Breakaway escrita por ChocolateQuente


Capítulo 41
Capítulo 38


Notas iniciais do capítulo

Oi Oi Oi gente. Mais um cap pra vcs.
P.S. Esse cap pode ser um pouco chato, e pode cvonter erros pq eu o escrevi rápido. Então ignorem.
P.S.S. Vou postar outro logo após esse.



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MATTEO POV

Eu queria voltar lá. Queria voltar e dizer que esqueci tudo. Que não me importava, mas como eu poderia fazer isso? Ela estava me investigando. DEUS, ELA ESTAVA ME INVESTIGANDO. Medindo desde o meu tom de voz a expressões faciais. Sarah... Droga, como eu queria não me importar com aquilo, mas... Eu me importava. Aquilo era... Era como se ele estivesse mentindo todo esse tempo. Fingindo cada sentimento. Cada beijo e abraço.

Sarah...


SARAH POV

Matteo...

Agora você também me odeia não é?

Abri os olhos e fiquei encarando o teto do quarto. A janelinha estava aberta, e eu podia sentir o vento frio entrando. Eu queria poder ficar ali pra sempre. Agora eu não tinha mais nada. Estava só. Sem amigos. Sem amor. Sem trabalho.

Levantei rápido da cama e passei a mão no rosto. Peguei a toalha e entrei no banheiro. Tomei um banho demorado, tentando concentrar minhas atenções no cano enferrujado. Totalmente em vão. Isso me lembrava que se Taylor estivesse ali teria consertado. Saí do banheiro e enrolei-me na toalha. Abri meu guarda-roupa e peguei as primeiras peças que vi, tentando não pensar muito. Novamente em vão. Aquilo me lembrou que Chloe com certeza me mataria por aquele ato. Não pensar no que vestir era uma garfe imperdoável. Sacudi a cabeça e me vesti. Peguei minha bolsa e enfiei cadernos e livros dentro. Meu caderno de anotações estava ainda em cima da mesinha. Matteo. Olhei o caderno com raiva. Peguei-o e abri. Comecei a arrancar página por página, amassando cada uma e jogando no balde de lixo. Quando o caderno ficou fino e sem página alguma riscada eu o joguei do outro lado da sala. Levantei-me e saí de casa. Olhei o relógio de pulso e descobri que não daria tempo de ir para a Universidade. Já era quase meio-dia. Eu havia dormido feito pedra.

Universidade... Pra que? Porque eu tinha que ir lá? Eu nem tinha uma droga de trabalho de conclusão de curso. O que eu faria Lá?

...

Eu era uma ferrada. É. Ferrada. Percebi isso quando me sentei no banco de uma praça há uns cinco ou seis quarteirões da minha casa. Meus amigos, ou não mais amigos, eram incríveis. Todos tinham seus futuros garantidos. Quer dizer...

Chad ia ser juiz. Estudava feito louco, e mesmo com suas atitudes retardadas de ultimamente, qualquer um que o visse sabia que tinha futuro pra coisa. Chloe, era Chloe. Tinha talento pra estilista, e já até trabalhava como tal. Taylor, tinha conseguido entrar na Universidade de Arquitetura. Era ótimo desenhista e tinha planos incríveis. Matteo... Matteo tinha talento nato para artista. E quanto a mim?

O que eu tinha? Uma pseudojornalista ferrada. Sem nem um trabalho de conclusão.

Grande vida, Sarah Funke. Grande vida. Porque eu saí de Nova York mesmo? Eu poderia ter ficado lá, trabalhando no restaurante irlandês do meu pai.

...

Eu devo ter ficado naquela praça por umas seis horas. Apenas ali. Sentada. Nem percebi quando escureceu.

Só levantei quando senti uma brisa insuportavelmente gelada percorrer meu corpo. Olhei o relógio. Eram quase sete horas da noite. Eu ouviria uma bronca de Ted, por ter faltado um dia de trabalho sem avisar.

