fazendo parar de divagar.

- Por nada.

- Então pare de me olhar. – ele murmurou rispidamente e eu o encarei com as sobrancelhas arqueadas.

- Porque está agindo como um idiota?

- Só você pode? – ele respondeu com outra pergunta rapidamente. Abri a boca sem saber o que dizer.

- Eu vou embora. – falei, virando-me, mas antes que eu o fizesse ele me puxou para o box. – O que está fazendo? – perguntei esticando a mão engessada para fora, sem conseguir impedir-me de me molhar.

- Não vai não. Desculpa. Desculpa, de novo. Não vai. Eu... Eu... – Matteo estava segurando minha mão, quando me olhou nos olhos pela primeira vez naquele dia. Foi como se algo me quebrasse inteira. Seu rosto estava franzido e ele estava novamente chorando. – Eu só não sei como agir... Agora. – ele sussurrou e ignorando o fato de estar encharcada, abracei-o.

Abracei-o desejando que tudo que ele estivesse sentindo sumisse.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Comentem por favor. *---------*



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