Breakaway escrita por ChocolateQuente


Capítulo 32
Capítulo 29


Notas iniciais do capítulo

Oi Oi meus amores. Como estão? Esperoq ue bem. Mais um cap pra vocÊs. Curtam muito. *----*

P.S. Obrigada pelas reviews. Sou da Bahia, não tem ninguém por aqui. :T
P.S.2 Quero dedicar esse cap a todas vcs, mas especialmente à Sofia[sofiamyth], por ser tão carinhosa nos comentários. Beijão minhas flores.



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– Era um dia normal. Seguimos a rotina de sempre. Fui à escola, e quando cheguei fiz o que devia, antes de ir para um tipo de celeiro enorme que tinha a alguns metros da minha casa. – Matteo começou fazendo longas pausas entre as frases, como se quisesse que eu apreendesse cada palavra. – Nesse celeiro havia vários salões que o dividiam, e em um desses salões era o meu... Ateliê. Era o lugar onde eu pintava. – Matteo parou de novo e olhou para frente. – Minha irmã sempre ia lá ver minhas pinturas. Sempre que eu acabava uma, chamava-a para ver. E nesse dia, eu fiz o mesmo. Ela estava com duas amigas na nossa casa, e eu chamei todas elas para ver. Elas adoraram minhas pinturas, e minha irmã, Giulia, também. Era um retrato dela. – ele sorriu olhando o vazio, mas seu rosto ficou amargo no mesmo instante. – Elas disseram que tinham que ir embora, e eu assenti. Coloquei os fones nos ouvidos assim que as três saíram. E então depois de terminar o quadro, tirei os fones e ouvi gritos. Gritos desesperados. Eu corri para fora do salão e saí do celeiro. As duas amigas da minha irmã gritavam feito loucas e eu fiquei desesperado. Comecei a perguntar pela Giulia, mas elas nem conseguiam falar. Estavam com os olhos arregalados e gritavam alto. Comecei a tentar acalmá-las, mas os vizinhos começaram a chegar e já tinham chamado a polícia. As meninas continuaram desesperadas até apontarem para dentro do celeiro. Corri no mesmo instante em direção aos salões. Olhei um a um até vê-la lá... – Matteo parou e mordeu o lábio inferior. – Giulia estava no chão, tinha sangue por todo seu vestido. Ela estava... Ela estava morta. Morta. – Uma lágrima escorreu pelo canto do olho direito dele. – Eu comecei a gritar desesperado. Eu não sabia o que fazer. Eu comecei a chorar, e os vizinhos e policiais chegaram. A ambulância estava lá em poucos minutos, e quando minha mãe viu os médicos tentarem fazer minha irmã acordar, sem sucesso, ela desmaiou. Ela não podia aguentar aquilo. – ele encarou as mãos. – Eles a levaram.

– Quem... Quem fez isso? – balbuciei as palavras. Matteo mordeu o lábio antes de continuar.

– Levaram as amigas da Giu para a delegacia. Elas estavam em estado de choque e mal podiam falar. Nosso vizinho tinha câmeras que giravam da casa dele para o celeiro, dava pra ver quem entrava e saía. Eu só queria que vissem as fitas logo. Queria saber quem tinha feito aquilo. Queria fazê-lo pagar. – Matteo fechou a mão em punho e cerrou os dentes. – Fui para a delegacia com minha mãe. Ainda não sabíamos nada. Não sabíamos onde a Giu estava e nem como faríamos para... Enterrá-la. Nem quem tinha feito aquela droga. Precisávamos de respostas. Quando chegamos à delegacia, um policial correu até mim e me algemou. Não entendi nada e minha mãe começou a gritar dizendo que eu era irmão da Giulia. Minha mãe estava desesperada e eu não entendia nada. Ele me levou para uma sala onde estavam as amigas da minha irmã e o delegado. O delegado levantou me analisando de cara fechada e as garotas começaram a chorar. Ele olhou para elas e perguntou com uma voz que nunca vou esquecer. “ É ele?” – Matteo imitou e uma nova lágrima escorreu. – As garotas assentiram e ele falou novamente. “Respondam, ele matou Giulia Bellucci?”. Quando ouvi isso quase senti meu coração parar. Nenhuma palavra saía da minha boca e eu as encarei. Comecei a gritar que era mentira, quando as ouvi assentir. Elas começaram a chorar sem parar, sem falar mais nada. – Matteo parou. Eu soltei o ar que tinha prendido imperceptivelmente e engoli em seco. Então, tinha sido isso. – Passei a noite na cadeia. De dentro podia ouvir minha mãe gritar pra me tirarem. Minha mãe gritou com as garotas e tentou obriga-las a falarem a verdade. Foi em vão. Elas não abriram mais a boca.

– Você ficou preso?

– Não. Me tiraram por falta de provas. Nada ligava o assassinato a mim, só as amigas da Giu. Elas eram as testemunhas chaves, mas sem provas. As câmeras não mostravam mais ninguém entrando no celeiro, mas tinha um buraco nos fundos em que as câmeras não conseguiram filmar. Os policiais me soltaram, mas toda a cidade ainda acreditava que eu tinha matado minha irmã. Me xingavam na rua, e uma vez tentaram me bater. Eu mal podia ir a escola. – Matteo falava com raiva e dor. Eu fiquei parada olhando para minhas próprias mãos. – Eu tinha uma namorada. Isabela. – ele sussurrou. – Ela me mandou uma mensagem dizendo que estava se mudando, e que não queria que eu a procurasse nunca mais.

– Ela não acreditou em você?

– Ela nem me ouviu. – ele disse e suspirou profundamente. Eu sabia que ele não ia falar mais nada, e pra mim aquilo já era suficiente.

Eu me sentia péssima por tudo aquilo. Me sentia horrível por ter cogitado que ele tinha feito uma atrocidade daquela. Mas... Ao mesmo tempo me sentia leve por enfim ter as respostas. Acabou, se ainda tinha qualquer resquício escondido de dúvida em mim, acabou. Eu pensei antes de virar meu rosto para olhar Matteo. Ele olhava pra frente. Para o vazio. Queria saber no que ele estava pensando.

– Pode me dizer no que você está pensando? Isso tá me matando. – Matteo pediu sem me olhar. A expressão vazia e doída. Fiquei calada. Não sabia o que dizer. O que eu podia dizer de confortante? O que ele queria ouvir?

"Quero te contar, mas... Tenho medo que aconteça a mesma coisa que aconteceu... Há algum tempo."

Ele não queria que eu fugisse dele, como a Isabela fugiu.

– Sinto tanto pela Giulia. – sussurrei e apertei os olhos. Quando voltei a abri-los, Matteo me olhava. Seus olhos estavam tristes. Não sei quando prendi a respiração mas a soltei devagar. – Matteo... – eu o chamei baixinho.

– Sim... – ele respondeu me olhando e eu suspirei, sabia o que tinha que dizer e fazer. Não sabia ao certo o que ele queria, mas sabia o que eu precisava.

– Acredito em você. – eu disse antes de aproximar meu rosto do seu para depositar um beijo em seus lábios.

Matteo ficou surpreso, eu senti. Me afastei rapidamente e apertei os olhos. Matteo demorou a abrir os seus. – Desculpa. Eu não queria. – eu mordi o lábio xingando-me por aquilo. Droga.

– Desculpa também. – ele disse.

– Pelo que? – não o olhei, mas senti sua mão puxar meu rosto para encará-lo.

– Por isso.


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Notas finais do capítulo

E ENTÃAAAO??? HAHAHA' Comentem, por favor. *----*