Levantei do banco e passei as costas da mão no rosto. Eu tinha chorado. Devia estar com os olhos inchados. Prendi o cabelo num rabo de cavalo e fui andando. Até estar no centro. Fiquei olhando as vitrines das lojas. Não tinha muito o que fazer, e não queria voltar pra casa.

Parei numa loja de eletrônicos e antes de entrar um cara alto e simpático me chamou para ver as câmeras digitais. Entrei e ele me mostrou quase todas, Kameron [era seu nome] acabou me convencendo a levar uma.

Analisando a câmera em minhas mãos quase pulei e peguei a lâmpada que apareceu em cima da minha cabeça. Eu tinha tido uma ideia que podia salvar minha vida, ou pelo menos meu diploma de jornalista. Corri pra casa e peguei outro caderno. Fiz uma lista de lugares e pessoas que eu devia visitar e conversar. Eu teria um trabalho. Tinha duas semanas no máximo, mas eu conseguiria. Teria que conseguir.

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Os três dias que se passaram fora igualmente insuportáveis.

Taylor não estava falando comigo, ainda. E eu não tinha desistido de tentar, o que estava deixando-o bravo. Descobri que Chloe e ele não estavam mais saindo juntos, quando vi Chloe com outro cara na escola. Chad e eu estávamos na mesma. De vez em quando a tal da Rachel aparecia no Dinner, o que mostrava que ela o havia perdoado.

E Matteo...

Nos encontramos duas vezes na Universidade. Não nos falamos. Na primeira tentei falar, mas ele não ouviu. Ou fingiu que não ouviu. E na segunda, ficamos calados nos encarando por segundos que pareceram intermináveis.

Pois é. Fora todo esse ódio que estavam sentindo de mim, tinha meu trabalho que estava indo bem. Isso me deixava quase ocupada o tempo todo. O que era bom.

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Na sexta-feira, saí de casa ás sete da noite. Estava frio e eu apertei o casaco contra o corpo. Tinha descoberto que Taylor teria uma luta e resolvi ir ver. Não me importava se ele iria me ignorar, se iria brigar comigo ou sei lá mais o que. Eu iria vê-lo.

Cheguei na Academia de Luta Da North Janson, uns trinta minutos depois. O lugar estava lotado. As pessoas se aglomeravam e gritavam e riam, enquanto pediam suas comidas incrivelmente calóricas. Passei pelos homens e mulheres musculosos e sentei-me na arquibancada ao redor do tatame. Fiquei ali uns vinte minutos esperando ver Taylor, mas não o vi. Corri os olhos pela multidão de pessoas, e assustei-me ao ver Chad e Rachel na arquibancada mais em baixo. Não sei por que me assustei, era de se esperar que eles estivessem lá.

Ignorei-os e endireitei o corpo quando ouvi o locutor começar a gritar no microfone. Porque ele estava gritando?

Ele apresentou as duas lutas da noite, e eu aplaudi ao ouvir o nome do Taylor. Não sabia ao certo porque tinha ido ali. Eu ODIAVA lutas. Isso mesmo, com letras garrafais. Era ridículo ver dois caras se socando feitos dois animais selvagens. Totalmente desnecessário.

A primeira luta começou e eu tive que me esforçar pra manter meus olhos abertos. Como se não bastassem os dois animais dentro do tatame, as pessoas nas arquibancadas gritavam feito loucas. Agradeci mentalmente quando a luta acabou, mas cinco minutos depois me arrependi disso. A próxima luta era a de Taylor.

E agora, a luta mais esperada da noite. – O locutor gritou sacudindo o microfone. – De um lado, o grande e invicto Patrick Laund. Do outro, o queridinho da Norh Janson e de todo o resto da cidade, Taylor Pust. – ele gritou e eu aplaudi, e gritei.

Taylor e o tal do Patrick entraram no tatame. Cerrei os punhos quando vi Patrick. Ele tinha o dobro do tamanho de Taylor. Meu Tay estava ferrado. Taylor esfregou uma mão na outra e balançou a cabeça, antes de colocar o protetor na boca. O locutor contou até cinco e ordenou que a luta começasse. Fechei os olhos quando Patrick transferiu logo de cara um golpe no rosto de Taylor.

Aquilo não podia ser realmente algo legalizado no país, podia?

Taylor não demorou a se recuperar, e logo deu uma série de repetidos socos que fez Patrick ficar um pouco desnorteado.

...

Eu podia ficar aqui narrando a brutalidade daquela coisa idiota que chamavam de luta, [que pra mim nada mais era do que uma imitação ridícula da briga por terra ou acasalamento no reino animal] mas... Confiem em mim, não vão querer saber como foi aquilo.

Só sei que perto de acabar o último round, [até ai não sabia quem estava ganhando] eu tinha entendido o porque das pessoas ficarem gritando feito retardadas... Na verdade eu não tinha entendido, mas eu estava gritando tanto quando meus amigos retardados ao redor.

– VAI TAYLOR. NÃO... DÁ UM MURRO NAS PARTES DELE. UM CHUTE. QUEBRA O NARIZ DELE. PORQUE VOCE AINDA NÃO O IMOBILIZOU? SÓ PRECISA VIRÁ-LO E QUEBRAR O PESCOÇO DELE. VAAAAI TAY!

No fim da luta eu ainda estava totalmente desinformada sobre quem tinha ganhado, então pendurei a bolsa nos ombros e me levantei como todo mundo pra ouvir o nome do vencedor. Não sabia como julgar aquilo, e pra mim estava empatado. Taylor tinha batido tanto quanto tinha levado, mas olhando para cara de Patrick... Taylor com certeza era o vencedor.

Não demorou muito, depois que pensei nisso, ouvi o locutor gritar que Taylor era o campeão da noite. Aplaudi feito maluca e gritei feito tal.

– É ISSO AI TAY. ACABA MESMO COM ELE. UUU-HUU. – tentei me conter, mas quando dei por mim estava descendo arquibancada abaixo. Avistei Taylor abraçando Rachel e Chad, e corri até eles. – Tay! – gritei, tentando soar mais alto que os berros ao nosso redor. Ele virou-se pra mim, junto com Rachel e Chad. Eu sorri. – Parabéns. – falei chegando mais perto. – Você é o melhor. – eu sorri estendendo os braços para abraça-lo.

–Obrigado Sarah. – ele disse secamente antes de virar-se para abraçar uma garota. Fiquei um tempo esperando-o terminar de falar com todas as pessoas que vinham cumprimenta-lo. Chad oscilava os olhares de Taylor para mim. O tempo todo. Rachel sorriu pra mim uma vez, e eu realmente não entendi o que ela quis dizer com isso.

Eu devo ter ficado parada em pé esperando Taylor por pelo menos dez minutos ou mais, até sentir minhas bochechas esquentarem... Não sei se de vergonha, ou tristeza. Só sei que minha cabeça parecia que estava sendo cheia de ar e a qualquer momento iria soltar do meu corpo e sair flutuando. Balancei a cabeça devagar e encolhi os ombros.

– Tchau, Tay. – eu disse alto tentando faze-lo escutar. Ele me olhou rápido e meneou a cabeça antes de voltar a falar com outras pessoas. Eu sorri. Um sorriso fraco e sem vontade.

Segundos depois eu estava fora da Academia. Tinha saído tão rápido de lá que nem um raio poderia me alcançar. Estava triste. Brava. Cansada. Triste por Taylor ter me ignorado tanto. Brava por ele estar falando numa boa com Chad e comigo não. Cansada...

Apenas cansada de tudo isso.


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Notas finais do capítulo

E então??? Vou postar outro agorinha, mas comentem esse também, ok? Beiijinho. *---*